Profecias Sobre os Papas

 

Abner Macoto

 

 

            Nostradamus em sua carta ao rei Henrique II deixa bem claro a importância que ele dava à questão religiosa e, portanto, aos papas como autoridade máxima no mundo católico.

Por esta e outras razões muitos estudiosos consideram Nostradamus um perfeito devoto católico. Sabemos que entre estes existem alguns de renome e seriedade, mas mesmo assim discordamos dessa posição. Os motivos que nos levam a isso são de duas origens, a primeira diz respeito aos cuidados que uma pessoa, mormente espiritualista, como o sábio, devia tomar, naqueles ásperos tempos da Inquisição. O segundo diz respeito aos dogmas e sabemos, como sabia ele, que tal como se apresentava o Catolicismo estava cheio de dogmas e um espiritualista tem que ser livre dessa carga inútil. Isso nunca seria impeditivo para ser profundamente religioso, pois a religião verdadeira transcende os dogmas.

 

            A partir das Profecias de Nostradamus em 1555 até hoje tivemos cerca de quarenta e um papas. Assim, no universo das cerca de 1000 quadras, só os mais significativos estão representados com uma quadra própria. Os estudiosos reconhecem nelas figuras como João XXIII, Leão XIII, Pio VII, Pio IX, João Paulo II. Existem cerca de 12 quadras dedicadas aos papas. Podemos ver então que nem todos estão nessas quadras menos de um quarto dos papas.

 

            Vejamos a quadra sobre João Paulo II:

 

Apres le siege tenu dix sept ans,

Cinq changeront en tel revolu terme:

Puis sera l’un esleu de mesme temps,

Qui des Romains ne sera trop conforme.

 

Após o trono ser ocupado por dezessete anos.

Cinco ocuparão o trono nessa época.

Pois será um eleito nesse mesmo tempo.

Que não será muito de conformidade com os romanos.

 

Esta quadra apresenta como ponto de partida a mudança dos papas de Roma para Avignon, onde governou papa francês, que não era romano, após estes papas o trono voltou de novo à Roma. Ali o primeiro papa a governar ficou no ofício por 17 anos e foram eleitos ali cinco papas.

 Muitos dos estudiosos sérios também lembram que muitas quadras oferecem um contexto tão vago que permitem o encaixe de muitas situações. Este fato foi usado, nesta época inúmeras vezes, por interpretes fantasiosos e mesmo por mal intencionados para demonstrar suas idéias. Assim, os estudiosos mais sérios recomendam descobrir o fato histórico que chamou a atenção de Nostradamus. Com este ponto de partida nas mãos podemos encontrar o verdadeiro contexto e ai sim fazer uma interpretação mais correta. Na quadra em tela podemos ver que a diferença dos romanos era apenas a nacionalidade. No caso de João Paulo II, a diferença era também a nacionalidade, visto que era polonês. Cinco serão eleitos nessa mesma época. Essa época é caracterizada pela Segunda Guerra Mundial e todos os seus horrores e seus 45 milhões de mortos. Aquela guerra fria que se estabeleceu depois e persistiu por décadas. Não podemos esquecer que João Paulo II foi um dos responsáveis pela queda do comunismo como atesta Michail Gorbachov, o mais famoso dirigente russo no pós-guerra. Um dos maiores focos de resistência ao comunismo foi a Polônia e seu partido Solidariedade.  

         Numa repetição de um ciclo desde Nostradamus, apenas Pio XI ficou por 17 anos no cargo. Em seguida foram eleitos cinco papas todos como a mais de 400 anos italianos, foi só com João Paulo II um polonês que foi quebrada a hegemonia. Portanto, a quadra fica perfeitamente cumprida.

          Bom, mas e Bento XVI?

Primeiro, o que existia, na realidade, eram as profecias de São Malaquias, que dizem respeito aos papas. Elas diziam que o próximo papa teria o dístico "Gloria Olivae" ou seja, a glória das Oliveiras.

         Segundo, ao que parece foram feitas muitas especulações, nós mesmos especulamos sobre os países que possuíam oliveiras, houve outras especulações, que sugeriam que o novo papa devia ser de um país em desenvolvimento. Até mesmo um cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes foi mencionado por um jornal inglês como o mais provável. Outros mais futurólogos apontaram o cardeal nigeriano Arinze. O fato foi que todos nós se enganamos e o alemão Ratzinger foi eleito rapidamente e com ampla maioria. . Na primeira votação ele só não foi eleito porque sua maioria não chegava aos dois terços requeridos. Arinze e outros não foram nem sequer uma ligeira ameaça.

        Terceiro, foi a escolha do nome Bento. Durante sua vida teve um contato profundo com a ordem beneditina, apesar de não ser dessa ordem. Estudou em escolas teológicas beneditinas, apreciava estar num convento beneditino na Toscana para seus retiros espirituais e de descanço. Por fim quis prestar uma homenagem a Bento XV que governou a Igreja durante a I Guerra Mundial. Sabemos que os beneditinos também são chamados de olivetanos e seu símbolo é uma oliveira. Portanto, fica mantida a consistência das Profecias de São Malaquias.

        Por último, lembramos a menção de um teósofo numa lista de discussões, de que o papa João Paulo II, foi à pessoa mais vista de perto por todos em todo o mundo. Nas suas viagens tinha audiência de milhões de pessoas. João Paulo II foi um homem que procurou a paz. Vemos então que Bento XVI terá muito trabalho para não ter seu pontificado totalmente ofuscado pela tão brilhante carreira de seu predecessor. Nosso amigo teósofo analisando a Glória das Oliveiras acredita que o pontífice terá um reinado ainda mais realizador. Devemos ainda lembrar que João Paulo II introduziu o movimento ecumenista que ainda tem muito que ser trabalhado. A construção de um país e paz entre os palestinos e judeus é apenas um caminho como muito bem foi denominado o plano. Curiosamente as oliveiras existem por ali. Dentro de especulações, gostaríamos que seu trabalho de pacificação tivesse um forte impacto naquela região.

Por Abner Macoto

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