A Academia, da qual a Profª. Elza foi entusiasta desde sua fundação, sente-se mais que enlutada: é como se tivesse partido aquela luz ponderosa que, em todos os seus momentos, levava haustos de harmonia, carinho, serenidade e paz.
Nascida em Nazaré, de tradicional família caetiteense pelo lado paterno, quis o destino - e para o bem da cidade - que aqui viesse morar, lecionar e constituir a família que hoje mantém-se como seu maior legado, grandioso legado.
Como Mestra de incontáveis gerações, D. Elzinha (como era por todos chamada), foi diretora do Instituto de Educação Anísio Teixeira, vetusta instituição que amou e onde levou o ensino do francês com a paixão que sempre emprestava às causas que defendia - a mesma paixão com que o Silogeu de Caetité pôde contar desde sua instalação.
Na Academia D. Elzinha foi tudo: esteio, força e ação. Quando os mais jovens falhavam, lá estava ela, já alquebrada mas sem perder o ânimo, encetando tarefas, engajada na defesa das nossas letras... Sempre presente na revista Selecta, ora escrevendo, ora emprestando sua casa para a comissão editorial reunir-se, ora ela mesma indo à gráfica dirigir a publicação.
No plano religioso, D. Elzinha abraçou a fé espírita - e foi consoladora de tantos quanto necessitavam de seus conselhos. Mas, como tudo no que tocava, foi muito além: cedera a própria casa para que nela pudessem os adeptos se reunirem, formando mais tarde o núcleo espírita "A Caminho da Luz", onde nunca pleiteou cargo diretivo: era mais uma obreira.
Servir parece ter sido o lema da grande mulher que foi D. Elzinha. Por isso a Academia, além da imensa saudade que deixa, tem a devotar-lhe eterna gratidão. Eterna, pois agora, nessa dolorosa despedida, o nome da professora Elza Silveira dá-nos a todos o verdadeiro sentido de sermos imortais. |