A Melancolia

Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera de vossos corações e vos leva a considerar amarga à vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota jungido (unido), ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão (cansaço), o abatimento, uma espécie de apatia (passividade), e vos julgais infelizes. (Evangelho Segundo o Espiritismo)

Devemos resistir com força a essas sensações.
Às vezes achamos que nossa vida está sem graça, que não temos na terra nenhuma função importante. Porém, precisamos lembrar que na verdade não sabemos para que viemos. Quando encarnamos assumimos certos compromissos  que nos parecem simples,sem graça,mas,podem ser a nossa missão.

Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo: Lembrai-vos que durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos ou seja dívidas, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para suportá-los.
Trecho do Livro : Muitas Vidas, Muitos Mestres de Brian L.Weeiss.

Nele é relatado mais uma regressão hipnótica entre o Doutor Brian e sua jovem paciente onde os Mestres através de sua mente e voz falam ao Doutor sobre os vários estágios da vida e da morte.

Estágios.

“Passamos por tantos estágios quando estamos aqui na Terra. Largamos um corpo de bebê, passamos para o da criança, daí para o do adulto, até envelhecermos. Por que não poderíamos dar mais um passo, abandonando o corpo adulto e seguindo num plano espiritual? É o que fazemos. Não paramos de crescer, continuamos nos desenvolvendo. Passamos por estágios diferentes de desenvolvimento. Ao chegar estamos consumidos. Precisamos passar por um estágio de renovação, de aprendizado, e por um estágio de decisão. Decidimos quando, onde, e por que motivo quer voltar. Há quem prefira não voltar. Preferem seguir para um outro estágio de desenvolvimento. E continuam na forma espiritual... alguns mais tempo que outros. É tudo crescimento e aprendizado... contínuo crescimento. Nosso corpo é apenas um veículo enquanto estamos aqui. A alma e o espírito é que duram para sempre”.

“No estado físico o aprendizado é mais rápido? Há motivo para as pessoas não permanecerem todas no estado espiritual?”

“Não. O aprendizado no estado espiritual é muito mais rápido, mais acelerado que no físico. Mas escolhemos o que desejamos aprender. Se for preciso voltar para trabalharmos um relacionamento, então voltamos. Ao terminarmos seguimos em frente. Na forma espiritual, sempre é possível, quando se quer, entrar em contato com os que estão no estado físico. Mas só se for importante... se for preciso dizer-lhes algo que devem saber.”
“Como se faz o contato? Como se transmite a mensagem?”
“Às vezes pode-se aparecer diante das pessoas... com a mesma aparência de antes. Outras, fazem-se apenas um contato mental. Há ocasiões em que às mensagens são enigmáticas, mas quase sempre a pessoa sabe a que se referem. Elas compreendem. É um contato da mente com a mente.”
TRAGÉDIA DO VOO 477

Como aceitar a morte que ocorre de maneira tão brutal, que chega sorrateira e nos pega de surpresa, destruindo planos, sonhos, expectativas. É nesse momento que vemos que não sabemos nada da vida, e deveríamos viver o agora, pois, não sabemos se existirá o amanhã. Quando uma tragédia como a do vôo 477 da Air France acontece, nos damos conta que perdemos muito tempo nos preocupando com pequenos problemas, e deveríamos curtir mais nossa família, amigos, maridos, esposas, enfim tudo aquilo que consideramos eternos, mas que na verdade, não são.
Para a maioria das pessoas é muito difícil entender a morte, principalmente quando não há corpo para a despedida, para concretizar o fim. O homem não consegue acreditar no que não vê. E se pergunta, será tudo destino? Será que todas aquelas pessoas escolheram aquele fim? São tantas dúvidas, tantas perguntas sem respostas.
Nós espíritas sabemos que esse mundo é só uma etapa, que na verdade voltaremos para o nosso verdadeiro lar. Mas é muito difícil cortar o laço, principalmente quando muita coisa deixou de ser dita e tantos planos ficaram inacabados. Aceitar que em breve todos nós nos encontraremos, para essas famílias, parece muito distante.
Cada um reage de um jeito, depende de sua fé ou da forma que encara a vida. Mas tenha certeza que só recebemos o que nos foi destinado devido as nossas próprias escolhas, que fazemos antes e durante nossa vida corpórea, o caminhar nada mais é do que uma sequência de passos.  
Nos surpreendemos ao nos depararmos com casos de pessoas que iriam pegar aquele vôo e por algum motivo não o fizeram. O que seria isso? Será que por alguma mudança em seus carmas elas foram desviadas daquele fim?, Às vezes por terem tomado caminhos diferentes, fruto do livre arbítrio que nos é concedido, quem sabe?. Cada caso é um caso.
( escrito por Ana Maria)

Uma doutrina libertadora
Como podemos perceber a doutrina espírita não prega o fatalismo e nem o conformismo cego diante das tragédias da vida, até mesmo das chamadas tragédias coletivas. O que o espiritismo ensina é que a lei é uma só: para cada ação que praticamos colheremos a reação. Diante da natureza, enquanto o homem não cuidar do planeta com o devido respeito, receberá cada vez mais os choques violentos como resposta. Nos casos em que a causa independe da ação do homem, ainda assim, o espiritismo nos ensina que não existem vítimas ao acaso. Tudo obedece a um plano perfeitamente harmônico e quando as causas do sofrimento não podem ser atribuídas nesta encarnação, é porque sua origem se perde na noite dos tempos...

Revista Cristã de Espiritismo
MELANCOLIA