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FAMÍLIA FERRAROLI

OS IMIGRANTES

Itália, um dos berços da civilização. Essa península que avança na baía do Mar Mediterrâneo, desde a pré história foi marcada por invasões, guerras e constantes trocas de povos dominantes.
Apenas em 1848, daría-se o início do processo de independência de suas diversas regiões, finalizando em 1860 com a proclamação do Reino da Itália, dando-se assim a unificação do país.
Dentre os numerosos problemas gerados pela unificação, um dos mais críticos, era a administração de um território com falta de hegemonia política e econômica. Isso acentuava ainda mais as diferenças e oportunidades sociais, gerando batalhões de desempregados e camponeses sem terra.
Essas foram as condições para um maciço movimento migratório das classes rurais para países do novo mundo. Situação essa fortalecida ainda pelo grande crescimento populacional na Europa do Século 19, a Revolução Industrial e tentadoras oportunidades oferecidas por países da América, que passavam pelo fim da escravidão e necessitavam de mão de obra, principalmente para suas lavouras.

A primeira viagem oficial de imigrantes italianos, aconteceu em janeiro de 1874, com a partida do porto de Genôva do navio à vela "La Sofia" e a segunda se daria com o navio Rivadávia.
Oficialmente a imigração teve início no Brasil com a chegada do Rivadávia, que aportou em 31 de maio de 1875, com 150 famílias italianas. Isso se tornaria uma rotina até 1909, fase de maior fluxo de imigrantes ao Brasil.
Sem recursos para custear a própria passagem, a grande maioria dos imigrantes, tinham sua vinda subsidiada pelo governo do Estado de São Paulo. Eram então embarcados na terceira classe que, além de estar localizada nos porões dos navios, vinham quase sempre com a lotação acima da capacidade e em precárias condições de higiene. Não eram raras as ocorrências de falecimentos durante as viagens.
Ao desembarcar em Santos, os imigrantes eram alojados na precária hospedaria da cidade, ou quando possível eram imediatamente colocados nos trens, que partindo do próprio porto, os conduziam até a estação da Hospedaria de Imigrantes, na capital.

A princípio a Hospedaria localizava-se no Bom Retiro, porém devido a falta de estrutura, em julho de 1887 foi transferida para o Bairro do Brás, em um novo prédio construído para receber até 6000 imigrantes de uma só vez.
Os imigrantes eram recebidos na estação ferroviária, pelos funcionários da hospedaria, que os encaminhavam para os refeitórios, para sua primeira refeição.  Eram então lhes apresentados os regulamentos e depois os mesmos  dirigiam-se aos dormitórios para banharem-se e descansarem .
No dia seguinte os imigrantes passavam por avaliação médica e recebiam as vacinas necessárias.
Eram feitas então as conferências da documentação, os registros em livro e gerado o cartão de rancho, que dava direito a permanência por 6 dias na hospedaria, até se colocarem .
Depois de apresentados na Agência Oficial de Colonização e Trabalho, eram encaminhados aos fazendeiros, núcleos coloniais ou agentes corretores.
Acertada a situação, era firmado um contrato de trabalho na agência e só então o imigrante seguia para seu novo destino.


( Fonte de pesquisa - Memorial do imigrante - www.memorialdoimigrante.sp.gov.br/ )



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