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Cotidiano

Na cozinha
ela cumpre sua sina.
Sem mistério, sem encanto,
um cardápio a seguir.
Refogar, fritar,
os temperos misturar.
É o ponto, o sal,
o sabor que agrade
ao mais exigente paladar.
A faca corta, bate rápido,
a salsinha, a cebola, o tomate.
Cozinhando, a batata.
O feijão ficou de molho.
O arroz já escolhido.
Frita a carne
produzindo um aroma
que dá fome, arrebata.
A sobremesa é pudim.
O que seria do alimento
se tudo fosse misturado,
o sentir, o pensamento,
de quem cozinha atormentado.
O tempo passa
perdida em sua lida
pura e triste, a cozinheira.


Ana Mello
anaelyod@yahoo.com.br
POESIAS E CONTOS