SER Se eu soubesse como é simples o mundo E como é fácil a vida, Eu não seria assim. É claro, eu mudaria. Mas para mim, o que é sem disfarces, Sou eu. O mundo é que tem os mistérios E são eles que dão a minha vida Um jeito de luta, de vontade. Só o mundo tem os sobressaltos, As repentinas mudanças. Errado talvez por ingenuidade ou Por uma sabedoria copiada, Penso que sou constante. Quando sorrio, quando choro, Ou caio na insatisfação, Apenas mostro uma reação Às crises do mundo. É ele que sofre, que ri. Seja isso a mecanização, a submissão. Sou submisso à emoção. A fragilidade é ser o próprio mundo. Ana Mello |