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Ana e os livros

Essa é a história da Ana, que era pequenininha, e por isso, Aninha.
Sua paixão pelos livros começou muito cedo, quando ela ainda nem sabia ler. Ganhou um livro de histórias com 4 anos e apaixonou-se pelas gravuras e pelas letras que sua mãe transformava em um mundo fantástico quando lia.
Os adultos têm o poder de plantar sementes, despertar nas crianças a curiosidade, é seu compromisso mais importante.
Aninha ficava tão curiosa sobre os símbolos que viravam histórias que quis aprender a ler o mais rápido possível, assim teria sua independência e poderia ler tudo: livros, jornais, placas, bulas de remédio e os gibis do irmão escondidos em baixo da cama. Nessa ânsia pela leitura ou por aprender coisas novas ela aprendeu a ler antes de entrar para a primeira série, o que não diminuiu nem um pouco seu interesse pela escola.
Na escola descobriu a biblioteca e viu que o mundo dos livros era imensurável e por mais que lesse não conseguiria ler o bastante. Sua primeira constatação filosófica - isso realmente era uma coisa que ela não poderia dominar.
Mas não custava tentar! Aprendeu a ler os textos de cabeça para baixo, pois queria ler o seu livro e o do colega na sua frente, acho que foi aí que iniciou sua mania de ler vários livros ao mesmo tempo.
Aninha foi crescendo, sempre lendo.
Depois quis comprar muitos livros e esbarrou no problema financeiro, além de não conseguir ler todos os livros que queria não podia comprar todos também. Surgiram outras prioridades, faculdade, trabalho. Ela estudou matemática e química, que curiosidade, acho que por gostar tanto de letras quis conhecer os números e os símbolos, para variar.
Mas ela sempre fala: - Os livros abrem uma possibilidade única de podermos viver coisas que não daria tempo de vivermos em uma única vida. E coisas que nem gostaríamos de sentir ou passar. Nos levam para viagens incríveis, despertam sentimentos, iniciam transformações, fortalecem paixões.
Agora, ela até pode comprar mais livros mas seleciona melhor. Faz releituras de alguns que leu com pressa pois cada vez que lê um texto novamente, em outro tempo, ele parece diferente, enxergamos outra coisas.
Enfim, para a Ana, ler abre caminhos, preenche o tempo, e é uma das poucas coisas que ela diz que podemos fazer desde pequenos até quando ficarmos bem velhinhos.
Os livros dela são todos rabiscados, tem palavras que ela procura o significado no dicionário, tem anotações pessoais e tem até poesia. Tem mais essa, ela escreve contos e poesias. Acho que até ficar velhinha ela vai virar livro também, de romance ou ficção.

Ana Mello
anaelyod@yahoo.com.br