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ONICOMICOSES Andressa Quintão
Bachetti
1- O que é onicomicose?1-O que é onicomicose? As onicomicoses constituem manifestações muito frequentes na prática dermatológica. Elas são caracterizadas pelo crescimento de fungos nas unhas e dobrasperiunguiais (ao redor de uma unha.), sendo a lâmina atacada principalmente por dermatófitos e eventualmente pela Candida albicans . A infecção crônica das unhas das mãos e pés é também denominada tinea unguium (SAMPAIO et al, 1987) Dermatófitos- Grupo de fungos que invadem a região ceratinizada superficial do corpo humano e de animais, como a pele, os pêlos e as unhas. Pertencem a quatro gêneros a citar: Microsporum, Trychophyton, Epidermophytos e Keratomyces. Unguial- Relativo a unha 2-Quais os microorganismos que causam as onicomicoses ? Os agentes causais das onicomicoses dermatofíticas são os fungos do gênero Trichophyton e Epidermophyton. Os Microsporum, excepcionalmente, comprometem as unhas. Entre nós, Trichophyton rubrum e Trichophyton mentagrophytes são os agentes mais comuns de onicomicoses. (SAMPAIO et al, 1987; LACAZ et al, 1984) 3-Quais são os tipos existentes e quais as suas características? Onicomicose tricofítica: O fungo compromete
uma ou mais unhas, muito raramente todas; as dos pés são
mais frequentemente afetadas. A infecção é rara na
infância e mais comum em adultos. A oníquia ( inflamação
da matriz unguial) tricofítica é indolor, seca, não
se acompanha de paroníquia ( inflamação supurada na
margem da unha) e inicia-se pela borda livre ou lateral da lâmina
unguial, o que permite diferenciá-la das onicomicoses por leveduras
e piogênicas, que começam pelas dobras ungueais e secundariamente
determinam alterações da lâmina, pelo comprometimento
da matriz.
Onicomicose fávica: Produzida pelo Trichophyton schoenleini, apresenta aspecto semelhante ao das demais oníquias tricofíticas. Pode iniciar-se por manchas amareladas na lâmina unguial. Costuma localizar-se nos dedos das mãos, sendo excepcional nos pés. A infecção unguial resulta de auto-inoculação, a partir de lesões do couro cabeludo, a partir de lesões do couro cabeludo ou do corpo. É excepcional no Brasil. Oníquia e Paroníquia devidas a leveduras: A Candida albicans e raramente outras leveduras podem produzir paroníquias e, secundariamente, oníquias. São afetados um ou mais dedos das mãos, raramente os pododáctilos ( referente aos dedos dos pés). A princípio, forma-se coleção puriforme nas dobras unguiais que se tornam vermelho-vivo e dolorosas, às vezes acompanhadas de adenite axilar. Em alguns dias, o exsudato começa a ser eliminado, atenuando-se o caráter inflamatório. Todavia, subsistem edema e eritema de tonalidade arroxeada das dobras, descoladas em extensão de 1 a 2 mm e fazendo nítido relevo sobre a lâmina unguial. Pela compressão surge gotícula puriforme entre as dobras e a unha. Nesta, com o tempo, aparecem sulcos transversais de cerca de 1 mm, paralelos, dando-lhes aspecto ondulado e manchas escuras, circulares ou ovais. Em alguns casos as leveduras determinam lesão primária da lâmina, que se torna friável, opaca e pardacenta; as alterações são confundíveis com as da onicomicose tricofítica, sendo muito difícil a diferenciação clínica (BECHELLI et al, 1978) 4- O que causa/contribui para as onicomicoses? Os fatores que contribuem para a instalação de onicomicoses podem ser divididos em : Fatores predisponentes: sexo, perturbações
circulatórias periféricas, resistência diminuida para
as infecções.
5 - Quais são as alterações clínicas ? As alterações clínicas vão de pequenas manchas esbranquiçadas ou amareladas (discromia), espessamento, fendilhação, descolagem que promove a separação da unha em duas lâminas e hiperceratose sub-unguial. Nas partes lesadas, observa-se perda de brilho, opacidade e, destruição da unha como se fosse roída (onicorrexis). (ESTEVES et al; BECHELLI et al,1978) 6 - Como podem ser diagnosticadas? As onicomicoses diferenciam-se das oníquias secundárias ao eczema e processos periunguiais pois , nestes dois, as unhas apresentam estrias transversais (linhas de Beau) e não há destruição à partir da borda livre. Na candidíase unguial, a unha torna-se quebradiça, não se observa massa ceratósica sub-unguial. Em caso de dúvida, o diagnóstico é esclarecido pelo exame micológico. O simples encontro do fungo no material não significa que se trata de onicomicose. Quando o encontro for de dermatófito, a diagnose de onicomicose é segura. (BECHELLI et al, 1978) 7 - Quais os medicamentos utilizados para o tratamento e seus mecanismos de ação ? Medicamentos tópicos: As unhas comprometidas devem ser raspadas periodicamente,
removendo-se o tecido por meio de lixamento ou de abrasão, aplicando-se,
então, medicações fungicidas à base de iodo,
ácido salicílico, ácido benzóico, timol, propionato
de sódio, propionato de cálcio, ácido undecilênico
ou undecilinato de sódio. (LACAZ et al, 1984)
Medicamentos orais: A griseofulvina constitui a droga de escolha no
tratamento das micoses causadas por dermatófitos. A droga é
fungistática e atua, na concentração de 1 a 3 g /
ml, inibindo a síntese de DNA e a mitose celular. A forma com partículas
microcristalinas e ultramicrodimensionadas de griseofulvina é melhor
absorvida. A absorção é também aumentada com
a ingestão de alimentos gordurosos, sendo aconselhável a
administração da droga após as refeições
. As células completamente ceratinizadas são penetradas rapidamente,
atingindo o máximo em 8 horas. A droga desaparece da camada córnea
após 48 a 72 horas da ingestão . Recentemente foi demonstrada
in
vitro a existência de dermatófitos resistentes à
griseofulvina. (MACHADO et al,1994)
8-Quais as possíveis interações com outros medicamentos ? A griseofulvina pode interagir com outras drogas. Assim, os níveis sanguíneos reduzem-se com fenobarbital, sendo necessária maior dose do antibiótico durante o uso simultâneo das duas drogas. O efeito anticoagulante do dicumarol é diminuído, exigindo o monitoramento dos níveis de protombina, durante a administração conjunta. Tem sido observada a diminuição da tolerância ao álcool em pacientes usando griseofulvina. (MACHADO et al,1994) Com a inibição das enzimas do citocromo P 450 do homem, necessárias à síntese dos hormônios esteróides das glândulas supra-renais e das gônadas, diminui-se a resposta androgênica adrenal e inibe a síntese de testosterona no homem, podendo causar ginecomastia. (TAVARES, 1996). 9 - Quais são os efeitos colaterais dos medicamentos ? Em relaçào à griseofulvina, esta
é relativamente bem tolerada. Pode ocorrer cefaléia transitória
em cerca de metade dos pacientes, em geral no início do tratamento.
Outros efeitos colaterais são náuseas, vômitos, diarréia
e, mais raramente, reações alérgica. Porfiria, lupus
eritematoso sistêmico, insuficiência hepática e gravidez
são contra-indicações. (MACHADO et al, 1994)
Cetoconazol :
11- Que medidas
podem ser tomadas para prevenção ?
A prevalência da tinha unguial (micose de unha) pode ser diminuída por tratamento adequado da micose do pé -tinha podal. Esta, por sua vez, é mais frequente em clubes esportivos e comunidades industriais, onde a umidade e o suor favorecem a transmissão. Recomenda-se assim : o uso de chinelos, enxugar cuidadosamente os pés e o emprego de pós fungicidas nos espaços interdigitais. (TALHARI, 1995, ) Em relação às unhas das mãos, estas devem ser cortadas e limpas periodicamente. As cutículas não devem ser retiradas pois, representam uma barreira de proteção à penetração de microorganismos. O uso de luvas seria uma solução no caso de profissões que exijam imersão das mãos em água ( lavadeiras, cozinheiras). 12- Quais
os cuidados a serem observados durante a utilização dos medicamentos
?
O papel do farmacêutico é facilitar a adesão ao tratamento, dispensando o medicamento, orientando e educando o paciente, em relação aos cuidados a serem observados , duração do tratamento e interações com outros medicamentos , assim como a prevenção das recidivas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Micoses superficiais. p. 249-250. ESTEVES, J.A., BAPTISTA, A. P., RODRIGO, F. G. Dermatologia.
Edição da Fundação
FURTADO,T. A. Micoses superficiais.
In: MACHADO, J., PINTO. Doenças infecciosas
LACAZ, C. S., PORTO, E., MARTINS,J.E.C.Micoses superficiais.In: LACAZ,C.S.,
SAMPAIO, S.P.A.,CASTRO, R. M, RIVITTI, E. A. Dermatologia básica. 3. ed,. Artes TALHARI, S., NEVES, R. G. Dermatologia tropical,Editora Médica e científica Ltda, 1995, TAVARES, W.. Outros quimioterápicos. In:
TAVARES, W.. Manual de antibióticos e
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