Rodrigo
Maia
Cristiane
A. Menezes
Renata
Adriana Labanca
Supervisão: Profa.Mariza
dos Santos Castro, Pharm.D.
Farmacodinâmica
2 / 2s-97 -
Publicado em Setembro/98
1. O
que é micose-de -pé ou pé de atleta
?
2. Quais
os tipos existentes?
3. O que
são dermatofítides?
4.Quais
os fatores que causam ou contribuem para o desenvolvimento das micoses-
de- pé ?
5.
Como podem ser transmitidas ?
6. Quais
os sinais e sintomas da infecção?
7. Como
é feito o diagnóstico ?
8. Quais
as características de um fungicida ideal para o tratamento de dermatomicoses?
9. Qual
o melhor medicamento antifúngico?
10. Como
é realizado o tratamento para a tinea pedis ?
11.
Quais os grupos de medicamentos mais importantes no tratamento da tinea
pedis e como agem?
12. Qual
a abordagem das reações alérgicas aos fungos, dermatofítides?
13. Quais
os cuidados a serem tomados durante o tratamento ?
14. Quais
os efeitos colaterais e precauções com o uso dos medicamentos?
15. Como
evitar a recidiva das micoses- de- pé ?
16.Durante
quanto tempo deve ser o tratamento das micoses- de -pé?
17. Que
métodos caseiros podem auxiliar o tratamento da tinea pedis?
18. Qual
a atitude do farmacêutico diante de um paciente que se apresente
com micose- de- pé?
1.
O que é tinea pedis ou pé de atleta ?
Tinea pedis, pé- de- atleta , frieira ou micose-de-pé são os nomes mais comuns para as chamadas micoses superficiais dos pés, especialmente nos espaços entre os artelhos ( frieira) e na sola. Essas doenças de pele são causadas principalmente por fungos dermatófitos que se desenvolvem e proliferam rapidamente, na maioria das vezes, onde há um excesso de calor e umidade. A tinea pedis é geralmente causada pelo Trichophyton rubrum , T. mentagrophytes (interdigital), e com menor freqüência pelo Epidermophyton floccosum.
Dermatófitos - Grupo de fungos que invadem a região superficial ceratinizada do corpo humano e de animais, tais como a pele, pêlos e unhas.
Tinea ou tinha - Infestação da pele , cabelos ou unhas causadas por vários tipos de fungo, também denominada dermatomicoses ( micose -de-pele), onicomicose ( micose de unha), tricofícia ( micose da cabeça: pele e pêlos).
2. Quais os tipos de micoses- de- pé existentes?
As micoses de pé mais podem ser classificadas em três formas clínicas:
São reações
de hipersensibilidade conseqüentes a infecção micótica
pelos dermatófitos. Usualmente, aparecem sob a forma de lesões
vesiculosas e bolhosas, nos dedos ou regiões palmares, em geral
secundárias a foco dos pés. Não são encontrados
fungos nas erupções. Devem ser diferenciadas do eczema desitrótico,
psoríase pustulosa e da dermatite de contato. Podem manifestar também
como lesões pápulo-foliculares ou vesiculosas, disseminadas
no tronco, extremidades e raramente na face.
.4.Quais
os fatores que causam ou contribuem para o desenvolvimento das micoses-
de- pé ?
Os fungos estão em todos os lugares, inclusive em várias partes do corpo humano. Mas isso não é suficiente para que uma micose se desenvolva. Alguns fatores são necessários:
A infecção por dermatófitos é transmitida por via exógena, sendo raro o contágio inter-humano. Além disso, a contaminação por fungos depende muito do fator de predisposição do indivíduo já que estes microorganismos estão espalhados por todos os lugares. As pessoas se contaminam quando entram em contato com o ambiente, porém cada pessoa que apresenta uma micose está contaminando o ambiente, sendo então uma fonte de disseminação da doença. Os vestiários, piscinas, academias de ginástica, banhos coletivos, são grandes disseminadores do fungo devido a umidade e o suor que favorecem a transmissão através de escamas veiculadas por toalhas, meias, sapatos, bem como assoalhos dos vestiários, esteiras de ginástica, banheiros, chuveiros e o piso em torno das piscinas. Também em comunidades fechadas (equipes esportivas, quartéis , internatos) e naqueles que usam sapatos oclusivos. A incidência é maior nas regiões civilizadas e urbanas do que nas populações rurais. Constitui-se portanto, um fator importante da transmissão a higiene.
6. Quais os sinais e sintomas da infecção?
Inicialmente há um prurido entre os dedos, e o aparecimento de pequenas vesículas (bolhas) que se rompem com a saída de um líquido claro. A pele dos espaços interdigitais torna-se macerada e rompe-se aparecendo fissuras, o que predispõem a infecção secundária por bactérias (celulites bacterianas). Quando esta última se instala, desenvolvem-se linfangite e linfadenite. Quando uma infecção micótica se cronifica, as manifestações principais são descamação, descoloração e fissuras da pele. Algumas vezes as unhas tornam-se quebradiças, espessadas, amareladas e irregulares. No decurso da dermatofitose crônica, o indivíduo torna-se hipersensível aos constituintes ou produtos dos fungos, podendo desenvolver manifestações alérgicas, dermatofítides (usualmente vesículas), em qualquer parte do corpo ( mais freqüentemente nas mãos). Em alguns casos, a pele pode-se apresentar vermelha caracterizando uma inflamação.
Linfagite
- Inflamação de um ou mais vasos linfáticos
Linfadenite
- Inflamação dos ganglios linfáticos
7. Como é feito o diagnóstico ?
O diagnóstico exato de dermatofitose deverá ser estabelecido após os seguinte passos:
8. Quais as características de um fungicida ideal para o tratamento de dermatomicoses?
Não existe o melhor
medicamento para o tratamento da tinea pedis. O tratamento é feito
por "tentativa e erro". No estudo de um caso foi relatado o caso de que
um paciente que tratava uma infecção por tinea pedis durante
35 anos com derivados azólicos, porém sem sucesso. Quando
o paciente fez uso de um novo medicamento antifúngico(terbinafina
) a infecção foi rapidamente controlada, o que demonstrou
a presença de resistência dos fungos aos compostos azólicos.
Um outro fator importante, na ausência
de resposta aos antifúngicos é a existência de infecções
secundárias, causadas por bactérias que dificultam o seu
controle.
10. Como é realizado o tratamento para a tinea pedis ?
O enfoque terapêutico
habitual nas infecções por dermatófitos consiste em
tratar com agentes tópicos sempre que seja possível. Pacientes
com infecção por tinea do tipo mocassim freqüentemente
tem uma densa camada de hiperqueratose na área afetada. A terapia
tópica é mais efetiva do que o uso das drogas sob outras
formas (via oral).
Fase aguda
11. Quais os grupos de medicamentos mais importantes no tratamento da tinea pedis e como agem?
O grupo de medicamentos antimicóticos
de maior importância são os do grupo azólico.
Os compostos azólicos agem na síntese da
membrana fúngica interferindo com a síntese do ergosterol
com conseqüente comprometimento da permeamibilidade da membrana celular
dos fungos- (atividade fungiostática). São mais usados cremes,
loções e pós a base de miconazol ( 95% de cura)
e clotrimazol. Neste grupo incluem-se ainda econazol, itraconazol,
cetoconazol, oxiconazol, bifonazo e soconazol . O cetoconazol, fluconazol
e o itraconazol produzem excelentes resultados quando administrados sistematicamente,
porém podem apresentar toxicidade hepática.
Quando a fonte fúngica está
bem identificada, pode-se usar novos tratamentos tópicos
com as alilaminas (terbinafina) ou compostos fenólicos halogenados
( haloprogina, 80% de cura) , que podem dar resultados
contra os fungos resistentes aos imidazólicos. Um corticosteróide
pode ser usado juntamente com tiocarbamatos em cremes ou loção
quando houver inflamação séria associada,
como nas formulações contendo tolnaftato ( 80% de cura)
associado a betametasona. O tratamento tópico deve continuar por
duas semanas após o desaparecimento da infecção.
Nas formas crônicas hiperceratósicas,
do tipo , do tipo mocassim, geralmente causadas por T. rubrum, está
indicada o uso oral de griseofulvina., (500 à 1000 mg por dia, por
3 meses).
12.
Qual a abordagem das reações alérgicas aos fungos,
dermatofítides?
13. Quais os cuidados a serem tomados durante o tratamento ?
O pé de atleta normalmente responde ao cumprimento do tratamento e à alguns cuidados de higiene da pessoa acometida, tais como :
A griseolfuvina utilizada no tratamento de infecções do tipo mocassim, penetra o estrato córneo, onde alcança concentrações dez vezes superior ao nível plasmático. Os seus efeitos colaterais incluem cefaléias, náuseas e transtornos abdominais. Outras reações menos frequentes consistem em urticária, diarréia e fotossensibilização. É infrequente casos de resistência à griseofulvina. Na maioria dos casos, o fracasso terapêutico ocorre por outras razões, como a má absorção da droga.
A administração concomitante a alguns fármacos, por exemplo a fenitoína, o fenobarbital podem interferir na absoção da griseofulvina.
O cetoconazol oral também
pode ser utilizado no tratamento das dermatofíceas com grande eficácia,
apesar de apresentarem raramente riscos de toxicidade hepática.
Com o uso do clotrimazol, podem
aparecer reações de hipersensibilidade com eritema e prurido;
usualmente essas ocorrem entre o terceiro e o quinto dia do tratamento.
15. Como evitar a recidiva das micoses- de- pé ?
A higiene é o princípio fundamental tanto para prevenção como para cura das micoses.
A duração do tratamento
da infecção por tinea pedis é variável, dependendo
do tipo de medicamento (uso oral, uso tópico) e também do
fungo causador da infecção. Para a constatação
da cura da infecção, deve-se observar se no local afetado
o fim da lesão(rachaduras, bolhas, descamação...).
É muito importante controlar as possíveis fontes de reinfecção
como unhas, sapatos, meias, etc., bem como respeitar o tempo de tratamento
prescrito pelo médico.
17.
Que métodos caseiros podem auxiliar o tratamento da tinea pedis?
Alguns métodos caseiros são utilizados como por exemplo, solução de vinagre(1/10) com sabão, que segundo relatos tem boa eficácia. Métodos de higiene, secagem dos espaços interdigitais constituem boas medidas para aliviar alguns sintomas como coceira, descamação, além de ajudarem na eficácia do tratamento.
18. Qual a atitude do farmacêutico diante de um paciente que se apresente em uma farmácia com micose- de -pé?
A orientação adequada
seria alertar o paciente sobre a importância de algumas medidas de
higiene como limpar bem a área afetada, trocar de sapato e meias
todos os dias e usar desinfetantes (lisoform) para a desinfecção
dos mesmos, para que não haja evolução da infecção
e aconselhá-lo a consultar um médico dermatologista, para
o tratamento correto da infecção.
Se o paciente já está
fazendo o tratamento prescrito pelo médico, orientá-lo sobre
os possíveis efeitos adversos decorrentes do uso destes medicamentos
, duração do tratamento e reafirmar as medidas de higiene.
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L., ADELBERG, E. A. Microbiologia médica ,15 ed. ,Rio de
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Sarvier, 1991.
p.160-161.
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MENDELL,G.L., DOUGLAS, R.G., BENNETT,
J.E. Enfermedades infecciosas., 3 ed., Buenos Aires:
Panamericana, 1990. p. 2142-2145.
NEVES, J. Diagnóstico
e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias.,
sn., Rio de Janeiro:
Guanabara
Koogan, 1978. p. 702-705
PINTO, J. M. Doenças infecciosas com manifestações dermatológicas., sl., Ed. Medsi, 1994. p. 402-404.
Internete:
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