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PEDICULOSES
- PIOLHOS
Helen Cristina Gonçalves
Luiz Henrique Santos
Mirthes Garcez Patente
Supervisão: Profa. Mariza
dos Santos Castro, Pharm.D.
Farmacodinâmica 2-2s/97-
Publicado setembro/98
1- O
que é pediculose do couro cabeludo?
2- Quais
os tipos existentes de pediculoses?
3- Quais
os fatores que contribuem para a infestação por piolhos no
couro cabeludo?
4- Quais
as formas de transmissão das pediculoses ?
5- Quais
os sinais e sintomas das pediculoses?
6- Qual
a importância dos medicamentos para o tratamento das pediculoses?
7- Quais
os tipos de medicamentos utilizados no tratamento das pediculoses?
8- Quais
os medicamentos que não devem ser prescritos para o tratamento das
pediculoses?
9- Qual
o melhor método para o tratamento da pediculose do couro cabeludo?
10- Quais
os efeitos colaterais dos medicamentos dos piretróides sintéticos
e
monossulforados?
11- Como
fazer a monitorização do tratamento da pediculose?
12- Duranto
quanto tempo dever ser feito o tratamento?
13- Com
evitar a pediculose?
14- Quais
os métodos caseiros utilizados no tratamento da pediculose?
15- Qual
a orientação do farmacêutico ao portador de pediculose?
1- O
que é pediculose do couro cabeludo?
É uma parasitose causada
pelo piolho - Pediculus capitis-, que é um inseto pequeno,
sem asas, que fica firmemente aderido aos pêlos. Os ovos ficam aderidos
aos pêlos e são conhecidos por lêndeas.
2-
Quais os tipos existentes de pediculoses?
-
Pediculose do couro cabeludo,
causada pelo Pediculus capitis : é comun
em crianças e adultos, o piolho vive apenas entre os cabelos da
cabeça.
-
Pediculose do corpo, causada
pelo P. humanus : é rara, associada
a más condições de higiene e promíscuidade.
-
Pediculose da região pubiana,
causada pelo Phitirus pubis: fitiríase ou popularmente
"chato ". O piolho infecta as partes peludas do corpo, como axilas e pêlos
genitais.
3-
Quais os fatores que contribuem para a infestação por piolhos
no couro cabeludo?
Os principais fatores que
levam ao aparecimento dessa epidemia são os seguintes:
-
resistência do Pediculus
capitis aos inseticidas usuais.
-
aumento da população
humana e modificação dos hábitos sociais e afetivos,
favorecendo um maior contato entre as pessoas .
-
indiferênca das autoridades
em relação à infestação (ignorando-a
ou considerando-a passivamente como inofensiva).
-
falta de inspeção
em determinados grupos, como por exemplo o de idade pré-escolar,
que funciona como reservatório. (NEVES, 1995) .
4-
Quais as formas de transmissão das pediculoses ?
A transmissão pode se dar
principalmente através do contato. Isto é, como são
muito ativos passam rapidamente de uma pessoa a outra durante um aperto
de mão, beijo facial ou abraço. A coabitação
em locais apertados, salas de aulas ou transportes coletivos facilitam
a transmissão. Os "chatos " são transmitidos pelo contato
sexual.
Os estímulos para que os
piolhos mudem de hospedeiro são: temperatura, humidade e odor.
A transmissão de Pediculus
capitis e Phitirus pubis por meio de ovos é um evento
pouco provável. A transmissão indireta dos adultos
via pentes, escovas, gorros, bonés, toucas e fronhas
é bastante limitada, tendo-se em vista a curta sobrevivência
do inseto fora da cabeça ou do sitio de parasitismo.
(NEVES, 1995 & REY,1991)
5-
Quais os sinais e sintomas das pediculoses?
O sinal característico é
o prurido intenso (coçeira). A picada dos insetos provova uma dermatite,
causada pela reação do hospedeiro à saliva injetada
ao início da hematofagia. O prurido intenso leva o hospedeiro a
arranhar a pele, abrindo porta de entrada para germes patogênicos.(REY,
1991)
6-
Qual a importância dos medicamentos para o tratamento das pediculoses?
Não é necessário
usar medicamentos para o tratamento da pediculose humana.
Para o alívio da coceira
pode-se aplicar linimentos de calamina ou soluções de mentol
a 0,1%.
7-Quais
os tipos de medicamentos utilizados no tratamento das pediculoses?
Independentemente do seu
valor terapêutico há, atualmente, as seguintes drogas disponíveis
para o tratamento:
-
Benzoato de benzila
-
Organoclorados: BHC, lindano
-
Compostos sulfurados:monossulfiram
ou monossulfeto de tetraetiltiuram
-
Piretróides sintéticos:
produtos mais recentes análogos ao piretro da flor do crisântemo
e com pouca absorção pela pele- deltametrina e permetrina.
-
Pomadas mercuriais
-
Bioaletrina
Esses medicamentos podem
ser utilizados também para pediculose pubiana. (NEVES,
1995 & REY, 1991)
8-
Quais os medicamentos que não devem ser prescritos para o tratamento
das pediculoses?
Dos medicamentos prescritos para
o tratamento da pediculose humana, os que apresentam maior índice
de efeitos colaterais são os seguintes:
-
Pomadas mercuriais - muito tóxicas,
podendo provocar acidentes e lesões hepáticas e renais. Se
utilizada deve ser com muita precaução.
-
Benzoato de benzila -desasconselhavel
em caso de infecções secundárias no couro cabeludo.
-
Organoclorados (lindano, hexaclorocicloexano)
- é o isômero gama do BHC, cuja maior restrição
é acumular-se nos tecidos adiposos e circular pelos diversos componentes
das cadeias alimentares. Para alguns autores, pode causar ainda irritabilidade,
inquietação, nervosismo, insônia e convulsões.
Grande parte dos piolhicidas encontrados no mercado brasileiro apresenta
o lindano como principio ativo. (NEVES, 1995 & REY,1991)
Lindano e BHC foram envolvidos
em vários casos de anemia aplástica .( RUGMAN & COSSTICK,1990)
9-
Qual o melhor método para o tratamento da pediculose do couro
cabeludo?
O melhor método
para a erradicação da pediculose é a catação
manual, penteação com pente fino ou escovação
frequente para retirada das lêndeas.
Caso seja usado algum medicamento,
os agentes de escolha para os tres tipos de piolhos são a permetrina
e deltametrina, aplicadas topicamente. São compostos peritróides
derivados da planta Chrysanthemum cinerariaefolium . Possuem atividade
ovicida e pediculocida contra P. capitis . A taxa de cura varia
de 97 a 99%.(HOGAN,D.J & cols., 1991)
As loções de permetrina
ou deltametrina são aplicadas no couro cabeludo seco após
lavagem com xampu comun. O couro cabeludo precisa ser saturado com o líquido
e envolvido com uma toalha durante 10 minutos. Em seguida lava-se o cabelo
para a retirada do medicamento.
No caso de xampus contendo lindano
a 1% ou piretróides lava-se os cabelos 2-4 dias consecutivos
deixando a espuma durante 15 minutos, repetindo-se o tratamento uma semana
após para destruir as lêndeas abertas. Usa-se pente fino para
pentear os cabelos.
No caso da pediculose pubiana o
medicamento de escolha é o lindano a 1% , pois os demais são
muito irritantes para a região genital. Aplica-se duas noites seguidas
em todas as áreas pilosas com exceção da cabeça.
Repete-se o tratamento uma semana após o inicial.
10-
Efeitos colaterais dos medicamentos dos piretróides sintéticos
e monossulforados?
Os principais efeitos colaterais
são: prurido, ardência,vermelhidão,
irritação local,
erupções cutâneas, irritação
ocular e da pele, tontura,
convulsões e outros distúrbios do sistema nervoso central
e dormência.
No caso de hipersensibilidade ou
maior absorção, podem ocorrer vertigem, cefaléia,
náuseas, vômitos, diarréia, tremores, dispinéia,
cianose e colápso circulatório.(KOROLKOVAS, 1997; NEVES,
1995 & REY,1991).
11-
Como fazer a monitorização do tratamento da pediculose?
Verificar através de inspeção
constante se há ou não a existência de lêndeas
viáveis, além da presença de parasitas adultos (piolhos).
12-
Duranto quanto tempo dever ser feito o tratamento?
O tratamento adequado - catação
manual - deve se estender até o desaparecimento total de parasitas
adultos, ninfas e lêndeas viáveis.
13-
Com evitar a pediculose?
Evitar lugares fechados, contato
com pessoas infectadas; não utilizar pentes, escovas, toucas e fronhas
de pessoas com o parasita.
14-
Quais os métodos caseiros utilizados no tratamento da pediculose?
Hoje sabe-se que o tratamento da
pediculose deve ser feito apenas com métodos caseiros. São
eles:
-
Catação manual
- com destruição do inseto em seguida ( preferencialmente
ao fogo ou em imersão em frasco com álcool).
-
Penteação ou escovação
frequente - com o objetivo de se retirar principalmente adultos e ninfas.
Este método se torna mais eficaz quando utilizado com pente especial
(pente fino).
-
Ar quente - proveniente de secador
de cabelo é aplicado por alguns minutos diariamente. Seu efeito
é maior contra as l.êndeas do que contra os adultos jovens,
já que aquelas estão aderidas ao cabelo.
-
Raspagem de cabeça - embora
atuando eficazmente e causando sentimento de vergonha e hostilidadee aos
parasitados, é um método de alto valor ainda empregado em
certas comunidades.
-
Corte curto dos cabelos - só
apresentando valor se cortado até 8 mm a partir do couro cabeludo.
-
Óleos, cremes, vaselina
- quando usados nos cabelos, dificultam a sobrevivência do inseto,
porque os fios de cabelo tornam-se escorregadios, agindo como obstáculo
à aderência por parte das garras de adultos e ninfas ou do
cimento dos ovos. Quando o pente fino for utilizado em cabelos previamente
massageados em óleos e azeites a eficácia será aumentada,
porque tais substâncias imobilizam os insetos. (NEVES,1995).
15-
Qual a orientação do farmacêutico ao portador
de pediculose?
Orientar sobre o melhor método
de tratamento (catação manual e pente fino) e quanto
aos métodos caseiros para erradicar os piolhos e lêndeas.
Esclarecer sobre os efeitos adversos dos medicamentos disponíveis
no mercado , e que a utilização dos mesmos é
desnecessária. Caso o cliente queira também usar medicamentos,
orientar quanto ao que será mais seguro e como utilizá-lo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1-HOGAN,D.J.; SCHACHNER,L.
& TANGLERTSAMPAN, C. Diagnosis and treatment of childhood
scabies and pediculosis Pediat. Clin.
North. Am. 1991, 38:941-957.
. 2- KOROLKOVAS, A. Dicionário
Terapêutico Guanabara 1996/1997. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1997.p. 19.7-19.9
3- NEVES, D. P..Parasitologia
Humana. 9a ed. Belo Horizonte: Atheneu, 1995. p.
446-452 e 467-471.
4- REY, L. Parasitologia. 2a
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p.657-659.
5-- ROZENFIELD, S. & EDAIS PEPE,
V. L. Guia Terapêutico Ambulatorial 1992/1993. Porto Alegre:
Artes
Médicas 1992. p. 129.
6-RUGMAN, F.P & COSSTICK, R.
Aplastic anemia associated with organochloride pesticide: case reports
and review of evidence. J.Clin. Pathol. 1990, 43;98-101.
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