Autor - Enfª Paula Antunes

             

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AMIGDALITES

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1 -LOCALIZAÇÃO E FISIOLOGIA DAS AMÍGDALAS

As amígdalas são uma massa de tecido linfóide de forma ovalada situadas na parte posterior da garganta. Elas fazem parte do sistema imunitário e são uma componente importante na aquisição de defesas do organismo contra as infecções. Juntamente com os adenóides, as amígdalas protegem contra as infecções do tracto respiratório superior. As amígdalas desenvolvem-se gradualmente a partir do nascimento e atingem a sua dimensão máxima cerca dos 7 anos de idade. As amígdalas fazem parte do sistema linfático de waldeyer. São ricas em tecido linfóide, participando na produção de linfócitos B e linfócitos T (responsáveis pela imunidade). Os linfócitos B estão ligados à produção de anticorpos séricos específicos, como as: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE, ao se transformarem em plasmócitos, por estímulos antigénicos. Assim as amígdalas e a faringe, fazem parte dos mecanismos de protecção imunitária do organismo, através de suas formações linfóides.

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2 - O QUE SÃO AMIGDALITES ?

São um processo infeccioso da garganta que atinge isoladamente as amígdalas palatinas.

3 – TIPOS DE AMIGDALITES:

- Amigdalites agudas

- Amigdalites crónicas

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3.1 - AMIGDALITES AGUDAS
3.1.1 – Amigdalite banal ou eritematosa - de origem víral (Adenovírus, Epstein-barr, Citomegalovírus, vírus da parotidite.......), e quando o vírus diminui as resistências locais, pode predispor a outra infecção por bactérias e formação de pontos brancos purulentos – Amigdalite eritemato-pultácea ( Streptococos, tafilococos, Pneumococos, Influenza).
3.1.1.1 - Sinais / Sintomas

- Febre alta

- Mal estar

- Amígdalas hipermeadas

- Amígdalas hipertróficas

- Amígdalas cobertas de pús (amigdalite eritemato-pultácea)

- Anorexia

- Odinofagia

- Talvez otalgia reflexa

- Aumento dos nódulos linfáticos cervicais

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3.1.1.2 - Complicações

Locais: Abcesso periamígdalino, Fleimão cervical

Gerais: Alterações renais, vasculares, viscerais,febre reumática.

3.1.1.3 - Terapêutica

- Antibiótico específico para o agente infeccioso mais frequente: PENICILINA (IM 1.200.000U), ou se alergia ERITROMICINA.

- Desinfecção orofaringe.

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3.1.2 –Amigdalite pseudo-menbranosa ou diftérica (falsa mebrana)

- Caso raro (por existir vacinação)

- Não esquecer a mononucleose infecciosa

3.1.2.1 - Sinais / Sintomas

- Exsudado fibrinoso sobre a parte posterior da garganta, revestindo toda a mucosa

- Placas esbranquiçadas muito aderentes à superfície da amígdala

- Febre baixa (forma leve)

- Febre elevada (forma grave)

- Isola-se o bacilo diftérico no exsudado

- Mal estar geral

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3.1.2.2 - Complicações

- Extensão á laringe (pode levar a traqueostomia)

- Coriza nasal - Gânglios aumentados

- Compl. Nervosas ( paralisia véu do paladar, da faringe e laringe)

- Compl. Renais (nefrite com hematúria)

3.1.2.3 - Terapêutica

- Soro anti diftérico (40-60.000U/dia) nas formas graves, podendo ser a única forma de neutralizar as toxinas.

- Penicilina e digitálicos, se necessário.

- Anti-anafiláticos

- Lavagem e desinfecção local

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3.1.3 - Amigdalite ulcero - necrótica

Quando existe perda de substância e leva á necrose.

3.1.3.1 –Sinais e sintomas

mal estar geral febre alta amígdalas que apresentam ulcerações cheiro fétido dor intensa adenopatias cervicais e submandibulares Podem estar relacionadas com: Cáries dentárias Amigdalites de repetição

3.2 - AMIGDALITES CRÓNICAS

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3.2.1 – Amigdalite críptica

Chama-se à inflamação crónica das amígdalas e traduz-se por hipertrofia e presença de massas caseosas nas críptas amígdalinas, com odor fétido causado por germes banais, saprófitas, aeróbios, anaeróbios, germes específicos, bacilo de kock, e muitas vezes por compostos de células epiteliais de descamação, restos alimentares e neutrófilos degenerados, denominadas de caseum.

3.2.1.1 - Sinais / Sintomas

- Críptas alargadas

- Superfície irregular

- Hiperemia

- Amígdalas hipertróficas

- Sensação de corpo estranho, picadas

- Odinofagia (por vezes)

- Talvez otalgia reflexa

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3.2.1.2 - Complicações

Locais:

- Recidiva de amigdalite aguda

- Abcesso peri amigdalino

- Abcesso cervical

Gerais:

- Nefrite

- Alterações articulares

- Alterações cardíacas ( febre reumática )

3.2.1.3 - Terapêutica Médica:

Pouco eficaz

Penicilina benzatina ou eritomicina

Cirúrgica: Amigdalectomia

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4 - ABCESSO PERI AMIGDALINO

- Abcesso intra faringeo situados entre a cápsula da amígdala e a parede da faringe.

4.1 - Sinais / Sintomas

- Febre elevada superior a 38ºC

- Hipertrofia da amígdalas

- Odinofagia

- Disfagia cada vez mais acentuada

- Voz nasalada ( alteração da fonação pela hipertrofia amigdalina )

- Respiração difícil ( aumento da tumefação )

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4.2 - Complicações

Locais:

- Fleimão cervical

- Tromboflebite da jugular interna

Gerais:

- Nefrite

- Abcesso pulmunar

- Septicémia

4.3 - Terapêutica

1. Antibioterapia

2. Incisão no abcesso entre o 4/6º dias, com anestesia local, com drenagem da supuração.

3. Candidato a amigdalectomia, que se poderá efectuar ¾ semanas após término do abcesso ( porque tem uma maior incidência para novas recidivas ).

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5 - AMIGDALECTOMIA

Antes da era antibiótica existia grande número de amigdalectomias, com o objectivo de controlar as infecções repetidas da garganta. Embora muitos dos quadros de infecções repetidas tenham passado a ser controlados com medicamentos, existem ainda circunstâncias em que há necessidade de praticar essa cirurgia

5.1 - Indicações absolutas

- Aumento exagerado do tamanho das amígdalas com dificuldade na deglutição,

- Aumento exagerado do tamanho, com dificuldade em respirar.

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5.2 - Indicações relativas

- Amigdalites de repetição que ocorrem 5 ou mais vezes por ano,

- Abcessos peri amigdalinos quando precedidos de amigdalites de repetição,

- Amigdalites focais, por existência de focos de toxinas e bactérias armazenadas nas amígdalas,

- Mau hálito constante pelas amigdalites crípticas,

- Convulsões febris, quando estas ocorrem por amigdalites,

- Apneia obstrutiva do sono, quando existe grande hipertrofia das amígdalas e que está acompanhada pelo sono inquieto.

 

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