INDÚSTRIA
DO TURISMO PROMOVE
O MITO DA ORLA "CALIENTE" NO BRASIL
O turismo no Brasil encontra poderosa demanda nas capitais situadas na orla marítima, como Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador, Recife e Fortaleza.
Rio de Janeiro e Salvador são as cidades mais rentáveis e, por isso, são os "xodós" da indústria turística nacional.
Todo mundo sabe que o sexo, a sensualidade feminina, são elementos eficazes para o êxito turístico no Brasil. E que o turista do sexo masculino é considerado um "investidor" de grande potencial, pois é o homem que além de gastar muito dinheiro no turismo, também gasta no sexo, no Carnaval, e em outras atrações lúdicas.
Diante disso, o turismo em geral busca no segmento do "turismo sexual" uma forma de atrair mais dinheiro. Dessa forma, cria-se o mito das "capitais calientes", que "sempre possuem mulheres disponíveis", afinal, não se pode desagradar o turista.
Salvador, cidade que, como as capitais do Norte e Centro-Oeste, conta com um número de homens superior ao de mulheres - na proporção de dois ou três homens para cada mulher - tem que apresentar a realidade inversa, afinal se divulgarem a verdade os turistas do sexo masculino simplesmente se afastariam da capital baiana e o faturamento da indústria turística simplesmente cai.
O MITO CALIENTE
Os videoclipes de artistas hispânicos e os popularescos brasileiros, assim como as propagandas turísticas, dão idéia dessa fantasiosa imagem da Bahia e de outras capitais brasileiras, como terras "calientes", que dizem curar "dor de cotovelo" mas fazem muitos homens na realidade se sentirem como um verdadeiro Werther sob um sol de 40 graus à beira-mar.
É porque o mito da "terra caliente" consiste em homens bem-sucedidos física ou financeiramente que são tidos como "ideais" para conquistar as mulheres. E aí, com mais de 20 anos de campanha turística, os homens que se encaixavam nesses padrões, sejam do interior baiano ou de outros cantos do Brasil e do mundo, vieram massivamente à Bahia e tomaram as mulheres.
Com isso, se vê mais mulheres comprometidas em Salvador e os homens que não se encaixam nesses padrões ficam a ver navios, se sentindo como o personagem do escritor alemão Goethe, chamado Werther, que era apaixonado por uma mulher comprometida e, não podendo conquistá-la, se suicidou.
Salvador é uma cidade quente, mas volta-e-meia a "frente fria" joga um balde de água fria nesses mitos fantasiosos.