POR QUE NÃO EXISTEM TANTAS MULHERES NO BRASIL COMO ANTIGAMENTE?

 

Nos últimos trinta anos, as mulheres passaram a se expor a diversos males, tanto quanto os homens. Inúmeros fatores lamentáveis, como o crescimento da AIDS na população feminina e os crimes passionais estimulados pela impunidade de seus culpados, fizeram com que a vida de muitas mulheres fosse ceifada, mesmo precocemente. Além disso, males como estresse, enfartes também atingem as mulheres na atualidade, e o alcoolismo encontra no sexo feminino uma vítima frágil e bem menos resistente.

Outros fatores, como os vários tipos de câncer, a nicotina, as drogas e os acidentes de trânsito também contribuíram para a redução da predominância feminina na população de muitas cidades brasileiras. Aliás, conforme se observa, as mulheres do interior do país não se expõem a tantos riscos assim. Então é o interior ou o litoral que aponta ter mais mulheres do que homens? Certamente que o interior demonstra uma presença feminina bem melhor.

O nascimento de mulheres, que parece ser muito dominante, na verdade tem um equilíbrio com o nascimento de homens. Segundo reportagem recente da Época, sobre vida amorosa e sites casamenteiros, até cerca de 30 anos o número de homens e mulheres é equilibrado. Teoricamente depois dessa faixa, vão se predominando as mulheres, pela alta vulnerabilidade dos homens.

Só que outro fator vêm à tona. A migração de homens do interior para as regiões litorâneas, e dos homens em geral - incluindo estrangeiros - para cidades de enorme potencial turístico, é assustadoramente grande. Podemos dizer que o aumento de homens na população de Salvador alcançou uma margem de 200% se compararmos os anos de 1981 e 2001. Com uma grande campanha turística, fortalecida pela axé music (música carnavalesca baiana) e pelo pagode baiano, e estimulada pelo elemento "sexo", seja oficial (a associação da capital baiana a mulheres sensuais) ou clandestino (tráfico de mulheres, incluindo menores, para o exterior), em vinte anos a predominância feminina na população de Salvador acabou. Agora tem mais homens que mulheres na terra de Dorival Caymmi.

Nota-se em várias situações do cotidiano da capital baiana a presença dominante de homens, em ônibus lotados, em supermercados, em praias, festas, etc.. Nota-se um número assustador de mulheres comprometidas, e um número inexpressivo de mulheres dispostas para a conquista, sendo bastante frequente o fracasso que até muitos homens extrovertidos têm quando tentam "azarar" mulheres nas festas.

Além disso, a prática de "galinhagem" é uma forma de fazer da infidelidade amorosa uma compensação para a carência afetiva. Infelizmente as frequentes citações da infidelidade amorosa na literatura baiana são confundidas com uma pretensa tradição cultural atribuída a este costume.

Assim, se vê que o Brasil não é mais o paraíso cheio de mulheres acessíveis que muitos até hoje insistem em pregar. Passaram-se mais de 20 anos e o Brasil perdeu muitas mulheres e ganhou muito mais homens. E que a beira do mar não é justificativa para se dizer que o litoral é o 'jardim do Eden' para cada nativo brasileiro. Quem quiser fantasia que vá assistir ao sinfônico desenho animado de Walt Disney.

 

Voltar