O
tabu acabou ou a fórmula acabou? Tanto faz
o que aconteceu, só que é notável e
marcante a presença feminina no mundo rock'nroll,
se no futebol e na política elas ainda não
conquistaram o seu espaço, não é isso o
que se vê no velho estilo musical! Porém
muito já se falou sobre os espaços
conquistados pela mulher na sociedade atual.
Tanto que a tradicional figura da
dona-de-casa não é a única no
inconsciente coletivo e hoje em dia é mais
que comum vermos mulheres se formando nas
mais concorridas e renomadas universidades.
Uma prova conclusiva disso é o destaque que
várias mulheres têm em um meio
extremamente machista como o rock. Se antes
eram as musas inspiradoras, na maior parte
das vezes tratadas apenas como mero objeto
sexual, hoje fazem parte das bandas,
lideram, compõem, trabalham na produção
de shows ou na imprensa especializada.
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Saron
Del Adel (Whitin Temptation) |
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Ainda na década de 80 alguns grupos
femininos fizeram sucesso no Brasil
(Sempre Livre, Volkanas) e no exterior
(Girlschool, Go Go's). Mas foi na
última década do século XX que as
mulheres entraram com força total no
rock e, ironicamente ganharam muito
espaço no setor mais extremo da
música: o nosso heavy metal.
Anteriormente guiados
por Iron Maiden, Kiss e Sepultura, por
exemplo, os fãs do estilo adotaram
como novos ídolos Lacuna Coil, The
Gathering, Whitin Temptation,
Tristania e Nightwish, para citar apenas alguns. Bandas
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com vocais
femininos e que passaram a chamar atenção
do público não só pela beleza das
cantoras, mas pelo diferencial que
elas dão ao som e pela qualidade do
trabalho das mesmas.
O
sucesso destes e de outros grupos
atraiu mais mulheres para a platéia,
criando um óbvio processo de
identificação entre as jovens que
antes estavam no meio rock apenas como
coadjuvantes. Agora elas também
passaram a ter um referencial no
palco. As meninas notaram que podiam
fazer parte de forma atuante no mundo
da música. |
No Brasil, bandas como Silent Cry (Gothic/Doom),
Dark Eden (Dark Metal), Scar Souls (Heavy
Metal), Occult (Black Metal),
Shadowside (Heavy Metal), (que têm
mulheres nos vocais) e Valhalla
(formada exclusivamente por mulheres e
adepta ao estilo agressivo e que
possivelmente venham à ser à única
banda do mundo neste estilo, o death
metal formado inteiramente por
mulheres e que tem agradado à muitos
e conquistado o respeito das
gravadoras, como foi a contratação
da banda pela paulistana Hellion
Records) estão lutando por um espaço
no underground. Todos com discos ou EP's
lançados e vários shows pelo país,
estes grupos não tiveram
dúvidas ao apostar na
presença
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As
mulheres do ótimo Valhalla! |
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feminina, cada um com seu referencial,
o Silent Cry utiliza a presença
feminina para os tradicionais vocais
sopranos, o Dark Eden
conseqüentemente também, o Scar
Souls e Shadowside levantam a bandeira
feminina no heavy tradicional e
melódico e o Occult utiliza a
vocalista Lady of Bloody para expurgar
as almas cristãs em um black metal
cru e ríspido e ainda sobre estas
bandas, conversando com Dani Nolden,
vocalista e frontwoman do Shadowside
(Santos/SP) diz como é difícil
pertencer à este posto:"Não
é fácil liderar uma banda, nem
assumir a frente nela, especialmente
sendo uma mulher. As pessoas tendem a
atribuir os erros ao sexo, então você
precisa tentar manter o trabalho
totalmente sem erros, o que é impossível...mas
isso está mudando, os meninos da
banda enxergam isso com naturalidade,
eles nunca deram a entender que
preferiam um homem nos vocais da
banda...há algum tempo atrás existia
a surpresa por parte das pessoas em
relação a isso, mas acho que já estão
todos vencendo os preconceitos."
e sobre a participação feminina no
competitivo mundo do rock Dani emenda:
"Acho que a mulher tem
tanta competência quanto o homem em
qualquer área, incluindo na música e
no Rock. Existem grandes cantoras,
como Doro Pesch, que já provaram que
o mundo do Rock não precisa ser
exclusivo dos homens. Aos poucos, mais
mulheres estão entrando na música e
isso é ótimo, talvez mais bandas só
de mulheres aparecerão!"
. A cena hardcore, uma das mais
engajadas e politizadas, tem entre
outras, a banda Dominatrix, também
composta apenas por mulheres. O grupo
holandês Bambix é outro nome forte
do estilo, algo que se pôde ver nas
duas excursões já realizadas pelo
Brasil com sucesso total.
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Gwen
Stephany (No Doubt) |
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Na “indústria” da música a atuação
de mulheres também está se tornando
comum. Quem acha que Penélope Nova é
apenas VJ da MTV Brasil se engana
muito. A irreverente filha de Marcelo
Nova é também relações públicas
da emissora. Ainda na MTV Brasil, Alê
Briganti é supervisora do setor de
Relações Públicas e está com
alguns projetos musicais em andamento.
Alê fez parte do Pin-Ups, grupo que
se destacou na primeira metade dos
anos 90.
No escritório brasileiro da Century
Media, uma das maiores gravadoras de
heavy metal em todo o planeta, quase
cinqüenta por cento dos funcionários
são mulheres e praticamente todas têm
algum tipo de envolvimento
com
o heavy metal. |
Um
exemplo é a gerente da empresa, a
argentina Viviana Torrico, que já
trabalhou na produção do Dynamo Open
Air – um dos maiores festivais de
rock de todo o mundo – e nas
cinco primeiras edições do Merco
Rock – festival que reúne bandas
brasileiras e latino-americanas
anualmente em Balneário Camboriú
(SC), um exemplo de
profissionalismo feminino neste
universo metálico, Viviana
comenta a sua situação, "No
lado empresarial o que tento
levar adiante é um trabalho com
PROFISSIONAIS de cada área
independente do sexo.
Por muito tempo, o
business do metal esteve muito
mal dirigido, era muito difícil
ver profissionalismo em um grupo
de fãs que se juntava com a
intenção de produzir eventos,
fazer revistas, ou montar uma
gravadora. Hoje em dia existem
pessoas que não deixaram de ser
fãs, mas se aperfeiçoaram para
poder fazer dessa paixão o meio
de vida no trabalho. Muitos
daqueles amantes do Heavy Metal
talvez descobriram que
podiam escrever sobre as
bandas que eles curtiam e, |
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Lacrimosa |
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de
alguma forma, isto os motivou
para estudar jornalismo, por
exemplo. “Machismo”
é uma coisa cruel e um tanto
ignorante que já me tocou de
perto. Perceber que alguma das
pessoas com que você trabalha não
quer se entrosar com um projeto
por ser uma idéia de uma mulher
é verdadeiramente triste. Mas
devido à consolidação da
Century Media no mercado e a uma
reestruturação pela qual a
empresa passou, tudo isto foi
totalmente abolido. Hoje em dia,
cada um tem plena consciência
da sua importância na empresa e
que, para crescer profissional e
pessoalmente, tem que aprender a
interagir sem nenhum tipo de
preconceito.", além de
filosofar grandiosamente à
respeito da cena metálica,
manda um opinião sobre as
mulheres neste novo universo
metálico, |
"Agradabilíssimo!!
Especialmente no estilo ghotic
rock, a sensibilidade junto à
voz feminina transmite uma sensação
muito boa. Acho que podemos nos
preparar para receber grandes
talentos acompanhados de belas
figuras.". Rita
Militão, responsável pelo
Departamento de Compras da gravadora,
foi proprietária de uma tradicional
loja de CDs em Fortaleza (CE),
organizou vários shows na capital
cearense, comandou um programa de rádio
e ainda empresariou bandas como Dorsal
Atlântica, Ratos de Porão, Genocídio,
P.U.S., Overdose e The Celts. |
|
A
imprensa especializada é outra área
do rock que está, aos poucos, sendo
“tomada” pelas mulheres. Os
websites Fire Rock,
Phenomenon Music e Mundo do Rock
são dirigidos por elas. Outros
portais como Rock On Line e Whiplash também têm mulheres ocupando cargos
de importância. A revista Valhalla,
uma emergente publicação sediada em
Sorocaba (SP), tem Claudia Abondanza
como responsável pela Editoria de
Arte.
Do
Website Fire Rock, Isabel
Tavares, que faz parte da redação,
que aliás conta com mais duas
mulheres, Carla Marabesi e Cristiane
Tavares, dá a sua versão do fato de
ser uma mulher no mundo do rock, ou
melhor quase que uma estranha no
ninho? Talvez não... : "não
acredito que eu tenha um tratamento
muito diferenciado por ser mulher, é
um trabalho como qualquer outro,
apesar da presença
masculina
ser predominante, temos o mesmo
trabalho para conseguir boas matérias,
entrevistas
e tudo mais,
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Liv
Kristine (Theathre of Tragedy) |
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tanto
quanto eles.
O máximo que pode acontecer, é
escutar um gracejo de algum engraçadinho
na primeira fila de um show, se no
caso a mulher for fotógrafa." E
ainda emenda: "
Eu
acredito que as pessoas em geral,
abriram um pouco mais suas mentes para
essas mudanças que são inevitáveis.
As pessoas pararam de procurar na
mulher a ‘agressividade’ tão
característica do Heavy Metal e
passaram a integrá-las como peças
principais de algumas áreas, como por
exemplo, essas bandas que você citou
acima.
As pessoas perceberam que a
agressividade do Metal aliada a
sutileza dos vocais femininos seria
uma combinação excelente, e a
aceitação foi imediata. Todos
saíram ganhando."
Outros
exemplos não faltam. A designer gráfica
Priscila Farias teve seu trabalho
reconhecido depois de ter criado a
capa do primeiro álbum do Ratos de
Porão, bem como o logotipo do grupo.
Hoje ela supervisiona a revista comemorativa
dos 20 anos de existência da
principal banda punk do Brasil. Syang,
que iniciou a carreira como
guitarrista do extinto grupo death metal
P.U.S., e agora ganhou espaço
na mídia com sua participação no
programa televisivo “Casa dos
Artistas 2”, do SBT.
Obviamente, a história da música pop
brasileira e mundial também tem vários
capítulos escritos por mulheres.
Janis Joplin, Nina Hagen, a colombiana
Shakira, a estupefata Gwen Stephany
(No Doubt) são apenas alguns exemplos
estrangeiros. No Brasil, Metrô e Kid
Abelha tiveram destaque nos anos 80,
enquanto Cássia Eller se impôs na década
seguinte e atingiu o auge no início
do novo milênio. Mas as estrelas do
pop rock sempre levarão consigo o
estigma de serem mainstream.
Sempre serão acusadas de estarem no
topo por terem o apoio de gravadoras e
empresários. Não se nega a qualidade
delas, mas isto se torna um fator a
mais para ressaltar a vitória das
mulheres que estão envolvidas com
estilos de música underground, que não
têm suporte da grande mídia.
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Ana
Laura (Oratory) |
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A presença feminina no mundo do rock/heavy
metal pode ser dividida em três
fases. Na primeira, surgiram grupos
formados por talentosas jovens, como
as Runaways, que não alcançaram o
sucesso, mas de onde saíram Joan Jett
e Lita Ford, duas ótimas guitarristas
que mais tarde tiveram destaque. Elas
e várias outras tentaram apagar a
imagem de símbolos sexuais, tentaram
provar que as mulheres também podiam
fazer rock de qualidade. No entanto,
outras como Betsy Bitch e Vixen
apelavam para performances mais
sensuais do que musicais. Também não
podemos esquecer da batalhadora e
firme até os dias de hoje Doro Pesch,
que já liderou o extraordinário
grupo oitentista alemão Warlock.
O início dos anos 90 foi marcado também
pelas Riot Grrls, movimento formado
por grupos femininos que repudiavam
totalmente o tratamento meramente de
caráter sexual destinado às mulheres
na música. Esta pode ser considerada
a segunda etapa da evolução feminina
no rock. A agressividade e o jeito
desleixado de bandas como L7 davam uma
idéia do período. |
Foi nesta mesma época que a terceira
fase iniciou, de forma tímida e
fomentada curiosamente pelos homens.
Alguns grupos passaram a incluir
convidadas especiais para algumas músicas,
mas a qualidade do resultado final
logo mudou tudo e as mulheres entraram
definitivamente no rock/heavy metal,
ganhando status de atração
principal. O pioneiro foi o Paradise
Lost, que trouxe uma voz feminina para
fazer o contraponto com o estilo
gutural de seu vocalista. Na
seqüência vieram Theathre Of Tragedy,
The Gathering e 3rd And The
Mortal. O Theathre of Tragedy além de
inovar revelou uma excelente cantora
também para a música
pop/contemporânea Liv Kristine.
|
Em 1995, o Lacrimosa grava
“Inferno” com Anne Nurmi e se
torna o principal nome da música gótica
moderna, que incorporou o peso do
heavy metal à melancolia dos grupos góticos
da década anterior. Logo depois veio
o boom do movimento com as sopranos
como a finlandesa Tarja Turunen,
figura máxima do Nightwish, Sharon
Del Adel, do Within Temptation, Floor
Jansen do After Forever, entre outras
com os grupos Edenbridgem, Macbeth,
Oratory, etc. Ultimamente a última
inovação foi o curioso e primoroso
projeto Ambeon de Arjen
|
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Sinergy
(vocalista Kimberly Goss) |
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Lucassen (Ayreon) que contou com uma
holandesa de 14 anos, Astrdi van der
Veen, que mostrou a cativa e
surpreendente voz da garota que pode
levá-la ao estrelato da música pop
mundial! Cada vez mais surgiram grupos
em que
vocais urrados pelos homens convivem
com sopranos que poderiam estar em
qualquer ópera famosa e além deste
estilo não podemos esquecer que o
Heavy Metal pode ser considerado um
campo ainda pouco explorado pelas
mulheres, deixando aí a questão à
elas resolverem à se aventurar pelos
caminhos difíceis porém
gratificantes do underground.
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Great
Kat |
|
Porém
não é somente no caminho do metal
gótico que as mulheres cresceram
não, no meio power metal surgiu o
ótimo Sinergy que tem em seu vocal a
carismática e dona de uma potente voz
Kimberly Goss e no meio heavy metal,
só para citar é possível destacar a
norte-americana 'que-se-passa-por-maluca' Great
Kat, uma exímia guitarrista.
violinista e maestra que transforma
maravilhosamente bem música erudita
em heavy metal! Além de citar a Kat,
faço questão de colocar aqui uma
pérola mandada por
|
ela
em uma entrevista que eu li e tem tudo
à ver com o tema, quer dizer ela
está falando à nós, homens e sobre
o seu modo de ser nas fotos tiradas
para divulgação da própria: "Great
Kat tem que ser sexy e ser uma
dominadora satânica, pois esse é o
único modo que vocês - machos
chauvinistas obcecados pelo próprio
pênis - conseguem entender. Eu
preciso chicotear vocês todos
mariquinhas para que fiquem submissos
a mim e entendam minha genialidade
clássico-metálica. Todos têm que se
ajoelhar e lamberem meus pés!" E
aí vai encarar??? |
Não há mais dúvidas sobre a importância
das mulheres no rock. Demorou para que
fossem aceitas e respeitadas, mas agora que
conquistaram seu espaço, dificilmente irão
largá-lo,, exemplos aqui não
faltaram, faltou sim espaço,pois se formos
listar a quantidade de bandas undergrounds
que estão colocando as mulheres prá
sacudir seja em instrumentos, seja no vocal,
esta página e matéria irá ficar
interminável, por isso só se pode dizer
uma coisa: pobre dos machistas que ousarem
desafiá-las!
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Tristania,
que conta com Vibeke nos vocais |
|
Texto
adaptado por Vinícius Botti Vidal
Mais
Fotos que destacam a presença
da mulher no rock e heavy
metal!!! |
Clique
nas fotos para ver no
tamanho original... |
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[
Lana Lane ] |
[
Trail Of Tears ] |
[
The Syns of thy... ] |
[
Edenbridge ] |
1 |
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[
Arch Enemy ] |
[
The Gathering ] |
[
Lacuna Coil ] |
[
Dreams of Sanity ] |
1 |
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|
[
After Forever ] |
[
Ambeon
] |
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1 |
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Alguns
site que foram citados na
matéria: |
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