Entrevista - Carbona

04/09/2001 - Entrevista com a banda carioca Carbona, que em um pouco mais de 3 anos de existência esta lançando seu 5° CD ''A Mighty Panorama of Earth-Shaking Rock n' Roll''.

Show do Carbona

(Por Bruno)

BSP - Nome Instrumento, Idade e Naturalidade.

Pedro Roberto, bateria, 25 anos, Carioca e tricolor
Henrique, guitarra e voz, 26 anos, Brasileiro
Melvin, baixo, 23 anos, carioca

BSP - Banda preferida de cada?

HENRIQUE: Ramones
PEDRO: Screeching Weasel, Ramones, The Queers
MELVIN: Weezer.

BSP - Como vocês formaram a banda?

MELVIN: Da forma mais despretensiosa possível: uma conversa dessas de bar
que nunca dá em nada mas dessa vez deu. Resolvemos montar uma banda de
bubblegum que ia ensaiar muito porque a gente gostava muito de tocar, E assim foi.

Show do Carbona


BSP - Que música vocês mais curtem tocar em um show, e qual a galera fica mais animada?

HENRIQUE: "foot fetish", "are you like i used to be", "Macarroni Girl", "Macarroni" e "Lolypop lemon drops".
PEDRO: "If the kids", "Macarroni" ou "Lollypop"
MELVIN: "taking pills", "viva los loosers", "second to decide", "Macarroni" e "Lolypop".

BSP - Qual o show mais memorável do Carbona?

HENRIQUE: Varios do Hangar SP e Camboriu
PEDRO: Show do hangar (q
uando quebramos o recorde de publico), Camboriú - Agradável surpresa e Show do Queers em SP
MELVIN: Qualquer um das duas turnês e o Hangar sempre.

BSP - Faça um breve resumo do Carbona nesses anos de existência.

PEDRO: Foram 3 anos inesquecíveis, tocando e conhecendo lugares e gente nova...e vem muito mais por ai!
MELVIN: 5 CD's lançados, várias coletâneas, duas mini-turnês, mais de 100 shows... muito mais do que poderíamos esperar quando começamos a banda.

Novo CD da banda Carbona ''A Mighty Panorama of Earth-Shaking Rock n' Roll''.

BSP - Vocês estão lançando o novo CD "A Mighty Panorama of Earth-Shaking Rock n'Roll", Fale um pouco sobre este CD.

MELVIN: É o nosso quinto disco e foi gravado bem como queríamos: no Fuzz, um studio onde nos sentimos muito à vontade, com o Stanley Zvaig produzindo e todo o tempo do mundo para gravar. O estilo é o mesmo de sempre e esse é provavelmente o meu CD favorito da gente junto com o primeiro. São 12 músicas e foi lançado por um selo nosso, ainda que com todo o apoio da 13 records, que lançou os nossos anteriores .



BSP - Qual foi a principal dificuldade que a banda encontrou nesses anos de existência?

HENRIQUE: Conciliar banda com trabalho. Não dá pra viver de banda, portanto trabalhar é a solução. Só que com o trabalho, em função da escassez de tempo, a atividade banda acaba ficando cheio de limitações. Tempo, distância das cidades, etc.

BSP - Vocês já tocaram com bandas como Marky Ramone and The Intruders, Grinders,
Okotô, The Queers, Buzzcocks. Isso ajudou na divulgação da banda? Como foi
esses show para a banda?

HENRIQUE: Tocar com o Marky Ramone em São Paulo na Broadway foi um divisor de águas. (Agradeço a oportunidade ao Renato da Ataque Frontal). Aquele dia nos
possibilitou a divulgação da banda em São Paulo, um dos maiores mercados de
música (e de qualquer coisa) do Brasil. Hoje tocar em sampa é um dos maiores prazeres da banda. Os outros shows foram especiais, cada um à sua maneira.
PEDRO: The Queers foi memorável!
MELVIN: O The Queers talvez tenha sido o mais importante, mas o do Marky talvez realmente tenha sido o que mudou nossa vida. Fora isso, não dá para
esquecer de Groovie Ghoulies e Chixdiggit.

Carbona e Muzzarelas



BSP - O que vocês acharam da morte de Jeffrey Hyman, "Joey Ramone"? Já que OS RAMONES é a maior influência do Carbona.

HENRIQUE: Achei uma merda. O que mais posso falar? Lamento como ser humano e como fã. Como ser humano, pelo fato do cara ter morrido tão novo e como fã por saber que nunca mais vou ouvir um disco novo do Ramones. Mas o cara foi em paz eu acredito... mais de mil shows e mais de 20 discos, além de ter segurado a caneta que escreveu a história da música.
PEDRO: Grande perda, ainda mais que nunca mais vou poder ver os Ramones...
MELVIN: Uma perda grande. Ele continua vivo através da sua obra, que graças a Deus é extensa e muito boa, mas foi uma pena ele não ter podido aproveitar
mais tempo por aqui. Além disso, pouca gente destacou o lado dele de grande conhecedor do rock n'roll.

BSP - Qual a opinião de vocês sobre o rock Undergroud nacional atualmente?

HENRIQUE: No rock underground estão as maiores bandas de rock do país. Deste grupo das melhores fazem parte bandas que gosto e que não gosto. Mas isso pouco importa, o fato é que elas estão pra cima e pra baixo nas estradas e palcos à vista do público. O que falta para o rock alternativo " explodir" é um maior senso de profissionalismo das bandas. Falando português claro: se valorizar. Se a banda não se valoriza, não é o produtor de show e dono de bar que ganha dinheiro nas suas costas que vai te dar valor. Se a banda não te dá a grana, vc tem que buscar trabalho numa porra de esquema 9 as 19. E aí, vc abre mão de coisas preciosas, muitas vezes da própria banda.
MELVIN: A Simone do Autoramas apostou que uma geração vindoura (não a nossa ainda) vai poder sobreviver dele. Eu acho que tá crescendo, e perde muito com a falta de respeito em relação a ele, um hábito cultural do país. Mas tem muita gente boa e disposta, e é um grande prazer fazer parte do cenário.

Carbona e Zumbis do Espaco no Bar OZZ - Campinas/SP BSP - Mande uma mensagem para o BSP DO ROCK Zine e para quem curte o Carbona...
PEDRO: Valeu a todos pela força! Um grande abraço! 3 cheers for you!
HENRIQUE: Ao BSP, muito obrigado pelo espaço cedido. Aos que curtem CARBONA, obrigado pela força e viva o rock n´ roll!
MELVIN: Não tem graça se vocês não vem pro show!!! Ah sim, e visitem
www.gocarbona.com hehehe.