Boletim Mensal * Ano VI * Outubro de 2008 * N.º 64

           

 

 

Fantasiando a História do Brasil ou o historiador que se desmente a si mesmo???

 

1993

– Chegada de Duarte Coelho a Pernambuco

“4.PRIMOIDOS DA CAPITANIA DUARTINA"

 

Chegando a Pernambuco em 9 de Março de 1535, afim de tomar posse da Capitania que lhe fora doada por D. João III, no ano anterior, Duarte Coelho Pereira vinha impregnado de um espírito de fundador de nação e não de um explorador de riquezas, como era comum naqueles que ousavam deixar o continente em busca de outros mundos.

4.1 A PAISAGEM E A CANAVIAL

Preferiu Duarte Coelho, em vez de tais aventuras e sobressaltos, fixar o homem a terra construindo mais engenhos de açúcar, como narra em carta ao Rei em 1546. A cana de açúcar já tomava conta da paisagem pernambucana desde os primórdios da colonização, ainda ao tempo da feitoria de Cristóvão Jaques no Canal de Itamaracá (1515). Em 1526, já figura na Alfândega de Lisboa o pagamento de direitos sobre o aguçar proveniente de Pernambuco. A fonte dessa informação e desconhecia e foi proclamada pela primeira vez por F. A. Varnhagen, in Historia Geral do Brasil, 9ª. Edição: São Paulo: Melhoramentos, 1975, t. 1. p. 106.”

 

Do livro Paisagem Pernambucana, Mário Souto Maior * Leonardo Dantas da Silva, Fundação Joaquim Nabuco - Editora Massangano, Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Educação e Cultura e Esportes, 1993, páginas XXII e  XXIV do Estudo Introdutório, Pernambuco, História e Aspectos de Sua Paisagem, de Leonardo Dantas da Silva.

 

 

          

2007

– Chegada de Duarte Coelho a Pernambuco, pelo mesmo historiador.

Tentando, de novo, destruir a

História de Pernambuco

 

 

     

A foto que publicamos do lado esquerdo, a capa do fascículo 3, de 23 de Julho de 2007, que com o título “Pernambuco e-história”  é um  encarte do “Diário de Pernambuco”, às segundas feiras.

            A foto do lado direito é o titulo do fascículo que, aumentamos um pouco, para ficar legível.

            Não conseguimos compreender como um historiador com o prestigio do que assina os fascículos se preste a publicar tantas contradições sobre a História de Pernambuco.

            Se na capa escreve:- “Após vagar pela costa em busca de um lugar seguro dos ataques dos índios e corsários, o primeiro donatário fixou sede na Vila Marim, depois consagrada como Olinda”, na pagina 9 do mesmo fascículo, no 4º. e 5º. parágrafos, já escreve:- “Partindo de  Portugal em outubro de 1534, Duarte Coelho veio aportar na Praia dos Marcos, junto à antiga feitoria de Cristóvão Jaques, no Canal de Santa Cruz, em 9 de Março de 1535, onde se abrigou nos primeiros meses juntamente com sua mulher e as muitas famílias que trouxe consigo. Seguindo para o Sul, o donatário foi à procura de um local onde pudesse construir a sede de sua capitania, com uma torre fortificada, a fim de iniciar a colonização das terras que veio a denominar  “Nova Lusitânia”.

            Cada vez que as minhas fracas possibilidades financeiras permitem que adquira livros sobre a História de Pernambuco fico até com vergonha de ter que comentar as barbaridades que em alguns desses livros se escrevem.

            Vejam acima os dois pequenos comentários, sobre o mesmo assunto, do mesmo fantasioso “historiador”.

            Em 1993 escreve que “a cana de açúcar já tomara conta da paisagem... ainda no tempo no tempo de Cristóvão Jaques, em 1515”. Na outra, 14 anos depois, em 2007, desmentindo-se a si mesmo, diz que o fundador da Capitania “andou a vagar pela costa em procura de um lugar seguro para desembarcar”.

            É uma tristeza Sr. Historiador, cada vez que publica um artigo lá tenho que fazer o quase habitual comentário a suas falsas verdades que vão, cada vez mais, destruindo a sua credibilidade.

            Porque não faz sempre como no primeiro comentário e se guia por seu Mestre e Professor, um dos maiores historiadores brasileiros, José António Gonsalves de Mello, e ensina a verdade histórica a seus leitores?

            Chega, basta, o Ministro da Educação e Cultura de nosso País tem que, com urgência, proibir que se continue a conspurcar vergonhosamente a gloriosa História do Brasil e de Pernambuco.