Boletim Mensal * Ano VII * Novembro de 2008 * Número 65

     

 

Dois livros que, para quem quiser saber

a verdadeira história de Pernambuco, deverá ler.

 

“O Recife – Quatro Séculos de sua Paisagem”, Mário Souto Maior e Leonardo Dantas da Silva, Secretaria de Educação e Cultura, Prefeitura da Cidade do Recife, 1992.

“A Paisagem Pernambucana”, Mário Souto Maior e Leonardo Dantas da Silva, Organizadores, Secretaria de Educação Cultura e Esportes, Governo do Estado de Pernambuco, 1993.

 

            Claro que não será tão fácil como o titulo desta pequena crônica poderá dar a entender, mas lendo os pequenos extratos publicados nos livros acima citados, o estudante poderá ler os livros que foram pesquisados e saber como é muito diferente da história que lhes é ensinada da escola até à universidade. Terá que procurar lê-los nas boas bibliotecas que existem em nossa cidade porque, a maioria deles, são raros e caros.

            Não sou um critico destrutivo nem gosto de fantasias. Quando leio algo que me parece não ser verdade vou pesquisar as fontes citadas e, quase sempre, encontro ridículas alterações. Também não sou historiador, sou sim, um teimoso pesquisador.

            Os dois livros cujas capas ilustram este artigo merecem os nossos parabéns a seus organizadores.

            Ao Dr. Mário Souto Maior, um grande pesquisador de nossa história e, ao que julgamos saber o autor das pesquisas destes livros, infelizmente falecido em 25 de Novembro de 2001, o nosso obrigado pelo seu trabalho e PARABENS, com letra grande.

 

 Ao Dr. Leonardo Dantas da Silva, o organizador, só não o parabenizamos com letra grande por uma pequena falha na pagina 97 do livro “O Recife Quatro ....”, onde se lê “... os fortes que a defendem são igualmente obra dos holandeses”, deveria ter colocado uma nota final repondo a verdade. O Professor sabe muito melhor do que eu (apesar de sua conferencia no Rotary da Boavista) que todos os fortes construídos em pedra e argamassa existentes em todo o norte e nordeste do Brasil foram construídos pelos portugueses, inclusive a Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Itamaracá, a que, vergonhosamente, continuam a chamar Forte de Orange.

             Depois de termos lido a maior parte do que foi escrito, organizado e editado até 2001 pelo Professor Leonardo Dantas da Silva compreendemos porque ele passou a ser  reconhecido como um conceituado e respeitado historiador e não conseguimos compreender como, após essa data, tenha começado a desviar-se do que publicou e a fantasiar sobre o que havia publicado.

Como alguém poderá compreender que tendo sido o Professor Leonar Dantas da Silva o único historiador presente na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco no dia em que foi escolhida a DATA MAGNA DE PERNAMBUCO, se tenha esquecido o que foi publicado sobre a Revolução de 6 de Março de 1817, na página 115 livro pelo Sr. organizado, “O Recife quatro séculos...” , onde se lê:- “A Revolução aqui em 1817 retardou as melhorias, na medida em que foi feita, não por um sentimento genuíno de liberdade, mas por quatro ou cinco indivíduos, que estavam procurando apenas o seu engrandecimento pessoal e, segundo afirma-se, existia tal desconfiança entre eles que iam às reuniões do Conselho secretamente armados. Eram homens sem nenhum talento, sendo o principal deles, o Sr. Martins, um decadente comerciante português vindo de Londres. Eles, como tantos outros, pegaram com suas vidas o preço por tentarem, prematuramente, uma mudança que não entendiam, mas que, no espaço de poucos anos, felizmente para o progresso deste País, foi alcançada”.  James Henderson, “History of the Brazil ....”, editado em Londres em 1821.

            E nos livros editados em 2005 e 2007 e ao que julgamos saber o “PERNAMBUCO e-história” será dentro em breve editado, estamos esperando o seu lançamento para que nos explique como é que o espanhol Vicente Pinzon, depois de ter marcado nas arvore e nas pedras a sua descoberta (jamais foram encontradas tais marcas) navegou para NOROESTE e, juntá-lo ao Mauricio de Nassau,  estratega da guerra naval  e grande governador de Pernambuco.

            Antes dele, Olinda era a mais importante e rica cidade do Brasil, depois dele, em 1835, “depois da Bahia, Pernambuco é a cidade marítima mais importante do Brasil:- É o principal entreposto de comercio com a Inglaterra e essa vantagem lhe assegura uma prosperidade que as perturbações políticas podem interromper, mas não destruir”. Pagina 146 do livro  “O Recife Quatro Séculos...”.

            Gostaria que voltássemos a sê-lo. Já faltou mais.