Se existe um povo que sabe vender, esse povo é o americano. O pessoal do Tio Sam faz milagres mercadológicos e comerciais capazes de transformar uma goteira em catarata, comida massificada em deliciosos fast-foods e uma bebida gasosa, sem adição de álcool, de gosto peculiar, que não tem cheiro e nem cor definida em um dos maiores sucessos de marketing do mundo inteiro.
     Coca-cola está aí desde 1886 e parece que não irá sair tão cedo das mesas dos 200 países nas quais ela tem espaço garantido no paladar internacional. Mas, afinal, que gosto ela tem? Ninguém sabe, ou sabia dizer, mas hoje o sabor ou simplesmente o cheiro de Coca-Cola extrapolou seu tradicional lugar nos copos e já faz parte de receitas de bolo, sorvetes, velas aromatizantes, tudo isso fruto da força de uma marca que virou sinônimo de todo e qualquer refrigerante. Ainda hoje, pedir uma Coca, é um convite a beber um refresco que pode ou não ser uma Coca-Cola. O sonho de tornar-se sinônimo de toda classe de produtos é para poucos. Coca-cola divide esse fenômeno com Modess, por exemplo, que todos entendem como absorvente higiênico, ou Gillete que designa toda e qualquer lâmina de barbear.
COCA-COLA É ISSO AÍ!
    Sua força é tanta, mas nem por isso fecha os olhos a uma concorrência que às vezes consegue amargar um pouco o seu sabor de vitória. Quando o inimigo chega mais perto, surge a versão light; mais perto, Coca põe limão para abraçar mais um filão de sedentos consumidores. E, no processo de constante inovação, apronta mais uma com uma novidade que nenhum outro refrigerante havia feito: cria um museu.

     Atlanta é a cidade norte-americana que abriga o “World of Coca-cola” que desde 1990 já sentiu o gostinho de um empreendimento que deu certo: mais de 10 milhões de visitantes pagaram para matar a sede de curiosidade e ver o que aquele prédio modernoso tem a oferecer, além da gigantesca esfera 3D que fica a 18 pés de altura no hall externo do museu.

     Da porta para dentro, o que existe é uma extensão da estratégia mercadológica da empresa para vender ainda mais o refrigerante que é servido 1 bilhão de vezes ao dia no mundo todo. Mas nos três andares do prédio essa venda acontece de um jeito divertido e que vale a pena a visita (até mesmo porque o ingresso não é tão caro).
     Por sete dólares, você é apresentado ao processo criativo de elaboração da primeira Coca-Cola, conhece sua história e sua influência na cultura norte-americana, experimenta os sabores fabricados pela marca no mundo inteiro – por isso é bom ir com sede; assiste a um vídeo promocional bem-feitinho; passa pela lojinha e compra milhares de besteiras com a cara da Coca e sai dali sem saber só de uma coisa: o segredo do xarope, que ninguém conta.

     Por isso, você ainda teima em descobrir, pára no bar da esquina e pede uma Coca-Cola.


     Agora, me responda, deu ou não deu certo a jogada de marketing?