Colunas 2007


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

O futuro pode ser ainda mais negro

 

Enquanto os pilotos fazem bem sua parte, os dirigentes não se entendem.


Depois de mais uma etapa da Champ Car na maravilhosa pista de Long Beach - pela pista que é a sua história e pelo seu apoio a categoria no seu momento mais crítico - que é considerada por todos os envolvidos a prova mais tradicional do certame e em questão de circuitos mistos é a grande "vedete" nos Estados Unidos. Confesso que foi bom ver o Sebastien Bourdais vencer, mas que, desta vez, as coisas parecem que serão diferentes, pois a turminha que chegou este ano está bem dedicada. Esta pista é cercada de tradição e muita emoção. Al Unser Jr. é o grande vencedor da história e o Brasil só venceu uma edição com Hélio Castro Neves em 2001 guiando a Penske o seu derradeiro ano de Champ Car. Mesmo com a crise do campeonato e com a insistência da IRL em ter este evento, comprometimento dos organizadores em manter o formato que, há anos, é um tremendo sucesso de público foi mais forte. Chris Pook, ex-presidente da Cart Inc. no seu pior momento, entre 2002 e 2004 foi o promotor do GP desde a época da Fórmula 1 e na fase dourada da antiga Fórmula Indy, antes da cisão.

A próxima etapa do certame é na nova pista de Houston, não confundam esta com a antiga pista dos anos 1990. É aguardar e ver se Paul Tracy estará em condições de atuar, já que o acidente sofrido no final de semana em Long Beach foi sério. É impressionante como o carro da equipe Forsythe é bom, pois o Oriol Servia, mesmo fora de forma, conseguiu desenvolver um grande trabalho. É esperar que algum time consiga uma vaga onde este jovem catalão possa guiar. E como justiça deve ser feita e a humildade faz parte de nossas vidas, assumo aqui uma mea culpa: Neste momento o Bruno Junqueira, único representante brasileiro na categoria, tem feito um bom início de temporada com um carro sofrível e sem muito orçamento. Sempre fui e acho que ainda serei um crítico de pilotos burocratas, como o antigo estilo do Junqueira, assim como os Speraficos e Mário Haberfeld, apenas para citar alguns só que neste ano, Bruno está andando de forma que está dando um novo ar de graça para a nanica equipe do veterano Dale Coyne. Mas algo que continua deixando este escriba bem preocupado são as contas e o futuro em médio prazo da companhia que comprou o espólio da Cart. Soube através de informações não oficiais que o clima entre Gentilozzi e Forsythe não era dos melhores e que o Kevin Kalkhoven estava tendo dificuldades com promotores e com algumas equipes que poderiam não participar de uma temporada inteira por causa dos custos. A viagem à Europa assim como a ida a Ásia e a Oceania é bancada pelos organizadores, mas o transporte para o México e interno nos Estados Unidos é patrocinado por cada equipe e a estrutura não é simples já que o combustível na América do Norte tem aumentado a cada época sem contar que outros custos e taxas nos tempos em que os patrocínios andam tão raros e mais baratos.

Outra coisa que deixa esta coluna sempre atenta é o crescente de outras categorias como a ALMS e a Nascar que não pára de arrebanhar fãs, patrocinadores e atração da mídia norte-americana... Agora que existe um princípio de internacionalização da categoria da família France, a cisão entre a Champ Car e a IRL provoca um emaranhado de confusões e se não bastasse tudo isso, a administração de conflitos tem sido um grande problema. Nunca deixei de acreditar nesta gestão que dirige a Cart, só que caso algo realmente de notável não seja feito o mais breve possível, o futuro pode ser mais negro do que o presente.

 

Um grande abraço fiquem com Deus e até a próxima.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com                                                                             

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fã da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

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