Reportagens 2007


A Surpreendente Katherine Legge

 

Por Vanderson Castilho

 

A inglesa Katherine Legge parte para sua segunda temporada na Champ Car com perspectivas muito boas.

 

No início da temporada 2005 da Fórmula Atlantic, todos estavam de olho nos jovens pilotos que poderiam se tornar um dia estrelas das categorias norte-americanas. Mas entre esses estava uma jovem desconhecida do público local. Desconhecida até o momento em que ela conseguiu vencer a corrida e justamente em sua estréia na competição. Seu nome: Katherine Legge. Essa simpática inglesa nascida em Halsemere, depois que conquistou tal feito, já começou a ser bastante comentada principalmente na Champ Car, categoria rival da IRL. Mas afinal, quem é Katherine Legge?


Para começar, vamos fazer o retrospecto de sua carreira. Katherine Legge, assim como vários pilotos que sonham em chegar até à Fórmula 1, passou antes pelas categorias européias entre elas, a Fórmula Renault Inglesa, e chegou a disputar algumas poucas corridas na Fórmula 3 Inglesa. O orçamento curto para as corridas era outro obstáculo a ser percorrido. Nessas horas ela só contava com o apoio de seu pai nas corridas. Foi lutando contra essas adversidades que Katherine Legge persistiu e resolveu mudar de rumo, rumando para os Estados Unidos.


No primeiro ano dela no Novo Continente, isso foi em 2004, ela disputou a temporada de Fórmula Renault Americana e conseguiu alguns pódios, terminando o certame em décimo lugar, sempre contando com o apoio paterno nessas horas. Mas depois, que rumo tomar? Katherine Legge chegou a testar um carro da Infiniti Pro Series, categoria de acesso à IRL e foi supervisionada por Lyn St. James nesse teste. Legge foi bem, mas a falta de patrocínio esbarrou as pretensões dela de seguir na IPS.


Foi quando em 2005 ela conheceu Kevin Kalkhovien e aceitou um convite para guiar pela equipe Polestar na Fórmula Atlantic. A Polestar é uma espécie de filial da PKV, equipe da Champ Car, e de repente, poderia ser uma boa correr nas preliminares da categoria. E logo na abertura do certame em Long Beach, ela venceu e, além disso, destronou o seu companheiro de equipe, o canadense Antoine Bessette, que já tinha experiência na categoria.


Essa vitória já foi marcante por vários motivos: foi no mesmo dia em que Bia Figueiredo venceu na Fórmula Renault Brasileira pela primeira vez e também porque ela conseguiu superar a norte-americana Danica Patrick, fenômeno da IRL, que em três temporadas completas na Atlantic, não tinha obtido nenhuma vitória. Aqui no Brasil, a vitória de Legge foi menosprezada pela mídia local.


Mas se no Brasil, não deram o devido valor, o mesmo não aconteceu nos Estados Unidos e na Europa. O nome Katherine Legge já fez despertar relações de amor e ódio. Amor dos fãs da Champ Car, que vêem nela um ótimo instrumento para desbancar o sucesso do marketing de Danica Patrick na IRL. Por outro lado, os fãs da “Mulher Maravilha” passaram a odiar a piloto inglesa pelo fato dela conseguir em uma corrida o que Danica não fez em três anos. Muitos diziam ser "brilhareco" a presença de Katherine Legge na Atlantic.


Mas para provar que eles estavam errados, a inglesinha ainda conseguiu mais duas vitórias: em San José e em Edmonton (Canadá), terminando o certame em terceiro lugar com a mesma pontuação de seu companheiro de equipe e em segundo lugar no Rookie Of The Year. Essa boa atuação na Atlantic fez render a ela testes na Minardi da Fórmula 1 e também testes na Champ Car com as equipes Rocketsports e PKV, onde Legge se apresentou muito bem nessas ocasiões.


Finalmente em 2006 ela estreou na Champ Car pela equipe PKV. Seu melhor resultado foi um sexto lugar em no GP de Milwaukee - melhor colocação feminina na história do campeonato - quando em sua estréia em um oval, liderou a corrida, sendo a primeira mulher a conseguir essa façanha na categoria. Ainda foi a primeira a disputar integralmente uma temporada de Champ Car, terminando o ano com a décima sexta posição. Mas esse ano também foi marcado por fatos negativos: Legge sofreu um gravíssimo acidente em Elkhart Lake, quando foi vítima de um problema no aerofólio e despedaçou seu carro, a cerca de 260 km/h contra o muro de proteção, e felizmente saiu sem maiores ferimentos.


Todos estão de olho no que essa jovem inglesa pode fazer nessa temporada. Para os fãs da Champ Car, ela é a aposta para desbancar Danica Patrick como a melhor piloto do automobilismo. Para os fãs da IRL, o desempenho dela vai ser um total desastre. Alheia a tudo isso, Katherine demonstrou possuir o potencial para se tornar à primeira mulher com reais chances de vencer na Champ Car. É esperar e conferir as suas atuações em 2007 na sua nova equipe, a Dale Coyne.

 

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