Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

A Cart para os Latinos

 

Photo by Dan Boyd/LAT Photographic

Michel Jordain Jr. contorna o setor do estádio de baseball no circuito da Cidade do México.

 

Olá amigos, época de classificação em Indianápolis e eu no meu escritório com um olhar na minha tela de trabalho e o outro olhar na tela de classificação do TimeKeeper oficial da organização das 500 milhas de Indianápolis. Mesmo com toda esta situação desagradável formada há alguns anos, ainda é uma prova muito charmosa e mesmo para os que não gostam da IRL, esta corrida ainda chama a atenção. Não perderia o meu tempo assistindo mas como o meu time de coração (Marlboro Team Penske) estará e o meu grande ídolo vivo está de volta (Al Unser Jr.), digamos que ainda vale a pena assistir esta prova.

 

Nessa coluna, estarei abordando a importância da América Latina, especialmente os brasileiros e mexicanos, na história da Champ Car. A base forte que a Cart (antiga Indy) desenvolveu nos Estados Unidos foi estabelecida por causa dos fãs apaixonados pela categoria, entre estes tantos, nós latino-americanos.

 

Um aspecto bem interessante é que eu realmente gosto de citar. No final de 2002 e no inicio de 2003, a Cart vivia a sua pior crise (financeira, comercial, identidade, marketing) e via a IRL crescer cada vez mais por causa dos investimentos das montadoras dissidentes e melhores acordos televisivos. Mas fans e empresas continuaram acreditando a categoria e não apenas uma, mas duas provas eram sempre umas grandes receitas de sucesso no território mexicano, fora que os seus representantes estampavam marcas de grandes empresas locais. Sem contar que o povo mexicano é, sem sombra de dúvidas, maravilhoso. Um povo muito amável, gentil e muito profissional. Lembro com saudades das amigas Rosa Torres (ex-assessora de imprensa da Herdez) e da Glória Ramirez (ex-assistente da equipe de John Della Penna). Pessoas como estas e outras tantas fizeram e ainda fazem da Cart a categoria mais doméstica e divertida pois as pessoas trabalham com amor.. falo isso pois sei de times que estão com os vencimentos atrasados mas os membros ali acreditam que isso vai passar !!!

 

As provas no México (Fundidora Park e Cidade do México) são marcas registradas de sucesso não apenas recentemente, mas isso vem de tempos e tempos atrás, pois o povo mexicano pedia há tempos uma etapa da categoria lá. E através de Gerry Forsythe hoje eles têm não apenas um, mas duas e estas são provas de muito sucesso e rentabilidade na categoria. O sucesso da categoria começou a despontar com Bernard Jourdain em 1989, eleito o Rookie of the Year no ano em que um outro latino – muitas vezes criticado injustamente por pessoas pouco entendidas de automobilismo - triunfou naquele certame. Fora que outro grande campeão nos Estados Unidos tem origem latina. Mario Andretti é um bom italiano e nunca negou as origens. Sobre os brasileiros... Mesmo àqueles que não gostam da categoria, é inegável que os pilotos brasileiros têm um grande destaque histórico na história da Cart. Campeões em quatro oportunidades, sendo um tricampeonato (Gil em 2000 e 2001 e o Cristiano da Matta em 2002) fora uma tremenda quantidade de vitórias, poles, e feitos históricos como pódios 100% brasileiros. Enfim, ficaria aqui escrevendo diversas colunas sobre os feitos dos nossos heróis.

 

Minha antipatia e revolta por Tony George é pelo certame forte e vibrante que ele ajudou a destruir com suas idéias "nacionalistas". Reparem bem que escrevi nacionalistas entre aspas, pois o norte-americano, ao contrário do que parece, não tem tanto este enfoque como o europeu. Eles querem as marcas bem divulgadas, não importa se assim será feito por um americano, um asiático ou um brasileiro. Esta idéia de uma categoria para americanos – essa foi a essência da IRL – caiu por terra quando viram que os grandes talentos do automobilismo americano eram, quase na maioria, formada por gringos. A Nascar é uma exceção, mas os pilotos acabam não sendo tão técnicos em relação aos pilotos do Open Wheel norte-americano.

 

O que ele fez, ou planejou fazer, com a Cart desde 1993 foi algo tremendamente egoísta, pois isso tudo foi uma questão simplesmente egocêntrica. Acredito que se ele fosse realmente este ser brilhante que julga ser, não teria sido afastado do comando da IRL e não seria apenas uma patética figura de enfeite, pois quem manda ali realmente é o Bryan Banhart que é o atual presidente da categoria. Fora isso hoje temos uma categoria que passou por maus bocados – a Cart – mas que está crescendo e outra – IRL – que da mesma velocidade de crescimento também manteve uma velocidade tremenda de queda.

 

Dedico esta coluna ao povo brasileiro e aos colegas das empresas brasileiras na Bolívia. Especialmente a Petrobras. Certas atitudes de certos “governantes” são dignas de vergonha.

 

Um grande abraço e vamos torcer pelos pilotos brasileiros nas 500 milhas de Indianápolis.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
                                                                                                                              

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

 

 

 

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