Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

Jacques Villeneuve - o Polêmico Genial

 

Jacques Villeneuve: sinceridade e talento contra a hipocrisia do automobilismo de hoje.

 

Olá amigos, depois das lembranças do alucinado e vitorioso Paul Tracy, vamos manter a onda e relembrar outro grande piloto do Canadá. Hoje será o dia de relembrar um piloto conhecido muito mais por suas polêmicas do que por seus títulos. Sua sinceridade o diferencia de muitos outros que, além de não guiarem absolutamente nada, não tem coragem de manter suas opiniões. Isso mesmo, estamos falando de Jacques Villeneuve. Não irei abordar uma biografia completa, pois esta não é o foco desta coluna. O intuito aqui é lembrar, especificamente o período de atuação na Cart e outros destaques em categorias do automobilismo mundial.

 

 A história de Jacques na Cart começou em 1994 e, de cara, ele tornou-se o grande destaque da temporada após o trio da Marlboro Team Penske. Com seu Reynard/Cosworth/Firestone da Player´s Forsythe Green (uma antiga associação entre Barry Green e Gerry Forsythe), conseguiu seu primeiro triunfo em Road América – certamente um dos autódromos mais técnicos do mundo e deixou claro que o ano seguinte seria de grande sucesso para o filho da lenda Gilles Villeneuve.

 

O ano de 1995 traria muitas mudanças na Cart. A grande mudança seria o fortalecimento da Honda no certame, depois de anos de desenvolvimento e progressos mínimos. A chegada dos brasileiros Gil de Ferran, Christian Fittipaldi e André Ribeiro, além de muitas mudanças internas e a presença da Mercedes-Benz em toda a temporada, ao contrário da temporada anterior. A equipe do canadense também sofreria mudanças com o Gerry Forsythe deixando a sociedade e voltando a ter uma equipe própria, novamente com Teo Fabi. Logo em Miami, Jacques deixou claro que esta seria a sua temporada, com um show de atuação, sendo seguindo por Maurício Gugelmin. O ponto alto desta temporada foi à conquista das 500 milhas de Indianápolis com um desempenho que entrou para a história, pois poderia ter sido - caso não ocorra à reunificação tão falada – a última vitória de uma categoria única no "Open Wheel" norte-americano no templo sagrado do automobilismo mundial.

 

Depois de uma batalha dura, mas inesquecível, com Al Unser Jr. imbatível e guiando demais aliado a um Penske Mercedes entrando em decadência durante o restante da temporada, Jacques Villeneuve conquistaria o segundo título no ano levando-se em conta que as 500 milhas são consideradas como uma conquista a parte pelos pilotos e equipes. O que mais impressionou naquele ano, além das conquistas foi o primeiro teste de Villeneuve na Williams Renault e o mais incrível é que ele que entrava pela primeira vez em um F-1 andou a apenas 0,015 seg atrás de Damon Hill (ex-piloto de testes e titular havia duas temporadas). Frank Williams, conhecido como o Tio Patinhas da F-1, não pensou duas vezes e contratou imediatamente o canadense. Em outros testes, ele voltou a impressionar a todos, desta vez, já efetivado na categoria.

 

Seria campeão em 1997, depois de uma estréia primorosa no ano anterior. Não venceu sua corrida de estréia por um problema mecânico nas últimas curvas na volta final do GP da Austrália. Mas ele já havia mostrado ao mundo que não era apenas o filho de uma lenda. Já era uma grande certeza de emoção e competência. A decisão de 1997 ficou marcada por uma jogada suja de Michael Schumacher, que rendeu ao alemão todo o ódio e antipatia do canadense. Sua ida para a BAR (hoje Honda) foi única e exclusivamente visando o lado financeiro. Não foi um bom negócio, pois a sua reputação acabou ficando abalada e no final de 2003 acabou sendo dispensado pela equipe. Em 2004 ele voltou para encerrar a temporada pela Renault, no lugar do Jarno Trulli, mas não teve grandes resultados. De contrato com a Sauber, demorou muito a pegar o jeito de guiar depois de tanto tempo fora. Neste ano foi mantido pela BMW, que adquiriu a Sauber e está calando os críticos com atuações seguras e está dando muito trabalho para seu badalado companheiro Nick Heidfeld.

 

O que me deixa mais perplexo é a atitude de gente que se diz especialista e experiente no esporte, como nosso "bravo" Rubens Barrichello, ao se referir a Jacques como uma "chicane ambulante". Apenas um comentário para não sair do meu foco de texto que é a Cart: O que de tão grandioso fez o Rubens para se referir a outros pilotos desta forma? Será que é justo desmerecer alguém que possui os títulos que ele conquistou? O Rubens por acaso possui algum título em categoria topo de linha?

 

Um grande abraço.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
                                                                                                                              

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

 

 

 

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