"Coluna do
Hyder"
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Fabio "Hyder" Azevedo
Segurança
plagiada
A partir dos graves acidentes da temporada de 1994, a F-1 copiou
todos os itens e procedimentos de segurança da "insegura" Champ Car.
Mais uma vez
estamos no retorno de nossa tradicional coluna. Tem sido um grande
prazer escrever esta coluna e receber os elogios e criticas
construtivas sobre este trabalho que, na verdade, é mais prazer do
que uma obrigação. Claro que é um prazer mas existem as
responsabilidades e formas para que tudo isso esteja pronto para
todos, tanto aqui no site como na Faster. Sem tirar os pés do chão,
é muito envaidecedor ver um administrador de tecnologia quase que
anônimo de uma grande multinacional - 100% brasileira - estar
escrevendo sobre uma categoria única e seu passado maravilhoso e
também sob um futuro muito promissor. Hoje esta coluna trata-se de
um desabafo e não uma agressão a outras categorias - especialmente a
F-1 e a Nascar - que até gosto também. A IRL, neste caso, é uma cópia
mal sucedida da Champ Car.
Muita gente de "mídia especializada" trata a Champ Car de uma forma
"nobre" com adjetivos impublicáveis, mas vou buscar algumas coisas
no tempo que estes "especialistas" não falam. E vejam bem que estou
usando as aspas, pois sei separar muito bem os bons profissionais dos maus
profissionais. O ano era 1998 e a comunidade da Cart vivia a triste
expectativa das despedidas de Alessandro Zanardi (para a F-1) e de
Bobby Rahal que abdicaria o cockpit do Reynard Ford em nome de Max
Papis. Mas antes de surgir nomes como Max Papis para esta vaga,
depois de uma grande temporada com a equipe Arciero Wells (Reynard-Toyota-Firestone),
gente como Gehrard Berger, Rubens Barrichello, Giancarlo Fisichella.
É importante ressaltar que eles se ofereceram à esta vaga e não foi
um convite direto da Ford, que era parceira direta da Rahal Racing.
Outra coisa importante a ser colocada é o desenvolvimento de
segurança. Um quesito tão falado e enaltecido pelos profissionais
"especializados" que cobrem a F-1... Voltando um pouco mais no tempo,
os avanços de separação do carro (cockpit, rodas, motor e caixa)
surgiram nos carros Indy (hoje Champ Car) produzidos pela Lola e
March assim como outros recursos de proteção da cabeça. Isso tem
sido importantíssimo para a categoria num todo no quesito de
segurança, assim como ver outras categorias, como a própria F-1. E
sem falar do HANS Device que hoje em dia é obrigatório no mundo
inteiro. Isso não tornará as categorias 100% seguras, mas impede que
problemas graves ocorram na coluna cervical dos competidores.
Mais um fator super interessante é que a FIA elegeu os para-médicos
da Cart como a mais competente equipe de resgate e socorro do
automobilismo mundial por 5 anos consecutivos. E é muito triste
lembrar que Ayrton Senna ficou no seu Williams por quase dois
minutos sem um misero atendimento a cerca de 400 metros da área
médica. Além de que o preconceito e arrogância eram forte em relação
ao automobilismo norte-americano. Em relação à Nascar, o nível de
acidentes fatais entre 1999 e 2001 foi critico levando em conta que
o grande astro morreu por um problema básico de cinto de segurança e
um capacete aberto. Poderia ficar aqui algumas centenas de páginas
citando apenas carnificinas, mas não é o meu estilo de vida e nem
profissional.
No campo de negócio, a Cart chegou ao fundo do poço mas sobreviveu.
Será que a F-1 ou a Nascar sobreviveriam depois de um "furacão" deste
tipo? Há pouco tempo atrás os bancos que controlavam a F-1 estavam
querendo desfazer-se de suas ações de todas as formas. Fora que ela
é administrada a mão de ferro pelo Bernie Ecclestone. Não há
substituto para ele e as equipes passam sufoco por causa desta
administração "Euriquiana" *. Lembro-me que a Cart assustou o mundo
da velocidade com a assinatura e anuncio da formidável parceria com
a FedEx. Foi algo que chocou a concorrência mas que deixou claro as
intenções de grandes vôos da turma da Champ Car. Mas gente como
Bobby Rahal e Pat Patrick são os primeiros culpados e não vou me
alongar nesta história pois já foi falado em outras colunas.
Quero deixar aqui bem claro, mais uma vez, que gosto muito da F-1 e é
uma categoria fantástica e muito especial para mim pois foi ali que
comecei a gostar deste mundo chamado automobilismo. E que também
gosto muito da Nascar mesmo tendo as minhas críticas contra ela mas
isso reservo-me ao direito de permanecer em silencio pois este
espaço não é reservado para contendas.
Um forte abraço e até a próxima.
PS: A Administração Euriquiana não se refere a nenhum método antigo
dos conceitos administrativos e sim da forma como o Clube de Regatas
Vasco da Gama (por qual eu torço) é dirigido por um ex-deputado
federal que faz deste glorioso clube - de tantas conquistas
esportivas e populistas - um próprio feudo.
Fabio "Hyder" Azevedo
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Torcedor do Vasco da Gama e da
Associação Atlética Anapolina, fui
membro da Penske,
atualmente sou Analista de
Tecnologia da Informação mas continuo
apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as
minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que
poucos conhecem.
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