Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

Segurança plagiada

 

A partir dos graves acidentes da temporada de 1994, a F-1 copiou todos os itens e procedimentos de segurança da "insegura" Champ Car.

 

Mais uma vez estamos no retorno de nossa tradicional coluna. Tem sido um grande prazer escrever esta coluna e receber os elogios e criticas construtivas sobre este trabalho que, na verdade, é mais prazer do que uma obrigação. Claro que é um prazer mas existem as responsabilidades e formas para que tudo isso esteja pronto para todos, tanto aqui no site como na Faster. Sem tirar os pés do chão, é muito envaidecedor ver um administrador de tecnologia quase que anônimo de uma grande multinacional - 100% brasileira - estar escrevendo sobre uma categoria única e seu passado maravilhoso e também sob um futuro muito promissor. Hoje esta coluna trata-se de um desabafo e não uma agressão a outras categorias - especialmente a F-1 e a Nascar - que até gosto também. A IRL, neste caso, é uma cópia mal sucedida da Champ Car.

Muita gente de "mídia especializada" trata a Champ Car de uma forma "nobre" com adjetivos impublicáveis, mas vou buscar algumas coisas no tempo que estes "especialistas" não falam. E vejam bem que estou usando as aspas, pois sei separar muito bem os bons profissionais dos maus profissionais. O ano era 1998 e a comunidade da Cart vivia a triste expectativa das despedidas de Alessandro Zanardi (para a F-1) e de Bobby Rahal que abdicaria o cockpit do Reynard Ford em nome de Max Papis. Mas antes de surgir nomes como Max Papis para esta vaga, depois de uma grande temporada com a equipe Arciero Wells (Reynard-Toyota-Firestone), gente como Gehrard Berger, Rubens Barrichello, Giancarlo Fisichella. É importante ressaltar que eles se ofereceram à esta vaga e não foi um convite direto da Ford, que era parceira direta da Rahal Racing.

Outra coisa importante a ser colocada é o desenvolvimento de segurança. Um quesito tão falado e enaltecido pelos profissionais "especializados" que cobrem a F-1... Voltando um pouco mais no tempo, os avanços de separação do carro (cockpit, rodas, motor e caixa) surgiram nos carros Indy (hoje Champ Car) produzidos pela Lola e March assim como outros recursos de proteção da cabeça. Isso tem sido importantíssimo para a categoria num todo no quesito de segurança, assim como ver outras categorias, como a própria F-1. E sem falar do HANS Device que hoje em dia é obrigatório no mundo inteiro. Isso não tornará as categorias 100% seguras, mas impede que problemas graves ocorram na coluna cervical dos competidores.

Mais um fator super interessante é que a FIA elegeu os para-médicos da Cart como a mais competente equipe de resgate e socorro do automobilismo mundial por 5 anos consecutivos. E é muito triste lembrar que Ayrton Senna ficou no seu Williams por quase dois minutos sem um misero atendimento a cerca de 400 metros da área médica. Além de que o preconceito e arrogância eram forte em relação ao automobilismo norte-americano. Em relação à Nascar, o nível de acidentes fatais entre 1999 e 2001 foi critico levando em conta que o grande astro morreu por um problema básico de cinto de segurança e um capacete aberto. Poderia ficar aqui algumas centenas de páginas citando apenas carnificinas, mas não é o meu estilo de vida e nem profissional.

No campo de negócio, a Cart chegou ao fundo do poço mas sobreviveu. Será que a F-1 ou a Nascar sobreviveriam depois de um "furacão" deste tipo? Há pouco tempo atrás os bancos que controlavam a F-1 estavam querendo desfazer-se de suas ações de todas as formas. Fora que ela é administrada a mão de ferro pelo Bernie Ecclestone. Não há substituto para ele e as equipes passam sufoco por causa desta administração "Euriquiana" *. Lembro-me que a Cart assustou o mundo da velocidade com a assinatura e anuncio da formidável parceria com a FedEx. Foi algo que chocou a concorrência mas que deixou claro as intenções de grandes vôos da turma da Champ Car. Mas gente como Bobby Rahal e Pat Patrick são os primeiros culpados e não vou me alongar nesta história pois já foi falado em outras colunas.

Quero deixar aqui bem claro, mais uma vez, que gosto muito da F-1 e é uma categoria fantástica e muito especial para mim pois foi ali que comecei a gostar deste mundo chamado automobilismo. E que também gosto muito da Nascar mesmo tendo as minhas críticas contra ela mas isso reservo-me ao direito de permanecer em silencio pois este espaço não é reservado para contendas.

Um forte abraço e até a próxima.

PS: A Administração Euriquiana não se refere a nenhum método antigo dos conceitos administrativos e sim da forma como o Clube de Regatas Vasco da Gama (por qual eu torço) é dirigido por um ex-deputado federal que faz deste glorioso clube - de tantas conquistas esportivas e populistas - um próprio feudo.
 

Fabio "Hyder" Azevedo
                                                                                                                              

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

 

 

 

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