Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

AAR - All American Racers

 

Depois do período na Europa, Dan Gurney voltou para os Estados Unidos, sempre como construtor.


Olá pessoal, a Champ Car continua trabalhando dentro de duas garagens e escritórios e mesmo as vagas consideradas "fechadas" ainda podem estar em aberto, pois só saberemos mesmo o posicionamento oficial de equipes e pilotos no Grid de abertura da temporada em Las Vegas. Acredito que até mesmo na apresentação oficial dos times com o novíssimo chassis Panoz não teremos esta definição por completo, pois muitos times estarão testando pilotos e “costurando” acordos financeiros. Estarei aproveitando este espaço para lembrar de uma equipe que não teve tanto sucesso na Cart, mas seu proprietário é uma lenda no automobilismo mundial, em todos os tempos. Esta coluna é dedicada ao lendário Dan Gurney e a simpática All American Racers.

Como de costume não citarei aqui biografias e tudo mais, pois temos grandes atlas esportivos e ainda assim este espaço não seria suficiente para citar as maravilhas que este grande campeão deixou no automobilismo. Estarei citando a sua experiência como proprietário de um time e fabricante de um chassi pouco competitivo, mas bem no estilo norte-americano. Apesar de o Team Penske ser uma equipe totalmente norte-americana, seus chassis eram produzidos na Europa e, com isso, restava apenas a AAR como única equipe que, junto com a Swift, que produzia seus chassis em solo norte-americano. Neste caso pelo próprio patriotismo e desejo do seu proprietário. E ele tinha uma marca bem característica: A águia no seu bico. Tanto que o nome dos chassis era Eagle. Este carro e esta equipe foram de fundamental importância para o desenvolvimento da Toyota e os japoneses não tiveram dúvida em escolher Dan Gurney como capitão deste projeto, pois além do grande histórico dele com a fábrica japonesa, tinha uma fábrica que trabalho quase que exclusivamente no desenvolvimento de peças e componentes para o que seria o motor vencedor do certame de 2002 com o brasileiro Cristiano da Matta.

O mais engraçado é que o carro não tinha bons resultados mesmo contando com o Juan Fangio II e com técnicos experientes provenientes de outros times da Cart e do mundial de esportes protótipos. Mas isso não estava sendo muito analisado, pois os japoneses faziam seqüências de testes em todos os autódromos para testar condições do motor, transmissão e caixa seqüencial e eletrônica que, no final, foi banida pelo regulamento da categoria para evitar aumentar muito os custos. O clima dentro da equipe era de pressão e correria como nos outros times, pois a disputa é grande em todos os “setores” do grid, mas o ambiente acabava sendo agradável. Lembro que certa vez, aqui no Rio de Janeiro, a Penske estava com as garagens próximas as da Arciero Wells e AAR. Por acaso as duas tinham o penoso e fraco motor Toyota, mas estavam sempre muito dispostas. Expliquei para uma amiga que aquilo deveria ser o efeito Californian Sunshine. Realmente o ambiente era mais descontraído e, competições a parte, era bem divertido a integração e interação entre os membros de diversas equipes...

Os chassis Eagle não duraram muito tempo no certame, pois a AAR acabou não renovando contratos para bancar o desenvolvimento dos seus carros e teve de optar pelos Lola antes de encerrar as suas atividades no fim de 1999. Mas uma marca que ficou nestes e em todos os carros Fórmula são as asas batizadas como Gurney Flap, tornaram-se referência em todo o mundo automobilístico. Não sei se tem algum esquema de homenagem da FIA ou o próprio Dan resolveu fazer esta lembrança ser presente em todos os componentes aerodinâmicos. Mas que acabou marcando, isso sim...

Os carros Eagle acabaram não sendo comparados a maneira correta, pois todos os modelos que competiram no campeonato entre 1995 a 1999 utilizaram apenas o motor Toyota. Foi assim com a equipe de Dan Gurney como no caso do saudoso e simpático time de Robby Gordon e Mike Held – Team Gordon. Mas confesso que gostaria de ver este chassi sendo motorizado com um Ford Cosworth XD ou mesmo o XF ou então com um potente Honda. De repente o problema não seria no carro, mas sim no deficiente motor Toyota. Mas isso é coisa que não sei se saberemos já que o Dan Gurney agora é um feliz aposentado em sua "humilde" casa em Rancho Santa Clara, na ensolarada e bela Califórnia. Há poucos anos, ele ensaiou, junto de Phil Hill, piloto norte-americano campeão do mundo de F-1, a compra de um time na maior categoria de monopostos do mundo em associação com a Red Bull. O negócio quase foi concluído. Só que o então proprietário era o escroque-mor do automobilismo Tom Walkinshaw. Depois de verem rombos e mais rombos na Arrows, eles decidiram abortar os planos. Os pilotos seriam os seus filhos Alex Gurney e Derek Hill.

Um grande abraço, fiquem com Deus e sejam felizes!

 

Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com                                                                             

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

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