Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

Os motores GM na Champ Car

 

O Chevy era muito potente e costante tanto nas velocidades altas quanto nas baixas.


Olá pessoal, Escrevo esta coluna restando apenas alguns dias para apresentação oficial das equipes e os testes com o novo Panoz DP01. Creio que ainda não será ali que teremos a resposta definitiva sobre o grid em Las Vegas. Creio que muitos acordos ainda estão sendo "costurados" e poderemos ter até novidades sobre equipes que podem surgir de forma imediata, como aconteceu com a Hollywood Team PRG no ano 2000, que levou apenas 43 dias para nascer, preparar a papelada para inscrição, comprar o carro e testar no Putnan Park antes da prova de estréia em Homestead.

Estive me lembrando da supremacia dos motores Chevrolet (GMC) no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. A Cosworth teve esta supremacia, mas basicamente era fornecedora exclusiva nos primórdios da Cart. Os Chevys, como eram conhecidos, eram muito mais potentes e estáveis no que diz respeito a velocidades – altas e baixas – assim como em provas de longa duração como as três provas de 500 milhas (Indianápolis, Michigan e Pocono). Conquistou, com maestria, o campeonato de 1988 com Danny Sullivan a bordo do Miller Penske, repetindo a dose com o Marlboro Patrick (também um Penske) com Emerson Fittipaldi. Entre 1990 e 1991 consagrou as duas jovens estrelas da categoria com atuações brilhantes e seguras a bordo dos chassis Lola. Al Unser Jr. e Michael Andretti e em 1992 fez uma temporada de regularidade coroando Bobby Rahal com seu terceiro título na carreira. O primeiro com os GM, pois os dois anteriores foram conquistados com o motor Cosworth, baseados na Ford Motors.

Em 1992 ela esteve presente em três chassis diferentes. A Penske, Com Emmo, Rick Mears (retirando-se após o terrível acidente em Indy) e Paul Tracy. A Lola com diversos pilotos, entre eles Bobby Rahal, Arie Luyendyk e os Galmer com Al Unser Jr. e Danny Sullivan. Foi um tremendo campo de provas, pois o “berço” dos chassis, onde ficam os motores e caixa de câmbio, tinham características e tamanhos diferentes e acertar isso nos testes da pré-temporada, foi um árduo trabalho para os engenheiros e técnicos da Ilmor – empresa que preparava os motores da GM e posteriormente da Mercedes-Benz de propriedade de Mario Illien e do saudoso Paul Morgan. Hoje em dia a empresa não mais pertence à Illien, por mais que ele continue no grupo como consultor.

Em 1993 assombrou a categoria – Indy Car na época – ao anunciar sua partida para focar seus negócios apenas na Nascar. A recessão norte-americana naquela época, causada em parte, pela crise provocada em conseqüência da Guerra do Golfo e pela nova modalidade democrática de governar o país fez com que muitas empresas pensassem desta forma. A Ford, como seguiu o caminho inverso, trouxe o atual campeão de F-1 daquela temporada – Nigel Mansell.

As vitórias, as marcas registradas foram superadas apenas pela Honda, que conquistou os "canecos" entre 1996 a 2001. A GMC ensaiou uma volta com a IRL utilizando uma de suas marcas, a Aurora tendo algum sucesso, mas anos depois reassumiu sua marca principal sendo fornecedora exclusiva na temporada de 2002, ano da chegada de equipes provenientes da Champ Car, como Penske e Blair. As duas conquistas brasileiras de Helio Castro Neves foram obtidas com propulsores norte-americanos, que acabaram não resistindo à concorrência nipônica da Honda e Toyota. Em suas últimas participações, esteve contando a parceria da Cosworth, eterna rival de outros tempos e fiel companheira nas derradeiras participações. Uma pena que esta associação ocorreu tarde demais. Hoje em dia ela concentra seus investimentos na Nascar e em outras categorias turismo, utilizando outras marcas e vivendo uma crise de efeito mundial, com fechamento de fábricas no mundo inteiro e um pedido de falência na corte de Nova York.

Um grande abraço, fiquem com Deus e até a próxima!

 

Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com                                                                             

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

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