* CINEMALIVRE TAMBEM É CULTURA

 

HISTÓRIA DO CINEMA

INTRODUÇÃO

       Cinematografia, arte e técnica de fazer filmes. Embora Thomas Edison tenha patenteado o quinetoscópio em 1891, o cinema propriamente dito só surgiu realmente com o lançamento, em 1895, pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, em Paris, do cinematógrafo, capaz de projetar películas sobre uma tela. O som foi conseguido com a invenção dos sistemas de sincronização som-imagem, pela Vitaphone (1926) e a Movietone (1931).

       O funcionamento do cinema baseia-se em uma propriedade do olho humano, conhecida como princípio da persistência das imagens na retina. Esse princípio foi formulado em 1829 pelo físico belga Joseph Plateau.

 

ORIGENS

      O cinema desenvolveu-se cientificamente antes que suas possibilidades artísticas e comerciais fossem conhecidas e exploradas. Uma das primeiras conquistas científicas que levaram diretamente ao desenvolvimento do cinema foram as observações de Peter Mark Roget, secretário da Real Sociedade de Londres, que, em 1824, publicou um importante trabalho intitulado Persistência da visão no que tange aos objetos em movimento, no qual afirmava que o olho humano retém as imagens durante uma fração de segundo posterior ao momento em que elas desaparecem de seu ângulo de visão. Essa descoberta estimulou vários cientistas a inventarem diversos meios capazes de demonstrar o princípio.

 

CINEMA MUDO

 

       Entre 1909 e 1912, todos os aspectos da nascente indústria ficaram sob o domínio de um truste americano, a Motion Pictures Patents Company. O grupo dissolveu-se em 1912, permitindo assim que os produtores independentes pudessem formar suas próprias empresas de distribuição e exibição.

CINEMA SONORO

 

       Em 1926, a produtora Warner Brothers lançou o primeiro sistema sonoro eficaz, conhecido como Vitaphone, e, em 1927, produziu O cantor de jazz, de Alan Crosland, protagonizado por Al Jolson. Em 1931, surgiu o sistema Movietone, que passou a ser adotado como padrão. A transição do cinema mudo para o sonoro foi tão rápida que muitos dos lançamentos distribuídos entre 1928 e 1929, que tinham começado seu processo de produção como filmes mudos, foram sonorizados depois para adequar-se a uma demanda crescente.

DESENVOLVIMENTO DO FILME COLORIDO

       As experiências com filme colorido haviam começado já em 1906, mas só como curiosidade. Os sistemas experimentados, como o Technicolor de duas cores, foram decepcionantes e fracassaram na tentativa de entusiasmar o público. Mas, por volta de 1933, o Technicolor foi aperfeiçoado com um sistema de três cores comercializável, empregado pela primeira vez no filme Vaidade e beleza (1935), de Rouben Mamoulian. Na década de 1950, o uso da cor generalizou-se tanto que o preto e branco ficou praticamente relegado a pequenos filmes.

APÓS A II GUERRA

       No pós-guerra, a chegada da televisão colocou um desafio à indústria cinematográfica que ainda hoje permanece. A indústria respondeu com uma oferta de mais espetáculo, que se concretizou no aumento de tamanho das telas.

O FORMATO PANORÂMICO

       Em 1953, a Twentieth Century-Fox estreou com seu filme bíblico O manto sagrado, de Henry Koster, um sistema novo denominado CinemaScope, que iniciou a revolução dos formatos panorâmicos que, em geral, usavam apenas uma câmera, um único projetor e um filme padrão de 35 milímetros, adaptando-se mais facilmente a todos os sistemas.

CINEMA EM TERCEIRA DIMENÇÃO

       Durante um breve período, no início da década de 1950, uma novidade conhecida como 3D apareceu no mercado. Consistia na superposição de duas imagens distintas da mesma cena, cada uma tomada com um filtro de cor diferente e de um ângulo ligeiramente diferente. Essas cenas eram vistas através de óculos especiais, em que cada lente tinha um filtro colorido na cor equivalente à usada durante a filmagem, de forma a reproduzir a visão estereoscópica e dar impressão de relevo.

 

CINEMA NAS DÉC. DE 1980 A 1990

       O impacto do cinema europeu sobre os cineastas americanos e a posterior decadência do sistema de grandes estúdios foram as duas linhas de força que, durante as décadas de 1960 e 1970, fizeram mudar o estilo do cinema americano.

       Surgiu uma nova geração de realizadores sob a influência das tendências européias e com o desejo de trabalhar com diferentes distribuidores. Muitos deles realizaram filmes de grande qualidade. Pode-se citar Stanley Kubrick, Woody Allen, Arthur Penn, Francis Ford Coppola e Martin Scorsese.

       Diante da filmografia representada pelos realizadores do cinema de autor e em que pese o fato de ser americano e ligado por vezes à indústria hollywoodiana, o cinema dos Estados Unidos deu seqüência a outras linhas de produção para o consumo de massa, especialmente de crianças e adolescentes. Seus filmes baseiam-se principalmente nos efeitos especiais proporcionados pelas novas tecnologias e que bem se enquadram nos temas escolhidos. Dentro dessa categoria, figuram os filmes de catástrofes, como O destino do Poseidon (1972), de Ronald Neame, e Inferno na torre (1974), de John Guillermin e Irvin Allen; as aventuras de personagens das histórias em quadrinhos, como Superman (1978), de Richard Donner, e Batman (1989), de Tim Burton, com suas intermináveis continuações; ou os filmes de guerra e de ficção científica, como Guerra nas estrelas (1977), de George Lucas. Nesses gêneros comerciais destacou-se Steven Spielberg.

 

PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS

      Tanto nos Estados Unidos como na Europa, animavam-se imagens desenhadas à mão como forma de diversão, empregando dispositivos que se tornaram populares nos salões da classe média. Concretamente, descobriu-se que se 16 imagens estáticas de um movimento que transcorre em um segundo são passadas sucessivamente também em um segundo, a persistência da visão as une, fazendo com que sejam vistas como uma só imagem em movimento.

       O zoótropo, que chegou até nossos dias, traz uma série de desenhos impressos horizontalmente em tiras de papel, colocadas no interior de um tambor giratório montado sobre um eixo. Na metade do cilindro, uma série de ranhuras verticais pelas quais se olha permite que, ao girar-se o tambor, veja-se imagens em movimento. Máquina mais elaborada foi o praxinoscópio, do inventor francês Charles Émile Reynaud. Ele consistia em um tambor giratório com um aro dotado de espelhos colocado no centro e os desenhos postos na parede interior. Conforme se girava o tambor, os desenhos pareciam animar-se.

       Naqueles mesmos anos, William Henry Fox Talbot, no Reino Unido, e Louis Daguerre, na França, trabalhavam em um novo projeto que possibilitaria o desenvolvimento do cinematógrafo: a fotografia. Em 1861, o inventor norte-americano Coleman Sellers patenteou o quinematoscópio, que conseguia animar uma série de fotografias fixas montadas sobre uma roda giratória dotada de palhetas.

       Um passo relevante para o desenvolvimento da primeira câmera de imagens em movimento foi dado pelo fisiologista francês Etienne Jules Marey, cujo cronofotógrafo (um fuzil fotográfico) portátil movia uma única faixa, que permitia obter 12 imagens em uma placa giratória que dava uma volta completa em um segundo. Por volta de 1889, os inventores norte-americanos Hannibal Goodwin e Georges Eastman desenvolveram películas de emulsão fotográfica de alta velocidade montadas em um celulóide resistente: sua inovação eliminou um obstáculo essencial para uma experimentação mais eficiente com as imagens em movimento.

       Na década de 1890, Thomas Alva Edison construiu a primeira máquina de cinema, o quinetoscópio, que tinha uns 15 metros de película em um dispositivo análogo a uma espiral sem fim, que o espectador individual tinha que ver através de uma lente de aumento. As experiências com projeção de imagens em movimento visíveis por mais de um espectador foram realizadas simultaneamente nos Estados Unidos e na Europa. Na França, os irmãos Louis e Auguste Lumière, em 1895, chegaram ao cinematógrafo, invento que era ao mesmo tempo câmera, copiadora e projetor e que é o primeiro aparelho que se pode qualificar autenticamente de cinema. Produziram também uma série de curtas-metragens, no gênero documentário, com grande êxito. Em 1896, o ilusionista francês Georges Méliès demonstrou que o cinema servia não apenas para registrar a realidade, mas também para torná-la divertida ou falseá-la. Realizou uma série de filmes que exploravam o potencial narrativo do novo meio e rodou o primeiro grande filme a ser exibido, cuja projeção durou cerca de 15 minutos: L’affaire Dreyfuss (O caso Dreyfuss, 1899). Mas Méliès é famoso sobretudo por suas notáveis fantasias, como Viagem à lua (1902), nas quais experimentava as possibilidades de trucagens com a câmera cinematográfica.

       O estilo documentalista dos irmãos Lumière e as fantasias teatrais de Méliès fundiram-se nas ficções realistas do inventor norte-americano Edwin S. Porter, que produziu o primeiro filme interessante de seu país, Great train robbery em 1903. Esse filme teve um grande êxito e muito contribuiu para que o cinema se transformasse em um espetáculo de massa. As pequenas salas de exibição, conhecidas como cinema poeira, espalharam-se pelos Estados Unidos e o cinema começou a firmar-se como indústria.

DADOS BIBLIOGRÁFICOS:

- ENCICLOPÉDIA MICROSOFT ENCARTA . ano 2000.