Èsù Ifà
                                                          Èsù-Ifá

A ilusão nos causa impressões de que algo visto de perto pareçam simétricas, e quando vistas à distancia terão um novo foco, assim vice e verça. Partindo deste princípio tudo depende do modo como se "olha", assim a justiça, ou a injustiça, o bem e o mau, assim como é importante as pessoas terem em conta que muitas vezes aquilo que lhes faz bem hoje, com o tempo pode não ser, da mesma forma que aquilo que hoje é ruim, amanhã poderá ser muito bom.
Para a cultura Yorùbá, Èsù é o justiçeiro Divino, aquele que olha tudo, que leva a Olódùnmarè os anseios do homem e o trás de volta em forma de benefício, Àse ou não.

Tudo o que existe tem sua polaridade, e Èsù será aquele que nos dará a pista de qual o caminho tomar, ele traduz a linguagem densa de nossa crosta terrestre para chegar no divino, gerando caminhos (Odú), portanto ele é a primeira semente geradora

Quando você conversa com a natureza e isto lhe trás benefício é Èsù que traduziu o seu código mental para a energia pura, trazendo de volta em forma de prazer interior.
Se o Ikin-Ifá é a mente, para cada inciciado será então plantado um Èsù, pois ele é quem vai transformar os desejos interiores no seu mundo paupável, a mente é a razão, e Èsù o gerador, aquele que faz conceber, nascer, criar e tornar possível os frutos desta razão.

Ele será plantado em uma pedra na qual os sacerdotes invocarão um espírito, e daí por diante você deverá criar uma afinidade de tal forma que tudo o que faça possa com ele dialogar, em todos os momentos, todos os dias e horas, se não fisicamente, mentalmente, criar uma simbiose. Forças são energias vivas que não podem ficar paradas, se você não tem este contato, com o tempo se vão, e aí você perderá novamente este elo de ligação, e só lhe restará uma pedra.

Ikin-Ifá e Èsù-Ifá
Por conclusão, quando o iniciado recebe estes elementos sagrados o seu equilíbrio espiritual será completo, representando a unidade entre aquilo que se pensa e aquilo que se faz.
Aquele que vive somente dentro da razão concentra na parte central do seu corpo esta energia, e viverá sempre tenso, dores de cabeça, mau humorado, é um ser nervoso.
Quando ao contrário a pessoa se agita muito mais do que faz, serão aqueles que não sabem nem o que fazem, nem para onde ir, e vivem se debatendo de um lado para o outro sem sentido ou objetivos.
O equilibrio está em pensar, e fazer. O Orí cria objetivos, os pés correrão o mundo, e as mãos farão o que precisa.

A manutenção deste enorme bem recebido terá que ser cumprido, sob muitas formas: Ao se levantar de manhã, em jejum sem falar com ninguém deverá orar para eles. Todas as sextas-feiras fará sua oferanda da semana. A cada 30 dias, sua oferenda de mês. E a cada ano será feita festa em sua homenagem. Todos os preceitos, oferendas ou qualquer coisa que fará sempre será sob a orientação de um Bàbáláwò, nenhum outro grau hierarquico dentro de nossa religião está apto para dar orientação sob a conduta e procedimento para os filhos de Ifá. É bom que se diga que na África, Bàbáláwò não são possuidos pelos Eleguns, e este um título é usado no Brasil indiscriminadamente por pessoas que não conhecem a profundidade de seus reais fundamentos.

Lokeni
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