Mas o que é virtual?Lévy, durante os primeiros capítulos do Livro “o que é o Virtual?”, vai nos ambientar a respeito das semelhanças e diferenças entre virtualidade e realidade. Afirma que “O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual” (Lévy,2001:16) e completa esclarecendo que, por mais que associemos o virtual a algo imaginário, o virtual de fato existe, apenas não podemos delimitar o seu endereço.“O que é virtual existe em força, em potência e aguarda a oportunidade de se transformar em ato.” (Lévy,2001:15) e completa explicando que é uma relação parecida – mas não idêntica – à relação entre o possível e o real: “O que é possível já está pronto para se tornar real. Porém o que é possível se tornará real sem que nada mude sua constituição normal (...) já o virtual para se transformar em ato exige que se solucione um complexo problemático (Lévy,2001:16).

Para Lévy, a virtualização é um dos principais vetores da criação da realidade. 

O autor amplia o desmistifica o conceito de tempo, ao afirmar que o virtual é desprendido do aqui e do agora. “O virtual com muita freqüência não está presente” (Lévy,2001:19). Um exemplo dado no texto são as empresas virtuais, pois elas não podem mais ser situadas precisamente, não possuem uma posição geográfica. Assim também são as comunidades virtuais, as salas de conversa virtuais, os textos virtuais – hipertextos.

E Lévy continua: “Claro que é possível atribuir um endereço a um arquivo digital. Mas nessa era de informações on line, esse endereço seria de qualquer forma transitório e de pouca importância” (Lévy,2001:19).