Ideal

Não és tu quem eu amo, não és!
Nem Teresa também, nem Ciprina;
Nem mercedes a loura, nem mesmo
A travessa e gentil Valentina.

Quem eu amo, te digo, está longe;
Lá nas terras do império chinês,
Num palácio de louça vermelha
Sobre um trono de azul japonês.

Tem a cútis mais fina e brilhante
Que as bandejas de cobre luzido;
Uns olhinhos de amêndoas, voltados,
Um nariz pequenino e torcido.

Tem uns pés... oh! que pés, Santo Deus!
Mais mimosos que uns pés de criança,
Uma trança de sêda e tão longa
Que a bariga das perans alcança.

Não és tu quem eu amo, nem Laura,
Nem mercedes, nem Lúcia, já vês;
A mulher que minh´alma idolatra
É princesa do império chinês.

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