ELOY ARRAES VARGAS

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DIRETO AO PONTO

IDIOMAS NA BÍBLIA - Velho Testamento

Sempre houve, em assuntos religiosos, os malucos de plantão a inventar novidades para iludir os incautos; há também os não tão malucos a inventar doutrinas e rituais para poder dominar os de pouco conhecimento e de mentes preguiçosas.

Ultimamente virou moda fingir-se de judeu, usando um kipa e até um talit e sair por ai dizendo-se judeu.

Há até uma seita religiosa que diz que se propõe a converter Judeus ao cristianismo, e que na realidade está a procura de cristãos mais frágeis para compor o seu quadro e também brincar de ser judeu.

Tais grupos tem inventado coisas incríveis, há até os que dizem que o novo testamento foi escrito em hebraico, e para isso já providenciaram até uma versão do N.T. em hebraico, para poder dizer, daqui a alguns anos, que tal versão tem já dois séculos de existência.

Pobres infelizes, não percebem sequer que entre o hebraico moderno e o antigo há um abismo de diferenças e que qualquer historiador ao ler verá que tal mistificação é coisa do século XX

Há até aqueles que afirmam que o Eterno falava com Adão em hebraico, como se o Onipotente tivesse a necessidade de um idioma para se fazer entender as suas criaturas.

Vamos pesquisar um pouquinho da bíblia para ver se ela nos traz alguma luz a respeito do assunto:-

É fato inconteste que a história do povo hebreu se inicia com Abraão, mas de onde vinha esse Abraão?

A bíblia nos esclarece, de forma insofismável, que Abraão era originário da cidade de UR na caldeia; era de uma família abastada e muito religiosa que conhecia o Único Deus verdadeiro.

Evidentemente Abraão e sua tribo falavam o idioma caldeu ou uma variante desse idioma.

Quando Abraão se instala entre o Rio Jordão e o mar Mediterrâneo, ele dá origem a um  pequeno povo que passa a ser conhecido como os Hebreus ou segundo alguns estudiosos os Habirú; se nos lembrarmos que a escrita da época não tinha vogais ficará bem fácil ver que Abraão. hebreus e habiru vem da mesma raiz, qual seja o nome de Abraão.

Na realidade o que existia era a tribo de Abraão, a qual falava num idioma que passou a ser chamado de hebreu; antes de Abraão não existia hebreu, nem povo nem idioma.

Anos mais tarde essa tribo cresce e dá origem a tribo de Jacó, também conhecido como Israel, e o povo passa a ser conhecido também como israelita - povo de Israel - mas o Idioma continua a ser o hebreu. 

Nessas condições, Israel e sua tribo descem para o Egito e lá tornam-se  escravos; o entendimento mais comum é que entre Abraão e a saída dos israelitas com Moises há um período de 400 anos.

A arte da leitura e da escrita sempre foi muito limitada, até o inicio da era cristã poucos eram os que praticavam essa arte, e essas pessoas eram muito bem conceituadas e entre o povo Judeu eram conhecidos como escribas.

Evidentemente, um idioma  que só era falado,  e,  na sua forma escrita não fixava as vogais transformou-se fortemente durante a estadia no Egito.

O povo israelita sai do Egito e se instala na terra de "Canaan"  vive como tribos e guerreiam entre si mais do que 400 anos até a construção do Templo por Salomão, templo esse que iria dar um sentido maior de coesão ao povo.

Passados poucos anos o povo israelita se separa e se formam  dois estados, um Israelita e outro Judeu; o povo israelita é dominado e destruído pelos assírios, a tal ponto que toda a população foi removida  e para preencher aquele espaço o rei Senaqueribe, da Assíria trouxe povos de outras regiões.

Anos depois o povo Judeu também é levado cativo por Nabucodonozor, rei da Babilônia, o templo é destruído e o povo perde sua identidade.

Da leitura bíblica fica claro que uma pequena parte do povo de Israel e principalmente Judeu continuou a respeitar a sua religião, e isso foi o elo que os uniu durante o tempo de cativeiro e da diaspora.

O idioma Hebreu deixou de ser usado e tornou-se uma língua morta a qual só era eventualmente usada durante o serviço religioso das sinagogas assim como o latim nos dias de hoje.

Terminado o cativeiro babilônico, 70 anos, parte dos cativos voltam para suas terras e empenham-se em reconstruir o Templo e reconstruir a cidade de Jerusalém.

Nesse tempo a região era habitada por uma mistura de povos - os livros de Esdras e Neemias relatam bem esses fatos.

Muito embora os judeus tivessem alguma autonomia, eles continuaram sob o domínio dos Persas e posteriormente dos Macedônios (também chamados Gregos), essa história do período grego está bem mostrada nos livros dos macabeus.

Alguns anos depois do domínio da cultura grega chegam os romanos no final do reinado de Augusto Cezar temos o início da era Cristã.

Pensemos um pouco juntos:-

Domínio Babilônico  -597 a -527 = 70 anos.

Domínio Persa          -527 a - 336 aproximadamente 190 anos.

Domínio Grego         - 336 a -64 aproximadamente  272 anos.

mais detalhes em:-

http://www.oocities.org/br/eharosh/reisdoexilio.htm

É possível questionar que  em alguns desses períodos houve uma maior autonomia, mas autonomia não é independência.

Nos 70 anos de domínio babilônico a influência foi tão grande que mudou-se até a contagem do tempo e o mês de Nissan que era o primeiro mês passa a ser o sétimo mês, e note-se que esse é um mês da maior relevância na contagem do ano Judaico.

Imagine-se agora a influência de 190 anos persas e 270 anos gregos.

Outro fato relevante é a Septuaginta, que é uma tradução dos livros judaicos do hebraico para o grego, feita no III século antes de Cristo, tal versão se fez necessária pois os Judeus da diáspora não falavam mais o hebraico nem o entendiam e essa tradução para o grego visava atender as necessidades dessas comunidades.

Continua em idiomas no novo testamento.

 

 

 

 

 

 

 

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