INDEFINIDO
Minha alma
Ao findar do corpo,
Transpõe mil dos seus infinitos...
Compõe um espaço
De forma semelhada ao nada...
E evapora...
Sua alma
Ao findar do corpo,
Transpõe mil dos meus infinitos...
Compõe um espaço
De forma semelhada ao nada...
E evapora...
Nossas almas
Ao findarem dos corpos
Compõem mil outros infinitos
Transpõem os espaços
De formas semelhadas ao nada...
E nunca mais evaporam...
Élsio Américo Soares
JOHN...
John... John...
Escuta irmão
A minha canção...
Yoko Ono is the woman...
And the life, man?
And the life, man?
A vida agora é bala que amputa...
Não é Paul, nem George nem o silêncio de Ringo!
A vida agora é bala que amputa...
John... John...
Imagino o céu
Não sei o que há além deste teto azul...
Divida comigo
Com Paul, George e com Ringo!
Yoko Ono is also the woman
And I... I am the life!
Élsio Américo Soares
LA CANCIÓN DESESPERADA
Ouço no meio da noite
três meninas abandonadas
que aos meus olhos
se põem em madrugadas
silenciosas e pálidas.
Ah! La canción que nada fala
de remansas brisas
noturnas
se cala!
Três meninas abandonadas
entre sombras desesperadas
e uma canção
que ouço às três da madrugada
abraça-me silenciosa e pálida!
E as três abandonadas
choramingam meninas
la canción desesperada...
Élsio Américo Soares
MENINO DE RUA...
MENINO DE RUANDA
Menino de Ruanda
que vagueia nu pela montanha do Zaire.
Estás à procura de um País, eu sei!!!
Porque perdeste pela caminhada
a alma do pai, estrangulado pela guerra
e da mãe consumida pela cólera,
reastejada e emborcada navalha!!!
Oh menino de Ruanda, não adormeça nesta fome inquieta!!
Ela é triste como a Guerra
e pior que a Coléra!!
Não adormeça nesta fome impiedosa, Oh Menino de Ruanda,
porque no sobressalto do sono
existe apenas um alimento: A MORTE!!
E tu ainda haverás de encontrar VIDA
como os meninos de rua do meu país!!
Élsio Américo Soares
|