Fábrica de emoções. 

  

  
1.Estou juntando os pedaços do meu eu imortal. Numa tentativa de realização de mim e do todo. Simplesmente uma unidade, uma oposição a falta.
Um preenchimento do ser incompleto de si, que se encontra em si nos seus anseios. Quando então atinge a plenitude de um estado "ímpar".
Numa sintonia diferente da
racional minha essência se pronuncia como ser vivente.
Isso é um prenuncio de mim, minha individualidade, meu eu.
Já disse e sempre é preciso dizer, repetir verdades distantes de nós mesmos, refugiadas dentro do nosso inconsciente que tentamos desvelar.
Escrever é duvidoso, quando assim se quer pensar.
Saber é simplesmente crer que há uma saída possível, extrema, talvez lá no nosso inconsciente que procura saidas possíveis para se libertar; que encontraremos possíveis fissuras cabíveis nos seus devidos momentos, aqueles em que a luz tão forte do sol ou do saber de Platão se lança para nós, como um raio de luar e esquecemos tudo e somos simplesmente seres, inteiros.

2. Abrindo fronteiras, apontando ícones, nós filósofos da nova era recordamos imagens e expandimos o futuro numa explosão de criatividade e renovação humana. Numa esperança positiva de um presente pleno, sem memória, recordadando o agora e o sempre numa vitória do ser, numa vitória da vida. A retórica retrata a história e o ser humano a engendra.
Nosso apêgo a linguagem é na verdade a única e verdadeira experiência de vida. Nosso canto representa nosso explendor...nossas vidas, nossas dores. Numa nota só, o silêncio diz tudo...representando a vida...numa sentença de morte.
O ritmo, a cadência e a sintônia. Tudo, numa frequência só, dissonante...retumbante, dentro de um canto somente.
O inconsciente coletivo como já disse Jung é nossa ligação de tudo com todos; nossas interferências, nossos apêlos; como então posso me sentir só, se faço parte do "eu coletivo"? Como saber o meu eu, aquilo que sou, o meu "eu" de verdade sem amargar em mim a amargura dos outros?

3. Estivesse eu mãe...
Esculpindo céus, ouvindo e cheirando mares e areias;
estivesse eu...Engolindo perfumes , goles de um ar repetido.
Talvez meu coração ousasse  amar e destampar  medos e revelar caminhos: muitos sóis, sinos dourados. Quem sabe se eu soubesse mãe, seríamos felizes juntas de maõs dadas,... revelando amizade, parindo bondades e recebendo aplausos.

4. As coisas aqui neste porão.
No centro do mundo um porão. Uma mandala perfeita em que todas as partes se encaixam, perfeitamente. Na medida exata das partes, as coisas tentam se estabilizar. E se estabilizam plenamente aqui, no porão do centro do mundo. Este porão é do avesso, tem personalidade própria e ao mesmo tempo é o asfalto sujo de uma guia de rua qualquer. De um buraco sem dono que suporta o tudo, até mesmo as avenidas mais largas, os desafios mais absurdos.

5.Mistura das partes.
Inconsciente: tudo misturado sem alinhamento consciente(conhecido).
Falar assim de forma tão elementar sobre algo tão profundo, pode parecer falta de respeito ou até mesmo falta de conhecimento. Na verdade não, acredito assim estar mais próxima da realidade misturando poesia e prosa - reinventando a linguagem e expandindo o pensamento; libertando as imagens "paradas" do inconsciente; trazendo-as à consciência e o homem transcendendo então o ser filosófico conhecido.
A poesia e o canto de Nietzsche, Heidegger e tantos outros filósofos e não filósofos abrem caminhos à uma nova sabedoria humana bem mais plena e linear...

6. Sou feliz aos pedaços,
de pétalas de margaridas, jogadas ao acaso,
neste ocaso especial que é o alvo.

7. Todos esses cantos da natureza.

8. Olho do Mundo.
Penetrei no olho do mundo, no olho que tudo vê.
Não procurei de lá saídas, simplesmente me entreguei
Tantos desvios, soluções...Aprendi...Tudo em vão outra vez.
Retornando.
Retornado.
Sempre girando e procurando. No limite daquilo que eu podia buscar, que eu podia aprender a viver e ser feliz
Nesta busca desmedida de felicidade a vontade de viver, de estar alerta e ter certeza da vida era simplesmente um ponto na existência do mundo. Não só abstrato como real.Tão real como me ocupo agora em escrever.
Nã posso dizer e repito que não posso dizer aquilo que está fora do olho do mundo porque não existe. O olho do mundo é o todo que é tudo. Assim o fora ele não se pensa porque não é, não existe enquanto oposição porque o Olho do mundo não se opõe a nada porque tudo é.
Pensar e viver no olho do mundo...Assim como agora penso e vivo numa respiração calma, num ofegante querer dizer. Saber que tudo caminha para lá, para onde tiver que ser. De acordo comigo e com todos..." Sem distinção Deus ampara e restringe, na medida, da verdade, do Olho do mundo."
Este olho que a tudo Abrange seria os olhos de Deus?
Sim, acredito que sim se assim quisermos imaginar.

9.Naquele dia incerto...
Tantas incertezas pra contar. Talvez. Ou será? Nada de concreto só um mal estar cheio de inquietudes sartrianas. Cheio de lampejos de nova era.
Numa atemporalidade partida, uma vivência ocupada.Neste dia incerto, invenções e nomes, tudo daquele jeito, só pra concluir talvez ou será?
Pra pensar algo, pra meditar e deixar o dia incerto passar, como um dia entre umna imensidão de outros dias. Assim quase nada é; um pequeniníssimo dia incerto entre tantos em minha vida.

10. Seu mel libertador.
Falar entre penumbras sem escurecer, amanhã ser poetisa sem perder a memória do sempre, sem se perder em teias. Não ser alheia nem a você, nem a ninguém, ser simplesmente uma Aurora de uma vida de amor tão adocicado quanto a flor mais bela do meu jardim.Refletir amor, beleza e brevidade...Somos breves passageiros da vida. Relances de sóis entre milhares de outros relances de sóis. Amanhecidos sóis que piscam...Traiçoeiros? Até que ponto malditos? Olhos pisquentos, moscas no meu jardim de encantos. No meu mundo mágico da vida. Daquela mala escondida no âmago do meu coração, daquele ventre só meu perdido no meu coração. Assim meu amor reclama e se esparrama sobre ti que me escuta e me atinge com seu mel libertador.

11. Uma mensagem eterna para homens eternos.
Os que me ouvem são aves de outono que me questionam os seus alentos.
E os ventos retornam num alento sem dono.
Numa poesia infinita de mim.
Num amor que aprimoro sem pressentir o desfêcho. Por que o desfêcho é a abertura pra eternidade que é correspondência infinita de vida.
Lentamente tudo se refaz no momento. Num desdobramento infinito de possibilidades ideais, minha alma desvenda o incomensurável. E neste alento sem dono, nesta dimensão de estar, o eterno retorno de um "livre pensar",de uma nova existência humana.

12.Curve-se diante do mundo agradecendo a Deus pela vitória,a cada instante festejado pela ausência de tempo na consciência, pela evidência da verdade mais ampla, por esta compreensão que faz levitar.

13.Quando as nuvens descem, os poetas pensam...E as dores iniciam seus pesares.

14.Nossos sintomas, às vezes, de alma doente, são nossos reflexos de gélidos sentimentos vividos.
Nossas orações são momentos de ocaso, de súplicas à harmonia: nossos corações alados querem esclarecer a vida.

15.Não é peso carregar a eternidade. Ela é tão leve, infindável olhar: uma forma lenta de se atirar, rumo ao desconcerto do nada.

16. Somente "a fé da bruxa" nesse momento vivido pode amparar a estrondosa dor dos meus sentidos. O amparo da bruxa é um adormecimento, um esquecimento da dor e uma busca infinita de paz.
Nesta respiração meu peito acalenta e transborda corações; aqui neste centro onde tento socorrer este assalto que me pega sem consolo e me faz crer que a nossa unidade pertence a nós: a você e a mim.

17.Todo azul
De todo universo que se vê, o azul é o mais amplo, seja na terra ou no céu. A cor que aparece é o azul. Cor de alcance que espelha no homem a paz e o desejo infinito de amor.

18.Florzinhas brancas
Estas florzinhas brancas são belas, suaves e breves. Caem com encanto logo após nascerem, deixando no chão sua gota de céu: tão sublimes desmancham, tão sublimes nascem umas após as outras. Da noite para o dia novas florzinhas brancas e suaves, tão delicadas!Acalentam o coração de paz e perdão.

19.Mar e lua.
O mar é como o céu noturno cheio de ondas brancas que vão e vêm, maiores e menores, num movimento infinito.
A única diferença porém é que o mar não se finda ao amanhecer. O mar no céu é noturno, porque a lua é mistério assim como o mar.
20. Cães aflitos, corações amargos, ventres perdidos e penso: impedimentos a parte. Tá tarde. Somente outrora, passado, fim. Que seus impedimentos não ousem me pertubar... Teus impedimentos, sofrimentos, tantos premios perdidos,resgatados pela memória franca, como lá no meu jardim. Um jardim de encantos e encontros...Enfim, todo dia um jardim de encantos e encontros...Em mim. Somente assim posso viver sofrida e breve neste meu mundo que é o centro do mundo, daquilo que é resgatado, revivido, rememorado. Agradeço a Deus hoje sofrida, eu memória assistida e mantida por ti.

21.Se tudo que acontecer for simplesmente obra do acaso, Da Moira,eu aqui perdida, esperando o tempo passar...Numa vida dividida,repartida...que fragmenta o oceano azul das lágrimas de meu pai que naufragaram em mim.Que o santo amor deste verso,peito herdado, gere a nobreza das águas límpidas do lago,espalhadas de lembranças breves e de ocasos sem fim. No passado destes mares remados um pouco de tudo amei; por pura herança divina e pra contar: história sem fim...Perco tempo relatando, rimando, compondo a poesia do mundo, a poesia de mim. Um verso cantado, eterno relato, história sem fim neste tempo inerte, tão bom, tão parado, infinito extase, perto de Deus, talvez queimado e resgatado. Um mundo amparado, gozado, translúcido.. Um mundo, simplesmente um mundo pra contar.
Nesses entrelaces, fugazes ocasos do tempo, estabelecidos e rimados, equilibrados nesta memória deste mundo inerte, nesta vida de atividade e perdão, sem egoismos nem prisões; eloquentes paixões que esquentam corações congelados pelo tempo perdido, por falta de ilusões e descongelam devagar como quase corações mortos. E nosso fogo sem fim ilustra a festa desta vida sem rima, e descongela devagar esses corações que tremem de frio toda noite, sem conseguirem se aconchegar no peito da mãe feliz. Estes corações fugazes, acreditem, existem para nos incentivarem a corrermos das destruições de seus corações gelados.Ambiciosos corações desapegados do amor...Que perderam na luta da vida por desamor.
Jamais saberão ser amados, a não ser que aprendam a amar. Não sei se o que faço é poesia de conteudo primevo; talvez faça história inventando, retirando pedaços eufóricos da imaginação amarela; recordando e existência de vitórias e exclamando memórias, relembrando verdades escritas pelo todo que sabe relatar em mim agora. E quando digo Deus , digo esse todo que me rege em algumas horas dos dias, das noites, dos meus verões, feriados. Desta paixão pela vida que meus pés desfrutam quando ando.
Tudo isso agora acabado é demais pra um coração sem fio. Um coração morto, quer dizer, quase morto, vivendo apertado num corpo cansado de velho arrebatado pra morte. Que agora então isto seja uma oração de fé e agrado e possa surpreender e amparar esses corações quebrados.

22. O infinito é de Deus
Deus é o nosso guia
que bate forte em nossos corações,
corações alegres e cheios de paz
A paz é a andorinha branca
que nos aponta o caminho certo,
que é o nosso destino:
a moira dos deuses gregos,
que nos conduz na vida eterna,
cheios de dádivas, cheios de alma, cheios de nós;
autênticos seguidores da vida,
autênticos homens de fé
Sábios homens do além,
repletos de natureza.
Em seus pensamentos a verdade apresentada pelos símbolos da consciência através de sinais,
nítidos sinais que revelam os segredos da vida feliz.
Tanto a dizer para que ao menos você entenda
que a verdade existe
como fonte de inspiração.
Nós falamos o que Deus nos diz e apresentamos a mais bela canção.
O canto de Zaratustra pode nele reconhecer o que Nietzsche pretendia dizer:
nossos instintos superiores despertados pelo amanhacer
Pela aurora de um novo dia onde o super homem irá viver.
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