Artigos da Dra. Carla de J. Rodrigues, 26 de março de 2001:
Veja a lista completa de Disfunções (patologias diversas em pediatria, diminuição da eficiência física)

Um dossiê sobre crianças com Paralisia Obstétrica.

Sumário:
Conceito, histórico, e características da Paralisia Obstétrica.


A Paralisia Obstétrica (PO) ou Paralisia de Erb - Duchenne é a alteração do controle motor e em menor grau da sensibilidade do membro superior causada por manobras realizadas durante o parto de risco. Basicamente o plexo braquial, formado pelas raízes nervosas de C5, C6, C7, C8 e T1 é lesado total (avulsão - neurotmese - rompimento do nervo) ou parcialmente (tração - axonotmese - rompimento de fibras nervosas) durante o parto numa incidência de 0,3 a 2 por 1000 nascimentos nos EUA.

Em função da lesão nervosa, os músculos do braço e antebraço (raramente são acometidos os dois lados, porém há relatos) podem apresentar desde déficit de força até hipotonia, dificultando o desenvolvimento neurológico e cognitivo da criança, uma vez que o membro superior afetado não fará parte das vivências deste bebê que deve por isso mesmo receber estimulação precoce orientada. Além da posição característica do membro afetado em extensão, rotação interna de ombro, pronação de antebraço e mão fletida, outro sinal da lesão do plexo é a dilatação da pupila do lado da lesão (C8, T1).

Em relação ao tratamento, inicialmente, Duchenne empregou a estimulação elétrica, sem grande êxito. Depois vieram as orientações para órteses de posicionamento evitando contratura progressiva da musculatura deficitária.

Então, em 1903, Kennedy optou por uma intervenção cirúrgica dos nervos lesados. Mas em 1922, Bentzon concluiu que o tratamento fisioterapêutico era preferível à cirurgia devido ao índice de mortalidade decorrente das operações. Até 1980, quando Gilbert aprimorou as condições cirúrgicas e achou bons resultados. Uma das causas mais comuns é a cabeça da criança ser maior que o canal vaginal, peso do bebê acima do normal, partos prolaongados, muitas gestações prévias, casos de PO anteriores, diabete matena e posição anormal do bebê.

Em casos como esses o obstetra deve estar preparado a realizar manobras especial que liberam e protegem o bebê de danos. O diagnóstico é dado por exame através de eletromiografia, que também mostra o grau de envolvimeto dos nervos acometidos.

O tratamento fisioterapêutico é indicado mesmo nos casos pós-cirúrgicos para assegurar a estimulação máxima da musculatura acometida.

Os pacientes com PO são bebês muito agradáveis, com prognóstico bom, dependendo do grau da lesão, que respodem bem ao tratamento.

Veja na próxima edição o caso clínico de um bebê com PO.


Fonte e Mais links sobre o assunto em: http://nyneurosurgery.org/cfr/brachial/plexus.htm em inglês http://members.es.tripod.de/Rose/index-3.html em português (com vários links)


Dra. Carla de J. Rodrigues; Fisiopediatria - Pesquisa em Saúde Infantil, São Paulo/SP, Brasil.
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