DISCRIMINAÇÃO RACIAL

A estudante e coordenadora da Resistência Mulata Brasileira, Aparecida Rodrigues Silva, 18, diz que foi vítima de discriminação racial durante uma reunião de mulheres realizada segunda-feira (30), na Arquidiocese de Manaus. Ela registrou boletim de ocorrência  no 1° Distrito Policial (DP), informando que uma representante da Cáritas, Francis Jr, teria contestado a sua condição de mulata. "Ela disse que mulato não existe, e que a palavra vem de 'mula'. Também me ofendeu, dizendo que mulatos são vistos como objetos sexuais", argumentou Aparecida, denunciante.

Integrante da Cáritas, a atriz Francis Jr. respondeu que foi sua intenção discriminar a condição racial de Aparecida Rodrigues. "Apenas perguntei se ela sabia o singnificado da palavra 'mulato'", disse Francis. Segundo ela, o termo não pode servir de bandeira para um movimento social, pois remete à exploração sexual porque passaram as negras escravas no Brasil. "Mulato vem de mula, que é como os senhores tratavam as negras com quem mantinham relações sexuais. Qualquer movimento é válido, mas a pessoa precisa ter clareza do que está defendendo", explicou Francis, ressaltando que essa é opinião pessoal e não a da organização Cáritas.

De A Crítica, Manaus (AM), quarta-feira, 2 de maio de 2007.