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APINAJE
Outros nomes:
Apinayé, Apinaié
Localização:
Extremo-norte do estado do Tocantins, na confluência dos rios Araguaia e Tocantins.
Os Apinajé nunca deixaram de habitar a região compreendida pela confluência dos rios Araguaia e Tocantins, cujo limite meridional era dado, até o início do século XX,  pelas bacias dos rios Mosquito (no divisor de águas do Tocantins) e São Bento (no Araguaia). Atualmente a Terra Indígena Apinajé está localizada nos municípios de Tocantinópolis, Itaguatins e São Bento, no extremo norte do Estado do Tocantins. Ocupam uma área de 140.914 hectares e espalham-se por sete aldeias.

Quantos são:
1.262 (FUNASA 2003)
Língua:
do tronco Jê

Os Apinajé estão classificados como Timbira Ocidentais e caracterizam-se por uma sofisticada organização social composta por vários sistemas de metades cerimoniais e aldeias relativamente populosas. Na segunda metade do século XX, porém, sofreram uma grande despopulação e desestruturação social, quando seu território foi invadido por centenas de famílias de migrantes e tiveram suas terras cortadas por estradas, como a Belém-Brasília e a Transamazônica. O traçado desta influenciou a exclusão de uma parcela de seu território tradicional na demarcação oficial de sua terra, a qual eles vêm buscando recuperar.


XERENTE
Outros nomes:
A’uwe, Awen, Akwe, Akwen
Onde estão:
Estado do Tocantins, ao leste do rio Tocantins
O território Xerente - composto pelas terras indígenas Xerente e Funil - localiza-se no cerrado do Estado do Tocantins, na banda leste do rio Tocantins, 70 km ao norte da capital, Palmas. A cidade de Tocantínia, localizada entre as duas terras indígenas, tem sido, ao longo desse século, palco de tensões entre a população local não-indía e os Xerente. Desde a fundação do Estado do Tocantins, em 1989, seu território é foco das atenções regionais (e nacionais) devido a sua localização estratégica. Encontra-se atualmente rodeado de projetos de desenvolvimento incentivados pelos governos federal e estadual, em parceria com a iniciativa privada, como a Usina Hidrelétrica do Lajeado.
Quantos São:
1.814 (em 2000)
Língua:
da familia Jê

Os 250 anos de contato dos Xerente com não-indígenas não afetaram sua identidade étnica. As rápidas e intensas transformações sociais, políticas e econômicas que atingem a região na qual residem têm proporcionado a esse povo, não sem dificuldades, uma participação ativa nos processos decisórios que os envolvem. No olho do furacão do desenvolvimento econômico do Estado do Tocantins, os Xerente continuam a expressar, por outras vias, o que possuem de mais tradicional: seu ethos guerreiro.



JAVAÉ
Outros nomes:
Karajá, Itya Mahãdu
Localização:
Tocantins
Desde tempos imemoriais, os Karajá como um todo habitam o vale do rio Araguaia, até pouco tempo atrás considerado um dos rios mais piscosos do mundo. É o principal afluente do rio Tocantins e nasce na serra dos Caiapós, situada na divisa entre Goiás e Mato Grosso do Sul. Com seus 2.000 km de extensão, o Araguaia forma em seu médio curso a maior ilha fluvial do mundo, a de Bananal, no estado do Tocantins, junto à fronteira de Mato Grosso.
Dona de uma biodiversidade única, a ilha é repleta de lagos e rios, tem cerca de 2.000.000 de hectares e é considerada pelos Karajá e Javaé como o lugar mítico de onde surgiram. Pode-se dizer que o rio Araguaia ocupa uma zona de transição entre as áreas de cerrado do planalto Central e a floresta Amazônica, representada pelas matas de grande porte que margeiam o rio, apesar do desmatamento crescente. A ilha do Bananal e as regiões inundáveis ao seu redor caracterizam-se pela vegetação de cerrado, em sua maior parte, e pelas matas-galeria, de menor porte, que margeiam os afluentes do Araguaia e do Javaés (braço do Araguaia que faz o lado oriental da ilha de Bananal).
Quantos são:
919 (em 2000)
Língua:
Karajá, do tronco Macro-Jê

Itya Mahãdu, auto-denominação dos Javaé, significa “o Povo do Meio”. Para eles, a vida em sociedade é o preço que os seres humanos tiveram que pagar pela curiosidade de conhecer o novo. A “queda do paraíso”, que no seu caso é uma “subida”, pois antes habitavam o fundo do Araguaia, trouxe para os homens a obrigação de morar nas casas de suas esposas e pagar por elas aos sogros e cunhados. Enquanto os homens sonham com um tempo/lugar sem outros e sem afins, a vida neste mundo intermediário depende da capacidade de controlar os efeitos potencialmente destrutivos dos estranhos.


KRAHÔ
Outros nomes:
Mehim, Mãkrare, Quenpokrare
Onde estão:
Nordeste do Tocantins
Os Krahô vivem no nordeste do Estado do Tocantins, na Terra Indígena Kraolândia (homologada pelo Decreto nº 99.062, de 7-3-90), com cerca de 320 mil hectares, situada nos municípios de Goiatins e Itacajá. Fica entre os rios Manoel Alves Grande e Manoel Alves Pequeno, afluentes da margem direita do Tocantins. O cerrado predomina, cortado por estreitas florestas que acompanham os cursos d’água. É mais larga a floresta que acompanha o rio Vermelho, que faz o limite nordeste do território indígena.
Quantos são:
Perto de 1700
Língua:
Timbira Oriental, da família Jê

Nos seus dois séculos de contato com os brancos, os Krahô têm vivido reviravoltas e inversões de situação: ora aliados dos fazendeiros, ora por estes massacrados em 1940; nos anos 50 seguiram um profeta que prometia transformá-los em civilizados e em 1986 empenharam-se em uma reivindicação que implicava justamente no oposto, na sua afirmação étnica: foram em 1986 ao Museu Paulista, em busca da recuperação do machado semilunar, caro a suas tradições. Assíduos viajantes às grandes cidades, cujas ruas e autoridades conhecem melhor que os sertanejos que os cercam, com freqüência telefonam a seus esquivos amigos urbanos a pedir miçangas, tecidos e reses para abate, indispensáveis à execução de seus ritos.


KARAJÁ
Outros nomes:
Iny
Localização:
Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins
Os Karajá têm o rio Araguaia como um eixo de referência mitológica e social. O território do grupo é definido por uma extensa faixa do vale do rio Araguaia, inclusive a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal, que mede cerca de dois milhões de hectares. Suas 29 aldeias estão preferencialmente próximas aos lagos e afluentes do rio Araguaia e do rio Javaés, assim como no interior da ilha do Bananal. Cada aldeia estabelece um território específico de pesca, caça e práticas rituais demarcando internamente espaços culturais conhecidos por todo o grupo.
Quanto à situação jurídica das terras do subgrupo Karajá, podemos relacionar:
- Parque Indígena do Araguaia (ilha do Bananal) — área total de 1.358.499 hectares, demarcada, homologada e   esperando registro (Funai, 1998).
- Karajá de Aruanã — Área I (GO) com 11 hectares, Área II (MT) com 769 hectares e Área III (GO) com 586        hectares, em processo de demarcação (Funai, 1998).
- São Domingos, com 5.705 hectares no município de Luciara, MT, homologada.
- Maramanduba, com 26 hectares, no município de Santana do Araguaia, PA, em revisão.
- TI Tapirapé/Karajá, MT, homologada.
Quantos são:
2.500 aproximadamente (em 1999)
Língua:
do tronco Macro-Jê

Habitantes seculares das margens do rio Araguaia nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso, os Karajá que vivem hoje distribuídos em aldeias têm uma longa convivência com a Sociedade Nacional o que no entanto, não os impediu em manter costumes tradicionais do grupo como: a língua nativa, as bonecas de cerâmica, as pescarias familiares, os rituais como a Festa de Aruanã e da Casa Grande (Hetohoky), os enfeites plumários, a cestaria e artesanato em madeira e ainda as pinturas corporais, como os característicos dois círculos na face. Ao mesmo tempo, buscam a convivência temporária nas cidades para adquirir meios de reivindicar seus direitos como a demarcação e manutenção de suas terras, o acesso à saúde e educação bilingüe.


KARAJÁ DO NORTE

Outros nomes:
Xambioá, ixybiowa, iraru mahãndu
Localização:
Tocantins
Os Karajá do Norte são tradicionais habitantes da região do baixo Araguaia e, especificamente, das proximidades de seu trecho encachoeirado. As duas aldeias atuais, Xambioá e Kurehe, no município de Araguaína (TO), localizam-se na margem direita do Araguaia, distantes seis quilômetros uma da outra. Estão 100 km a montante da cidade de Xambioá, a 150 km, por estradas de terra e asfalto, de Araguaína e 70 km de Santa Fé do Araguaia, os centros urbanos mais importantes para o grupo.
Quantos são:
185 pessoas (em 1999)
Língua:
da família Karajá (tronco Macro-Jê)

Os Karajá do Norte, mais conhecidos como Xambioá, estão divididos em duas aldeias, localizadas na margem direita do rio Araguaia. Falam a mesma língua que os Karajá e os Javaé da Ilha do Bananal, mas mantêm muito menos contato com estes que com a população vizinha. Devido ao intenso decréscimo populacional e às uniões recorrentes com regionais, os Karajá do Norte passaram por mudanças culturais importantes. No entanto, parece haver um consenso entre eles quanto à necessidade de implementar projetos e iniciativas destinadas a prestigiar aspectos mais tradicionais de sua cultura e a afirmar sua identidade étnica.
Fontes: Instituto Socioambiental - ISA;
Povos indígenas e não-indígenas - Odair Giraldin (A (trans) formação histórica do Tocantins).