BIO - CURRICULUM
A seguir uma biografia feita às pressas, na qual os bons amigos fizeram questão não apenas de colaborar, mas também de exagerar.
Agradeço envaidecido e preocupado.
  Gilberto Namura nasceu a 10 de fevereiro de 1955 em São Paulo - Capital.
   Aos dois anos de idade, em função da decadência dos negócios paternos, mudou-se com a família para um bairro pobre e em formação na periferia da grande metrópole.

  
"Um mundo tão farto em miscigenação racial quanto em diversidade de culturas e carências sociais. Ali conviviam migrantes, negros, estrangeiros, caboclos, caipiras e uma vasta gama de excluídos - gente de todos os cantos e raças atraída pela possibilidade de moradia barata, além de pequenos terrenos a preços baixos e o desejo de progredir junto com o lugar.
   Foi nesse universo singular e hoje um tanto mítico que cresceu o futuro escritor. Vivendo e assimilando uma realidade obtusa, contraditória. Afinal, pouco além do seu portão, em contraponto ao bom passado da família, emanando seus preceitos morais, sociais e religiosos, estava um lugar de surpresas e insídias. Um território onde a pobreza caminhava ao lado do sonho, a ingenuidade era irmã da delinquência e as pequenas conquistas festejadas como falsas ou mesmo dádivas sobrenaturais.
   Creio que o embrião daquele bairro então suburbano, na orla leste mais remota da capital paulistana, somado a ebulição da época (final dos anos 50 até meados dos 70) são fatores que aliados à decadência de um confortável padrão familiar influenciaram na formação do escritor. Quem lê os textos de Gilberto Namura, sobretudo seus romances e alguns de seus contos, ingressa num universo onírico, às vezes ríspido e simultaneamente terno - são os opostos convivendo lado a lado, ora em harmonia, ora em horror e repúdio -  quiçá não sejam os fantasmas de ontem?"  -
Samuel P. Andrade.

   Em 1972, aos 17 anos de idade, trabalha como vendedor autônomo de livros, mas fracassa na área comercial. Passa os dias a ler aquilo que, via de regra, devia ser o seu ganha-pão.

   Em 1973, faz estágio no laboratório fotográfico de uma grande agência de publicitária da época: Proeme-Propaganda e Mercadologia. Um universo novo e fascinante. É admitido como assistente do fotógrafo Miro (um dos melhores e mais conceituados profissionais da área no país).
   Ali trava contato com diretores de arte, redatores, intelectuais, produtores, artistas de teatro e tv.
   Tudo é novo e mágico para aquele garoto tímido que observa com deslumbramento e curiosidade as idéias e personalidades tão diferentes de seus convivas no bairro afastado em que ainda reside.
   Rascunha os primeiros trecho de uma peça para teatro amador, chamada, Puerto Vajo, que só viria a concluir anos mais tarde, após dezenas de alterações estruturais e modificações de diálogos.

   "Lembro que trabalhar lá era algo muito puxado para ele, pois eram três ônibus para ir e outros três para voltar. Muitas vezes dormia por lá mesmo. Mas vai-se fazer o quê, ele gostava... Era um garoto com muita garra e, mesmo sem entender nada daquilo, nós achávamos que era uma profissão de futuro. As fotos que eles faziam lá saíam nas revistas e nós víamos, ficávamos felizes, orgulhosos, coisa de gente velha... "
- Geraldo Agripino Santos.

   Em 1975 ingressa na TV  Record, como assistente de sonoplastia. Porém, o maior objetivo era o contato mais próximo com o mundo artístico, jornalístico e da comunicação.
   Nas horas vagas escreve sinopses de algumas idéias para programas e quadros humorísticos, mas ainda não se sente seguro para apresentá-las aos diretores artísticos da emissora. Mais uma vez, é vencido pela timidez e insegurança natural a quem inicia na área da escrita. Sente que é preciso aperfeiçoar-se, ingressar numa área em que a função lhe permita uma dedicação total aos textos.
   Escreve alguns contos mas guarda-os em total sigilo, tenta aperfeiçoá-los ao longo do ano, num trabalho exaustivo e interminável.
   Seu relacionamento profissional é ótimo e a carreira promete crescimento em algumas ocasiões opera sozinho o sistema sonoro da emissora, porém, nas veias inquieta-o o germe da literatura. Planeja o próximo passo: trabalhar com a escrita a qualquer preço. Demite-se.

   "Nessa época ele ganhou um Gordini velho de um colega de trabalho lá na Record. O carro estava mutilado e parado havia muito tempo. Fui buscar o veículo com ele e em duas semanas o pusemos para funcionar. Mas faltou dinheiro para comprar o motor de arranque, de forma que toda vez que queríamos ir a algum lugar tínhamos  que empurrar aquela charanga. De resto funcionava bem, embora desse um pouco de medo porque havia um rombo no assoalho e via-se a rua em movimento sob os nossos pés. Mas aquilo foi muito divertido, dá muita saudade daquele tempo... "
- Sílvio Rebello Furtado.

   Em 1976 resolve ser redator publicitário, já tinha estado antes em uma agência e sabia que os textos eram vitais na área criativa. Porém pouco lhe valia a experiência passada, uma vez que havia atuado em um departamento fotográfico.
   Aquele era um momento crucial para os seus dias futuros. Mune-se de coragem e resolve mostrar os seus textos, é a única forma concreta de provar que tem algum talento com as palavras.
   O calvário é longo. Em dois meses bateu às portas de incontáveis agências de propaganda, todas queriam experiência no setor. Certo dia a sorte começou a mudar. Um diretor de arte da então segunda maior agência de propaganda do país, chamada Almap, gostou do material, mostrou-o ao seu redator. Pediram-lhe que trouxesse textos de anúncios, que pegasse nas revistas e tentasse melhorá-los isso foi feito. Finalmente obteve um estágio na área de redação e pode conviver diretamente com alguns dos maiores expoentes da época: aprender com eles, lê-los todos os dias, ajudá-los (ainda que de forma incipiente) em grandes campanhas de veiculação nacional. Estava traçada a carreira, bem como o vínculo diário e permanente com a palavra escrita.
   Findo o estágio e já com alguns trabalhos aprovados, é aconselhado a procurar uma agência menor que possa admiti-lo como profissional e onde seu trabalho seja visto como o de um redator publicitário, ainda que iniciante.
   Com algumas indicações, um pequeno portfólio e uma carta de conclusão do referido estágio, segue o conselho e sai a campo.

   Aqui terminam os comentários alusivos dos amigos, sob pena desta biografia tornar-se cabotina ou pior: irremediavelmente, enfadonha.


   Em 1977 ingressa como redator júnior na Publisian Propaganda, agência de porte médio, mas considerada arrojada e criativa.
   No mesmo ano publica no Jornal Diário Popular (SP) seu primeiro conto: "Não me leve a mal, hoje é Carnaval."

   Em 1978 conclui algumas crônicas que publica em pequenos jornais ou publicações de bairros.
   Há uma cisão na agência e passa a integrar junto com alguns outros profissionais os quadros de uma nova empresa: a Propaganda e Merchandising Nossa Agência.

   No mesmo ano é contratado por uma grande empresa da área: a Norton Publicidade.
   Ali  permanece até 1982 numa fase muito produtiva tanto literária quanto publicitária. Conclui a peça Puerto Vajo. Publica crônicas em revistas de bordo e veículos segmentados.

   Com a carreira publicitária em alta, dedica-se quase exclusivamente a ela, dia-a-dia crescem os afazeres, aumentam as responsabilidades e exigências pessoais. É um período de muito trabalho e depuração técnica, com leituras essenciais, como boa parte das obras clássicas universais e os melhores autores contemporâneos. As publicações são mais esporádicas e seletivas - abrindo um hiato relativamente longo: de 1983 a 1991.

   Nesse tempo, após quatro anos de Norton Publicidade, atuou como redator em outras agências:
   1983 - Expressão Brasileira de Publicidade.
   1986 - DPZ/Factotum.
   1987 - Cliff Propaganda (redator / dir. criação).
   1989 - Funda a J. Duncan (redator / dir. criação).
   1991 - É convidado a dirigir o departamento criativo numa agência de Curitiba, PR - a Geminni Publicidade.

   Em 1991 conquista o 3º lugar no Concurso Nacional de Literatura, promovido pela Secretaria de Cultura do Paraná - Categoria Romance - Obra: Donzelas de Finas Canelas.
   No mesmo ano funda sua própria agência em Curitiba - A Nype Propaganda e Marketing.

   Em 1992 - vence o Prêmio Gralha-Azul de Literatura Brasileira. Categoria Contos - Obra: "Lancinante Agonia".

   Em 1995 passa a colaborar com o Jornal Diário Popular (PR), onde manteve por três anos uma coluna dominical de crônicas.

   Em 1996 começa a colaborar com o maior Jornal paranaense, Gazeta do Povo, no qual então publica semanalmente um ensaio.

   Em 1997, publica seu livro de crônicas, "As Núpcias de Julião".

   Ainda em 1997 lança pela editora Publisher Brasil um romance intitulado, "Província de Pó".

   Em 1999 encerra um livro de novelas intitulado "Confissões do Tempo",
*(inédito em escala comercial).

   Em 2000 lança a o livro, "50 Anos de Jornalismo", obra biográfica do jornalista Abdo Kudri- Presidente do Sindjor - PR.
   No mesmo ano recebe pela obra um "Diploma de Louvor" da Câmara Municipal de Curitiba.

   Em 2002 encerra o romance, "Lealdade Infinita",
*(inédito em escala comercial).

   Em 2003 é convidado para integrar a equipe criativa de uma grande agência de publicidade em Luanda, Angola - a Executive Center.
   Mais que um simples desafio profissional, o convite se apresenta como uma oportunidade real de conhecer de perto a cultura, os costumes e o povo africano. Aceita e parte para este país encantador, situado na região sub-saárica da África.

   Também em 2003, termina seu livro de contos minimalistas, com o título de: "Mínimo, Quase Nada",
*(ainda inédito em escala comercial), recebendo como presente da diretora de arte e artista plástica Heloisa Spolverini a capa da obra.
   Desde 2003 em Luanda, Gilberto Namura tornou-se colaborador com as revistas: Economia & Mercado e a Revista de bordo da TAAG -Transportes Aéreos de Angola.

   Atualmente (em 2005) passa alguns meses trabalhando em Curitiba e outros em Luanda, na agência Executive Center.
   Em fase final está seu próximo livro de contos, "Diário das Tormentas", cujo teor é intimista e psicológico.

   *Ainda inédito em escala comercial, significa que foram produzidos artesanalmente alguns exemplares dos referidas livros e distribuídos entre críticos, editores e amantes da leitura.   
Inicial Obras