Como um bar localizado fora daquilo que podemos chamar de circuito principal de bares e restaurantes pode conseguir tamanho público, em um local praticamente sem estrutura para tal, que depende da boa vontade de São Pedro para ver seu movimento chegar a tais números? “O boca a boca e freqüentadores ilustres”, é o que diz Elias Ribeiro, filho do proprietário da casa, seu Gomes, um ex-vendedor da antiga loja Feira dos Tecidos. Seus pais abriram o espaço há 18 anos atrás, no final dos anos 80. “O pessoal da secretária de educação, que trabalhava aqui próximo, começou a vir aqui depois do trabalho e começou a trazer amigos de outros lugares para cá”, diz Elias, que afirma que a casa começou a ter um movimento tão bom quanto hoje já no inicio dos anos 90.
Pratos - O Flor do Engenho já sai a quatro anos consecutivos no Guia de Salvador da revista Veja como a melhor lambreta da cidade. Mas Elias diz que, sem desmerecer sua lambreta, o forte da casa são as saladas. Variando entre R$ 25 (de polvo) e R$ 12 (de ostra), Elias afirma que com as guarnições, é o suficiente para três pessoas comerem bem no almoço. Diversas moquecas também podem ser encontradas por valores acessíveis.
Freqüentadores - Apesar de funcionar de quarta a domingo, os dias de maior movimento são as noites de quinta, sexta e sábado, principalmente durante o verão, aonde as 50 mesas do Flor do Engenho obtém uma freqüência média durante toda a noite de 500 pessoas. O público é composto de 80% de pessoas fora do bairro, em sua maioria amigos que vão para o happy hour e estão atrás de comida boa e barata. Este é o exemplo de Claudia Maia, 35, professora, que já freqüenta o Flor do Engenho há dois anos, levada por amigos, mas que já ouvia falar dele há pelo menos dez anos. “Destaco daqui a qualidade dos pratos e o atendimento. Claro que o espaço não é dos melhores, principalmente em dias chuvosos, mas o preço compensa”, afirma Claudia que, confirmando a fama do boca a boca que mantém o Flor do Engenho, estava levando pela primeira vez sua amiga Juliana Mascarenhas, 37, administradora, para provar a salada de caranguejo. “Claudia, vamos combinar com Aninha para vir comer aqui semana que vem”, comentou Juliana com sua amiga, mostrando que a comida estava mais do que aprovada.
Como o bairro do Engenho Velho possui vários músicos famosos da Axé Music e do Pagode baiano, o Flor do Engenho também é bem freqüentado por artistas como Ninha (ex-timbalada, atual Tribahia), Sarajane e o radialista Ivanildo Fontes.