Camarão a Joel só no Donana
"Bom de garfo, mau de bolso" links:

Situado no final de linha de Brotas, um corredor de boxes no Centro Comercial da Associação dos Moradores do Conjunto dos Comerciários está o Restaurante de Donana, único local da cidade onde se pode deliciar o Camarão a Joel

É local para ir com calma. Pra jogar conversa fora e deliciar o admirável tempero dessa bem humorada e admirável baiana de São Roque do Paraguaçu, da beira d’água, e que se chama Ana Raimunda Silva Santos, auxiliar de enfermagem aposentada do Estado que faz da culinária baiana seu ganha-pão, serve a mesa com primor e a preços acessíveis.

Como bom popular, o Donana não tem ar condicionado. As meninas – suas afilhadas e aderentes - servem os clientes no estilo restaurante caseiro. O local acomoda cerca de cinqüenta e sessenta pessoas em mesas de plástico forradas e cadeiras – estilo beira de piscina – com braços.

Além disso, como o restaurante situa-se no alto de Brotas – uma das áreas mais altas da cidade – a brisa que sopra do vale do Iguatemi torna o lugar agradável e até faz um friozinho às noites. Nada melhor então para tomar um aperitivo.

O Donana não é lugar de happy-hour nem de paquerar tomando um chopP. Lá, o forte são os variados pratos à moda da casa, em especial o camarão a Joel – servido aferventado, ligeiramente quente, em travessas de barro cozido – as mariscadas, camarões de ensopado e de moqueca, peixes e siris. Nas sextas feiras e nos sábados, além dos frutos-do-mar, serve-se mocotó e sarapatel.

Donana só abre a casa a partir de quarta-feira, neste dia até às 18 horas; sábado e domingo, tambpem até às 18 horas e nas quintas e sextas, dias de maior movimento, até a meia noite.

O camarão a Joel – o forte da casa – homenageia o ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia, Joel Almeida de Lima, assíduo freguês juntamente com uma turma de delegados da PF que semanalmente bate ponto no local e são excelentes clientes e marketeiros da casa. O prato vem com camarões expostos, graúdos, visivelmente saudáveis e especiais aos finos paladares. Além disso, não ofendem o bolso da classe média. Cinqüenta reais é suficiente para almoço pAra dois com direito a algumas bebidas e a sobre-mesa.

A arte culinária de Donana se iniciou em 1988 quando essa auxiliar de enfermagem atuando no Iperba, a maternidade de Brotas, decidiu colocar um armarinho no Centro Comercial dos Comerciários para complementar sua renda familiar. Para sustentar o ponto entre tubos de linha e presilhas de fraldas começou a vender "uns docinhos". Resultado: as contas se equilibraram e o armarinho virou restaurante.

Os clientes foram chegando, a propaganda boca-a-boca da comida caseira se espalhou no bairro e a marca Donana ganhou a cidade.

Nesses quinze anos em que a senhora de São Roque do Paraguaçu atende os clientes, dona Ana Raimunda mantém os mesmo hábitos do passado: comanda a cozinha ao lado de sua auxiliar Lúcia, escolhe e seleciona os produtos, ajusta a decoração com peixes de madeira e objetos de artesanato nas paredes, supervisiona o desempenho do atendimento e ainda se dedica a enfermagem.

POR Lucas Cunha
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