ANTIOXIDANTES
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RADICAIS LIVRES E ANTIOXIDANTES - APROFUNDE-SE

Radicais livres são definidos como moléculas ou átomos apresentados com um número ímpar de elétrons. Muitos oxidantes, como o H2O2 e o oxigênio singlete são confundidos com radicais livres. Na verdade, são Espécies Reativas de Oxigênio (EROS). Além disso, nem todos os radicais livres são instáveis ou altamente reativos. Um exemplo clássico é o oxigênio.

Desde meados dos anos 50 tem sido postulado por pesquisadores que EROS estariam envolvidos com os mecanismos lesivos das radiações e com o envelhecimento natural. Apenas nos anos 70 é que Irwin Fridovich (Duke University; pai da teoria da toxicidade do O
2) demonstrou que EROS são formados naturamente em nosso organismo, saudável ou não.

No final dos anos 90, para surpresa de todos, se demonstrou que EROS estão envolvidos na manutenção do equilíbrio bioquímico das células. Podemos exemplificar o envolvimento do óxido nítrico e do H2O2 na regulação da ação da insulina nas células e no tônus vascular. Apenas em grandes quantidades os EROS seriam de fato tóxicos, causado danos às proteínas, membranas e DNA.

Para regular e controlar a ação "benéfica" ou "maléfica" dos EROS, os organismos utilizam antioxidantes, que podem ser pequenas moléculas ou enzimas. Muitos dos antioxidantes não-enzimáticos (como a vitamina E, os carotenóides e flavonóides) não são produzidos em nosso organismo e precisam ser obtidos da dieta. Entretanto, os antioxidantes não agem apenas no controle dos EROS (ou "combate aos radicais livres"). Possuem inúmeras outras funções que têm sido elucidadas nos últimos anos, como o controle da expressão gênica e dos processos de transdução de sinal celular. Ou seja, atuam na regulação do funcionamento de genes e na ação de hormônios.
conheça alguns antioxidantes
ANTIOXIDANTES OU PRÓ-OXIDANTES?

Antioxidantes podem se transformar em compostos radicalares (radicais livres) ao doarem elétrons para radicais livres primários. E, dependendo da situação, podem ser até mais tóxicos que os radicais livres originais, atacando alvos biológicos, chamados de biomoléculas (BM), como o DNA, RNA, proteínas e lipídeos de membrana (reações 1 e 2).

AH (antioxidante) + Rr (radical livre) -> Ar (antioxidante radicalar)+ RH (radical neutralizado)    (1)

Ar + BM -> AH (regeneração do antioxidante) + BM danificada    (2)

Deve se ter muito cuidado ao se utilizar um composto antioxidante como suplemento alimentar ou como agente cosmético/dermatológico. São precisos estudos e testes, feitos com muito rigor científico, para se ter certeza da eficácia de um determinado antioxidante. Por exemplo, os componentes de um creme cosmético podem neutralizar o antioxidante, sem causar efeitos tóxicos. Porém também pode haver formação de uma forma radicalar do antioxidante que é, em geral, tóxica se em grandes quantidades.

O alfa-tocoferol, To-H, um dos oito componentes da vitamina E, ao reagir com radicais livres nas membranas das células, forma um produto extremamente reativo: o radical livre tocoferil (reação 3), que causa reações de oxidação não desejáveis (reação 4). Como a quantidade de To-H nas nossas células é pequena, a quantidade de radical tocoferil formada é mais baixa ainda.

To-H (alfa-tocoferol) + Rr (radical livre)  ->  radical tocoferil + RH    (3)

tocoferil + BM  ->  To-H + BM danificada   (4)

As células dispõem de mecanismos para neutralizar o poder tóxico (ou oxidante) do radical tocoferil, por meio de antioxidantes endógenos secundários, como o ácido úrico (urato em pH fisiológico; reação 5) e o ascorbato. Porém, estes mecanismos só funcionam quando o To-H  está em pequenas quantidades no organismo. Imagine então a reação 3 com muito To-H presente (proveniente de mega-doses de vitamina E)?

tocoferil + urato  ->  To-H + urato-r (forma radicalar do urato, não tóxico)   (5)