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COMETAS 

"Imaginemos que somos pacientes e longevos... e que possuímos uma expectativa de vida e equipamentos de sobrevivência adequados para uma viagem de alguns milhões de anos. Estamos caindo em direção à estrela amarela brilhante. Nosso pequeno mundo e nossos irmãos foram batizados. Receberam o nome de cometas." Assim comenta Carl Sagan e Ann Druyan, no livro O Cometa. De certo modo, já começamos nossa viagem com esses astros usando sondas espaciais que já fotografaram, analisaram, colidiram, pousaram e até recolheram material!

Imagem espetacular do cometa McNaught numa composição de 13 imagens obtidas em 28/jan/2007 na Patagonia. Também se destacam a faixa da Via-Láctea (à esquerda) e as galáxias Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de Magalhães (à direita). [Crédito Miloslav Druckmüller]


 HISTÓRIA

As primeiras referências aos cometas que há registro foram feitas pelos chineses, japoneses, coreanos e babilônios. Mas foram os chineses que fizeram registros extensos; por exemplo, por muitos anos realizaram um grande número de observações. No entanto, o nome cometa é de origem grega, significando de cabeleira comprida. Por muito tempo os cometas foram associados a tragédias e calamidades. Com avanço do estudo científico do céu, foram aos poucos caindo esse mito. No início do século 17, Johannes Kepler concluiu que as caudas deviam ser produzidas por causa duma força da radiação do Sol. Mais tarde, Isaac Newton apontou que o cometa de 1680 tinha órbita elíptica, escrevendo que os cometas são um tipo de planeta que giram em órbitas muitos excêntricas em torno do Sol. Seu amigo, Edmund Halley, ajudou a mudar a visão que tínhamos dos cometas; com base em observações registradas e na teoria de Newton concluiu que um deles se repetia a cada 75 ou 76 anos, prevendo que o próximo aparecimento seria em 1758. Em 25 de dezembro daquele ano (16 anos após a morte de Halley), Johann Palitzch observou o cometa.


Detalhe da Tapeçaria de Bayeux, do século XIV, registrando o aparecimento do cometa Halley, em abril de 1066. A inscrição latina diz: Estes homens maravilharam-se com a estrela. [Crédito ArtsEdNet/ Getty's Art Education Website]

Com o tempo já se podia classificar os cometas de acordo com suas órbitas: cometas de curto período, de longo período e os novos; no início do século 19, percebeu-se que alguns tinham afélios próximos de Júpiter. Na mesma época, Heinrich Kreutz percebeu que vários cometas que passavam muito próximo do Sol pareciam ter uma mesma origem comum. Ao passo que foram sendo usados aparelhos astronômicos mais modernos, descobriram-se os compostos físicos e químicos, as partes de um cometa, relação dos cometas com chuva de meteoros. Além disso, surgiram teorias da origem dos cometas e seu formato.

Esta histórica foto mostra o cometa Halley visto em 13/mai/1910 no Arizona, EUA. O ponto brilhante abaixo é o planeta Vênus. [Crédito NASA/JPL]


 

Imagem do cometa C/2006 M4 SWAN obtida em 25/out/2006; esse cometa foi descoberto após análises de imagens da sonda SOHO/ SWAN. [Crédito Paolo Berardi e Giuseppe Di Carlo]

OBSERVAÇÃO

A cada ano cerca de 20 cometas são vistos próximo da Terra. A maior parte dos cometas são descobertos por astrônomos amadores porque exige muita paciência e constante observação. É óbvio que também são necessários bons instrumentos de observação e locais livres da poluição visual. Há várias formas de acompanhar a passagem dos cometas usando anuários astronômicos e páginas na Internet, como da REA Brasil.

A atual forma de designar um cometa é semelhante à dos asteróides: ano da descoberta, letra (representando a quinzena de um mês) e número (representando a ordem da descoberta). Depois de confirmado e conhecido a órbita do cometa, se acrescenta antes do ano uma letra para representa o tipo de órbita (P para os cometas periódicos e C para os cometas não periódicos) seguida de uma barra (/) e o nome do(s) descobridor(es) aprovada pela UAI. Por exemplo, 3P/ Encke significa que é o 3º cometa periódico e foi descoberto por Encke; C/1995 O1 (Hale-Bopp) indica que é um cometa não periódico descoberto em 1995 na 2ª quinzena de outubro, sendo o 1º cometa nessa quinzena; foi descoberto por duas pessoas diferentes: Hale e Bopp.


Foto do cometa Halley obtida em 22/mar/1986 por astrônomo amador usando um astrógrafo Zeiss. em Americana, Brasil. [Crédito Nelson Travnik]

 SONDAS ESPACIAIS

Só recentemente foi possível enviar sondas espaciais aos cometas devido ao grande risco de ser aproximar deles. A primeira sonda foi o ICE (na realidade sua principal missão foi monitorar as radiações da Terra) que em 11 de setembro de 1985 se aproximou a 7.800 quilometros do núcleo do cometa Giacobinni-Zinner, e mais tarde em março de 1986 ficou entre o Sol e o cometa Halley. E justamente com o Halley que foram construídas as primeiras sondas especificamente para cometas: a Saisei (que passou a 150.000 quilometros em 8 de março) e a Giotto (que passou apenas a 596 quilometros do núcleo em 13 de março de 1986, obtendo as primeiras imagens do núcleo de um cometa); essa última também pesquisou o cometa Grigg-Skjellerup em 1992. Além dessas sondas, podermos citar as Vega 1 e Vega 2, que depois de passarem por Vênus, se encontraram com o Halley a 10.000 quilometros e a 3.000 quilometros, respectivamente.


Observações do telescópio espacial Hubble em 12/mar/2003 permitiram uma reconstrução em 3D do núcleo do cometa Churyumov-Gerasimenko que tem cerca de 6 km. [Crédito NASA, ESA e Philippe Lamy (Laboratoire d'Astronomie Spatiale)]

Imagem do cometa C/2004 F4 Bradfield obtida com camera fotográfica em 25/abr/2004; também é bem visível a galáxia Andrômeda (M31) no canto superior. [Crédito Wally Pacholka/ AstroPics.com (Joshua Tree National Park, California)]

 

Passaram-se quase duas décadas para outro encontro de uma sonda com um cometa: no dia 22 de setembro de 2001 a Deep Space 1 passou bem próximo ao núcleo do cometa Borrelly, a uma distância de apenas 2.171 quilometros. Embora todos temessem que a sonda fosse pulverizada, uma vez que o núcleo do cometa Borrelly evapora furiosamente, emitindo muita matéria no espaço, isto não aconteceu e a Deep Space 1 conseguiu obter uma boa imagem do núcleo de um cometa, emergindo deste encontro intacta, cruzando durante uma hora, a uma velocidade de 16,5 km/h, a coma do cometa Borrelly. A sonda ainda está em órbita em torno do Sol, entre as órbitas da Terra e de Marte e permanecerá, em uma órbita estável e acessível a futuras missões espaciais.

Foto do cometa C/1998 J1 passando na frente da nebulosa Flame em Wandibindle, Austrália. Este foi um dos cometas descobertos nas imagens enviadas pela sonda SOHO. [Crédito Michael Horn]

 

 

Em 2 de janeiro de 2004 foi a vez da sonda Stardust, que passou apenas à 500 quilometros do núcleo do cometa Wild 2, obtendo 72 fotografias, recolhendo milhares de partículas de poeira liberados pelo núcleo e trazendo de volta à Terra em 15 de janeiro de 2006.

Outra sonda muito usado é a SOHO (abreviação em inglês de Observatório Solar e Heliosférico). Como o nome indica, seu objetivo principal é a observação do Sol, mas desde de 2000 já registraram mais de 1.500 cometas. A maioria dessas descobertas foram feitas por astrônomos amadores que vasculham nas milhares de imagens geradas pela SOHO e colocadas na Internet apenas 15 minutos depois de capturadas as imagens.


Imagem do cometa de número 1.500 capturada com o Coronógrafo Espectrométrico de Ângulo Amplo (Lasco), um dos 12 instrumentos a bordo da sonda SOHO. [NASA/ ESA]

 

Outro ponto alto da exploração espacial ocorreu quando o impactador enviado pela sonda Deep Impact colidiu com o cometa Tempel 1 na madrugada do dia 4 de julho de 2005, provocando uma brilhante colisão que representou o auge de uma arriscada missão. Também chamou atenção do público em geral devido à cobertura pela mídia, algumas vezes em tempo real, e uma enxurrada de notícias. "Nós o atingimos exatamente onde queríamos", disse Don Yeomans, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA. O espetacular choque a 10 km/s quando a sonda estava 134 milhões de km da Terra liberou um jato de material abaixo da superfície do cometa. Foi a primeira vez que uma sonda entrou em contato com o núcleo de um cometa. "Acho que agora temos uma compreensão completamente diferente do nosso Sistema Solar", disse Charles Elachi, diretor do JPL. "O seu sucesso excedeu as nossas expectativas." A sonda pincipal, que gravou a operação a apenas 500 quilômetros, sobreviveu ilesa à colisão.

Imagem do Tempel 1 obtida pela câmara de alta resolução (HRI) a bordo da sonda Deep Impact, 13 segundos após o impacto. O clarão é o material ejetado do cometa devido à colisão do impactador da Deep Impact. [NASA/ JPL-Caltech/ UMD]


Imagem do cometa C/2006 A1 Pojmanski obtida em 03/mar/2006 antes do nascer do Sol. Quando Pojmanski passou próximo da Terra, mostrou uma longa cauda, inclusive de tons verde e azul conforme moléculas de gás em sua cauda e coma tênues brilharam fluorescentes à luz do Sol. [Crédito Adam Block/ Caelum Observatory e R. Jay GaBany/ Cosmotography.com]

ÓRBITA

 

A classificação usada pelos astrônomos é com base nas órbitas dos cometas, e há várias formas de classificá-las. No entanto, geralmente são divididas em 2 grupos: os cometas de longo período e os cometas de curto período.

A teoria mais aceita da origem dos cometas de longo período (período orbital maior que 200 anos) foi desenvolvida em 1950 por Jan Oort. Ao analisar esses cometas sugeriu que há uma esfera de inúmeros astros congelados ao redor do Sol a meio caminho da estrela mais próxima, entre 4,35 trilhões e 30 trilhões de km. Quando essa região, chamada de Nuvem de Oort, é perturbada (pela maré gravitacional de nossa galáxia ou pela passagem próxima de uma estrela) o cometa é lançado em direção do Sol numa viagem de milhões de anos; mas, chegando à região dos planetas, a órbita pode ser alterada para um período orbital na ordem de milhares de anos. Apesar da Nuvem de Oort ainda não te sido vista, sua existência é aceita pelos astrônomos devido à distribuição orbital dos cometas de longo período.O formato da órbita dos cometas de longo período é parabólico ou hiperbólico. Os cientistas estimam que a massa total de objetos na nuvem de Oort deva ser da ordem de 40 massas terrestres. Para explicar a variada composição química dos cometas os cientistas dizem que essa matéria deve ter se formado a diferentes distâncias do Sol e, portanto em locais com diferentes temperaturas. A temperatura na nuvem de Oort deve ser de -269° C, ou seja, 4° C acima do zero absoluto.

Imagem artística da Nuvem de Oort, nos limites exteriores do nosso Sistema Solar. Acredita-se atualmente que esse é o local onde residem os cometas de longo período, que de vez em quando se aproximam do Sol e podem ser visíveis da Terra. [Crédito Calvin J. Hamilton]


Cometa McNaught (C/2006 P1) observado em 20/jan/2007 em Mossel Bay, na África do Sul. [Crédito Kevin Crause]

Quanto aos cometas de curto período acredita-se de que eles se originam do Cinturão de Kuiper, muito além da órbita de Netuno (entre 4 e 7,5 bilhões de quilômetros). Anualmente são descobertos mais astros nessa região. Os cometas de curto período permanecem dentro da órbita de Plutão por uma fração significativa de suas órbitas, e com o tempo suas órbitas são alteradas pela influência gravitacional dos planetas gasosos, como Júpiter e Saturno. O formato da órbita é elíptica. Esse grupo, também pode ser dividido em 2 subgrupos: os cometas de período pequeno com período orbital menor que 20 anos, distância no periélio de 224 milhões de quilômetros, inclinação menor que 13º em relação à eclíptica e girando em torno do Sol na mesma direção dos planetas; e os cometas de período intermediário com período orbital entre 20 e 200 anos, inclinação orbital maior que 13º e alguns com direção retrógrada. No entanto, devido a sua pequena massa esses cometas tem a órbita mudada por causa da influência gravitacional dos planetas ou do próprio Sol.

Foto do Hale-Bopp obtida pelo Hubble em set/1995. A aglomeração brilhante de luz ao longo da espiral pode ser um pedaço da crosta gelada do cometa que foi lançada ao espaço e que desintegrou-se então em uma nuvem luminosa de partículas. [Crédito H.A. Weaver do Applied Research Corp., P.D. Feldman do The Johns Hopkins University, NASA]

 FÍSICA

O núcleo de um cometa é formado por rocha, gelo e gases congelados de forma irregular com alguns quilômetros de diâmetro e de baixa densidade, geralmente menos denso que a água. Essa é única parte que permanece quando o cometa está bem distante do Sol, sem sua atividade cometária; por causa da superfície escura, o cometa praticamente não é visto neste estágio. Aproximações anteriores ao cometa Halley pela sonda Giotto e ao cometa Borrelly pela Deep Space 1 revelaram núcleos granulosos sem mostrar superfícies com interesse. Estes cometas foram aquecidos pelo Sol durante milhares de anos. O aquecimento solar fez desaparecer por fusão os contornos mais salientes. Em contraste a sonda Deep Impact revelou que o núcleo do cometa Tempel 1 está coberto por um pó fino, como que se encontra na Lua; também foram encontrados alguns locais com água gelada. Amostras do cometa Wild 2 recolhida pela Stardust revelaram grãos que contêm materiais formados a temperaturas extremamente altas. "Esses são os minerais mais quentes encontrados no lugar mais frio, na Sibéria do Sistema Solar", disse Donald Brownlee, cientista-chefe da missão Stardust. O período de rotação é bastante variável; enquanto alguns cometas tem período de algumas horas, outros tem períodos de alguns dias. 

 

Imagem composta do núcleo do cometa Tempel 1 obtida por 3 câmeras da sonda Deep Impact. O local do impacto da sonda é indicado pela seta maior e a barra no canto esquerdo indica a escala de 1 km. [Crédito NASA/ JPL/ UMd]

 

 

Um cometa se torna um espetáculo apenas quando está próximo do Sol porque o gelo passa diretamente do estado sólido para o gasoso (como acontece com o chamado gelo seco) formando uma nuvem difusa ao redor do núcleo, chamado de coma ou cabeleira. Mesmo assim, a temperatura ainda é baixa próximo a superficie apontada para o Sol, cerca de -75º C.  

A coma do cometa vai crescendo em tamanho, através de explosivos jatos expelidos a milhares de quilômetros do núcleo, sendo formada geralmente de pó e gás que refletem de modo fluorescente a luz solar e absorve a radiação ultravioleta, tornando-o então brilhante. Os compostos químicos principais dessa região são água, dióxido de carbono e gases neutros. Geralmente isso ocorre próximo a órbita de Júpiter, ou seja, a uns 7,5 milhões de quilômetros do Sol.

 

Imagem do cometa Hale-Bopp em mar/2001 mostra que ainda se encontrava ativo apesar de está a 2 bilhões de km do Sol. Note na enorme coma que ainda possui, e no jato encurvado na coma, formado por poeira e gás que escapa do núcleo. [Crédito ESO]

 

Com o tempo o material da coma se desprende da gravidade do núcleo do cometa, sendo empurrado em direção contrário ao do Sol pelo vento solar, formando a cauda, a característica mais marcante de um cometa. Os jatos violentos podem formar-se quando o Sol brilha nas áreas geladas perto da superfície do cometa. O gelo sólido transforma-se em gás sem passar por uma fase líquida e o material escapa para o espaço, lançado a centenas de km/h. No entanto, devido à densidade e o material solto pela coma do cometa, se formam 2 caudas distintas: de poeira e de íons.

A cauda de poeira e gás é mais visível, geralmente branca, curvada por ser mais densa e formada por poeira, podendo atingir centenas de milhões de quilômetros de comprimento. A cauda de íons é menos visível, geralmente azul, retilínea por ser menos densa e formada por gases e partículas menores, que atinge também centenas de milhões de quilômetros de comprimento. A visibilidade de ambas as caudas depende de vários fatores físicos e orbitais.

Fotografia do cometa Hale-Bopp tirada em 11/mar/1997 exibindo as caudas de poeira e de íons. [Crédito Ralph Nye]


Com cada passagem próxima do Sol, o cometa perde parte de seus materiais voláteis, e com o passar do tempo torna-se um asteróide, sem material para formar a bela cauda de um cometa. Outros se aproximam tanto do Sol que se desintegram. Esta perda de material, junto com a ejeção e fenômenos de rotação, também ajuda a alterar a órbita de um cometa. Acredita-se que os cometas são os astros mais antigos do Sistema Solar; remanescentes da nebulosa que a formou.


Estas 2 imagens da coma do Hyakutake em 03/abr/1996 foi obtida pelo Hubble. A primeira, feito com filtro vermelho mostra somente a luz solar filtrada por partículas no interior da coma. A segunda, feito com filtro ultravioleta mostra a distribuição dos átomos de hidrogênio. O campo de visão é de 14.000 km. [Crédito M. Combi (University of Michigan)]

 DETALHES DE ALGUNS COMETAS



O mais famoso dos cometas teve seu período orbital de 76 anos calculado por Edmund Halley em 1705. Como foi o primeiro cometa com período orbital conhecido recebe atualmente a designação 1/P Halley. Consultando os registros históricos, a primeira aparição do cometa Halley foi em 239 AEC e o último em 1986, ano em que foi explorado por algumas sondas espaciais. Sua órbita é inclinada 18º em relação à eclíptica e retrógrada. Em 1986 o periélio foi de quase 88 milhões de quilometros alcançando 54,55 km/s. O afélio é de quase 5,25 bilhões de quilometros. O núcleo do Halley é um dos maiores cometas conhecidos medindo cerca de 16x8x8 quilômetros com período de rotação de cerca de 10 horas. Sua superfície é mais escuro do que o carvão, refletindo apenas 3% da luz do Sol e a densidade também é muita baixa (0,10 g/cm³) provavelmente porque o núcleo é poroso. A temperatura na superfície quando próximo do Sol é de cerca -40º C, perdendo 30 toneladas de matéria por segundo. O rastro de poeira deixado em sua órbita causa as chuvas de meteoros Eta Aquarids, no final de abril, e Orionidas, no final de outubro.

Imagem do núcleo do cometa Halley (colorida artificialmente) obtida pela sonda Giotto em 13/mar/1986. São nítidos os jatos de gás evaporando vindo do núcleo do lado esquerdo. [Crédito NASA; ESA]


 



O cometa 2/P Encke foi descoberto em 1786, recebeu este nome em honra de Johann Franz Encke, astrônomo que descobriu a existência dos cometas de período curto. Ele observou que um determinado cometa descoberto em 1786, 1795, 1805, e 1818 era um mesmo cometa. Em 1819 ele publicou suas conclusões, e suas predições estavam corretas quando o cometa retornou em 1822. Foi o segundo cometa periódico descoberto depois do cometa Halley.

O Encke possui um período de 3,3 anos, mas está diminuindo 2,5 horas a cada revolução. Encke é um asteróide antigo, escuro e aparentemente rígido. Destaca-se por apresentar a cada nova orbitação em torno do Sol, de menor brilho. Seria um corpo celeste que se encontra em transição de cometa para asteróide. Devido as suas freqüêntes passagens junto ao Sol, este cometa já teria perdido a maior parte de seu material volátil. Sua órbita eliptica está entre 613 milhões de quilômetros (próximo de Júpiter) e 51 milhões de quilômetros (próximo de Mercúrio).

Esta imagem do cometa Encke foi obtida em 12/nov/2003 com camera Schmidt e CCD. [Crédito Gerald Rhemann and Michael Jäger]

 

 

O cometa 9P/ Tempel-1 foi descoberto em abril de 1867 quando estava a 245,18 milhões de quilômetros do Sol. Tem 5 quilômetros de largura por 11 quilômetros de comprimento. Em julho de 2005 o impactador enviado pela sonda Deep Impact colidiu com o cometa Tempel 1, provocando uma brilhante colisão que representou o auge de uma arriscada missão. "A maior surpresa foi a opacidade da pluma criada pela colisão e a luz que emitia," disse o principal investigador da missão, o Dr. Michael A'Hearn da Universidade de Maryland, College Park. "Isto sugere que o pó escavado da superfície do cometa era extremamente fino, mais parecido com pó-de-talco do que com areia da praia. E a superfície não é definitivamente o que a maioria das pessoas espera quando pensam em cometas - um cubo de gelo." O impacto criou uma cratera com 60 quilômetros de diâmetro, e vaporizou 4.500 toneladas de água e surpreendentemente, libertou ainda mais poeira. A sonda encontrou no corpo do cometa Tempel 1, carbonatos, silicatos hidratados, água no estado sólido, ferro e olivina.

Esta concepção artística do Tempel 1 simula uma visão óptica do cometa (esquerda) e outra simulando visão em infravermelho (direita). Estas imagens foram baseadas em informações obtidas pelos telescópios espaciais Hubble e Spitzer. [Crédito NASA, JPL-Caltech, T. Pyle da Spitzer Science Center]

 

 

O telescópio Hubble flagrou a colisão do impactador da sonda Deep Impact com o cometa Tempel 1 entre o dia 4 e 5/jul/2005. Esta sequência de imagem mostra a evolução do material ejetado momentos antes e depois da colisão, alcançando a velocidade de 720 km/h. [Crédito NASA, ESA, P. Feldman (Johns Hopkins University), H. Weaver (Johns Hopkins University Applied Physics Lab)]

 

Imagem da superfície do cometa Tempel 1 obtida pelo impactador da sonda Deep Impact em 04/jul/2005.[Crédito Univ.Maryland, JPL-Caltech, NASA]

O cometa 17/P Holmes foi descoberto em 1892 por um astrônomo amador. O Holmes chamou atenção quando 2 meses depois que afastou do Sol exibiu um súbito e inexplicável aumento de brilho, já que geralmente os cometas aumentam de brilho quando se aproximam do Sol. Apesar de voltar a cada cerca de 7 anos, o Holmes continuou sendo mistério até que em 23 de outubro de 2007 repetiu-se o evento. Desta vez foi acompanhado por telescópios potentes. Observou-se que quando estava a 358 milhões de quilômetros do Sol, o cometa aumentou de brilho 400 mil vezes, ou seja, tornou-se visível a olho nu; a emissão de jatos de poeira e gás que provocou o súbito brilho foi calculado em mais de 1.800 km/h. Em 4 de novembro de 2007 tornou-se o maior astro do Sistema Solar com uma coma de mais de 1,4 milhões de quilômetros! Os astrônomos acham que uma rachadura no núcleo do cometa Holmes tenha exposto fragmentos de gelo que foram aquecidos e consequentemente o aumento da coma. Outro destaque do Holmes é sua coma quase esférica em comparação dos outros cometas.

Cometa Holmes e aglomerado estelar Melotte 20 visto em Portugal através dum binóculo em 10/nov/2007. Note que esse cometa não tem cauda e sua coma (ou cabeleira) é quase esférica. [Crédito Luis Carreira]

Estas imagens do cometa Holmes obtida pelo Hubble revelam a diminuição do brilho da coma e da nuvem de poeira e gases em volta do cometa. Tendo como base 29/out/2007, o brilho é menor 2 vezes em 31/out/2007 e 9 vezes menor em 04/nov/2007, respectivamente. [Crédito NASA, ESA, H. Weaver (Johns Hopkins University/Applied Physics Lab)]

O cometa 21/P Giacobini-Zinner foi descoberto em 1900. Na sua aparição em 1946 passou a apenas 4 milhões de quilômetros da Terra. Um fato interessante deste cometa é que seu brilho não é constante e apresenta súbitos aumentos na sua luminosidade. Na sua aparição de 1959 ocorreram três aumentos de brilho. Este cometa é um dos poucos que pode produzir, se as condições forem favoráveis, chuvas de meteoros espetaculares. A ele estão associadas as chuvas de meteoros Draconidis, Draconidis de Outubro e Giacobinidis. Tem período orbital de 6,61 anos e orbita entre 528 milhões de quilômetros e 155 milhões de quilômetros do Sol.

 

Imagem do Giacobinni-Zinner, numa de suas frequentes visitas no Sistema Solar interno, obtida pelo Observatório de Kitt Peak em nov/1998. [Crédito N.A.Sharp/ NOAO/ AURA/ NSF]

 

Descoberto em 1904 o cometa P/19 Borrelly tem período orbital de 6,86 anos e seu periélio, ou seja, sua maior aproximação ao Sol, é de quase 205 milhões de quilômetros. De acordo com projeções, este cometa teve sua trajetória alterada pelo campo gravitacional de Júpiter quando passou próximo a este no século XIX. O encontro com a sonda Deep Space 1 revelou que o núcleo do cometa Borrelly tem cerca de 8 quilômetros de um lado ao outro e uma forma muito semelhante a um pino de boliche. Na verdade, suas dimensões são 5 x 5 x 8 quilômetros. A superfície é tão negra quanto o pó usado como "toner" nas fotocopiadoras! Além disso, a superfície mostou-se ser quente e seca, com uma temperatura entre 26ºC e 71ºC.


Imagem do núcleo do Borrelly, obtida pela sonda Deep Space 1 em 2001, quando se encontrava a cerca de 3.400 km de distância do cometa. As zonas planas e claras perto do centro do núcleo do cometa parecem constituir a origem dos jactos que produzem a coma e caudas do cometa. [Crédito Deep Space 1 Team/ JPL/ NASA]

 

Descoberto em 2 de maio de 1930, o cometa P/73 Schwassmann-Wachmann 3 ficou conhecido quando em 1995 desfragmentou-se em dezenas de pedaços, sendo os menores do tamanho de uma casa; com o tempo é provável que se fragmentará ainda mais. Mais uma vez foi usado o Hubble para acompanhar o cometa. O Schwassmann-Wachmann 3 completa uma órbita em torno do Sol a cada 5,4 anos. Em maio de 2006 passou a 11,7 milhões de quilômetros da Terra e se prever uma bela chuva de meteoros em 2022. No entanto, as observações mostraram que o cometa se fragmentou ainda em mais pedaços. O Schwassmann-Wachmann 3 deu assim origem a um verdadeiro enxame de mini-cometas. A razão deste fenômeno não é clara. Não se sabe porque o Schwassmann-Wachmann 3 foi fragmentado; uma possibilidade é que da última vez que o cometa passou relativamente perto de Júpiter, a gravidade do planeta abriu uma série de fendas no pequeno núcleo, expondo partes do seu interior. Ao aproximar-se do Sol, o gelo agora exposto sublimou, aumentando o tamanho das fendas, e acabando por quebrar o núcleo do cometa Schwassmann-Wachmann 3.

Fragmento C do cometa P/73 Schwassmann-Wachmann 3 passando próximo da Nebulosa Anular (M57) e da galáxia IC 1296 na noite de 7-8/mai/2006 obtida pelo Observatório Welzheim. [Crédito Stefan Seip]

 

O cometa C/1965 S1 Ikeya-Seki foi descoberto em 18 de setembro de 1965. Ao calcular a órbita do Ikeya-Seki foi rapidamente reconhecido como um rasante solar. Menos de um mês depois a cauda foi registrada com 5 graus de extensão e em 21 de outubro era visível para qualquer um que bloqueasse o Sol com a mão! O cometa passou a apenas 450.000 quilômetros do Sol. Os astrônomos usando o coronógrafo do observatório Mount Norikura, disseram que o cometa foi visto se partir em três pedaços antes do periélio. A cauda do Ikeya-Seki era mais longa ao término de outubro e início de novembro com extensão de 20 a 25 graus de visão. Foram fotografados dois núcleos definidos, com um terceiro núcleo suspeito. O cometa foi visto por último em 14 de janeiro de 1966, embora existem suspeitas de seu aparecimento em uma placa fotográfica exposta em 12 de fevereiro de 1966. Os fragmentos de Ikeya-Seki retornarão ao Sistema Solar interno em aproximadamente de 880 anos.

Imagem do Ikeya-Seki capturada em 1966, um cometa razante que ao se aproximar muito do Sol teve seu núcleo fragmentado. [Crédito Roger Lynds/ NOAO/ AURA/NSF]

Descoberto em janeiro de 1978, o P/81 Wild 2 tem um núcleo de 5 quilômetros e período orbital de 6,17 anos. Cálculos posteriores mostraram que em 1974 quando o Wild 2 passou a apenas 900 mil quilômetros de Júpiter, provocou uma mudança na sua órbita, fazendo com que seu periélio passasse de 735 milhões de quilômetros para 225 milhões de quilômetros. As imagens obtidas pela Stardust revelaram picos de 100 metros de altura e crateras com mais de 150 metros de profundidade. Algumas crateras do Wild 2 têm um pico central, rodeado por material ejetado; outras têm um chão liso e paredes direitas. De acordo com Donald Brownlee da Universidade de Washington, o principal investigador da missão, a superfície é altamente complexa. “Há blocos do tamanho de celeiros, escarpas de 100 metros de altura, e algum terreno estranho que não se parece com nada que tenhamos visto antes. Há também algumas marcas circulares que se assemelham a crateras de impacto que chegam a ter um quilômetro de comprimento", comentou Donald.

Estas imagens do núcleo do cometa periódico P/81 Wild2 foram obtida pela sonda Stardust em 02/jan/2004, há apenas alguns minutos da máxima aproximação do cometa. [Crédito JPL]

 

 

O cometa C/1995 O1 Hale-Bopp foi descoberto por astronomos amadores em 22 de julho de 1995, quando o cometa ainda estava a mais 1,00 bilhão de quilômetros do Sol, ou seja, entre Júpiter e Saturno. Isso indicava que seria um cometa muito brilhante. Em setembro de 1996 já eram vistos pelo menos 10 jatos emitidos do núcleo tanto do lado apontado para o Sol como o lado oposto. Em 23 de março de 1997 fez sua máxima aproximação da Terra a uns 196 milhões de quilômetros e em 1º de abril de 1997 fez sua máxima aproximação do Sol a 138 milhões de quilômetros viajando a 44 km/s.  Em março de 2001 ainda estava ativo com uma coma de 2 milhões de quilômetros apesar de está a meio caminho entre Saturno e Urano! Em janeiro de 2005 ainda era perceptível uma cauda mesmo estando a 3,14 bilhões de quilometros do Sol.

Foi o cometa mais brilhante nos últimos séculos, sendo visto a olho nu por um ano e meio. Outro destaque do cometa Hale-Bopp foi a cauda dupla: a de poeira (branca) e de gás ionizado (azul). Calculou-se que emitia 20 vezes mais gás e 100 vezes mais poeira do que o cometa Halley em 1986. O tamanho do núcleo do Hale-Bopp foi calculado entre 30 e 50 quilômetros, portanto o maior cometa conhecido. O período de rotação do núcleo foi estimado entre 11 e 12 horas e período orbital de 2.537 anos. Pela primeira vez foi identificada a presença de hélio num cometa e uma cauda de sódio percebida apenas por aparelhos especiais. Como o cometa Hyakutake, o cometa Hale-Bopp também emitia ondas de raios X.

 

Imagem do cometa Hale-Bopp em mar/1997. A cauda azul de íon é composta de moléculas de gás ionizada e a cauda branca é feita de partículas sólidas empurradas pela pressão do vento solar. [Crédito John Gleason (Celestial Images)]

 

 

O cometa C/1996 B2 Hyakutake foi descoberto em 30 de janeiro de 1996 por um astrônomo amador. Foi um dos cometas que passaram mais próximo da Terra que se tem registro.; por isso foi visto a olho nu por apenas alguns dias. Em 25 de março de 1996 passou a cerca de 14,9 milhões de quilômetros de distância. Durante esse período houve uma surpressa quando a sonda Ulysses cruzou a cauda do HyakUtake, revelando uma extensão de mais de 500 milhões de quilômetros! "Essa imensa cauda prova que ainda conhecemos muito pouco sobre os cometas", disse Geraint Jones, membro da equipe do Ulysses. Outra supresa foi a descoberta de emissão de raios X pelo Hyakutake, pois foi a primeira vez que se encontrou essa emissão num cometa. Também comprovou-se emissão de grande quantidade de etano e de metano. O Hyakutake tem um núcleo calculado em 4,2 quilômetros, período de rotação de cerca de 6 horas, órbita bem elíptica (excentricidade 0,99) e alta inclinação em relação as órbitas dos planetas (124,92 graus); com esses dados e outros calcula-se que o período orbital é superior a 72.000 anos.

Cometa Hyakutake em 24/mar/1996 obtida com 10 minutos de exposição. O contraste de cores é nítido entre a brilhante coma do cometa (verde) e as caudas de íon (mais comprido em azul) e de poeira (mais curto em azul). [Crédito W.B. Whiddon]

 

Foto do cometa Hyakutake usando um telescópio montado numa plataforma equatorial em 25/mar/1996 na Ilha Camano, EUA. [Crédito Fred Burger]

Descoberto através do programa LINEAR em 27 de setembro de 1999, o cometa C/1999 S4 LINEAR se fragmentou em fins de julho de 2000 quando estava a 113 milhões de quilômetros do Sol. Apesar de não ter sido um espetáculo, os astrônomos acompanharam pela primeira vez a fragmentação dum cometa. Imagens obtidas, especialmente através do Hubble, mostraram explosões no núcleo do LINEAR, que desencadeou um grande pedaço flutuando próximo da cauda e uma nuvem de poeira que aumentou o brilho do cometa por várias horas.

 

 

Imagem dos fragmentos do cometa C/1999 S4 LINEAR em 06/ago/2000 com observatório Very Large Telescope. [Crédito ESO]

  



O cometa 191P/ McNaught foi descoberto em 7 agosto de 2006 no Observatório Siding Spring, durante uma busca por NEAs (Asteróides próximos à Terra). Depois do seu afélio (cerca de 25,4 milhões de quilômetros do Sol) em 12 de janeiro de 2007, McNaught foi um dos cometas mais brilhantes nas últimas quatro décadas, sendo visível até durante o dia; além disso, a cauda do cometa apresentou uma curvatura. "Este fenômeno se deve, provavelmente, à competição entre a pressão da radiação solar e a gravidade que afeta as partículas pesadas e leves do cometa", explicou um porta-voz da ESO (Observatório Europeu Austral). Ao analisarem o espectro do McNaught encontraram sódio, um elemento raro em cometas, que produz a cor alaranjada na cauda. O núcleo foi estimado em 25 quilômetros de diâmetro e a cauda atingiu cerca de 3 milhões de quilômetros em janeiro de 2007.


Cometa McNaught visto em 21/jan/2007 no Observatório Paranal, deserto do Atacama, no Chile. [Crédito Emmanuel Jehin]

GRÁFICOS

Diagrama da órbita dos cometas Tempel 1, Wild 2, Encke e Giacobini-Zinner. Note que as órbitas dos cometas são muitos elípticas em relação as órbitas dos planetas. [Crédito Ielcinis Louis / NASA]

Diagrama da órbita dos cometas Holmes, Schwassmann-Wachmann 3, McNaught e Borrelly. Vista desse ângulo notamos que as órbitas também são bem inclinadas em comparação com os dos planetas. [Crédito Ielcinis Louis / NASA]



Gráfico comparativo do periélio (distância miníma do Sol) e do período orbital (tempo que gasto para dar uma volta em torno do Sol) de 72 cometas de curto período, entre eles Encke, Giacobini-Zinner, Wild 2 e Tempel 1. Nota-se que a maioria não chega tão perto do Sol porque estão depois mais longe que o planeta Marte; outros apesar de chegarem próximo a distância da Terra, não há choque de colisão devido suas órbitas serem muito inclinadas. [Crédito Ielcinis Louis]

 

DADOS NUMÉRICOS DE ALGUNS COMETAS

NOME

DIÂMETRO MÉDIO (km)

PERIÉLIO (milhões de km)

AFÉLIO (milhões de km)

PERÍODO ORBITAL (anos)

INCLINAÇÃO ORBITAL (graus)

DESCOBERTA (ano)

1P

Halley

11

87,76

5.277,35

76,01

162,20

239 AEC

2P

Encke

5

50,98

612,95

3,30

11,80

1786

9P

Tempel 1

6

222,90

707,14

5,51

10,50

1867

17P

Holmes

3

322,92

777,40

7,07

19,20

1892

19P

Borrelly

5

201,83

539,70

6,88

30,30

1904

21P

Giacobinni-Zinner

2

154,58

527,74

6,61

31,95

1900

26P

Grigg-Skjellerup

3

148,75

442,52

5,11

21,10

1902

61P

Churyumov-Gerasimenko

6

195,25

858,13

6,57

7,15

1969

73P

Schwassmann-Wachmann 3

?

140,68

775,91

5,34

11,45

1930

81P

Wild 2

4

223,35

783,38

6,40

3,20

1978

191P

McNaught

?

304,98

527,74

6,64

8,76

2006

C/1965 S1

Ikeya-Seki

?

1,50

13.694,20

880,00

141,86

1965

C/1995 O1

Hale-Bopp

60

148,01

27.786,07

2533,97

89,43

1995

 

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