E se eu
largasse o meu olhar?
E se o
deixasse percorrer o mar imenso,
Lançar-se,
livre, no céu infinito,
Cavalgar
pela planície, até ao horizonte?
...
E se o meu
olhar tudo abarcasse
(A
humanidade, a fauna, a flora!)
E nele
guardasse toda a criação?
...
E se o meu
olhar fosse microscópico
E
distinguisse o grão, a gota, a
bactéria?
..
E se o meu
olhar fosse macroscópico,
E nele
coubessem todas as estrelas e as
galáxias?
..
E se visse
o invisível e, para si, as ondas
Os aromas e
os sons mostrassem cores
E formas
dos outros desconhecidas?
..
E se eu
seguisse o meu olhar, e com ele...
..
Nadasse os
oceanos, tal um golfinho,
Voasse pelo
azul, como gaivota,
Ganhasse
velocidade sobre a pradaria?
(Cavalo
selvagem, outrora detido, agora
liberto
)
..
E se tudo
soubesse do que via
E a razão
de tudo se revelasse?
..
E se
atingisse a molécula, o átomo, o quark,
A mais
ínfima partícula, e entendesse
Afinal, do
que é construído o Universo?
..
E se o meu
olhar e eu fossemos o mais longe
que é
possível ir, e regressássemos
o mais
depressa que é possível vir, para contar?
..
Que
encontraríamos e saberíamos,
Que
contaríamos, eu e o meu olhar?
..