O Porquinho Jacinto

da

AVÓMI

 

   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
         
 
                               
    Era uma vez um porquinho que vivia numa quinta no alto da montanha duma ilha muito verde, com muitas flores e muitas cascatas de água transparente.

O porquinho chamava-se Jacinto e vivia muito feliz, porque o seu dono, o senhor Raposo, tratava-o e cuidava muito bem da sua pocilga, que estava sempre impecavelmente limpa.

Certo dia, o Porquinho Jacinto adoeceu e o dono ficou muito preocupado, porque tinha uma estimação muito grande no seu Jacinto. Telefonou imediatamente ao veterinário, pedindo-lhe que fosse logo dar assistência ao pobre bicho que estava a sofrer imenso e grunhia tão desesperadamente, que fazia dó.

O senhor Dr. Coelho, veterinário, chegou, auscultou o Porquinho Jacinto, pensou um bocado e disse ao senhor Raposo:

- Tenha calma, que o Porquinho Jacinto vai ficar bom. Para já, vou dar-lhe uma injecção e tem aqui estes pozinhos, para misturar muito bem na ração, quando lhe der as refeições.

- Ai, Senhor Dr., não sei como hei-de pagar-lhe, se me salvar o Jacinto! Tenho mais estima por ele, que por nada deste mundo!

- Ó homem, não se preocupe, que o Jacinto não tem nada de grave. É só uma pequena indisposição que lhe provoca umas dores no abdómen. Deve ter sido originada por qualquer alimento não muito fresco. Mas descanse, que logo à noitinha ele estará bom.

- Ó Senhor Dr., o meu Porquinho Jacinto nunca comeu comida nenhuma que não estivesse muito fresca, isso tenho eu a certeza, porque quem lhe faz a comida sou eu e faço-a com muito cuidado e com produtos frescos da minha quinta. O Senhor Dr. não tem, de certeza, cliente nenhum que trate tão bem o seu porco como eu. Pelo menos aqui na Ilha.

O meu Jacinto vive como um príncipe! - Veja o Senhor Dr. que, como vivemos aqui no alto da montanha, para ele não ficar triste, levo-o frequentemente a dar uma volta de carro até à cidade e à beira-mar. O Jacinto distrai-se imenso! Gostava que o Senhor Dr. visse!

O meu porquinho é muito carinhoso e faz-me muita companhia, por isso é que estou assustadíssimo. Se ele me falta!... Além disso é um animal muito esperto.

Ainda ontem o levei a dar um passeio e ele mirava tudo: as flores, a água a correr na ribeira, as pessoas que passavam... De regresso a casa, o Jacinto entristeceu e começou a puxar-me as calças com a patinha. Então é que eu me lembrei duma falha que tive, pois sempre que o levo a passear, compro-lhe, numa lojinha lá da cidade, um chocolatinho, que ele até se lambe todo quando o come. Como ontem me esqueci, ele entristeceu e chamou a minha atenção para tal facto, puxando-me as calças. Voltei para trás, porque o meu Jacinto não podia ficar triste! Para ele ficar mais contente, em vez de um, comprei-lhe dois chocolates, que ele devorou num instante. Veja o Senhor Dr. se isto é tratar mal o meu bichinho!?

- Ora agora é que estou a ver qual é a razão da doença do Porquinho Jacinto! - disse o Dr. Coelho. - Isso nem parece seu, senhor Raposo! Então o senhor não sabe que os porcos não devem comer chocolates?!... É por isso que o Porquinho Jacinto está assim mal disposto! Mas não se preocupe, que logo lhe passa. No entanto, aconselho-o a não dar mais chocolates ao Jacinto, está bem?

- Mas ele nunca tinha ficado doente, Senhor Dr. e já há muito tempo que lhe dou chocolates!

- Teve sorte, Senhor Raposo; teve sorte! Desta vez ainda lhe reforçou a dose, o Porquinho Jacinto sentiu-se e ficou com dores de barriga. Por isso é que ele tem grunhido tanto! De futuro, em vez de lhe dar chocolates, dê-lhe bolota, que isso sim, isso é que é alimento para porcos.

   
                               
                           
               
     

   

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