A verdade sobre a proibição bíblica de
comunicação com os mortos
Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que, na
própria Bíblia, encontramos uma passagem em que o próprio Jesus comunicou-se com
os espíritos de pessoas "mortas". Vejamos:
Mateus 17:1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos
irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte.
Mateus 17:2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o
sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
Mateus 17:3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias,
falando com ele.
Isso demonstra,
de qualquer forma, que a comunicação com os mortos É POSSÍVEL, e, se o próprio
mestre a fez, não é contrário às Leis de Deus. E o mais interessante
disto tudo é que o próprio Moisés que diz ter recebido de Deus a ordenação de
não evocar os mortos aparece depois de morto!!!
No entanto, religiosos, contrários às idéias
espíritas, citam o capítulo Bíblico Deuteronômio 18, como argumento, afirmando
que a Bíblia proíbe claramente a comunicação com os mortos. Porém, tais pessoas
não explicam o momento histórico em que tal mensagem foi escrita, analisando-a
de forma genérica.
O
Deuteronômio compõe-se principalmente de uma série de discursos que Moisés
proferiu perante os filhos de Israel, nas planícies de Moabe, defronte de
Jericó. Foi escrito em uma época em que os israelitas realmente necessitavam de
disciplina, pois estavam prestes a entrar na Terra Prometida sob um novo líder e
traziam hábitos adquiridos do período em que estiveram escravos no Egito, pois
os egípcios, acreditando que os mortos eram deuses, desprezavam a crença do
"Deus Único". Além disso, tanto naquela época quanto hoje em dia,
havia inúmeros "aproveitadores" que enganavam as pessoas.
Devido
a isso, Moisés proibiu o povo judeu de buscar comunicação com os mortos.
Portanto, esta proibição não tem fundamento para os dias de hoje.
Por outro lado, se formos seguir
a proibição bíblica de comunicação com os mortos devemos seguir também todos os
outros capítulos do Deuteronômio, não é mesmo? Então vejamos se alguém que
utiliza o capítulo 18 como lei a ser respeitada até os dias de hoje, também
respeitaria o capítulo 13:
Deuteronômio
13
13 - 6 Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a
mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como a tua alma, te incitar em
segredo, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses!-deuses que nunca conheceste,
nem tu nem teus pais,
13 - 7 dentre os deuses dos povos que estão em redor de ti, perto ou longe
de ti, desde uma extremidade da terra até a outra.
13 - 8 não consentirás com ele, nem o ouvirás, nem o teu olho terá piedade
dele, nem o pouparás, nem o esconderás,
13 - 9 mas certamente o matarás; a tua mão será
a primeira contra ele para o matar, e depois a mão
de todo o povo;
13 - 10 e o apedrejarás, até que morra, pois
procurou apartar-te do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa
da servidão
Vejam o
absurdo: O capítulo 13 manda MATAR o próprio irmão,
ou filho ou mulher se um destes lhe propor seguir outra religião, outra crença.
Será que esta prática seria aceita nos dias de hoje? Evidente que não.
Analisando outros capítulos do Deuteronômio vemos claramente que ele se
constitui em um conjunto de regras bastante rígidas e violentas, destinadas a
disciplinar um povo violento, que seriam inaplicáveis nos dias de hoje.
Ora, se o capítulo 13 não é aplicável aos dias de
hoje, porque seria o capítulo 18? A resposta é simples: Os críticos do
espiritismo utilizam este versículo porque lhes é conveniente, tentando fazer
crer aos menos informados que tal proibição é genérica, porém não costumam
comentar a respeito dos outros capítulos, pois não teriam como sustentar sua
aplicabilidade.
|