Stepdaughter
Stepdaughter



by Luthy; MSN; e-mail




Importante! Nota da Autora: A fic foi reescrita inteirinha, algumas partes foram adicionadas, outras corrigidas para que vocês não se perdessem, então eu sugiro que vocês leiam tudo desde o início.


Capítulo I – Tell me you’re joking


Início do Flashback


– Mãe. Manhê! Mãezinha? Me explica isso direito! Como assim? Você volta de Londres e simplesmente atira essa situação em cima de mim? Mãe quer fazer o favor de prestar atenção em mim quando eu estiver falando? – a garota estava nesse monólogo desde que a mãe dissera que ia se casar, saltitando atrás da mulher a manhã inteira.
– Esse é exatamente o problema, , você fala demais! – a mulher, rendida, finalmente respondeu. – Eu já disse, vou me casar.
– Como assim? Com quem? Nome. Mãe, eu quero um nome! – voltara a prestar atenção em outra coisa. – Mãe, dá pra ser ou ta difícil? Qual é o nome deleee?
– Meu Deus, ! É Neil! Neil é o nome dele. – o coração da menina deu um pulo dentro do peito. Não podia ser aquele Neil, poderia? Seria muita coincidência! Não é?
– Ma... mãe? Que Neil? – a garota estava pálida e meio esverdeada ao mesmo tempo, o que finalmente causou algum efeito em . A mulher achou melhor não ignorá-la dessa vez.
– Neil Exton. Ele trabalha como técnico de guitarras para aquela banda que você tanto gosta, como é mesmo o nome?
– McFly? – a garota murmurou, ainda digerindo a informação.
– Isso mesmo. – ela respondeu, entrando na cozinha para beber suco. – Se você o fizer pelo menos pensar que você não é louca, eu posso pedir para ele te apresentar aos meninos. – adicionou ao ver a menina parada na porta da cozinha como se fosse uma estátua. A mãe dela ia ser casar com o Neil. O NEIL! Técnico de guitarras do MCFLY! Era a única informação que ela conseguira processar.

– ...eu estou dizendo, ! Minha mãe vai se casar com o NEIL! – gritou a jovem, ao telefone.
VOCÊ TÁ BRINCANDO! – berrou a outra do outro lado da linha.
– Amor, tem três coisas com as quais eu não brinco. – disse ao telefone, contando nos dedos. – McFly. Fletch. E Neil. Eu estou falando super-sério! – exclamou ela, observando o enooorme pôster de McFly que tinha sobre sua cama, quase babando. Ela iria conhecê-los!
Ai, cara, que máster! Você me apresentará o , né?
– Claro, né, trouxa? Maaaas, só depois que eu conhecer o , é claro. – as duas começaram a gargalhar ao telefone, como retardadas.
Agora, falando sério, , quer trocar de mãe? – perguntou a que estava do outro lado.
– Não, muito obrigada, estou muito feliz com a minha mãe. E com meu pai. E com meu futuro padrasto, é claro. Mas eu troco de madrasta e irmão com você, se quiser.
De irmão eu troco numa boa, mas de madrasta eu não quero nem a minha, quanto mais a sua!
– Você sabe como animar uma pessoa, ! – respondeu sarcasticamente, cutucando um buraquinho em seu edredom.
Desculpa ! – a amiga respondeu, em tom de ‘perdoe-me, por favor’.
– Sem problemas. Tenho que ir, arrumar as malas. Eu vou pra LONDRES! – gritou a garota, encarando o céu ensolarado que tinha fora de sua janela, pensando em como seria raro ver um desses na Inglaterra. Mandou um beijo e desligou o telefone, contente. Ela ia ser enteada do Neil. Certo, ela amava o pai dela, mas ficar longe da madrasta e da peste que tinha como irmão para conhecer o McFly e, quem sabe, mostrar sua banda para o Fletch era sempre melhor.

– ...e filha? Um e-mail por semana, no mínimo! E um telefonema por mês. – ia dizendo o pai da garota, ainda abraçado á ela, quase a sufocando.
– Ta bom, pai! – ela exclamou, tentando se soltar do abraço de urso. – Pai, você está me sufocando. – disse, e o homem a largou.
– Ah é. Bom, te amo. – ela murmurou um “também” e foi virando-se para ir embora. – , não está esquecendo de nada não? – a garota deu meia volta.
– Tchau Vivian, peste. – ela disse com o sorriso mais falso do mundo, quase cuspindo o “Vivian”. Por fim, segurando a mala de mão, entrou na área de raio-x das malas e revistamento seguindo a mãe. Estava indo para a Inglaterra, ser filha do Neil Exton, conhecer o McFly. Ainda não estava acreditando naquilo. Quer dizer, como poderia? É a mesma coisa de alguém te dizer que, se você pular de um penhasco, vai sair voando. Certo, não é a mesma coisa, mas é como se fosse, pelo menos na cabeça dela. – Mãe? – ela chamou enquanto se acomodavam nos assentos, na janela e no corredor. A mulher se virou para ela, mantendo uma sobrancelha erguida como se a encorajasse a perguntar o que queria saber. – A pode me visitar no fim dessa semana, quando as aulas daqui acabarem? A mãe dela já deixou. – para a sorte da garota, chegaria lá no início do segundo dos três meses de férias de “verão”.
– Claro . – a mulher respondeu, sorrindo. – Passar o mês até as aulas dela voltarem?
– É. Daí sabe você poderia pedir para o Neil nos apresentar ao McFly e tal... – ela encarou esperançosamente. A mulher sorriu e concordou com a cabeça.
– Claro, vou conversar com ele, interesseira.
– Obrigadinha. – respondeu a jovem em seus plenos dezoito anos, pegando o iPod na mochila e colocando uma música aleatória para tocar, no caso, Bubblewrap, McFly. Ela nem sabia por que continuou ouvindo, já que iria conhecê-los PESSOALMENTE! E a também, claro.

– Neil! – chamou a mãe da menina, acenando para o husband-to-be¹. – Como vai?
– Bem, muito bem, estava com saudades. – ele respondeu, abraçando-a e dando um selinho nela, enquanto fazia uma cara engraçada ao ver aquela cena. cochichou algo no ouvido dele que sorriu e concordou. A garota se aproximou do futuro padrasto, sorrindo e esticando a mão.
– Prazer, . Mas pode me chamar de . Eu sou a filha da sua noiva. – ela se apresentou, vendo a cara de desespero da mãe atrás dele e sorrindo.
– Prazer , eu sou o...
– Eu sei quem você é. Você é “O” cara. E você é “O” cara que vai me apresentar ao McFly, não ééé? – ela pediu, fazendo cara de anjinho, coisa que qualquer um que a conhecesse, sabia que ela não era.
Neil começou a rir e concordou com a cabeça enquanto suspirava e o seguia até a esteira, em busca das malas. Em algum tempo já estavam todos acomodados no carro de Neil, com o cinto preso e saindo do aeroporto.
, vamos fazer assim... – começou Neil, olhando-a através do espelho do carro. – Os garotos estão, provavelmente, mofando lá na casa deles, sem ter o que fazer. Então, como eu sei que você deve estar mais ansiosa para conhecê-los do que para conhecer a sua casa nova, o que você acha de eu te deixar lá? – escrevia um número num papel e entregou-o para a filha.
– Quando quiser voltar, liga para esse número. Já deixou o número do seu celular com a ?
– Claro, né, mãe? – sorriu enquanto guardava o papelzinho no bolso da calça jeans.


¹ husband-to-be: significa algo como “futuro marido”; marido á ser.


Capítulo II – Wanna play some strip-poker?


– Se cuida! – aconselhou de dentro do carro pela janela enquanto e Neil estavam do lado de fora conversando com ela.
– Ta mãe, relaxa. O Neil está me deixando com eles porque confia nos meninos, não é, Neil?
– Quem, eu? Confiar neles? – a garota deu um pisão no pé dele sem que a mãe visse, ainda sorrindo para a mesma. – Ai. Claro que confio neles, são extremamente responsáveis. – ele concordou e ela sorriu ainda mais, dando meia volta e se dirigindo para a porta da casa, com Neil ao seu lado. Olhou pela janelinha, esperando ver quem é que ia atender e seu queixo caiu.
– Neil, aqueles ali são os Son of Dork? – perguntou ela, puxando-o para olhar através da janela e respondê-la.
– São. Vá se acostumando, , você ainda vai passar muitas tardes com esses uns.
– Vou, é? Quero ver você convencer minha mãe que eles são segu... O está vindo abrir a porta de cueca? – ela perguntou e ele espichou a cabeça, olhando pela janela. Riu e concordou com a cabeça. A garota fechou os olhos, corando até o último fio de cabelo quando abriu a porta. No carro, deixou o queixo cair e arregalou os olhos, não que alguém tivesse percebido.
– NEIL! – ele gritou, só então reparando na garota que mais se assemelhava á um pimentão que se encontrava ao lado dele.
, essa é a , minha futura enteada. Mas eu não contaria com ela abrindo os olhos para te cumprimentar. – ele comentou, apontando para o que o garoto vestia, ou melhor, não vestia. O garoto deu um pulo e entrou na casa correndo, dizendo algo para os outros oito que estavam lá dentro, todos num estado semelhante ao de . Quase instantaneamente eles começaram a catar as roupas pelo chão e vesti-las.
– Foi mal, Neil. Estávamos jogando strip-pôker. Idéia brilhante do Bourne, nem pergunte. – comentou Steve, que era o que tinha se vestido mais rápido.
– Não ia perguntar Steve. De qualquer forma, cuidem bem da , eu e a mãe dela vamos arrumar a casa hoje. Talvez ela tenha que dormir aqui, porque o quarto dela é o mais bagunçado, mas se for o caso eu ligo aqui. – Steve piscou marotamente para Neil, mas não percebeu por ainda ter os olhos fechados.
– Posso abrir os olhos agora? – ela perguntou, depois de entrar na casa e ter a porta fechada atrás de si. Steve olhou os amigos e voltou a olhá-la.
– Acho melhor não, á menos que queira ver a bunda do . – a garota cogitou mentalmente a possibilidade, mas afastou os pensamentos pervertidos rapidamente enquanto Steve a puxava para dentro da sala. – Dudes, se apressem, temos uma garota aqui. – a menina estava cada vez mais vermelha.
– Isso é uma garota, tem certeza? – perguntou Dave, rindo, olhando-a. – E eu achando que fosse um tomate encasacado. – a garota abriu os olhos, sem se importar com o fato de algum deles possivelmente estar semi-nu e deu uma risadinha sarcástica, olhando Dave.
– Você se acha muito engraçado, não é mesmo, Williams? – a pronúncia do sobrenome de Dave através da boca da garota fez os garotos, menos Steve e , arregalarem os olhos.
– Ah, dude¹, me diga que ela não é uma fã louca que o Neil trouxe aqui para nos irritar! – exclamou ele, olhando-a de cima á baixo.
– Se for, pelo menos ele escolheu bem. – complementou James, dando o mesmo tipo de olhar que Dave dera, contudo tinha algo de diferente: ele parecia despi-la com os olhos.
– Dudes, planeta Terra chamando. – exclamou , acenando uma mão na frente do rosto de James. – Ela é a enteada dele. – James ficou branco, depois rosa, depois verde, depois meio azulado e por fim vermelho.
– Não conta esse momento para ele, por favor. – pediu o jovem, muitíssimo corado. A garota sorriu.
– Não se preocupe, eu não sou dedo-duro. Anyway², strip-pôker?
– É por quê? Quer jogar? – perguntou James, sorrindo. A garota abriu um sorriso maléfico-pervertido.
– Preparem-se para perder.

– AHÁ! Ganhei! – exclamou ela, fazendo uma dancinha da vitória depois de baixar as cartas na mesa. Encarou os nove com um sorriso vitorioso. Todos estavam olhando para as próprias boxers, sem ter muita certeza de que queriam tirá-las. – Não se preocupem, eu não quero ver o que quer que vocês tenham aí. Podem se vestir. – ela disse, colocando de volta dois dos oito casacos que usava quando chegou e um dos três pares de meia; estava começando a sentir calor agora que se acostumara á temperatura. – Mas só uma dica, quando aceitarem jogar strip-pôker, certifiquem-se que têm bastante roupa para tirar. – Muito obrigado pela dica! – exclamou , sarcástico, colocando as calças de volta, assim como todos os outros. – Poderia ter dado-a quando a gente começou.
– Ah, mas daí não teria graça. – ela respondeu, rindo e se colocando de pé. – Cadê a cozinha? Eu tô morrendo de fome. – apontou uma direção oposta á sala, a qual a garota seguiu para chegar na cozinha. – O que vocês querem comer? – perguntou ela de lá, abrindo a geladeira e vendo o que tinha lá.
– PIZZA!
– MACARRÃO!
– HAMBÚRGER!
– Algo que não engorde? – ela sugeriu, abrindo os armários e, em seguida, olhando-os, já que haviam acabado de sentar á mesa. Eles sorriram e balançaram a cabeça negativamente. Tendo em mente que eles comeriam, no mínimo, o triplo que ela e que eles estavam em dez, a garota abraçou a pilha de miojos que havia dentro do armário e deixou-os na pia, buscando uma panela grande (que era bem grande mesmo, não que eles usassem). Com um martelinho de cozinha, após despejar todo o miojo na panela, começou a quebrá-lo. Encheu de água e começou a mexer o alimento, se metendo vez ou outra na conversa deles e gargalhando com certos comentários.

– A gente admite. Estava realmente bom. – Chris disse, enquanto Danny Hall erguia a camisa de no ar, pois era a única branca.
– Obrigada, mas agora devolvam a camisa do pobre garoto. – ela disse, se encostando á mesa e cruzando os braços. – E lavem os pratos. Eu cozinho vocês lavam nada mais justo. – os garotos levantaram, reclamando e fazendo fila, cada um com seu prato e com o de também.

– Eu tô dizendo, , mal posso esperar você chegar! Eu joguei strip-pôker com eles! – ia dizendo. Havia quase uma semana que não conversava com a amiga, desde que chegara á Londres. Tinha ido quase todos os dias na casa dos meninos, já que estes estavam tirando uma folga do trabalho.
Não acredito! Você viu alguma coisa? – a outra perguntou, dando risadinhas.
– Eca! Não, sua pervertida! Eu deixei passar! – respondeu , olhando os meninos que estavam entretidos jogando GTA no x-box.
COMO É QUE VOCÊ DEIXOU PASSAR UMA OPORTUNIDADE ÚNICA COMO ESSA DE VER O MCFLY E O SON OF DORK SEM BOXERS ? – berrou , causando gargalhadas nos meninos que agora olhavam , a qual mantinha o telefone (que os meninos a deixaram usar) afastado da orelha. O único detalhe é que a menina tinha berrado em inglês, o que deixara corada dos pés á cabeça.
– Quer calar a boca, sua retardada? Eles vão achar que minha melhor amiga é uma pervertida de primeira. – sussurrou , nervosamente, com o telefone agora quase colado á seu rosto.
Mais do que eles? – perguntou ela, e tinha colocado no viva-voz, já que a amiga continuava falando em inglês. – Duvido muito. – agora foi a vez de cair na gargalhada, deixando os meninos sem-graça. Um celular começou a tocar e percebeu que era o seu, o qual atendeu.
– É o Neil. – disse em resposta ao olhar questionador que lhe lançava. – Ele mandou a gente te arrumar um quarto porque você vai dormir aqui. De novo. – ele voltou a atenção para o celular. – Neil, não tem mais espaço aqui. Os caras já ocuparam todos os quartos de visitas. – tornou a olhar , sem cobrir o bocal do telefone. – Ele mandou a gente se virar para te colocar aqui dentro, nem que você tenha que dormir na mesma cama que eu. Agora ele se corrigiu. Acho que sua mãe deu uma bronca nele, porque ele disse que se você dormir na mesma cama que eu, amanhã eu saio daqui roxo.
? Eu vou ter que desligar, é o Neil. Beijo. – ela desligou o telefone e tomou o celular da mão de , ao mesmo tempo em que dizia. – Dá aqui essa droga de celular, . Neil, não se preocupe, eu não vou deixar nenhum deles dormir na mesma cama que eu. Não deixei até agora, de qualquer maneira. – ela ia dizendo, ajeitando a calça jeans extremamente larga que vestia. – E diz para minha mãe não se preocupar, eu não vou os deixar espiarem pelo buraco da fechadura do banheiro que nem eles tentaram fazer ontem, porque eu sei que ela vai perguntar. Ta bom. Tchau, Neil. – ela concluiu, desligando o aparelho e olhando para os garotos.
– Então, quem vai me emprestar roupa hoje? – ela perguntou, apontando as roupas de que ela vestia desde que acordara. – Para dormir, dessa vez. – Dave ergueu as mãos e ela subiu de cavalinho nos ombros dele, sendo carregada para o andar de cima. O loiro entrou no próprio quarto e voltou menos de um minuto depois, com uma camiseta da Atticus, uma calça de moletom preta e uma blusa de moletom também preta, porém escrito “The Cure” em branco.
– Vou usar o banheiro daqui do segundo andar. Nada de espiar, hein, Dave? – ela disse, pegando as coisas da mão dele e seguindo o corredor até a terceira porta á direita da escada. Precisa dizer que em cinco minutos estavam todos eles amontoados atrás da porta, fazendo um tremendo esforço para tirar o algodão que ela tinha posto na fechadura? Esforço, por sinal, inútil, já que ela tinha pendurado uma toalha na porta. Quando Zukie passou rapidamente por baixo da fresta da porta, com ganas de decepar o lagarto, os garotos desistiram e voltaram para o primeiro andar.

– Então, quem está á fim de tocar alguma coisa? – ela perguntou calmamente para os garotos que estavam sentados, ou melhor, jogados nos sofás e no chão, assistindo uma entrevista dos Dorks para o Popworld.
– O que é que você toca? – perguntou , preguiçosamente, sem nem se importar em olhá-la.
– Para falar a verdade, qualquer coisa. Mas atualmente, eu sou melhor tocando . – ela respondeu, calmamente, apontando os das duas bandas, os quais se encontravam no mesmo estado que os outros.


¹ dude: uma gíria muito popular, equivalente aos nossos “cara”, “velho” e “mano”.
² anyway: de qualquer forma; mudando de assunto.


Capítulo III – Open your arms, feel the rain... or just the water.


– Vamos lá, vai, ver como você se sai. – concordou James, pulando da poltrona onde se encontrava e indo na direção do estúdio dos McFly’s no porão.
– É claro, você nunca vai ser tão boa como nós. – apontou os garotos. – Mas a gente te abre uma exceção. – ele sorria e a garota, apesar da calça de moletom de Dave ser larga demais para ela, deu um pulinho e deixou-os passar na sua frente, já que não confiava muito em James. Mal ela pôs os pés lá dentro, correu para o instrumento e fez um solo que deixou os garotos stunned¹.
– Surprise, surprise². Eu tenho uma banda também, bobões. A , sabe?, a do telefone? – os garotos concordaram com a cabeça. – Então, ela está na banda comigo, com a e com a . Não tenho certeza de que vocês vão conhecer as duas últimas nessas férias, talvez no casamento.
– Nós seremos convidados? – perguntou Chris, surpreso, em nome de todos os garotos.
– Vão por incrível que pareça. – ela concordou, apontando os McFly’s. – Mas vocês quatro, nem se animem. O Fletch vai estar lá também, como o Neil fez questão de afirmar. – os meninos fizeram caras de desapontados, mas em poucos minutos já tinham aceitado o desfio de karaokê proposto por Steve.

– EI, ISSO NÃO É JUSTO! – gritou ela, vendo sua péssima pontuação no karaokê e estapeando , que ria de sua cara. – Eu estou no meio de cantores profissionais! Além disso, eu sou a que menos canta na minha banda!
– Uma hora se ganha, na outra se perde, bobona. – eles responderam, imitando-a. ficou com uma cara de quem chupou limão, mas em pouco tempo estavam numa batalha de travesseiros, até que a garota caiu de bunda num travesseiro jogado no chão.
– MONTINHO! – berrou James pulando em cima de que tinha pulado em cima de Danny Hall que pulara em cima de que estava esmagando Dave que estava quase babando em cima de Chris que estava puxando sem querer os cachinhos de Danny Jones que tentava lamber a bochecha de Steve que acabou dando uma cabeçada em que tinha sido o primeiro a pular em cima de .
– SAIAM DE CIMA DE MIM, SEUS RETARDADOS! – ela berrava com o pouco fôlego que tinha extremamente vermelha lá embaixo da pilha. – VOCÊS PESAM, SABIAM?! – os gritos eram em vão, pois os garotos não faziam o mínimo esforço para sair de cima dela, apenas davam risada. – Sério, gente, sai de cima! Eu não estou conseguindo respirar aqui! – ela continuou, começando a ficar roxa, até que, finalmente, a pilha de garotos despencou, cada um pr’um lado, se acabando de dar risada. Até começou a rir da cena. – Alguém tem uma câmera fotográfica? – ela perguntou, recuperando seu fôlego. ergueu a mão e apontou para a mesinha perto de uma poltrona, onde havia uma máquina digital. A garota engatinhou na direção do objeto e segurou-o, voltando até onde estavam os garotos. Juntou-os e se enfiou no meio, entre e , colocando a foto para bater em cinco segundos.
– X! – exclamaram todos eles, fazendo caretas estranhas antes que a foto batesse. Divertiram-se por algumas horas tirando fotos retardadas, incluindo uma em que era a “carne do sanduíche”, entre e , berrando desesperada para eles pararem de encochá-la e contando histórias divertidas.

– Pessoas, onde eu vou dormir hoje? – ela perguntou com a cabeça apoiada na barriga de Dave e os pés na de James, assistindo De volta para o Futuro, com os olhos quase fechando.
– Aqui. – respondeu , mostrando que todos estavam moles demais para subir as escadas. – Nenhum de nós vai subir. – a garota concordou com a cabeça e voltou a olhar a TV na mesma hora em que o caminhão de esterco apareceu na tela. Torceu o pescoço para olhar Danny (Jones, duh), sorrindo, enquanto o garoto já estava no sétimo sono. Sem esperar pelo fim do filme, a garota se acomodou na barriga de Dave e dormiu. (N/A: Não coloquei script nesse parágrafo, ia ficar sem sentido, então considere um presentinho para as Jones do mundo.)

foi a primeira a acordar e, ao reparar onde sua mão se encontrava no corpo de Dave, deu um salto, esquecendo-se que tinha os pés na barriga de James e acordando-o, já que com o pulo, o garoto perdeu o ar.
, você é meio dãh da cabeça? Quer me matar sufocado? – resmungou o garoto, colocando as mãos na barriga.
– Foi mal, Jamie – ela respondeu, rindo com o apelido e indo abrir as cortinas. – Acordem seus folgados. – os meninos se remexeram, com sorrisos quase imperceptíveis nos rostos, mas não levantaram. Ela cutucou-os com o pé e o sorrisinho aumentou, mas ainda assim não levantaram. Então, com um “clique”, a garota teve uma idéia. – MONTINHO NO BOURNE! – como mágica, o que sabia que não era: eles só estavam esperando algo assim, os meninos levantaram e pularam todos em cima de James desorganizadamente. – A vingança tem gosto de coca-cola, James. Você ta bem? – o menino começava a ficar roxo ao mesmo tempo em que o montinho balançava, ameaçando desabar. Finalmente, quando James estava indo para o azulado, o montinho desabou e, mais uma vez, eles caíram na risada. – Agora eu já sei o que fazer para acordar vocês. – ela comentou indo á cozinha e voltando com um copo d’água que entregou á James.
– Obrigado. – agradeceu ele, tomando a água em goles gigantescos e acabando com a mesma em pouco tempo. Um celular começou a tocar “Boyband” mixada com “I wanna touch you” e deu um pulo para atender.
– Yellow³. Quem é? – perguntou , depois de pressionar o botãozinho verde do celular e atender a chamada.
A , sua besta. Quem mais poderia ser? Não olha no visor, não? – perguntou a voz feminina do outro lado da linha e fechou a cara.
– Como você é educada, . – rebateu ela, mandando calar a boca. – Qual é o evento para você me ligar tão cedo numa manhã de sábado?
Olha quem fala. De qualquer forma, vossa lerdeza não vai vir me buscar no aeroporto não? Eu estou aqui há uma bela meia hora. quase arrancou o braço de Chris quando foi olhar as horas.
– Amiga, tô indo pr’aí! Desculpa! – ela exclamou, desligando o celular. Olhou os garotos. – Carro. E um motorista, eu não sei dirigir do lado errado... digo, direito. – e se levantaram num pulo e logo estavam os três dentro do carro de . Os outros ficaram sentados na porta de entrada, com caras entediadas, esperando-os voltarem.


, aquelas ali são... e ? – perguntou baixinho para a amiga, olhando dois seres descabelados surgirem pelas portas do free shop, carregadas de sacolas e com as devidas malas de mão e mochilas.
– O que é que eu podia fazer? Elas não iam me deixar vir conhecer o McFly sozinha. Espero que esteja tudo bem para a sua mãe. – ela respondeu, dando de ombros e abraçando . Abriu os olhos e encontrou com as duas pessoas mais improváveis do mundo. – Aquele ali é o ?
– É, sim, por quê? – perguntou, calmamente, ‘desabraçando’ , a qual deixou o queixo cair um tantão.
– AI MINHA SANTA MARIA MÃE DE DEUS, ! – ela gritou em português, assustando os londrinos, enquanto ria, abraçando e , as quais também estavam tendo chiliquinhos ao vê-los.
, , essas são a , a e a , o resto da minha banda de bêbadas. Não reparem. – os dois apenas riram e ajudaram as três com as malas, enquanto as quatro garotas os seguiam para fora do aeroporto.
– Vocês cabem aí atrás? – perguntou, olhando significativamente, como se pedisse para essa sentar em seu colo. A garota, percebendo esse olhar, concordou com a cabeça e piscou para ele, se voltando para as amiga e começando a conversar em português.
– Ai. Meu. Deus. Eles são mais gatos ao vivo. – se pronunciou, lançando um olhar aos dois no banco da frente com os olhinhos brilhando. simplesmente balançou a cabeça e resolveu dizer o que a amiga estava pensando.
, o seu é o . – ela disse simplesmente, ainda em português e soletrando o sobrenome do garoto para que os dois na frente não entendessem de quem elas falavam.


– AHHH! Sua VACA! – berrou, pulando para fora do carro, falando em inglês novamente. – Você não me disse que eles estariam aqui! – ela continuou enquanto saía correndo.
– Porque você saiu correndo...? – começou , olhando a amiga, porém não teve a chance de terminar a frase, pois foi atingida por um jato d’água vindo da mangueira que Dave tinha escondido atrás de si quando as meninas chegaram. – WILLIAMS! – ela gritou, simplesmente, saindo correndo atrás dele, que se divertia molhando-a cada vez mais e, conseqüentemente, deixando-a cada vez mais molhada e brava.
– Dave, pára de irritar minha amiga no primeiro dia dela em Londres! – ia dizendo. – Você vai ter um MÊS para isso. – ela continuou, mas foi, obviamente, inútil. Em menos de um segundo ela também estava toda encharcada. – DAVE! Quer me afogar, é?
– Não, amor, eu quero é te dar banho. – ele respondeu, piscando para ela que riu enquanto os amigos faziam um coro de “oooown!” e ela fazia uma careta.
– Eeeew, Dai. – ela fez. – Prefiro sair com um macaco. – ela disse simplesmente e surgiu, sabe-se lá de onde, na sua frente.
– Eu posso ser um macaco. – ele disse, segurando o riso e vendo a cara de “han?” que a garota fizera. – Bom você disse que preferia sair com um macaco. – ele continuou dando de ombros.
– É, mas eu definitivamente não quis dizer você. – ela respondeu, tirando-o de sua frente e indo até onde e se encontravam, olhando tudo, maravilhadas e paralisadas. – Hey, Dai? – ela chamou e o garoto (e sua mangueira) foram até ela, que indicou as amigas com a cabeça e ele logo entendeu o que ela queria e logo estavam todos encharcados e enlameados – todos mesmo. Até que Fletch chegou lá para acabar com a graça.
– Posso saber o que é que está acontecendo aqui? – ele perguntou, simplesmente. deu um pulo e correu para se esconder atrás de , que riu enquanto as amigas da garota faziam o mesmo atrás do primeiro que encontrassem, rindo também.
– FLETCH! – saiu correndo para cumprimentar o empresário, deixando sem ‘proteção’, o que a fez ir se esconder atrás de Dave. – Aquela ali atrás do é a futura enteada do Neil. – disse, apontando a garota, que espiava por cima do ombro do rapaz com certa dificuldade. Ela acenou com a mão para o homem, que acenou de volta. – E as outras três escondidas são da banda dela.
– Banda é? O Neil não me disse que a enteada dele tinha uma banda. – ele disse, olhando indagadoramente para a garota que, aos poucos, foi saindo de trás de .
– Duvido muito que o Neil esteja mais interessado em mim do que em minha mãe. – ela respondeu calmamente, arrancando risos dos outros.


Fim do Flashback


lembrava-se de todas aquelas cenas, momentos que ele passara com seus grandes amigos e seu grande amor. É, uma pena que ele havia feito tanta merda. Tinha em mãos um papel onde se lia.
&
Convidam você para sua cerimônia matrimonial, correção, CASAMENTO.
Á se realizar no dia 17 de Julho, aproveitando para dizer para o que se ele não aparecer, ele é um homem morto, ás 08:00PM na Temple’s Church.

Riu ao ler o convite. Devia ser coisa de , porque de definitivamente não era. Desmanchou o sorriso ao ler a palavra casamento. Ela ia casar. Com um dos seus melhores amigos. E não com ele. É, sete anos haviam mudado tanta coisa.


¹ stunned: surpreso, pasmo.
² surprise, surprise: surpresa, surpresa; expressão muito usada, principalmente nos EUA.
³ yellow: é amarelo em inglês, mas como soa parecido com “hello”, eu normalmente uso quando atendo o telefone.


Capítulo IV – I want you to disappear of my life and never come back [you’ve hurt me enough already]


Depois de muito pensar, ler e reler o convite e tomar algumas latinhas de cerveja, resolveu que ia falar com . Se ela o achasse louco, batesse nele, gritasse... Qualquer coisa seria melhor do que saber que não tinha tentado.
Pegou o casaco no armário do corredor e saiu da casa, entrando no carro. Onde ela morava mesmo? Tentou se lembrar, mas não conseguiu. Ligou para Neil e perguntou. Mal ele lhe passou as direções e ele desligou o celular, sem responder a pergunta de “você não estava morto” que ele fez, mas que não ouviu, seguindo-as. Não tinha pensado no que diria quando a visse (o que poderia dizer?), mas tinha certeza que pensaria em algo. Tudo menos a verdade.
Freiou ao chegar ao prédio dela (de onde ela em alguns dias se mudaria para a casa de ), entrou sem nem se importar com o porteiro e subiu correndo as escadas até o apartamento dela, esmurrando a porta. saiu de lá com um bebê nos braços, a filhinha dela com era recém-nascida. A moça devia estar experimentando o vestido de noiva, pelo que pôde ver.
– Ah . É você. – ela disse sarcástica. – Quanto tempo, não? Quase oito anos. Você fugiu com aquela fulana e me deixou aqui, não é? – ela continuou, fingindo pensar.
, eu sei que eu não tenho direito de vir aqui e te falar alguma coisa... – a jovem abriu a boca, pronta para concordar, mas ele a interrompeu. – Mas você pode, por favor, me escutar? – ele viu as costureiras espichando os pescoços atrás da mulher. – Em privacidade? – ele concluiu e ela, por fim, concordou, entregando o bebê para quem devia ser a babá e fechando a porta do apartamento atrás de si.
– Então...? O que você quer? – ela perguntou, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha, uma atitude muito ‘harryística’ de ser (N/A: Considerem um bônus para as Judd’s que lêem isso :B).
– Cinco minutos. – ele pediu, simplesmente.
– O tempo está passando. – foi o que ela se reteve á responder, encostando as costas na parede atrás de si.
, eu sei que eu não tenho o menor direito de fazer o que eu quero fazer, porque eu sei que não ter dado certo, nós não termos dado certo, foi pura e unicamente minha culpa. – ele ia dizendo e ela o interrompeu.
– Ah, então você admite, não é mesmo, ? Você admite que fugiu de Londres com aquela tal de Kaitlyn, não é verdade?
– E você acha que eu não me culpo? Bom, flash news¹ para você, , eu me culpo todos os dias da minha vida nos últimos oito anos! Especialmente por não ter te contado toda a verdade!
– Diga logo o que você veio fazer aqui, , eu não tenho tempo para palhaçada. – ela respondeu secamente, sem prestar atenção á última frase dele.
– Eu vim pedir desculpas, ta bom? Vim me desculpar, dizer que ainda te amo, que sempre te amei! Vim pedir para você largar o e me dar outra chance! Mas quer saber? Eu não vou fazer nada disso porque você é arrogante, egoísta e não tem “tempo para palhaçada”!
– EU SOU ARROGANTE E EGOÍSTA? VOCÊ JÁ SE OLHOU NO ESPELHO NOS ÚLTIMOS OITO ANOS? PORQUE EU TE DEI OITO ANOS DE CHANCES, ! E VOCÊ TEVE OITO ANOS DE CHANCE PARA APROVEITÁ-LAS! – a mulher gritava; vermelha, colocando para fora todos os sentimentos que tinha guardado para si mesma durante tanto tempo. – Eu não vou admitir que você resolva pedir essa chance um mês antes do casamento. Acabou tudo entre nós, , no momento em que você saiu por essa porta me deixando um único e frio bilhete. Você é passado para mim e o passado está morto e muito bem enterrado. – ela concluiu dando meia volta e entrando no apartamento, batendo a porta na cara dele. sentou-se no chão, puxando os joelhos para perto de si e encostando a testa nos mesmos. Sabia que ela estava certa, que tudo o que ela falara era verdade. Ele não tinha direito de ir até ali e pedir para ela abandonar o noivo e voltar para ele quando ele teve sete anos para fazer isso e não fez. Mas que culpa tinha ele se ele só se deu conta que a estava perdendo quando era tarde demais?
Uma única lágrima solitária rolou por sua bochecha e pingou na calça jeans que vestia. Tantas memórias, boas memórias, de um passado que, agora, parecia tão distante.


Início do Flashback


ria. a havia levado para o maior parque ambiental de Londres, para um piquenique. A garota estava se divertindo com histórias contadas por ele, incluindo o fato de que ele usara fraudas até os cinco anos de idade.
A jovem tinha os olhos fechados, as bochechas coradas e os cabelos esvoaçando ao redor do rosto enquanto ria e a observava. Ela era tão linda e, afinal, era dele. Por fim, controlando o riso, a garota abriu os olhos e se pronunciou.
– Só espero que, quando tivermos filhos, isto é, se algum dia tivermos algum, eles não adquiram esse hábito. – ela comentou, sorrindo. O garoto concordou com a cabeça, com um sorriso ainda maior. Eles tinham apenas dezoito anos, mas tinha certeza que queria passar o resto da vida com ela.
– Nós teremos filhos, . Mas eles não terão esse hábito se depender de mim, prometo. – ele disse, indo para trás e se apoiando nos cotovelos.
– Então eu acredito. – ela respondeu, recostando a cabeça no colo dele.
– Sabe, eu não sou um encosto como James e Dave. – ele disse, brincando, e a garota deu um tapa de leve no braço dele, sorrindo ainda mais.
– Bobo.
– É quem me diz. – ele respondeu, rindo e acariciando os cabelos dela, voltando a se sentar corretamente. Passaram horas naquele estado, conversando, comendo, rindo e fazendo coisas de casais normais. Não que eles fossem normais.
Contudo, quando começou a escurecer, decidiu que era hora de voltar e, quando alcançaram o estacionamento do parque, entraram no carro de e voltaram para a casa dos McFly’s.


Fim do Flashback


se levantou do chão e desceu as escadas o mais rápido que podia sem acabar rolando-as. Não podia ficar ali mais nem um minuto. A presença dela o atormentava e os gritos de antes ainda rodopiavam na cabeça dele. Entrou no carro, chorando copiosamente. Ia ligar para . Era seu melhor amigo, afinal.
Sabia que o mesmo considerava uma irmã, mas o que ele podia fazer? Precisava de e precisava, principalmente, contar a verdade para ele, se é que já não havia contado. Pegou o celular e discou o número que sabia ser de .
? – chamou ele quando alguém atendeu ao telefone. Será que ainda reconhecia sua voz?
? Você estava chorando, dude? – perguntou o outro, do outro lado da linha. – Agora não, Eliza, papai está ocupado! se assustou. Desde quando era pai?
– Estava. Por causa da .
Dude, não me diga que você resolveu correr atrás do prejuízo agora! – exclamou o outro e concordou com um murmúrio.
– Mas não interessa dude. Você casa com a minha irmã e nem pra me avisar? Ela tinha meu endereço!
É, eu sei, mas a estava tão brava na época... Você fez falta por aqui. Mas voltar quando ela conseguiu te superar foi maldoso, dude.
– Eu sei, eu sei... Não me culpe, só pude voltar agora. De qualquer forma, quem é Eliza?
Você está desatualizado, dude. Você é tio de três zinhos agora. – “Quem é, amor?” ouviu uma voz feminina perguntar, do lado de da linha e sentiu um frio na barriga: havia tanto tempo que não ouvia a voz da irmã. – . – respondeu o outro calmamente, já esticando o telefone para ela, que arrancou-o de suas mãos violentamente.
, você é um idiota, alguém já te disse isso?
– Você me diz isso todos os dias da minha vida desde que eu te conheci. Aliás, senti sua falta, pestinha. – ele respondeu, rindo. Ainda lembrava bem de como sentia falta da irmã, a qual só descobriu ser sua irmã por coincidência: ter pais separados por um oceano quando ambos usavam fraudas tinha cortado todo e qualquer vínculo entre eles.

Início do Flashback


– COMO ASSIM? – deu um berro, olhando da carta para e de volta para a carta. – VOCÊ É O QUE?
– Eu sou seu irmão. Entendeu ou quer que eu desenhe? – ele dizia lentamente, para fazê-la entender. estava surpresa, também pudera!, era irmã mais nova de um de seus ídolos. Cinco minutos mais nova, como ele fizera questão de frisar.
– Mas isso é impossível! Esse exame deve estar errado! – ela disse, apontando o papel que tinha em mão.
– Não é impossível, , só improvável. Além disso, exames de DNA não mentem.
– COMPLETAMENTE IMPROVÁVEL ! Eu nem sabia que meu sobrenome era ! Eu vou ter uma crise de identidade! – ela ia dizendo, descabelada, enquanto e assistiam á cena do sofá da sala, rindo feito idiotas do ataque da garota.


Fim do Flashback


Como ia dizendo meu marido imprestável... – “HEY”, riu. – Você é tio. Elizabeth, Charlotte e Jr.
Jr.? – perguntou para ter certeza, rindo.
Reclame com seu amigo! Você acha mesmo que euzinha escolhi esse nome? – a mulher perguntou, fingindo indignação. Outro “HEY” foi ouvido por , que, ainda rindo, disse.
– Eu vou desligar, chego em menos de dez minutos. Quero conhecer meus sobrinhos e rever minha irmãzinha preferida.
– Eu sou a única que você tem babaca. – ela respondeu rindo e desligando o telefone em seguida. – pensou bem enquanto ia à direção do carro. Ela era agora. Que bizarro! Estava acostumado com e agora seu amigo havia substituído o sobrenome.


DING DON


– EU ATENDO! – berrou , saindo correndo da sala e abrindo a porta de entrada, pulando em cima do amigo-cunhado.
– Woooow, , eu também estavam com saudade, mas NÃO PULA EM CIMA DE MIM! – fez , empurrando o amigo de leve para o lado e se levantando, estendendo a mão para que se levantou também.
– Mããããe? – chamou uma garotinha morena, de cabelos bem lisos e olhos azuis, os últimos, marcas registradas de . A garotinha mencionada estava parada ao pé da escada, olhando os dois. – Quem é aquele que o papai derrubou no chão? – perguntou á , apontando .
– Charlie, apontar é feio! – fez , antes de olhar para o dito cujo. – ! – ela completou, correndo e repetindo o gesto do marido, mas por ser menor e mais leve que o mesmo, pôde agüentá-la.
– Oi . – ele disse enquanto ela descia do colo dele e agarrava-o pelo pulso.
– Charlie? – ela chamou e a garotinha a olhou, descendo o último degrau e indo até ela. – Esse daqui é o , princesinha.
– Tio ? – ela perguntou, olhando-o de cima abaixo e concordou fechando os olhos. – Mas a tia disse que ele tava morto! – a garotinha continuou e uma ruga surgiu na testa de .
? – ele chamou e ela fez um gesto no ar, como se dissesse que era uma longa história.
– Vem conhecer o resto do clã , depois eu te explico. – ela disse nervosamente e ele concordou, mas a ruga não desapareceu. – Elizabeth? – ela chamou, entrando na sala de estar. – Esse é o , o irmão da mamãe. – a garotinha tinha os olhos de , mas os cabelos loiros, lisos no topo e cacheados no comprimento, eram também marca registrada de . Abriu a boca para perguntar algo, mas a atropelou. –, essa é a Elizabeth. Gatinha, viu o ? – ela deu de ombros e apontou para a sala de televisão.
, que diabos está acontecen...? – começou e refez o gesto, puxando-o para a sala de televisão, onde assistindo uma enorme televisão de plasma, com os olhos vidrados se encontrava o mais novo dos três, Jr., com seus recém feitos dois anos. Ia começar a dizer como agradecia pelo fato das meninas terem saído com algo dela quando olhou bem para o garotinho. – Quem é esse mini-? – foi o que ele conseguiu pronunciar, pasmo.
, Jr., , tio . – ela apresentou; não que o menino estivesse prestando atenção, estava entretido com algum programa infantil da época. Mini- era pouco, o garoto era exatamente igual ao pai, em aparência, personalidade e tamanho. (N/A: Sorry, essa daqui é pra se sua amiga for Poynter, eu não me contive!) – Senta, , , e devem chegar á qualquer momento.
– Vai me explicar aquela história agora? – ele perguntou, sentando em um dos bancos da cozinha e ela sentava-se na frente. A garota concordou enquanto sentava ao seu lado.
– Bom, , você mesmo me disse que não queria que a soubesse o verdadeiro motivo da sua partida. – começou ela e tentava não olhar para . – Algo bem idiota da sua parte, se me permite dizer. Eu tenho certeza que, se você tivesse contado a verdade, ela teria te perdoado, entendido, quem sabe até ido junto. Mas você inventou aquela história de Kaytlin, o que fez com que a se fechasse em uma bolha, longe do mundo, tratando você como uma pessoa morta. Nós tivemos muito trabalho para desfazer essa bolha, , não é justo que você apareça e faça-a voltar!
– Então é por isso que você não me chamou no seu casamento, não é? – perguntou , abaixando a cabeça e sentindo-se a pior pessoa do mundo. desceu do banco e se aproximou da cadeira do irmão, erguendo a cabeça dele.
– Eu queria te chamar, , queria mesmo. Mas a estava tão puta da vida contigo que nós achamos melhor... – ela ia dizendo, mas a cortou.
– Ela ainda está puta comigo. – ele disse com lágrimas aos olhos. – Meus tímpanos me abandonaram mais cedo.
– Você não foi tão babaca assim, foi? – perguntou a garota e concordou. Ela ficou em silêncio e poucos minutos depois a campainha tocou. foi abrir a porta enquanto e se recompunham e e entravam, trazendo dois menininhos atrás de si, um de três e outro de dois anos.
Os garotinhos eram exatamente iguais á , exceto pelos olhos verdes de , os quais, por sinal, olhavam para arregalados enquanto os garotos corriam para a sala de televisão assistir o que quer que Jr. estivesse assistindo.
– Ryan, Kyle, cuidado. – disse para os filhos que quase escorregaram num tapete antes de olhar na direção á qual estava olhando e deixar o queixo cair, também arregalando os olhos.
– Que foi? Surpresos em me ver?


¹ flash news: notícia flash; notícia rápida, curta.


Capítulo V – Why the truth seems so much harder to tell?


– Imagina mate. – fez , abanando o ar. – Nós só achamos por quase oito anos que você estivesse morto. – ele disse de modo sarcástico, fazendo todos rirem como nos velhos tempos. Ah, os velhos tempos.
– Não se livrarão de mim assim, tão fácil. – disse, causando mais risos.


Início do Flashback


Ele olhou na cama, dormindo com um anjo. Seu anjo. Ele não tinha coragem de dizer a verdade. É sempre tão mais fácil se esconder atrás de mentiras. Seria tão mais fácil para ele ir embora se ele o estivesse odiando. Resolveu dizer que ia fugir com uma tal de Kaytlin. Mentira, das maiores, mas ela não poderia descobrir a verdade ou ele jamais conseguiria partir.
Ele acabara de descobrir que sua mãe, no Brasil, estava com um tumor no cérebro, e teria, no máximo, alguns anos de vida. Não queria que fosse com ele e também, se ela dissesse que ele não podia ir, ou mesmo que fosse só um eu te amo, ele não seria mais capaz de partir.
Ninguém sabia da verdade, exceto e ele. Um segredo de irmãos que, quando ele estivesse longe o bastante, a irmã compartilharia com e somente com ele. jamais conseguiria abandonar , muito menos fazê-lo odiá-la. entendia. Ela queria aproveitar a vida que jamais soubera que poderia ter tido.
também entendia que, se fosse embora, o McFly acabaria, mas ele não tinha escolha. Aproximou-se do rosto dela e beijou sua testa, fazendo-a se remexer na cama um pouquinho e abraçar o travesseiro no ele qual estivera dormindo antes de levantar, derramando uma lágrima em sua bochecha e tirando uma caneta do bolso, escrevendo um bilhete curto e grosso. Era mais fácil assim.
, sinto muito, conheci Kaytlin há alguns dias e me apaixonei. Vou fugir com ela para um lugar onde não nos encontrem. Tailândia, talvez. Não me procure! Um dia, quem sabe, eu volto.

acordou e olhou para os lados. Nada de , somente um bilhete. O bilhete que mudaria sua vida para sempre, juntamente com a notícia que pretendia dar á ele naquela manhã. Leu o bilhete e lágrimas marejaram seus olhos. Levou uma mão á barriga, ao mesmo tempo em que a outra segurava o bilhete, onde a caligrafia caprichosa de ia ficando borrada á medida que as lágrimas iam caindo no papel.
Pegou a chave do carro na cabeceira, jogando o bilhete no lixo e vestindo um casaco. Saiu pela porta do apartamento e desceu até a garagem, entrando no carro de e dirigindo até a casa de o mais rápido possível. As lágrimas rolavam por suas bochechas e o cheiro de entrava por suas narinas: estava impregnado naquele carro.
Esmurrou a porta da casa onde a amiga morava com , chorando copiosamente. veio abrir a porta, preocupada. , o que é que você fez? Era o pensamento que passava pela cabeça da loira, que olhava a amiga sentindo-se culpada.
, o que é que houve? – perguntou ela, como se não soubesse, dando espaço para a amiga entrar na casa.
– O seu irmão, foi ele o que houve ! Oi . – ela fez, acenando para o garoto que a olhava preocupado do sofá da sala de estar. a levou até a cozinha e a fez sentar em um banco, oferecendo uma xícara de café. – E o que é pior, tem algo que eu tenho que te contar. Mas você tem que me prometer que não vai contar para seu irmão, porque eu tenho certeza que você sabe onde ele está. – o sentimento de culpa que estava sentindo duplicou e ela concordou com a cabeça, engolindo em seco: estava concordando manter segredos demais ultimamente. – Euestougrávidado.
– Quê? – perguntou , franzindo a testa. – , respira e repete.
– Eu estou grávida do . – fez ela, fazendo deixar o queixo cair.
– O QUE? E COMO É QUE VOCÊ QUER QUE EU NÃO CONTE PARA ELE, ? – gritou a loira, chamando a atenção de , que perguntou o que tinha acontecido.
– Por favor, não me faça repetir. – pediu , olhando , como que indicando que era para ela contar e a garota entendeu, explicando a situação.
– Por favor, não contem para ele. – pediu ela, aflita, roendo a unha do dedão da mão direita. – Nem pra ninguém, pelo menos por enquanto.
– Aquele desgraçado! – fez , abraçando que chorava, deixando sua camisa encharcada. – Desculpa . Mas você sabe como eu odeio quando magoam minha . – ele continuou e concordou, sinalizando que precisava falar com ele depois, aproveitando o fato da amiga ter o rosto escondido no peito de . Precisava explicar para ele o que realmente havia acontecido.


Fim do Flashback
estava andando pelas ruas desde que saíra da casa de e . Havia deixado o carro em sua casa, precisava espairecer. Tinha as mãos no bolso da calça e vestia um casaco pesado e grosso, mas que, ao menos, o esquentava no frio de Londres.
Londres era uma cidade tão suja! Percebeu , olhando á sua volta. Tinha se acostumado com o Brasil, onde era tudo razoavelmente limpo e podiam-se ver árvores e andar de bermudas e camisa da manga curta e ir á praia. Voltas á sua cidade natal era tão... estranho.
O dia havia sido ótimo e o tempo muito bem gasto, mas ele precisava acordar para a realidade. Precisava falar com . Contar a verdade, de uma vez por todas. O único problema era, e se ela não acreditasse? Parou, finalmente, olhando para cima e vendo onde seus pés o tinham levado. Era o prédio de .
Respirou fundo e entrou na portaria, deu um alô para o recepcionista e entrou pelo corredor onde ficavam os elevadores. Dessa vez ele bateria na porta da frente, não na dos fundos do apartamento. Apertou o botão de chamar o elevador e esperou-o chegar até onde estava, entrando nele e apertando o décimo quarto andar.
Observou seu rosto como há muito não fazia. Tinha olheiras enormes e profundas, o cabelo tinha perdido o antigo brilho e estava desarrumado, quanto tempo havia que ele não o penteava? O casaco era antigo, da época em que ainda morava em Londres: não tinha uso para ele no Brasil. Estava desgastado e desbotado, além de um pouco curto. A blusa que vestia por baixo era tão antiga quanto e as calças jeans tinham rasgos em alguns lugares. Parecia velho e acabado.
O barulho do elevador chegando á seu destino final o despertou do transe e ele saiu do mesmo, dirigindo-se ao apartamento 270. Bateu três vezes na porta com os nós dos dedos e aguardou, colocando as mãos de volta aos bolsos e olhando o chão. Ouviu uma chave virando na fechadura e a porta se abrindo. vestia um pijama de inverno, feito de flanela. Tinha os olhos vermelhos e o rosto inchado, provavelmente de chorar.
– O que você quer ? – ela perguntou, e a voz, para sua infelicidade, soou fraca, como a de quem passa muito tempo chorando soa. – E diga logo, eu tenho que por para dormir. – ela pediu, ou melhor, suplicou, como se quisesse que ele fosse embora logo para ela terminar de comer todo o sorvete de chocolate que tinha na geladeira. Típico de fossa. não havia chego ainda, de qualquer maneira.
– Eu acho que eu te devo uma explicação sobre aquele bilhete. – ele disse, a sensação de ser a pior pessoa do mundo aumentando á cada palavra pronunciada entre eles.
– Eu acho que você foi muito claro, Harry. – ela respondeu secamente, ao mesmo tempo em que um garotinho exatamente igual á surgia atrás dela. Ela fez questão de cobri-lo com o corpo e dizer, calmamente. – , por favor, volta para dentro.
– Não, não fui. – ele disse, sem olhar para o garotinho, pois se tivesse olhado teria claramente somado um mais um. Na cabeça dele, devia ser outro filho dela com . – Tudo naquele bilhete era mentira. A Kaytlin, Tailândia. Tudo. Eu ainda te amava. – ele ia dizendo, encarando o all star que tinha nos pés, tão velho quanto a própria roupa.
– Ah, você tem realmente um jeito ótimo de demonstrar! – ela disse, ironicamente.
– Eu não tive escolha! – ele exclamou, olhando-a. – Se eu te contasse a verdade, não conseguiria partir!
– E porque é que você precisava partir ? – ela perguntou, com lágrimas marejando os olhos. – Porque você não podia ficar aqui, comigo?
– Porque minha mãe estava com um tumor no cérebro, . Você sabe disso, eu sei que a te contou, afinal ela era sua “tia”. – ele continuou. – Eu precisava ir, cuidar dela! A jamais conseguiria deixar o e eu não conseguiria deixar você se soubesse que você me amava! Fazer você me odiar era a solução mais fácil!
– Olha , mesmo que você esteja falando a verdade, o que eu duvido, você não tem o direito de me vir com explicações quando eu estou de casamento marcado! – ela começou; as lágrimas finalmente escorrendo. Ele tinha vontade de abraçá-la, de dizer que tudo ficaria bem, mas em vez disso, continuou parado no mesmo lugar. – E se fosse para mentir, que mentisse me olhando nos olhos, não por um bilhete grosso e cruel como aquele. Eu estava grávida, ! De você! – ela terminou e, antes que ele tivesse tempo para compreender o significado e o peso de suas palavras finais, ela desapareceu, batendo a porta ao passar.
Grávida. Dele. Essas duas palavras ecoavam em sua mente, e, de repente, tudo fazia sentido. A história de estar morto, a bolha, sete anos de chances, , o casamento... Merda, o casamento! Enquanto isso, dentro da casa, olhava assistindo TV, a única lembrança que tinha de , fora .
, está na hora de dormir. – ela chamou e segurou a mãozinha dele enquanto desligava a televisão.
– Mamãe, aquele com quem você estava falando é meu pai? – perguntou ele, o rostinho infantil se iluminando com essa possibilidade enquanto o vestia no pijama de estrelinhas. Fitou-o por um momento antes de cobri-lo com um lençol e dar um beijo em seu rosto.
– Não, amorzinho. Seu pai morreu há sete anos. – ela disse, ligando o abajur fraquinho e saindo do quarto, deixando a porta meio aberta ao passar. Dizer aquilo a magoou profundamente, mas não podia deixar entre ela e . Fechou os olhos, a culpa era única e completamente dele, que a abandonara por sabe-se lá qual razão e a deixara sozinha no mundo para ter um filho deles. Mas, se estava tão certa disso, porque é que separar e parecia tão errado?

Início do Flashback


, eu ainda acho que você devia contar para o e...
, não. – a outra cortou a amiga olhando o bebezinho, seu bebezinho, através do vidro da maternidade. Finalmente tomara coragem para ir vê-lo, mas agora que estava lá, se arrependera. Ele era exatamente igual á .
Estava em péssimo estado, não só por estar em um hospital e por ter dado a luz uma criança há menos de cinco horas, como também se podia notar que chorara muito. Talvez todas as mães solteiras de dezoito anos chorassem muito, mas como ela poderia saber? Não conhecia nenhuma outra.
Era verdade, claro, que estava grávida de seis meses, mas estava também noiva! O McFly, como dito anteriormente, não teve escolha á não ser acabar. Não seria a mesma coisa sem . Não seria a mesma coisa sem nenhum deles. abraçou a amiga. Não entendia o sofrimento da amiga, mas entendia muito bem que parte desse sofrimento era sua culpa, mesmo sem a amiga saber.


Fim do Flashback

– Oi amor. – cumprimentou , entregando para ele e sentando-se na frente do mesmo, estavam na praça de alimentação do shopping. sentou-se ao seu lado.
– Como vão minhas duas princesas? – perguntou ele com um sorriso.
– Muito bem, obrigada. – ela respondeu, rindo e colocando o sanduíche de na frente do mesmo e em seguida pegando o seu próprio de dentro da sacolinha.
– E o , como vai? – perguntou , fez uma careta para ele e começou a comer.
! – fez ela, dando um tapa mais ou menos leve na perna do garoto, que deu de ombros e continuou a comer, fazendo ficar levemente rosada, pelo visto, de raiva.
– Deixa . – fez , com uma cara meio triste. Sempre se dera tão bem com , até que anunciou ao garoto que eles se casariam. – Um dia, eu espero, ele vai se acostumar. – continuou ele, pensando em , o qual, segundo o telefonema de Neil que ele recebera, não só estava vivo como também já havia procurado duas vezes.
A garota, por sua vez, se pegou pensando em como, por mais que tentasse, jamais conseguiria ser o pai de . Balançou a cabeça negativamente, fazendo umas mechas de cabelo se soltarem do prendedor, colocado no cabelo ás pressas, voltando sua atenção para o sanduíche que se encontrava á sua frente, começando a comê-lo.
– De volta ás coisas não saudáveis então? – perguntou , se livrando dos pensamentos e rindo enquanto ela concordava, mordendo outro pedaço. Enquanto mastigava, pegou um guardanapo e limpou um tanto de maionese que tinha no canto da boca dela, que só não sorriu por ainda estar mastigando. Seria nojento.
Assim que ela engoliu o que tinha mordido, sorriu para ele e, quase ao mesmo tempo, seu celular tocou, e ela pôde ler no visor “ & ’s house”. Procurou pelo guardanapo sobre a mesa e, depois de limpar as mãos, atendeu o aparelho com um ‘yellow’, tão tipicamente seu.
, vocês podem vir em casa? – chamou . – Nós vamos fazer um churrasco! O está aprendendo á fazer churrasco a lá brasileira.
– Ah, claro! Eu adoraria ver o tentando fazer cebola na churrasqueira. – fez , rindo e fazendo gargalhar.
Mas, , sabe como é... O vem também, você se importa? – perguntou e pensou, decidindo-se que não, não se importava e que fingiria que nada acontecera.
– Não, , eu não me importo nem um pouquinho. – respondeu, e logo entendeu do que se tratava, mas achou melhor não comentar. O fator era história para outra hora. – Chegamos em meia hora. Beijo. – concluiu ela.
– Vamos à casa da , então? – perguntou e a outra concordou, juntando as embalagens e restos de cima da mesa e jogando na lixeira mais próxima, segurando pela mão e no colo.


– TROÇOS! – fez , entrando na casa correndo. estava no colo de e olhava a mãe como se fosse louca o que, cá entre nós, era bem verdade. Quando finalmente parou para olhar todos os que estavam sentados nos bancos da cozinha da casa de e , seu olhar foi direto parar em , que por sua vez olhava . Também, não era pra menos! O garotinho era, sem dúvida alguma, o clone dele! , entretanto, estava cumprimentando . – ? – chamou ela e o garotinho a olhou. – Vem cá, tem um amigo da mamãe que ela quer te apresentar. – continuou ela, segurando o garotinho pela mão e levando-o até perto de e levantando-o no colo para que o homem e pudessem se olhar. – , esse é o , um amigo muito antigo da mamãe. , esse é o , meu filho .
observava o garoto, ainda abobado. Seu filho. Seu filho com . Como é que ele pôde perder sete anos da vida de seu filho? Como ele fez aquilo consigo mesmo, com , e, o pior, com ? Ele mal podia acreditar no quão babaca ele fora. No quão... patético. Foi tudo o que veio á sua mente enquanto ele desviava o olhar de e e pousava-o em , que o olhava desconfiado.
– Er... Prazer, , eu sou o ... – ele cumprimentou o garotinho, que sorriu para ele e pulou do colo da mãe, correndo para a sala para brincar com Jr. – Oi... .
– Oi . – fez ela, sorrindo. Ao fazê-lo, sentiu-se como se estivesse engolindo um quilo de chumbo. Aquele sorriso era falso, tão falso quanto o que ela dava aos familiares e á todos os dias desde que se fora. E o problema era que somente sabia diferenciar seu sorriso falso do verdadeiro: somente ele havia visto ambos.
– Então, vamos lá para fora? – perguntou , notando o clima tenso que havia se instalado na cozinha. – Acho que as crianças gostariam de entrar na piscina.


Capítulo VI – I’d never run him over, I wouldn’t wanna dent my car


– Ahn? – fez , desviando seu olhar de para , que olho para fora significativamente. – Ah, sim. Claro. Lá fora, piscina. , pega a ? – ela pediu, acompanhando as amigas até o quintal e sentando-se em uma cadeira. Desnecessário seria dizer que ela não pôde continuar naquela posição por muito tempo, não?
, VEM! – berraram , e , passando por ela correndo, a última puxando-a pelo braço e pulando na piscina. Ela, que não esperava por aquilo, acabou por se engasgar, fazendo que acabara de surgir segurar o riso e correr até ela, preocupado. Com um “estou bem, obrigada” ela saiu da piscina, ignorando a mão estendida de e indo se sentar, dando um tapa na cabeça do noivo e molhando , que estava no colo dele, por tabela.
– Pára de rir, cabeção. – ela resmungou, com um sorriso brincalhão nos lábios, divertida, pegando no colo de volta e terminando de molhá-la. – Oi amorzinho! – disse para o bebê risonho e rosado á sua frente, esfregando a ponta de seu nariz com a dela. Por sorte era um dos raros dias quentes em Londres e ela pôde tirar o vestidinho da garotinha sem se preocupar com a possibilidade de um resfriado. Sentou-se á beira da piscina, observando correr e sentindo dois pares de olhos sobre si, os de e os de , ela tinha certeza, sem nem ao menos olhar para trás.

– Como você pôde? – ia dizendo , entrando dentro da casa e gesticulando nervosamente, apontando a porta do quarto de que acabara de se fechar. – Como você conseguiu apresentar o ao na maior cara de pau, ? – continuava perguntando ele, indignado, para a futura esposa que já estava acomodada, após deixar no berço, assistindo TV e ignorando-o.
, é o pai dele, quer você queira, quer não. – fez ela, fazendo um gesto de pouco caso com a mão. – Meu filho precisa de um pai, , e você, infelizmente, não é o dele. – ela concluiu, parando para olhá-lo.
– Quer dizer então que você vai simplesmente perdoar o e pronto? – indignou-se o outro ainda mais, mesmo não entendendo porque estava com tanta raiva. A verdade é que não era ciúmes, e sim pura raiva, pois era sua melhor amiga e ele sabia que a havia feito sofrer, e muito. Foi a gota d’água, a jovem ergueu-se do sofá e foi andando até ele, com o dedo indicador em riste, á centímetros do rosto dele que recuava o máximo que podia.
– Escuta aqui, , eu nunca perdoei o e não será agora que eu vou perdoar, mas você não pode ser o pai de alguém que não é teu filho, especialmente quando esse pai está á alguns metros de distância. E merece a companhia de tanto quanto você; deu pra entender? – rebateu ela, virando as costas e correndo escada acima, indo para seu quarto e trancando-se lá. Jogou-se na cama e fechou os olhos, com ódio. Como eles, ela e , podiam ser tão estúpidos á fim de fazer aquilo um com o outro.



Início do Flashback


? – chamou Neil, abrindo a porta do quarto dela que escondeu o rosto inchado e vermelho no travesseiro, fazendo sua voz sair abafada quando respondeu, a contra gosto.
– O que você quer Neil? – resmungou, virando o rosto para o lado oposto a fim de enxugar as lágrimas que rolavam soltas pelo mesmo.
– O que acontece com você, querida? – perguntou ele, o mais paternalmente que ele se permitia ser. – Está se recusando a falar com todos há dias, até com sua mãe! Não come nada... É por culpa do ?
– Não-fala-o-nome-dele! – ela exclamou com a voz embargada pelo choro. – Você não entende...
– O que eu não entendo ? – perguntou ele, interrompendo-a e fazendo-a olhá-lo cara-a-cara.
– Eu... Eu... – ela começou, sem voz, fazendo-o sentar na beirada de sua cama para ouvi-la atentamente. – Eu estou grávida dele, Neil. – ela disse, por fim, após tomar um longo fôlego.
– COMO ASSIM? – berrou ele e ela fez “shhhh”, pulando da cama e indo fechar a porta. – Ele sabe disso?
– Não! E nem deve saber! Principalmente enquanto eu não tomar uma decisão. Promete? – pediu ela, á beira das lágrimas mais uma vez. O que ela ia fazer?!
– Prometo, mas ... Seus amigos, sua mãe... Eles precisam saber, qualquer que seja sua decisão.
– Eu sei. – ela concordou, se debulhando em lágrimas outra vez, agarrada ao travesseiro. – Mas eu preciso, antes de mais nada, decidir o que eu vou fazer. – ela conseguiu dizer, antes de perder o controle mais uma vez e Neil decidir deixá-la sozinha outra vez.


Fim do Flashback



Ouviu batidas na porta e uma voz desesperada, de criança. O que tinha acontecido com ? Correu para abrir a porta e sentiu-o abraçar suas pernas, abaixando-se para ficar da altura dele, perguntou, enxugando as lágrimas dele.
– O que houve ? – secou as próprias lágrimas, aguardando pela resposta do filho.
– A tia ligou do sopetal, quer dizer, hospital. Aquele seu amigo foi atropelado. – ele disse tudo de uma vez, fazendo o queixo dela cair. – Pelo tio . – concluiu ele, incerto de que suas notícias estavam corretas.
– Em qual hospital eles estão? – perguntou ela, segurando-o pelos ombros. – , em qual hospital, ela disse?
– St. Matthew. – respondeu o jovem garoto, fazendo uma expressão de esforço mental para puxar aquela informação do cérebro. A mulher agarrou-o pela mão, saindo do quarto e descendo as escadas. Pegou do berço e as chaves de cima da mesa, saindo da casa e abrindo a porta traseira do carro. Prendeu na cadeirinha menos e fechou a porta dela, dando a volta e prendendo na cadeirinha maior, fechando também a porta antes de entrar no banco da frente, ligar o motor e sair dali o mais rápido que as leis de trânsito e o rush a permitiam.
“Ai meu Deus, o que é que eu faço? Se eu escolher o eu perco o amor da minha vida e o fica infeliz, mas se eu escolher o os sete anos que eu passei tentando esquecê-lo irão por água abaixo, e o que vai ser da ?” ia pensando ela, no caminho até o hospital, mordendo o lábio inferior, coisa que só fazia quando estava muito aflita ou nervosa.

, graças á Deus! Cadê o ? – perguntou , entrando apressada na sala de espera, puxando pela mão e segurando , sem jeito, no colo.
– Na sala de cirurgia. Ah, ! – fez a , abraçando a amiga e começando a chorar.
, eu sei que este está sendo um momento difícil para você e, acredite, é para mim também, mas você meio que está amassando a . – comentou , no melhor dos eufemismos. A amiga a soltou, rindo e chorando ao mesmo tempo. – E o ?
– Obrigada por estar aqui. Ele está ali pela janela. Acho melhor você ir lá, ele me parece estar considerando muito a possibilidade de pular dali. – explicou , segurando no colo enquanto se aproximava de , cuidadosamente. Ao se aproximar, pôde ver que ele chorava copiosamente.
? – chamou ela, delicada. Ele virou-se para olhá-la, mostrando um rosto vermelho e muitíssimo inchado. – O que deu em você, ? Por que fez isso?
– Eu não sei ! Juro que não sei! – ele respondeu, olhando-a como se pedisse desculpas. – Será que algum dia ele vai me perdoar? – perguntou esperançoso. Ela não tinha como responder. Tudo iria depender de como ele se explicaria.
– Eu não sei . – respondeu ela, e estava falando a verdade. Ela não tinha como saber, não era . – Vem fofo. Vamos sentar. – chamou ela, abraçando-o e afastando-o da janela.

O médico que há duas horas estava operando finalmente saiu da sala cirúrgica. , e levantaram-se de imediato. Os outros, contudo, não tinham energia para tanto, estavam deprimidos, para não dizer cansados da espera.
– Como ele está? – perguntou , ansiosa como sempre fora.
– Ele está bem, está estável, mas perdeu por volta de um litro de sangue e precisará repor, no mínimo, meio litro, ou não irá se recuperar propriamente.
– Eu vou! – fez , abaforida, cheia de expectativa. – Eu sou irmã dele, vocês já fizeram o teste, eu posso ir.
– Na verdade não, Sra. . A senhora está grávida. – o médico disse, puxando do bolso do jaleco um papel e estendendo-o para lê-lo, com a boca entreaberta. – Eu sugiro que a senhora descanse, seu filho é mais importante nesse momento do que seu irmão, eu tenho certeza que o Sr. não gostaria que você trocasse a vida desse bebê pela dele. Há algum outro parente que possamos contatar ou devemos iniciar a busca por um doador?
– Os pais dele estão mortos. – respondeu pela amiga, que ainda encarava o papel em estado de choque. Mordia, novamente, o lábio inferior, aflita. havia levantado e lia o resultado do exame com o queixo apoiado no ombro da esposa, atônito.
– Mas ? – chamou , fazendo tanto ela quanto o médico voltarem sua atenção para ele. – Tem o . – sugeriu ele, com um terrível peso na consciência.
– Quem é ? – perguntou o médico enquanto a jovem olhava de para ele e dele para o filho, que dormia calmamente com a cabeça no colo de , como somente as pessoas que choram em prantos conseguem fazer depois de sossegarem.
– Meu filho... Com . – respondeu ela, parecendo considerar a possibilidade. – Ele tem o mesmo tipo sanguíneo que ele. – continuou, apontando o menino com a cabeça.
– Quantos anos ele tem? – tornou a questionar o médico, que de acordo com o crachá chamava-se Dr. Curtis Williamson.
– Sete, fará oito ainda esse ano. – respondeu automaticamente, como sempre fazia quando perguntavam coisas que ela já havia acostumado a responder. – Ele pode doar?
– Ele é alto para a idade dele, então suponho que meio litro não lhe fará muita diferença. – respondeu Dr. Williamson, analisando o garotinho. – Faremos os testes e, se a senhora assinar os papéis ele pode sim, doar.
– Senhorita. – corrigiu ela, calmamente. – Não sou casada. – o médico coçou a sobrancelha direita, observando-a chegar até perto do filho, ajoelhar-se e cutucá-lo no braço. – ? , é a mamãe, acorda amorzinho. – chamou ela, e ele aos poucos foi abrindo os olhos e se mostrando atento ás suas palavras. – Você gostaria de ajudar o titio á sarar?
– Eu posso? – perguntou ele, os olhinhos brilhando diante a perspectiva de poder ajudar alguém. concordou, sorrindo para ele. – Então eu quero sim! – continuou , levantando-se, cheio de energia como um macaquinho. – O que eu tenho que fazer?
– Os médicos vão pegar uma agulhinha bem pequeninha e tirar um pouquinho do sangue do seu braço pra dar de presente pro tio . – explicou ela, cutucando o lugar no braço dele onde a agulha seria espetada e começando a fazer cócegas no menino, o qual ria. – Feito? – perguntou ela, parando de pentelhá-lo e estendendo a mão para ele, que apertou sorrindo.
– Feito! – respondeu ele, sorrindo abertamente e fazendo os olhos da jovem marejarem. Ela estendeu os braços para ele pular em seu colo e assim o fez. Levantou e olhou para , que ainda chorava.
– Cuida da , . – fez ela, piscando o olho para ele antes de entrar por um corredor acompanhada do médico e desaparecer atrás de uma porta.

? – perguntou ela, como que confirmando, enquanto ele abria os olhos lentamente. Ela deu um pulo da cadeira e sentou-se na beirada da cama dele. estava sentado na cama ao lado, observando o band-aid azul elétrico que tinha colado no braço e chupando um pirulito de morango com aparência apetitosa. – , se isso virar chiclete não é para engolir! Mesmo que estejamos em um hospital, eu não quero que tenham que enfiar um cano na sua garganta para o achar e tirar da tua barriga. – ela disse, e o garotinho concordou, arregalando os olhos.
Ela voltou sua atenção á , que parecia estar se lembrando do que acontecera, mas não parecia querer contar. Quando os olhos dos dois se encontraram, não sorrir foi impossível. Por um momento ambos esqueceram de tudo, mas como ninguém se livra dos problemas esquecendo-os, quando fez uma careta de dor, se lembrou de tudo novamente. Daqueles sete anos, de , , ... Tudo. Inclusive do casamento.
– Hey. – ela chamou, quando ele pareceu acordar de seus pensamentos. – Como se sente? – perguntou, olhando-o ternamente.
– Como se tivesse sido atropelado. – ele respondeu, tentando manter um semblante sério já que sorrir doía, mas era quase impossível. Ela riu, dando um tapinha de leve no braço dele que não estava engessado.
– Bobo. Talvez, ahn... – fez ela, fingindo um esforço enorme para pensar. – ...porque você realmente tenha sido? – ela sugeriu, como se tivesse descoberto a coisa mais importante do mundo, e ele fez uma careta.
– Sua sem-graça. Você sempre tira a graça de tudo! Não mudou nada, pelo visto. – mostrou a língua para ele e fez cara feia para ela.
– Desculpa amorzinho! Mamãe esqueceu que mostrar a língua é feio. – ela disse e deu de ombros, concordando e voltando sua atenção para o band-aid. – E eu, , só tiro a graça de coisas que não são engraçadas.
– E ser atropelado por um noivo neurótico não é engraçado? – perguntou ele, como uma criança que acaba de descobrir que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Ela riu outra vez. – Qual é a do band-aid? – perguntou , apontando o garotinho com a cabeça.
– Ah, sabe como é, o mesmo de sempre... – ela respondeu, como se nem ligasse – ...fazer transfusões, salvar a vida dos outros... Nada de novo.
– Mas eu pensei que a ...
– Pensou errado, ela não pode. – ele ergueu uma sobrancelha, no modo mais harryístico de ser e ela continuou. – Ela está grávida. De novo. – o queixo de caiu e riu novamente. Há quanto tempo ela não ria daquele jeito com alguém que não fosse ? Sete anos, foi o que uma vozinha no fundo de sua cabeça respondeu.
– Pelo menos dessa vez eu não vou perder o nascimento de alguém importante para mim. – disse, olhando com o olhar perdido e fazendo a jovem parar de rir subitamente. – Eu fui um escroto.
! – exclamou ela, pulando da cama dele para cobrir os ouvidos de , que se assustou.
– Desculpe. Mas é sério , eu fui e admito. Mas eu não sou mais. – continuou ele, olhando-a, arrependido.
, pára! Eu demorei sete anos para superar isso, para nos superar, eu não vou deixar que você me lembre!
– Eu te amo, . Sempre te amei, sempre vou te amar e ainda te amo. E eu sei que eu não tenho o direito de fazer isso com o , muito menos com você, mas eu não estou pedindo que você me ame de volta, só queria que você soubesse. Me perdoa, por favor. – pediu ele ao mesmo tempo em que alguém bateu na porta e colocou a cabeça para dentro.
– Srta. , o horário de visita está acabando e a Sra. gostaria de trocar umas palavras com o Sr. antes de ir. – ela afirmou com a cabeça, concordando. Pegou no colo e saiu dali o quão rápido podia, sem olhar para trás: se olhasse, não agüentaria ficar sem ele. Já mal estava agüentando.


Capítulo VII – He’s a sex machine ready to reload [please, come back to me]


– CARALHO! quer me matar de susto, sua babaca? – berrou quando a primeira pulou em cima dela, no dia seguinte. Empurrou a amiga de leve, que começou a rir, e se ajeitou no sofá da casa de , voltando á sua antiga posição.
– Era minha intenção, fofa. SANDUICHE NA ! – ela gritou quando a mesma surgiu do banheiro e, junto com , fez sanduíche na amiga. e davam risada, aquele povo não crescia nunca! E berrava “Socorro, alguém! Eles estão me amassando!”, sem sucesso, tentando fazê-los parar.
Estavam esperando por , que estava desde de manhã num quarto do primeiro andar da casa de e , falando com . Jr, Charlotte, Elizabeth, , Kyle, Ryan e Lianna estavam brincando no jardim, sendo que, caso vocês não tenham notado, Lianna é a filha de e .
, ele quer conversar com você á sós antes desses troços tentarem fazer sanduíche nele também. – disse , sorrindo. estava no jardim brincando com as crianças e estava vindo do quarto do fundo, com as mãos nos bolsos, mas parecendo satisfeito consigo mesmo. Ela concordou, saindo, finalmente, do sanduíche (que agora estava sendo feito em ) e passando pelo noivo, dando um selinho no mesmo á caminho do quarto.

. – ela cumprimentou, sorrindo. Ele tentou sorrir também, mas não conseguiu. – O que você deseja que precisa da minha companhia? Não é o assunto de ontem, é?
– Não, não é; não se preocupe. Eu quero é que você me proteja. – franziu a testa e ele tentou rir o quanto a dor permitiu. – Eles vão tentar me esmagar e, acredite, ainda está doendo. – continuou , mostrando cinco pontos acima da sobrancelha, vinte na barriga, o braço engessado e algumas marcas roxas.
– Ai. Desculpa. – fez ela, com expressão de dor – Acho que foi meio culpa minha.
– Sem problemas. – ele respondeu, cobrindo a barriga outra vez. – ? – chamou e ela olhou-o. O jovem tinha uma expressão de cachorro molhado abandonado na rua em dia de frio no meio da neve – Você acha que poderia dizer ao que eu sou o pai dele? – pediu, e ela pensou por um momento, concordando silenciosamente em seguida. Sabia que precisava fazer isso, só estivera tentando adiar esse momento.

Andava de um lado para o outro, incessantemente. Estava nervosa, aquilo era tão estressante! Olhou para o relógio que marcava 5h25, devia estar chegando. “Droga, droga, droga!” pensava, esfregando as palmas das mãos na calça jeans, pois estas estavam suadas. A porta se abriu lentamente, deixando-a ainda mais ansiosa e entrou, arrastando a mochila de rodinhas com uma mão e acenando para e com a outra.
! Meu lindo! – fez ela assim que ele fechou a porta da casa e deixou a mochila de rodinhas perto da mesma. Correu para abraçá-lo e, em seguida, ergueu-o no colo, rodopiando com ele pela sala e beijando-o em todos os lugares alcançáveis da face, marcando-o de gloss. O garotinho só dava risada, tinha a personalidade de . – Amorzinho, mamãe tem que te contar uma coisa. – ela disse, finalmente colocando-o no sofá e ajoelhando-se até ficar na altura dos olhos dele.
– O que foi mamãe? – perguntou ele com carinho e sorriu, até nisso ele lembrava .
– Você lembra quando a mamãe disse que teu pai tinha morrido há sete anos, e que ele não era o titio ? – perguntou ela e ele afirmou com a cabeça, dizendo que se lembrava. – Bom, a mamãe mentiu. E eu sei que mentir é feio, ... – continuou ela, interrompendo o filho que já ia começar um sermão sobre como mentir é feio. – ...mas a mamãe precisou. Porque, na verdade, o titio é seu... pai. – concluiu , esperando alguma reação do jovenzinho.
– Meu o que? – perguntou ele, embora tivesse entendido muito bem, com os olhos tão arregalados que achou que os mesmos fossem saltar das feições infantis do filho.

Estava esmurrando a porta, seus dedos já ficando doloridos. Onde estava , pelo amor de Deus? Finalmente, quando sua mão inteira já doía e já estava cansando de bater, abriu a porta. Estava descabelada e vermelha, e parecia ter se vestido rapidamente, mas achou melhor não fazer comentários sobre o que, provavelmente. acontecera especialmente na frente de .
– Céus, , que furação passou por você? – perguntou ela e a amiga deu um risinho.
– Eu posso te perguntar o mesmo, embora eu já saiba a resposta. Começa com e termina com ‘zinho’. – ela respondeu.
– Zinho não! – corrigiu vermelha, como um tomate. – Zão. – riu. – E você não me respondeu!
– Por mim passou um furacão que acabou de descobrir de quem ele é filho. – ela respondeu, apontando e deixou o queixo cair, enquanto o garoto puxava a mãe pela mão, em direção ao quarto de . Entrou correndo e pulou em cima dele, que estava dormindo, abraçando-o. Achou melhor ficar na porta, não interferir, embora seus olhos estivessem brilhando de lágrimas.
Com o impacto causado pelo garotinho e a dor nos pontos da barriga, acordou e abraçou-o de volta com o braço que não estava quebrado, ajeitando-se para que os pontos não doessem. Olhou , que tinha controlado a vontade de chorar, indagadoramente, e esta concordou com a cabeça. Não precisavam de palavras para se entender, nunca precisaram.
– Eu vou deixar vocês dois conversarem. – ela disse, saindo do quarto e fechando a porta. Podia ouvir perguntando inúmeras coisas ao filho, que respondia contente, o que a fez sentir-se culpada por não ter dito nada antes.

Terminou de beber o chocolate quente e desceu a caneca até encostá-la no tampo da mesa. Riu de , que de cinco em cinco minutos olhava para baixo e perguntava ‘e agora, já cresceu?’. Ela era tão palhaça!
– Não, , ainda não. – respondeu pela trecentésima vez, rindo. – Mas hein? Você e o estão com tudo! He’s a sex machine ready to reload¹. – comentou ela com cara de espertinha, fazendo a amiga corar do dedão do pé até a raiz dos cabelos loiros.
– Com tudo e mais um pouco, fofa! – disse , entrando na cozinha e fingindo uma voz afetada no ‘fofa’, dando um beijo na testa de e um selinho na esposa. – E obrigado pela parte que me toca.
– Que parte? Na que eu disse que você é uma “sex machine ready to reload”? – perguntou ela calmamente, e ele concordou. ia ficando cada vez mais vermelha, mas eles pareciam não notar ou, no mínimo, não ligavam.
– O que você está fazendo aqui, anyway? – ele perguntou e ela explicou a história, deixando-o surpreso e, porque não dizer?, pululante. – ACHEI QUE VOCÊ NUNCA FOSSE CONTAR! – ele berrou, saltitando gayzíssimamente pela cozinha, fazendo e rirem. Ele podia ter vinte e cinco anos, mas o espírito tinha travado nos cinco.
– Mamãe? – chamou , entrando na cozinha enquanto ainda saltitava.
– Ela conto-ou! Ela conto-ou!
– Fala xuxu. – respondeu . – , pára!
– Posso dormir aqui hoje?
– Ela conto-ou! Ela conto-ou!
– Pode xuxu. , pára com isso!
– ‘Brigado, mamãe.
– Ela conto-ou! Ela conto-ou! – ainda saltitando.
, CALA A BOCA E PARA DE FANIQUITO! – gritaram e ao mesmo tempo, fazendo-o se largar numa cadeira emburrado e dar risada.

– Eu te amo mais do que eu amo a , , mas entenda que eu não posso fazê-la sofrer mais do que ela já sofreu por desilusão amorosa. Ela é minha melhor amiga! Não, eu não vou traí-la. Não, . Tchau.
– Quem é , xuxu? – perguntou , entrando no quarto. Só havia ouvido o ‘não, ’. deu um pulo de quase meio metro de altura. “Será que ela ouviu tudo?”, pensou, mas a julgar pela expressão serena que ela tinha, não.
– Uma amiga... de infância. – ele respondeu, tentando pensar em uma resposta mais convincente. Mas pelo visto foi suficiente, pois ela apenas concordou e deu de ombros, sentando na cama para assistir televisão. – E, por sinal, onde está o , ?
– Na casa da e do , vai dormir com o . – respondeu calmamente, como se não se importasse com o assunto. – Eu contei para ele.
– VOCÊ O QUE? – ele berrou, arregalando os olhos enquanto o choro de estava ecoando por toda a casa.
– Ah, ! Olha só o que você me faz xuxu! Até ela dormir de novo, acabou Tartarugas Ninjas. – ela reclamou, levantando-se e indo até o quarto da filha, que era em um tom de rosa pêssego. Pegou a garotinha com cuidado no colo e sentou-se para niná-la, perdendo-se em pensamentos.



Início do Flashback


– Vamos, empurra! Está quase lá! – incentivava a enfermeira e, com um último empurrão, um choro de bebê encheu o quarto. – É um lindo menininho.
– Isso aqui vai demorar muito? – perguntou ela enquanto recusava a oferta da enfermeira para que segurasse o bebê, olhando no relógio que tinha na parede. – Eu vou perder as Tartarugas Ninjas.
! – repreendeu , olhando a filha com uma cara feia e a garota deu de ombros, não se importando muito quando levaram o bebê, o qual ainda não houvera sido nomeado. Ela ainda estava com demasiada raiva de para olhar na carinha daquele serzinho que era fruto de seu amor por ele. Não queria odiar o filho só porque o pai dele era um completo idiota.
– Sabe , ele se parece com o... – começou e fuzilou-a com o olhar. – ...meu irmão. Mas deixa pra lá.
– Ainda bem que o seu irmão não está aqui para ficar se vangloriando disso. – respondeu ela, secamente e percebeu que era hora de mudar de assunto. e chegaram pouco tempo depois e em breve elas estavam relembrando momentos e rindo juntas, exceto por , que olhava pela janela, observando uma raríssima neve cair em flocos e se acumular com o resto na janela, do lado de fora.


Fim do Flashback



olhou para , que finalmente dormia, e sorriu: era a sua cara. Ao menos um dos dois tinha que ser não? Sorriu com esse pensamento e, com cuidado, colocou-a no berço, saindo do quarto silenciosamente e apagando a luz. Sentou-se na sala, no escuro. há tempos já dormia. Ficou pensando em como sua vida tinha acabado daquele jeito. Em como e porque ela estava se casando com , por Deus! Ela sabia que ele não a amava de verdade, apaixonadamente, só como amigos e vice-versa, mas ela tinha medo de se machucar novamente e ele tinha medo de machucá-la. Ocorreu á ela que ela estava sendo realmente muito egoísta: será que separando um do amor da vida do outro, eles estavam agindo corretamente?


Capítulo VIII – “ e , no parque se beijam...”


– XUXUZINHO, MAMÃE CHEGOU! – berrou , entrando na casa de com a chave que ela reencontrara em uma das suas milhares bolsas, fazendo surgir na sala só de boxers, com a cara amassada. Também pudera!, eram 7h38 da manhã ainda! – Bom dia, ! – ela cumprimentou sorridente. olhava o padrinho sorrindo e mostrando uma covinha, que era mais um rasgo, a qual herdara de .
– Bom dia amorzito. – respondeu o de boxers, dando um beijo na testa dela e outra na de . Segurou a afilhada no colo prontamente quando a entregou para que pudesse abraçar o filho, que havia pulado em seu colo. Era a primeira vez que dormia fora de casa sem ela.
– Oi, meu lindo! Como você está? – ela perguntou, enchendo-o de marcas de gloss.
– Eu ‘tô ótimo! E você?
– Eu estou bem também, . Como foi a noite? Conversou bastante com seu... com o ? – ela perguntou. Por mais que tentasse, não conseguia pensar em como o pai de , talvez porque ele sempre foi ausente.
– Conversei, e ele é muito legal, mamãe. E ele me deu um carrinho, olha. – respondeu, tirando um carrinho de coleção do bolso. não pôde evitar que seus olhos se enchessem d’água: aquele era o carrinho preferido da coleção de , ela sabia disso porque fora o primeiro que ele ganhara para a coleção, e desde sempre tivera um carinho especial por ele. – E ele me disse que era pra começar minha própria coleção e... Mamãe, você ‘tá bem?
– Ahn? Ah, eu ‘tô bem sim, meu amor. Agora, faz um favor pra mamãe? Vai arrumar as suas coisinhas pra gente ir para casa, certo? Eu vou falar com o um minutinho e já volto aqui, e, , vê se cuida da . Você sabe que o até hoje não aprendeu a cuidar de criança, e olha que ele está no quarto!

– Toc toc, posso entrar? – se ajeitou e concordou, fazendo-a entrar no quarto e se sentar na beirada da cama dele. – Como está se sentindo?
– Melhor. Você?
– Muito bem. – fez ela, com um sorrisinho. – , eu vi que você deu aquele carrinho para o , e eu queria agradecer, eu sei como ele é importante pra você. Mesmo que isso não queira dizer que você esteve presente, pelo menos mostra que você se importa. – continuou, e concordou silenciosamente, pois sabia que ela estava certa. Presentes não comprariam o tempo perdido com o filho, a infância dele. – De qualquer forma, quando der, eu o trago aqui para passar um tempo contigo. Mas sabe como é, ele tem escola e tudo o mais, daí eu não posso te garantir quando vai dar. – ela concluiu, já em um outro tom, mais apressado e explicativo, além de ter dado á a impressão de ter sido ensaiado.
– Ah sim, claro. Então ‘tá. Até outra hora. – ele respondeu, se ajeitando na cama uma outra vez.
– Tchau . – ela despediu-se, andando até a porta e saindo pelo corredor, deixando-o perdido em pensamentos. Como foi que ele pôde ser tão estúpido?



Início do Flashback


– AHHH! ! VOCÊ ME MOLHOU INTEIRA! – gritou , correndo atrás de com uma arminha de paintball, mas que, ao invés de tinta tinha, na verdade, água. “Tinta faz muita sujeira”, foi a explicação de quando entregou á cada um deles a própria arminha.
– Mas veja o lado bom, eu não tenho munição e a sua arma está chei...
– Correção, lindo, minha arma estava cheia! ! Tempo! Eu e o ficamos sem munição! – concordou e tocou um apito. Estava na vez dele e de de marcar os pontos dos três. e saíram correndo para ver que chegava na torneira primeiro, mas ela ganhou porque ele se apiedou. Essa era a parte boa de ter um namorado.
– Vocês vão ficar aí parados, tem gente que quer... – ia falando , ao se aproximar deles, mas ao ver que se beijavam, deixou pra lá, e foi avisar á que continuariam sem eles.


Fim do Flashback



– Manhê? – chamou , olhando pela janela do carro para um parquinho, e em seguida olhando para a placa que tinha presa num poste.
– Oi querido.
– A gente pode ir ali, no parquinho?
– Agora ?
– Aham. – ele concordou, ainda olhando a placa e tornando a olhar o parquinho. estava presa no tráfego, o maior problema de Londres, se lhe perguntassem.
– Olha, tem um parquinho perto de casa. Você não pode esperar até lá? – ele negou com a cabeça e ela olhou o parquinho, sentindo o estômago afundar. – Por que esse, lindinho?
– Porque meu pai me contou que foi nesse que vocês deram seu primeiro beijo. – respirou fundo, percebendo que ia chorar. “Ele se lembra!”, foi o que pensou, manobrando para estacionar nas vagas próximas ao parquinho. Fungou alto ao desligar o motor e saiu do carro, pegando no colo e desprendendo , que saiu correndo enquanto se sentava em um banquinho branco... O mesmo banquinho no qual ela e deram seu primeiro beijo.



Início do Flashback


– Hey. – chamou , chegando ali com as mãos nos bolsos da calça, olhando-a.
– Hey. – ela cumprimentou de volta.
– Hm, você está sabendo que está sentada em tinta fresca, não é? – a garota pulou do banco e ele começou á rir. – Era brincadeira.
– Essa é a sua tática para atrair garotas ou é só comigo mesmo? – ela perguntou, tornando a se sentar.
– É só com você. – respondeu, rindo e se acomodando ao lado dela. “Ai, esse sorriso”, ela pensou, enquanto o silêncio se instalava entre eles. Ele foi se aproximando do rosto dela e a mesma não se afastou.
, o que você pensa que está fazendo? – ela perguntou quando estavam á milímetros de distância.
– Sendo impulsivo uma vez na minha vida. – foi a resposta dele antes de beijá-la. correspondeu, com milhões de pensamentos invadindo sua mente, e tosos eles diziam a mesma coisa: “PARA DE PENSAR, SUA ANTA!”.


Fim do Flashback



– Mamãe? – chamava havia meia hora, passando a mão na frente do rosto da mulher, a qual mal piscava. – MÃE! – ele gritou, perdendo a paciência, o que era bem raro.
– Hm? Fale.
– A gente pode ir? Eu já cansei e as ruas tão bem vazias. – ela concordou, levantando do banco e voltando para o carro, acompanhada dos filhos, porém fazendo o mesmo caminho que uma vez fizera para sair dali de mãos dadas com .

– Não, eu não quero salmão, a cor é damasco reluzente. É lógico que essa cor existe! Está no catálogo! Sim, eu espero. – dizia ao telefone, enquanto ria dela, tomando danete (N/A: ai ai, Jules. Oo”) de chocolate branco. A barriga ainda era imperceptível. O casamento de seria em duas semanas, e, na cabeça dela, nada estava pronto. – Como assim só tem pêssego reluzente? Eu quero damasco reluzente! Não me interessa! Escuta, você já ouviu falar de noivas-monstro? Então, você está ao telefone com uma, então começa a me encontrar um damasco reluzente ou eu processo vocês!
, para de estressar os caras! – reclamou, terminando o danete e pegando outro da geladeira.
, não me pentelha! Não, eu não estava falando com você! DAMASCO RELUZENTE! Pelo amor de Deus, nem damasco reluzente a gente encontra hoje em dia! Pêssego não serve, eu já disse! Não me importa que é a mesma coisa. Ótimo, então mude a etiqueta, mas eu quero damasco reluzente! Você quer que eu desenhe pra você? D-A-M-A-S-C-O! DAMASCO! NÃO! Ponha seu gerente na linha! Não quero saber se ele está ocupado! O meu casamento tem que ser perfeito! Pouco me importa se você ouve isso todos os dias. Oi. Sim, damasco reluzente. Ah, tem? Viu ? Não, não era com você, desculpe. Aham, sete metros. Obrigada, tchau. Ufa, que povo teimoso! – achou melhor nem falar nada, pois sabia que tinha ficado num estado parecido quando não acharam seu turquesa perolado. – , eu estou estressada.
– Ih, querida... Isso é notável. – respondeu a loira, terminando o segundo danete e indo buscar um terceiro.
– Pára de comer danete, ! Você vai ficar gorda, e não vai ser de grávida!
– Dá licença? Eu tenho que me alimentar por dois!
– É por DOIS, então DOIS danetes, e não por TRÊS, que seriam TRÊS danetes. – a outra deu de ombros e continuou abrindo o terceiro danete, e desistiu. – , xuxu da mamãe! Cadê você? – ela gritou, e o menino apareceu correndo, seguido de Jr. – Quer alguma coisa para comer? – ele fez que não. – Leite? – ele fez que não outra vez. – Então ‘tá, mas escuta aqui, eu não vou deixar você dormir na casa da tia se você não comer pelo menos um pãozinho até eu ir embora, ouviu? – ele concordou e saiu correndo de volta para o videogame, com Jr. atrás. – Ain, amiga, obrigada. Você está me fazendo um favorzão ficando com a e com o aqui hoje.
– De nada, querida. E amanhã eu quero detalhes! – fez , piscando para ela, ao que lhe deu um tapa no braço.
! Quem vê pensa que você é uma adolescente ainda!
– Eu posso não ser uma adolescente física e cronologicamente, mas mentalmente eu ainda tenho quatro anos, nem adolescente eu sou.
– Uma criança de quatro anos muito pervertida pro meu gosto. – riu , dando um tapa na própria testa logo em seguida e pegando o telefone. – Alô? Sim, aqui é , eu estou ligando para saber das flores. Sim, são rosas nos tons pêssego e champagne. É, e o buquê é de lírios brancos com corante laranja no centro das pétalas. Isso, exatamente. Estará pronto um dia antes? Mas não vai secar? Ah, refrigeração. Uhum. Certo, obrigada. Não, as rosas são para a igreja e para os enfeites, e os lírios são para o buquê. Isso, tchau. – desligou o telefone e tornou a discar um número diferente. – Alô? Sim, aqui é , eu estou ligando para confirmar o cardápio do buffet. Isso mesmo, é, aham...

, precisamos conversar.
– Sobre?
– Sobre nós. Sobre o casamento.
– Você está em dúvida?
– Você me ama?
, que tipo de pergunta é essa? É claro que eu te amo!
– Como amigo não vale.
– Eu te amo, . – ele disse, segurando o queixo dela entre os dedos e beijando-a. Ela, porém, sabia que não era verdade, por mais que os dois tentassem se convencer do contrário. Aquilo era um erro, e eles eram tão burros! “Mas, já que a burrada está feita.”, pensou ela, dando de ombros e começando a tirar a camiseta dele.

Ele cutucou-a no ombro, uma, duas, três vezes.
? – chamou ele e ela acordou, puxando o lençol para cima instintivamente. – Acredite linda, não há nada aí que eu não tenha visto antes. – ela sorriu e se ajeitou na cama, para olhá-lo melhor.
– Hey, ?
– Hm?
– Posso abusar de você mais um pouquinho?
– Depende, pra fazer o quê?
– Faz café da manhã para mim e traz aqui na cama? – ela perguntou de um jeito meigo, e ele concordou, rindo, se enrolando no edredom e descendo as escadas, deixando imersa em pensamentos. Ela era burra ou o quê? Por que diabos ela ainda estava com o se, especialmente depois daquela noite, ela tinha certeza que o amor entre eles era somente de amigos? Ah, é. PORQUE ELES IAM SE CASAR EM DUAS SEMANAS! Era impossível cancelar tudo em duas semanas, por mais que ela quisesse, principalmente depois do esforço que ela tivera para conseguir seu damasco reluzente!


¹ “he’s a sex machine ready to reload”: é uma citação da música Don’t Stop Me Now, do Queen. Significa “ele é uma máquina de sexo pronta para recarregar”.


Capítulo IX – Fala que me ama, só que é da boca pra fora...


Era só nisso que ela pensava? No damasco reluzente? E na sua felicidade, ela não pensava não? E, pior, na felicidade do ? Ou na do !Como alguém podia ser tão egoísta á ponto de ser egoísta consigo mesma? Será que tal pessoa existia? Ah, sim. Ela estava no seu quarto, na sua cama e dentro de seu corpo, e atendia pelo nome de ! Bateu com a mão na própria testa e tentou voltar á dormir, mas foi impossível, pois agora subia as escadas com seu café da manhã em uma bandeja.
– Pronto, mas não se acostume. – ele disse, e ela riu, mordendo metade de uma torrada que tinha ali e mastigando o pedaço que engoliu algum tempo depois.
– Não acostumarei, não precisa se preocupar. – engolindo o resto da torrada com geléia que tinha posto na boca.
– Você vai lá buscar as crianças ou quer que eu vá?
– Eu vou, pode deixar. Deixa só eu comer e tomar um banho que já estou indo. – ele concordou e deu um beijo na testa dela, indo até o banheiro á fim de tomar um bom banho antes de ir para o estúdio.

– OOOOI! CHEGUEI XUXUS!
– Você mora aqui agora, ? – perguntou , descendo as escadas com a cara amassada e de boxers, cena que tinha se tornado comum na última semana.
– Está me enxotando é, seu mala? – ela perguntou e ele negou com a cabeça, mordendo-lhe a bochecha esquerda (N/A: Eu faço isso com meus amigos. LOL. Jules? Vitinho, foto, lembra? *interna*). – Ai ! Minha bochecha não é mais tão fofa e grande quanto era na época que nos conhecemos, ‘tá? Conhece uma coisa chamada ginástica e uma outra chamada regime?
– Conheço, e não gosto delas; te deixaram sem seu bochechão. – ele reclamou, pegando um copo de suco na geladeira e fazendo rir.
– Cadê a ?
– Lá fora, vendo as crianças nadarem.
– E o ?
– Com ela. Finalmente conseguiu se levantar sem ajuda.
– Jura? Que bonitinho!
– Ele te mata se te ouve falando assim. – replicou , e a garota riu outra vez, dando um beijo na bochecha dele e indo para os fundos da casa. tentava fazer com que Jr. não se afogasse, enquanto Charlotte, Elizabeth e nadavam e tinha no colo.
– Hey. – chamou , sentando-se ao lado dele. Ele ficava tão fofo segurando ! Parou com aquele pensamento; que coisa mais não-coesa de se pensar! Ele entregou-lhe a filha, a qual sorriu para ele, fazendo sorrir também. – Então os boatos que o Sr. , 25, ex-McFly finalmente conseguiu sair da cama são verdadeiros?
– Hey. – ele sorriu com a pergunta dela. – Suponho que sim, quer dizer, eu estou aqui, não é mesmo? – ela riu e concordou. – E ai... como foi a noite?
– Não muito boa. Não está dando muito certo, sabe? e eu? – ficou quieto. Sabia que devia estar se sentindo mal por ela, afinal, eram apenas amigos agora, mas por dentro sentia-se o homem mais feliz do mundo naquele momento. Por alguma razão, saber que e não estavam bem o fazia cogitar a possibilidade de reconquistá-la. Não que ele acreditasse muito nisso.
– Erm... Mas, fora isso, como está indo o casamento? – ele era burro ou o quê? Só sabia falar de e do casamento? Só para ficar se torturando, recordando que ela não era mais dele?
– Ahn, vão bem, para falar a verdade. , eu vou ali falar com a sua irmã um minutinho, ‘tá? – ela disse, entregando á ele e indo na direção de . – , eu tô ferrada.
– Por quê? Como assim? ! Não desgrude dessa escadinha, ouviu bem?
– Eu acho que eu vou desistir desse casamento.
– O quê? Você ‘tá louca? , você não vai desistir, eu não vou deixar! Só porque meu irmão é um idiota que resolveu atrapalhar tudo não quer dizer que você precisa terminar com o !
– Não é por isso... É que, bom, ontem... Não rolou, sabe?
– Ele broxou? – perguntou , arregalando os olhos.
– Não, sua pervertida! Mas, sei lá, só... não rolou. A gente ‘tava distante, não sei explicar, como se estivéssemos em universos paralelos, pensando em outras coisas ou algo do tipo.
, meu irmão te abandonou! Quando você estava grávida! Por mais que eu o ame e que eu tenha uma culpa nisso, ele te abandonou! Eu não vou deixar você desistir do , que sempre esteve lá para você, por culpa do ! E se o problema é distância, quem sabe o casamento não resolve? – , entretanto, ainda estava em dúvida sobre quanto a seguir seus sentimentos ou a razão, os quais diziam coisas totalmente diferentes.



Início do Flashback


, eu estou com medo!
– Shh, você confia em mim? – a garota concordou, com um aceno positivo de cabeça, enquanto ele começava a abrir o zíper do vestido dela e, fechando os olhos, ela ia desprendendo os botões da camisa social dele, um por um.

? Está acordada?
– Aham. Não consigo dormir. – ela sentiu que ele passava um braço pior cima de seus ombros e a aproximava mais para perto dele. Sorrindo, ela encostou a cabeça no peito nu de e adormeceu, sendo que a última coisa que sentiu foi ele lhe dando um beijo no topo da cabeça.


Fim do Flashback



? ? ! ALOOOU? – chamava. – Terra para , Terra para , está me ouvindo, ?
– Ah, oi. Você falou alguma coisa?
– Você estava vegetando. – reclamou , se jogando no sofá.
– É, isso vem sido freqüente desde... bom... desde que seu irmão voltou, para falar a verdade. Quando foi que viemos para a sala?
– Enquanto você estava pulando uma janela por aí... (N/A: Janelando! *interna – o retorno*) – respondeu , franzindo a testa. – Babe, sobre o que você estava pensando? – corou do dedão do pé até a raiz dos cabelos.
– Bom, sobre a minha primeira vez, com o seu irmão... Quando surgiu. – ela respondeu, terminando com um sorrisinho misterioso (N/A: Olha, até o meu eu ficcional faz internas!), como se tivesse contando uma piada para si mesma, a qual ninguém mais podia ouvir. odiava aquele sorriso, pois nunca sabia do que a amiga estava rindo, se era de alguém, de algo, ou pior, dela. , contudo, adorava aquele sorriso, segundo ele, ela ficava sexy. – , tenho que ir. Deixar as crianças com a babá e resolver o meu vestido. Beijinhos.

Jogou-se com tudo na cama e ficou encarando o teto. As flores estavam lindas, o vestido estava perfeito, o buffet era o melhor, o lugar era o mais chique, mas por que a sensação de que algo estava faltando era cada vez mais crescente? E por que ela não conseguia parar de pensar em ? , , ... O nome ficava repetindo-se em sua cabeça, como um eco. Talvez uma boa noite de sono consertasse tudo aquilo.

As duas semanas haviam se passado com uma rapidez extraordinária, sem que nada acontecesse que fosse digno de ser mencionado aqui, e o dia do casamento estava se aproximando, faltando agora apenas dois dias. estava pirando, estava indecisa. ou ? ou ? Sua cabeça estava uma bagunça e as amigas não estavam ajudando em nada, dizendo coisas sobre , sobre o fato de ele tê-la abandonado, sobre como ele estragara a sua vida e como ela finalmente conseguira consertá-la, e que não podia pôr tudo á perder por causa dele, e que, definitivamente, não podia deixá-lo ‘entrar no seu escritório e bagunçar todos os livros da sua estante que você demorou anos para deixar em ordem alfabética’, como dissera num exemplo, alguns dias antes.


Capítulo X – And so there was my happy ending [was it ever happy at all?]


Abriu os olhos, assustada. Suava frio e tinha os cabelos grudados á testa e á bochecha, embora a última estivesse muito rosada. Sentou-se na cama e olhou para o lado, ainda dormia calmamente, como ela nunca tinha visto. Com o que ele estaria sonhando? Ou melhor, com quem? Com ela não era, ela tinha certeza.
– Ah ... Será que a gente ta fazendo o certo? – perguntou ela, baixinho, suspirando. Deu um beijo na bochecha daquele que era mais seu amigo do que seu noivo, pegando a babá-eletrônica de cima do criado-mudo e descendo com ela presa no pijama.
Começou a preparar algumas salsichas fritas e também ovos mexidos para três, colocando-o em três pratos, e em cada prato, quatro torradas cobertas com geléia de morango. Comeu o conteúdo de um dos pratos e colocou o objeto na pia, levando os outros dois para o andar de cima, um para e o outro para .
? – chamou e o menino acordou, abrindo os olhos e sentando-se na cama, enquanto ela lhe entregava o prato, uma colher e uma bandeja que tirara de baixo da cama dele, enquanto abria a janela. – Come tudo, hein? – pediu, e ele concordou, atacando a comida, faminto. Saiu dali sorrindo e repetiu todo o ritual, agora com , incluindo a parte do “come tudo, hein?”, a qual fez com que o outro risse, concordando com a cabeça. A única diferença era que, para , ela entregou garfo e faca, e não colher.
, eu vou ver meu terno hoje e acho que vou passar a noite com os meninos, fazer uma despedida de solteiro e tal... Daí se você quiser que eu deixe as crianças com a para você passar um tempo sozinha... – sugeriu , entre uma garfada e outra. Ela sorriu, concordando. Precisava mesmo passar um tempo sozinha, coisa que lhe havia sido tirada nos últimos tempos.


DING DON


– Que é? – perguntou ela, mal humorada por ter sido interrompida no meio de uma meditação. olhou para ela, erguendo a sobrancelha, um tanto quanto intimidado. – Ah, , desculpa. Erm... O não está aqui, se é com ele que você queria falar.
– Na verdade, era com você. – ele pediu, enquanto tentava coçar a mão engessada, ainda. riu de leve com esse fato, embora estivesse com dó dele. – Ahn... você vai me chamar para entrar ou a gente só vai ficar parado aqui?
– Ah, é, né? Entra, sinta-se em casa. – fez ela, dando espaço para ele passar e fechando a porta atrás de si. – Pode sentar. – ofereceu ela e ele assim o fez, e logo se acomodou a seu lado.
– Obrigado. – agradeceu ele, ao sentar. – , eu... – começou ele, mas foi impedido por ela, que se aproximou dele e o beijou. Tão logo fechou os olhos e começou a corresponder, ela se separou dele.
, não. Isso é muito, muito erra... – ela tentou, mas ele logo começou a beijá-la de novo e ela se levantou, tentando se separar dele, mas só o que conseguiu foi que ele se levantasse com ela e fosse levando-a na direção da cozinha.
Ela sentiu a porta do cômodo se abrindo com suas costas, e logo pôde sentir a mesa da cozinha, na qual, em menos de um minuto, estava sentada. Com um gesto único, na pausa para fôlego entre um beijo e outro, ela abriu a camisa de botões dele, ouvindo os mesmos saltarem pelo chão.
– Eu conserto isso depois! – fez ela, meio desesperada, meio que se desculpando.
– Eu não faço questão. – foi o que respondeu, com um meio sorriso, e voltando a capturar os lábios dela com os seus próprios. – Hm... Acho que a cozinha não é muito apropriada. – continuou ele, e concordou, com um meio sorriso como o dele estampado no rosto, entrelaçando suas pernas na cintura dele enquanto subiam lentamente até o andar de cima.
– Isso não era bem o que eu tinha em mente para passar meu tempo até amanhã. – ela disse, quando ele a colocou sobre sua cama e se livrou da camisa já sem botões.
– Isso não era o que eu tinha em mente quando vim aqui, mas definitivamente é bem melhor. – foi a resposta que ele deu, antes que ela desse de ombros e resolvesse que ele estava extremamente certo.

? – chamou ela e ele a olhou, com o braço que não estava quebrado em volta do corpo da jovem. – Isso foi muito, muito, muito errado mesmo... mas eu gostei que tenha acontecido. – completou e ele sorriu.
– Eu sei, e eu concordo. – respondeu ele, aconchegando-se na cama e aproximando-a dele um pouco mais, beijando o topo de sua cabeça, ao que ela sorriu. Deus, como ela sentira falta daquele homem!

? – chamou , entrando na casa da amiga com a chave reserva que possuía. Ouviu um barulho alto no andar de cima e foi andando lentamente até lá. – ? – chamou, batendo na porta do quarto da amiga.
– Já vou! – a voz da jovem saiu abafada através da porta, enquanto dentro do quarto ela cochichava desesperadamente, enfiando as roupas de nos braços do mesmo e vestindo uma camisola qualquer, ao mesmo tempo em que, com os pés, escondia as roupas da noite anterior sob a cama. – , pela janela! – fez ela, enquanto ele vestia a calça, empurrando-o na direção da, posteriormente mencionada, janela. – !
cumprimentou, abrindo a porta e arrumando os cabelos que estavam bagunçados, ao mesmo tempo em que a ponta do pé de sumia pela janela. abriu um sorriso enorme e entrou no cômodo, sentando-se na cama da amiga.
– E aí, pronta para casar? – perguntou a loira e mordeu o lábio inferior, aflita. Ela acabara de ir pra cama com o pai do seu filho, o qual não era nada seu, muito menos seu noivo, aquele com o qual ela casaria á noite, na Temple’s Church, dia dezessete de Julho.
– Aham. Então, eu tenho que ir pra sua casa, não? Me preparar? – perguntou, querendo tirar a amiga daquele que fora o cenário da segunda melhor noite de sua vida. A primeira, é claro, foi aquela na qual ela tinha nascido! (N/A: Não pude evitar. huahsauihi)
– Ah, é, isso aí. – fez , concordando e se levantando da cama, segurando a amiga pelo braço e levando-a para longe da casa. olhou para trás e quase começou a gargalhar ao ver um somente vestido em jeans empoleirado no seu telhado, tentando voltar para dentro da casa á fim de se vestir propriamente. Felizmente conseguiu conter-se, entrando no carro da amiga quando o homem conseguiu pular a janela. – Eu imagino que o esteja escalando, ele sempre faz isso quando fica ansioso. – comentou , e não agüentou e começou a gargalhar, enquanto olhava para ela com cara de ‘o que foi que eu disse?’.

– AI! Não puxa meu cabelo, sua maluca! – fez para a cabeleireira que lutava para fazer um coque na jovem, que se debatia toda vez que um mero fio de cabelo era puxado, fazendo com que a mulher estivesse á ponto de perder a paciência.
e riam da amiga, enquanto tinham suas próprias cabeleireiras fazendo-lhes coques altos, com alguns fios soltos. observava seu reflexo no espelho, era a que tinha os cabelos mais compridos, por isso ao invés de um coque, tinha um rabo-de-cavalo, amarrado com um elástico que fora encoberto por uma trança de seu próprio cabelo e alguns fios enrolados lhe emolduravam o rosto. Do rabo-de-cavalo pendiam alguns cachos leves e um bocadinho de glitter lhe deixava radiante, embora não fosse assim que a jovem se sentia.
O véu já estava preso, as duas camadas para trás, a fim de que pudessem fazer a maquiagem que era sombra branca e cintilante nos olhos, gloss pêssego, corretivo e blush rosado. Ela estava, para não falar outra coisa, angelical.
Quando estavam todas as três amigas prontas, levantou-se, pegou o cabide onde se encontrava o vestido, coberto por um plástico e as outras coisas, como meia calça, sapato, luva e tudo o mais. Forçando um sorriso, pagou a conta e desceu as escadas, entrando na limusine que as levariam para a entrada lateral da igreja, onde terminaria de se arrumar.

Mais uma vez encontrava-se observando seu próprio reflexo no espelho, já vestida e esperando dar a hora de entrar na limusine e ir para frente da igreja. Tinha no pescoço uma corrente de prata, onde um pingente em formato de floco de neve piscava para ela.
O colar tinha pertencido á sua bisavó materna, e tinha passado de geração para geração até chegar á ela. Sorriu tristemente, tocando o pingente com as pontas dos dedos, ao mesmo tempo em que alguém batia na porta. Secou uma lágrima solitária que tinha escorrido por seu rosto, deixando um rastro vermelho por onde passou.
– Entra. – foi a palavra que seus lábios emitiram, e ela pôde ver a maçaneta da porta girar e um transtornado entrar no quartinho. Ela virou-se no banquinho para olhá-lo. – , o que você está fazendo aqui?
, eu não acredito que você vai continuar com essa palhaçada! Você não pode fazer isso! Ontem não significou nada para você? – perguntou ele, com lágrimas aos olhos, ajoelhando-se perante ela.
– Ontem foi um erro, . – ela respondeu, desviando o olhar do jovem á sua frente e tornando a olhar seu reflexo no espelho.
, não diga isso! Você sabe que não é verdade! Por favor, não faz isso! Por favor, por favor, por favor! – pedia ele, as lágrimas rolando de seus olhos, a voz trêmula pelo nervosismo e pelo choro. – Não casa com o , , casa comigo! Seja a Sra. , não a Sra. ! Por favor!
– Sinto muito , mas eu devo...
– Foda-se o que você deve fazer! Foda-se o que querem que você faça! O que você quer, ? Hein? O que você quer? – perguntou o jovem, interrompendo-a.
– E-eu... E-eu... , e-eu... – tentou ela, mas nada saía á não ser essas palavras.
– O que você quer ? – perguntou ele, por fim, enxugando as lágrimas na manga do terno e levantando, saindo do quarto em seguida e batendo a porta ao passar. A jovem ficou em silêncio por um minuto até que seu pai bateu na porta e disse.
, está na hora filha. – ela concordou e ajeitou o véu, levantando-se e pegando o buquê de cima da penteadeira, a qual fora a única testemunha da conversa que acabara de se passar dentro daquele mesmo cômodo. Ah, se penteadeiras falassem!, ela tinha certeza que poderiam dar ótimos conselhos. Por fim, tirou aqueles pensamentos de sua mente e estendeu o braço para o pai, que o enganchou no próprio para entraram na limusine.

– Caros amigos e parentes, estamos hoje aqui reunidos para unir esses dois jovens, e , em santo matrimônio (...) O amor é paciente e benigno (...) E se tiver alguém aqui que se opõe á essa união, fale agora ou cale-se para sempre.
olhou para trás e pôde ver desviando o olhar. Viu ao lado de sua mãe e pôde perceber que ele estava chorando. Viu alguém do lado de que parecia cabisbaixa, pois assim como , desviava o olhar, embora fosse perceptível que tivesse lágrimas aos olhos.
Foi então que ela percebeu. Ela não estava fazendo aquilo por si, e sim porque era o certo, o conveniente. Mas, ela não podia interromper o próprio casamento, podia? Quer dizer, , alo-ou, é a sua chance meu filho, anda logo!
– Espera. – pôde ouvir uma voz dizer, quando o padre ameaçou continuar a cerimônia mas, para a sua surpresa, não era sua mãe, Neil, suas amigas, , ou mesmo a moça do lado de , e sim...

... Continua …

N/A: Ok, eu espero que vocês tenham percebido (apesar de eu ter pedido para as meninas avisarem na página inicial), eu mudei a descrição da fic, a classificação (12 anos, por conter insinuações de sexo, embora não haja nada explícito porque minha pessoa não é boa escritora de NC-17) e, principalmente, eu reescrevi a fic toda, porque algumas semanas atrás eu reli a fic e vi alguns erros bobos. As perguntas estão, finalmente, todas colocadas, e agora vocês podem escolher o nome do seu filho, o da sua filha e o de uma amiga para ficar com seu Dork favorito. De qualquer maneira, eu também postei o capítulo dez (como devem ter visto também, agora eu estou usando numerais romanos e os capítulos têm nomes) e agora falta somente o capítulo final. Step ta acabando! :’(
O esquema de cores do texto/links é da fic da Sugar, Silence is a Scary Sound (Mila, thanks por me deixar usar), e como eu uso algumas expressões em inglês ao longo da fic, eu coloquei algumas notinhas de rodapé. Deixa-me ver o que mais eu mudei... A capa eu refiz, ficou mais bonitinha, a caixa de comentários tem o mesmo esquema de cores da fic e uma imagemzinha... Hm... Acho que é só isso, não tenho certeza. Até minhas N/A’s ao longo da fic mudaram oO”. Então é... Agradecimentos especiais á Mila, á Chase (nova-bést ;D), á Jules, á Thácas, á Rach, á Mendjé, á Evy e á Ory, se eu esqueci de alguém, avisa que próximo (e último!) capítulo, eu agradeço também. Ah, sim, Chase, esse capítulo é um presente de aniversário com quase três meses de atraso, mas ta valendo. .-. Comentem? *puppy eyes*
P.S.: A cena da mesa ficou um pouco mais do que eu estava planejando, mas não chegou a ter nada explícito. (a cena dos botões foi meio plagiada do último episódio de The O.C. :B)