O SOL REALMENTE PAROU?
Por: jaime nunes mendes

“Sol, detém-te em Gibeom... E o sol se deteve... O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro” (Js. 10:12, 13).
Esta passagem bíblica tornou-se, para muitos ateus, numa espécie de sustentáculo para suas suspeitas acerca da veracidade da Bíblia. Isto porque, como é sabido, é a terra que gira em torno do Sol, e não o contrário, como supunham os antigos.
Tal fato foi cientificamente comprovado pelo astrônomo teuto-polonês,  Nicolau Corpérnico, que, em 1534, publicou o livro “Sobre a Revolução das Órbitas Celestes”, em que mostrava o Sol e não a terra como o centro do nosso sistema planetário. Esta descoberta causou um enorme estardalhaço no meio religioso da época, levando à prisão, pelas mãos da Inquisição, o cientista italiano, Galilei Galileu, o qual apoiou a teoria heliocêntrica de Copérnico.
Como explicar esta aparente contradição da Bíblia? Será que ela errou?
Não. Não há contradição nem muito menos erro.
Não obstante muitos pregadores, teólogos e estudiosos da Bíblia tentar explicar o fato pelo viés científico,  a grande verdade é que a ciência não cabe aqui. Sim, é bem verdade que muitos fatos revelados na Bíblia possam ser comprovados pela ciência, todavia ela não foi escrita com finalidade científica. Absolutamente. Em muitos casos é preciso levar em conta o contexto no qual foram escritos determinados episódios bíblicos. Se até hoje, apesar de toda a força dos meios de comunicação, e mesmo com o irrestrito acesso à cultura, muitos ainda crêem que é o Sol que gira em torno da terra, o que se dirá de pessoas que viveram há milhares de anos? Mesmo as mais brilhantes civilizações antigas, às que mais prezavam o conhecimento, ainda essas, por falta de comprovação científica, acreditavam que era a terra o centro do sistema planetário. O maior pensador, orador e escritor latino, Cícero (106-44 a.C.), em seu tempo, tinha essa certeza: “A terra, no globo, fica imutável e muda no centro do Universo, na região mais baixa, eternamente fixa” (“Da República”).
Acreditar assim é muito mais simples e verossímil do que tentar inutilmente introduzir a ciência onde ela nunca há de caber. E isso não reduz em nada a veracidade das Escrituras, nem tampouco diminui nossa fé! Muito pelo contrário, apenas atesta a simples realidade de um determinado contexto histórico, em que homens simples, como camponeses, pastores, profetas etc. sob a inspiração divina, trouxeram à luz este maravilhoso livro, a Bíblia. Isso é simplesmente maravilhoso! A Bíblia, não obstante ser a Palavra de Deus, não foi escrita pelas próprias mãos de Deus!. Contudo, seus santos desígnios foram revelados a esses homens que, apesar de rústicos e simples, temiam-no de mente e artérias. Não precisamos de muletas para nos defender das ardilosas artimanhas daqueles que, para justificar seus pecados e para continuar neles, vivem procurando “pêlo em ovo” ou “pulga em sapo”, a fim de menosprezar as verdades bíblicas. Quem vive espontaneamente nas trevas, jamais deseja o aparecimento da luz. A Bíblia, para tais pessoas, é uma “uma pedra no meio do caminho”. Ela condena seus pecados, daí eles lutarem de todas as formas para tirar dela a verdade. Mas isto é inútil. A Bíblia, mesmo com suas aparentes contradições, é verdadeiramente a Palavra viva de Deus.



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