SAPO É SAPO, GAIVOTA É GAIVOTA
Por: jaime nunes mendes

Um sapo, contemplando o céu numa tarde deslumbrante, fixou seu olhar numa gaivota que deslizava tranqüilamente sob o céu azul. Há muito que ele contemplava cena semelhante. Todavia, tal fato, que em outros dias era uma simples rotina, naquele instante ganhou um vislumbre espetacular. Ele ficou visivelmente fascinando com tão grande proeza daquela gaivota.
”Como será isso possível?” Pensou ele. “Deve ser maravilhoso voar!” Concluiu.
De súbito, ergueu-se da posição em que estava e foi procurar, num rio distante, o sapo-rei.
- Meu bom rei, disse o sapo, - sei que pode parecer estranho o meu pedido, mas é que gostaria muito que vossa majestade  me ajudasse a realizar um grande sonho!
- Sou o seu rei e, como tal, zelo pela minha espécie, falou mansamente o sapo-rei. E continuando: - Se tiver ao alcance de minhas possibilidades, pode contar com seu rei!
- Eu queria.., ele falava assim meio sem jeito, uma vez que nunca vira um sapo voar, - eu queria que vossa majestade me ajudasse a voar!
- Filho, disse o sapo-rei, - vá para casa e volte a fazer o que os sapos sempre fazem, pois o seu desejo é totalmente impossível de ser realizado.
Triste, muito triste, o sapo retornou para sua casa. Contudo, no meio do caminho ele notou entre a floresta, uma árvore frondosa e muito alta. Imediatamente começou a subir no grande vegetal. No início teve grande dificuldade, pois deslizava e caía. Porém, depois de muito esforço,  grudando ora num galho e pulando ora num outro, finalmente chegou no topo da árvore. Lá de cima ele ficou deslumbrado e esqueceu que era um sapo e que não tinha asas. Decidiu que pularia: - Baterei fortemente minhas patas e quem sabe voarei! Disse consigo mesmo. Lá embaixo ele via uma gaivota a ciscar folhas secas. Então, eis que pula da árvore e em poucos segundos despenca no chão. Agonizando, ele pergunta a gaivota:
- Por que não conseguir voar? Ao que ela, com sua típica tranqüilidade, responde:
- Oras, porque você é um sapo!

MORAL DA HISTÓRIA
Há muitas cousas em nossas vidas que podem ser mudadas e muitos sonhos que podem ser conquistados; contudo, devemos ter sempre em mente nossa limitação. Do contrário, corremos o risco, tal qual o sapo da historinha, de despencar de nossas ilusões.


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