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PNE - Projeto Neemias Edifica
"... Vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio." (Neemias 2:17)
Onde está o Temor de Deus?
O que é o P.N.E.
Editorial
Sã Doutrina
Apologética
Vivemos em uma época de declínio espiritual. Não se trata de pessimismo, mas de constatação realista dos fatos. A grande prova desta afirmação está na infame falta de temor ao Todo-Poderoso da presente geração.
              Primeiramente, o temor aqui em pauta não é sinônimo de medo, que nos distancia de um bom relacionamento com o Senhor. O medo foi um dos primeiros malefícios surgidos no coração de Adão ao pecar contra Deus. Quando o Senhor o chamou no Eden após o pecado, ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo (Gn 3:10).
              Todavia, o temor a que me refiro é uma obra efetuada pelo Santo Espírito no coração humano (Jr 32:40), fazendo-o reconhecer-se a si próprio e exaltar o Altíssimo, dando-lhe a glória devida. E aquela santa reverência que não deseja desagradar Aquele que o criou e redimiu, que anseia por fazer a Sua vontade, mesmo com dor e aflições, que não ousa portar-se diante d’Ele de uma maneira inconveniente. E o reconhecimento de grandeza insondável do Criador. E caminho para o encontro com o Sublime. O mais sábio homem que viveu no Antigo Testamento, Salomão, disse no final de seu belo livro: De tudo o que se tem ouvido, a conclusão é: teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo o dever do homem (Ec 12:13).
             O que, entretanto. presenciamos atualmente em grande escala é uma irreverência disfarçada, cinicamente, de intimidade com Deus. Igrejas há que mais parecem boates, onde a sensualidade ergue-se como ditadora sobre os que se professam seguidores do Imaculado Senhor Jesus. Muitos cantores e conjuntos têm demonstrado por suas vestes, posturas e cânticos que desconhecem a sublimidade do Altíssimo. Nas letras dos cânticos é comum ouvirmos expressões inadequadas direcionadas a Deus. Podemos citar como exemplo uma música, interpretada por uma cantora chamada Melissa que no início diz:
“Bati de frente com você...” Em primeiro lugar, “bater de frente” é uma gíria que denota contrariedade a quem se dirige. Em segundo, “você” não é uma expressão adequada para tratamento com Alguém tão excelso e glorioso como o Senhor, pois esta forma é conveniente para pessoas iguais.
             A irreverência a Deus se percebe com facilidade, seja na esdrúxula expressão “cara lá de cima”, cunhada por uma apresentadora de televisão, ou no profano linguajar dos líderes da comunidade Renascer, que chegaram a chamar Jesus de “uma pessoa pirada”, passando pelas pregações de seitas pseudo-evangélicas, corno a “Universal”, que tentam colocar o Todo-poderoso corno servo dos caprichos humanos e não como Senhor a ser servido e honrado por todos.
             Quando a onda “gospel” invadiu com ferocidade igrejas tidas por evangélicas, fazendo com que os shows de conotação religiosa (?) proliferassem, muitos católicos se levantaram para protestar contra aquilo que lhes parecia licenciosidade. Entretanto, o mesmo quadro se apresenta hoje na “igreja” romana. Sacerdotes católicos se transformaram em estrelas da mídia com seus rebolados e passos ensaiados, levando o povo a um profano divertimento em nome de Deus. Todos argumentam que fazem tudo para a glória de Cristo, mas na verdade satisfazem seus apetites carnais mascarando-os com música religiosa.
             O temor a Deus é algo fundamental na vida cristã. O escritor de Hebreus nos convida a servir a Deus com um santo temor (Hb 12:28) . De fato, deste modo poderemos ser fiéis a Ele, pois assim estaremos vigilantes para não ofendermos alguém tão excelso e sublime. Aos filipenses, o apóstolo escreve incentivando-os a desenvolver a salvação com temor e tremor (Fl 2:12). Era uma característica marcante da igreja, pois em cada alma havia temor(At 2:43).
             O livro de Provérbios nos dá a dimensão da importância do temor ao Altíssimo, pois este temor:
. *É o princípio da sabedoria (1:7);
. *É fonte de vida(l4:27);
. *É firme confiança (14:26).
             Nas Escrituras encontramos inúmeros exemplos de pessoas que foram tomadas por uma indizível sensação da majestade divina. O profeta Ezequiel, ao deparar-se com a glória do Senhor caiu com o rosto em terra (Ez 1:28). Semelhanternente, o apóstolo João, ao contemplar o Cristo glorificado disse, estupefato: “Quando o vi, caí a seus pés como morto” (Ap 1:17). O mesmo sentimento pode ser notado nos diversos avivamentos ocorridos na igreja ao longo dos tempos. No avivamento nas Ilhas Britânicas, no século XIX, foi notado um espírito de temor pairando sobre as pessoas. Jovens, adultos e até crianças de todas as classes sociais foram atingidos pelo Espírito de Deus. Muitos caíam de joelhos, reconhecendo a majestade divina, outros ficavam prostrados por horas no chão sem forças para ficar em pé. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos na mesma época.
             Muitas vezes as coisas pioram na comunidade cristã, não tanto pela atuação dos levianos, mas pela omissão daqueles que querem a propagação do puro evangelho de Cristo. No livro de Tiago lemos esta severa advertência: “Aquele, pois que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado” (Tg
4:17).
             Em muitas ramificações evangélicas há crentes cujos corações estão angustiados por perceberem que suas comunidades já não mais mantêm o padrão simples da vivência cristã de outrora. Todavia, muitos têm calado a voz do Espírito no seu interior por causa de um compromisso covarde com denominações, cargos ou pessoas. Mas, não podemos ficar impassíveis diante de tal situação, pois isto se constitui um grave pecado de omissão. Onde estão os profetas do Senhor, os genuínos atalaias do céu que falam, não do seu próprio coração, mas influenciados pelo Espírito de Deus, para protestar contra a decadência moral no meio evangélico? É hora de ouvirmos o chamado de Senhor: “Clama a pleno pulmões. não te detenhas, que a tua voz como a trombeta, e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados” (Is 58:1)

24/03/2007   JORNAL TOCHA DA VERDADE, EDIÇÃO Nº 03
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