Edital publicado pelo Grupo Gay da Bahia

Para Redator Chefe Editoria de Política - Nacional

HOMOSSEXUAIS DESCARTAM INOCENCIO OLIVEIRA E

SEVERINO CAVALCANTI NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

         Argumentando que por suas declarações machistas e discriminatórias contra os homossexuais, os deputados Inocêncio Oliveira e Severino Cavalcanti violaram a Constituição Federal e não demonstram compostura para ocupar a Presidência da Câmara dos Deputados, o movimento homossexual quer inviabilizar as candidaturas de quem consideram seus maiores inimigos no Congresso Nacional. Para tanto, lançam campanha nacional junto aos deputados federais para não votar nestes dois candidatos.

         Não bastassem as intrigas palacianas e os ataques dos opositores políticos, um novo personagem ameaça jogar mais lenha na fogueira da disputa à Presidência da Câmara dos Deputados: o Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga associação de defesa da cidadania dos homossexuais e a entidade Gaylawyers (Advogados Gays) declaram guerra aos deputados Inocêncio Oliveira (PFL-Pe) e Severino Cavalcanti (PPB-Pe), acusando-os de falta de compostura ao fazerem graves afirmações preconceituosas contra os homossexuais.

         Segundo Luiz Mott, Presidente do GGB , em dezembro de 1997, quando estava sendo discutido o projeto da Deputada Marta Suplicy relativo à parceria civil entre pessoas do mesmo sexo, os principais jornais divulgaram que o Deputado Inocêncio Oliveira levou o plenário à loucura quando subitamente começou a esbravejar contra a aprovação do que chamava de casamento gay , declarando: Este projeto é uma pouca-vergonha, um desrespeito à Casa, é uma aberração contra a natureza! gritava, embalado pelos aplausos e urros dos deputados que ocupavam quase todo o plenário. Enquanto isto, o Deputado Severino Cavalcanti, o mais ardoroso opositor à proposta, elogiava o Presidente do PFL: Inocêncio, você é a glorificação do homem de bem e meu candidato ao Senado! Ao defender o projeto de Marta Suplicy, o deputado Luiz Eduardo Magalhães (PFL/Ba) recebeu de Inocêncio Oliveira o comentário depreciativo: O Luiz Eduardo é mais evoluído do que eu, porque nasceu em Salvador. Eu sou de Serra Talhada! [Jornal do Brasil, 6-12-97; A Gazeta, Vitória, 6-12-97]

         Severino Cavalcanti, também está na mira dos homossexuais: em 1998 o líder católico-carismático pediu aos deputados e senadores que aprovassem o seu projeto de lei proibindo cenas de sexo e nudez na tv.E acrescentou: «Não vamos incentivar a união civil entre homossexuais, criando um glamour, um atrativo televisivo dessa relação de pessoas do mesmo sexo, uma apologia ao homossexualismo. E acrescentou noutra ocasião: "Se for colocado o casamento gay na pauta, que é uma indecência, eu inviabilizo a votação do ajuste fiscal... O homossexualismo é intrinsecamente mau, desordenado, contrário à natureza e não pode ser aceito ou aprovado nem mesmo como mal menor! " (Zero Hora, PA, 10-8-97; O Jornal, Maceió, 17-5-98; Jornal da Tarde, SP, 20-1-99]

         Também a entidade Gaylawyers (Advogados Gays), que reúne numa lista de discussão na internet quase uma centena de advogados e juristas na defesa dos direitos humanos dos homossexuais acaba de iniciar campanha nacional, estimulando a todos os homossexuais do Brasil a enviar correspondência aos deputados federais de seus respectivos estados, boicotando particularmente a candidatura de Inocêncio Oliveira, autor do Projeto de Decreto Legislativo no. 463/2000, de 10.05.2000, que estabelece consulta prebiscitária sobre alguns temas de interesse nacional, dentre os quais aborto, prisão perpétua, União Civil entre Homossexuais. Segundo um dos participantes, o advogado Eduardo Piza Mello, "esta proposta é muito ruim, apesar da sua aparência de democracia, pois além de ferir direitos individuais, engessa qualquer iniciativa em defesa dos homossexuais, na medida que primeiro deve submeter estas iniciativas à consulta popular para depois então aprovar as leis. Some-se a isto uma crescente onda de homofobia no Brasil, onde a cada dois dias um homossexual é violentamente assassinado, e talvez qualquer lei (que confira cidadania aos homossexuais) seja rejeitada. Sem o plebiscito já é difícil aprovar a parceria civil, imaginem com ele como seria. "

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