Sala de Física

Biografias


Thomas Young

  

 (1773 - 1829)

Durante séculos, os problemas relacionados com a visão das cores não encontraram mais que soluções e interpretações puramente empíricas. Foi somente por volta de 1801 que o físico e médico inglês Thomas Young formulou, em termos de hipótese, a primeira explicação científica para a sensibilidade do olho humano às cores. Cerca de cinqüenta anos mais tarde, Hermann von Helmholtz, físico e fisiologista alemão, se encarregaria de desenvolver essa hipótese e convertê-la em teoria, que se tomou universalmente aceita.

Segundo a teoria de Young-Helmholtz, a retina possui três espécies de células sensíveis - os cones. Cada uma delas seria responsável pela percepção de uma dada região do espectro luminoso. Essas três regiões seriam o vermelho, o verde e o azul. Estas seriam as cores primárias, que, por combinações, originariam todos os outros tons cromáticos.

Embora a teoria de Young-Helmholtz tenha sido violentamente contestada pelo fisiologista Ewald Hering, em 1872, e, mais tarde, pelos psicólogos L. Hurvich e D. Jameson, ela se ajusta, ainda hoje, aos fenômenos observados.

Young descobriu também que o cristalino do olho muda de forma para permitir a localização de objetos situados a diferentes distâncias. Mais tarde, identificaria a causa do astigmatismo: uma irregularidade na curvatura da córnea.

Apesar de ter abandonado a profissão de médico para se dedicar à Física, todo o seu conhecimento sobre o corpo humano viria a ser-lhe permanentemente útil. Com ele, Young conseguiria identificar diversos elos entre os fenômenos luminosos e a visão humana.

(Difração)

Em 1803, Young realizou uma experiência demonstrando que a luz possuía natureza ondulatória. Fez a luz passar por uma abertura estreita e constatou que, num anteparo instalado do outro lado, não surgia simplesmente uma linha nítida, mas sim um conjunto de faixas luminosas de diferentes intensidades. Isso mostrava que a luz sofria difração, tal como ocorria com as ondas sonoras ou as de um lago. Se ela fosse constituída de partículas, esse comportamento seria impossível.

(Interferência)

Não contente, porém, Young desenvolveu outro experimento para confirmar seu resultado: fez passar dois feixes de luz por orifícios separados. Ao incidirem sobre um anteparo, resultaram num desenho que apresentava áreas claras entremeadas com outras totalmente escuras. Estas últimas só podiam ser causadas pela interferência de ondas.

Apesar dessas evidências, tais demonstrações foram consideradas insuficientes, por muito tempo, na Inglaterra, até serem complementadas, mais tarde, pelo trabalho de outros pesquisadores europeus.

Em 1807, Young utilizou pela primeira vez a palavra energia com o significado que tem hoje na Física: é a capacidade que um sistema possui de realizar trabalho; no caso de um sistema em movimento, ela é também diretamente proporcional ao produto entre a massa e o quadrado da velocidade.

(Pedra Rosetta)

A curiosidade de Young o levou até mesmo a tentar decifrar a antiga escrita egípcia. (Chegou a alguns resultados de fato corretos, embora só o lingüista francês Champollion, alguns anos depois, conseguisse dar conta de tarefa tão complexa.) Tal trabalho, porém, não deve ter-lhe parecido estranho: em sua vida, Young estudara mais de dez idiomas e com apenas dois anos de idade aprendera a ler em sua língua materna.

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