Interpretação do livro de Daniel

01-Os Reinos do Homem e o Reino de Deus
(Daniel 2)

UM SONHO ORIGINAL

Certa noite, Nabucodonosor, rei da Babilônia, estando preocupado acerca do futuro, teve um sonho impressionante que esqueceu e por isso ficou muito perturbado. Chamou os magos, os encantadores, os feiticeiros do seu reino para que adivinhassem o sonho e dessem a sua interpretação, mas eles não conseguiram. Muito irado, mandou matar todos os sábios de Babilônia. O profeta Daniel foi incluido entre os condenados. Pediu, porém, um prazo para dar uma solução ao assunto do rei. Conseguido o prazo, foi para casa, e, com seus companheiros, rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem. Deus os atendeu revelando a Daniel o que o rei sonhara e também o significado do sonho. (Ler Daniel 2:1-23.)
E assim ele falou ao rei:
"Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua.... A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze, as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, e em parte de barro".
"Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata, o ouro, os quais se fizeram como a
palha das eiras no estio, e vento os levou e deles não se viram vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua, se tornou em grande montanha que encheu toda a terra". Daniel 2:31 a 35.
Nabucodonosor teve esse sonho no ano 603 antes de Cristo. Mas que significa o sonho?
O profeta Daniel também deu ao rei a interpretação do sonho:

I."Tu, ó rei, ... és a cabeça de ouro". Versículo 37 e 38. Esta declaração torna evidente que a cabeça de ouro simboliza o poderoso e magnificiente império babilônico; mas, a despeito da sua glória, Babilônia devia passar ... Versículo 39.

II."Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu". Esse reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e braços de prata da estátua. Em 539 antes de Cristo, Ciro, o general persa, derrotou o império babilônico e estabeleceu a segunda potência universal.

III."E um terceiro reino de bronze, o qual terá dominio sobre a terra". Versículo 39. Duzentos anos mais tarde, em 331 antes de Cristo, a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por Alexandre o Grande. Foi o domínio mais extenso que existiu até então. Este império é representado pelo ventre e quadris de bronze. Este também daria lugar a um quarto reino universal.

IV."O quarto reino será feito como ferro". Versículo 40. As pernas de ferro simbolizavam o quarto império. Em três campanhas militares que culminaram com a vitória de Pidna, em 168 antes de Cristo. Roma dominou o reino da Grécia e se tornou a quarta potência mundial. Esta foi a que mais duro, a mais extensa e a mais poderosa. O imperador romano, César Augusto, era o soberano desse império quando Jesus nasceu. Cristo e os apóstolos viveram durante o período representado pelas pernas de ferro.

O QUE VIRIA APÓS ROMA?

"Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, será isso um reino dividido. Notemos: Não um novo império, mas divisões do quarto império. roma tornou-se um reino dividido. Deveria ser dividido em 10 reinos. Deu-se isto? sim, certamente. Em 476, era atual, ou A.D. , o antigo império romano ocidental, fraccionando-se em 10 divisões - tanto quantos são os dedos dos pés da estátua simbólica. Essas divisões foram: os francos que vieram a ser a França; os anglos-saxões, que vieram a ser a Inglaterra; os alemanos, a Alemanha; os suevos, mais tarde Portugal; os visigodos, a Espanha; os burgundos, a Suíça; os lombardos, o norte da Itália; e os vândalos, hérulos e ostrogodos que foram mais tarde destruídos.
São Jerônimo, ilustre doutor da igreja latina, autor da tradução das Escrituras Sagradas em latim, chamada Vulgata, e que viveu de 340 a 420 A.D., assim se expressou a respeito do império romano:
"Em nossos dias o ferro se misturou com barro. Noutra época não houve nada mais forte que o império Romano; agora, não existe coisa mais frágil; está misturado com as nações bárbaras, de cujo auxílio necessita".
Depois do quarto império, o Romano, não se levantaria outro império universal. O império seria dividido, e dividido
permaneceria.
"Quanto ao que viste do ferro misturado com o barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro". Versiculo 43.
Os homens haveriam de tentar unir reinos novamente para formar um quinto reino universal, mas fracassariam. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas. Quando irrompeu a 1ª guerra mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha Vitória da Inglaterra era chamada a ävó da Europa", pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia. Por exemplo: O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o Kaiser da Alemanha, etc., todos eram parntes. Nesta guerra brigaram entre si, tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os reinos caíram e foram substituídos por repúblicas.
A profecia se mantém em pé: não se uniram! "Por uma parte o reino será forte, e por outra parte será frágil".
Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão Bonaparte da França; Carlos V da Espanha; Guilerme II e Adolf Hitler da Alemanha. Porque não o conseguiram?
Porque a profecia bíblica havia declarado: "NÃO SE LIGARÃO UM AO OUTRO". E a história comprova. Por certo você terá interesse em saber o que virá depois. Onde nos encotramos hoje?
"Mas, nos dias destes reis, o Deus do Céu levantará um reino que não será jamais destruído; ... esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre; como viste que do monte foi cortado uma pedra, sem auxílio de mãos e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro". Versíclo 44 e 45.
No sonho, o rei Nabucodonosor vira que a pedra que esmiuçou a estátua enchera toda a terra. Esta pedra representa o reino de Deus que será estabelecido para sempre. Com a segunda vinda de Cristo, serão esmiuçados e destruídos todos os reinos terrestres. Deus intervirá e virá então o fim.

QUANDO SERÁ ESTABELECIDO O REINO ETERNO?
"Nos dias destes reis". Versículo 44.
Quais reis? São as divisões que surgiram com a queda do império romano - as atuais nações da Europa Ocidental. Vivemos no tempo destas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e por isso concluímos que o reino de Deus está próximo. Este reino foi anunciado pelos profetas, pregado por Cristo e pelos apóstolos. Ele tem sido a esperança do homem desde que o pecado arruinou o mundo. Ë a nossa esperança.
Tão certamente como os rios correm para o mar, a Hsitória do mundo move-se para o glorioso alvo do quinto reino universal - O REINO DE DEUS. Esta grande profecia foi confirmada pela História e cumpriu-se à risca até aqui. Podemos pois saber que o que ainda não veio virá com certeza.

2-O Sonho Sobre os 4 Animais
(Daniel 7)

O capítulo inicia ao prover uma data para a visão, pois no verso 1 diz: "No primeiro ano de Belsazar". Nabucodonosor havia falecido há nove anos. Seus sucessores no trono não haviam sido pessoas de grande valo, e Belsazar tampouco prometia muito. Tratava-se de um período de incerteza política para todos, inclusive para os judeus que viviam em Babilônia.
O Próprio Daniel já não era mais um jovenzinho. Achava-se por volta dos setenta anos, embora com certeza ainda estivesse na ativa(Veja Daniel 8:27). A queda de Babilônia(capítulo 5) e sua experiência na cova dos leões(capítulo 6) ainda se encontravam no futuro, pois os capítulos de Daniel não estavam em ordem cronológica. Entretanto, 50 anos haviam decorrido desde a visão do capítulo 2!
Era noite. Daniel estava dormindo - talvez depois de um dia de profunda oração e cuidadoso estudo da profecia da imagem. Águas encheram a vista que tinha diante de si - águas em movimento, agitadas e envolvidas em tumulto pelos ventos que provinham de todas as direções. Repentinamente, enquanto seus olhos tentavam acompanhar a agitação incessante das ondas, sua admiração foi despertada para o aparecimento de um enorme leão, semelhante ao qual ele jamais havia visto outro antes. O leão possuía asas! Enquanto Daniel observava, as asas foram "arrancadas" e "lhe foi dada mente de homem", e foi colocado em pé, "como homem". Daniel 7:4.
O leão não abandonou a cena, mas a atenção de Daniel foi a seguir desviada para um urso que aparecia; este se mostrava estranhamente mais alto de um lado que do outro. O urso "se levantou sobre um dos seus lados", observou Daniel. Além disso, ele trazia três costelas na boca. Verso 5.
O urso saliente de um dos lados foi logo ladeado por um leopardo possuidor de quatro cabeças e quatro asas(verso 6), aos quais se seguiu um monstro aterrador que desafiava qualquer classificação zoológica. Daniel jamais havia visto qualquer coisa a que pudesse comparar esse animal. Ele o descreve como "terrível, espantoso, sobremodo forte", "diferente de todos os animais que apareceram antes dele". Daniel acrescenta, então, que o animal possuía "dez chifres". Este animal extremamente feio, postado evidentemente num pedaço de solo, apareceu na visão com aspecto ameaçador e assassino, com enormes unhas de bronze e dentes de ferro. Ele "devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava". Versos 7 e 19.
Enquanto contemplava maravilhado o estranho e selvagem animal, Daniel - embora assustado - pôde discernir o décimo primeiro chifre, "pequeno", tentando fazer espaço para si entre os outros dez; em seguida percebeu que, daqueles 10 chifres, três se tornavam frouxos, caíam, e cediam o seu espaço para o chifre pequeno. "E eis que neste chifre haviam olhos, como os de homem, e uma boca que falava insolência." Verso 8.
Neste ponto a atenção de Daniel foi desviada misericordiosamente da horrível cena que tinha diante de si,, sendo conduzida para uma grande e gloriosa cena no Céu. Lá ele pôde ver o Ancião de Dias em sua obra de julgamento, próximo ao fim dos dias. O profeta viu ainda a Quarta besta morta, enquanto "domínio, e glória, e o reino" foram dados a "um como o Filho do homem". Versos 9 a 14.
Ele tinha razão em sentir-se grandemente aliviado. Por certo assim aconteceu. Mas ele também continuou profundamente impressionado com a Quarta besta e seus 10 chifres, a ainda mais especialmente com o "chifre pequeno".
Percebendo que se aproximava uma pessoa útil e agradável, alegrou-se logo muitíssimo ao descobrir que se tratava de um personagem celestial, o qual podemos imaginar como sendo um anjo. Este se colocou ao lado do profeta. Daniel pediu ao anjo que lhe contasse "a verdade acerca de tudo isto". Verso 16.
O anjo respondeu simplesmente: "Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da Terra." Imediatamente o ser celestial chamou a atenção do profeta para o final feliz da visão: "Os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo sempre, de eternidade em eternidade." Versos 17 e 18.
Mas Daniel não ficou satisfeito com esse resumo! Ele suplicou ao anjo(Verso 19 a 22) que lhe concedesse detalhes acerca do quarto animal e seus chifres. Graciosamente, o anjo acedeu(Versos 23 a 27).
Depois que o anjo terminou a primeira parte da explanação, disse ele a Daniel- e, através do profeta a todos nós- "O quarto animal será um quarto reino da Terra". Verso 23.
A partir do momento em que sabemos que o quarto animal, reconhecemos estar tratando da mesma série de potências mundiais que encontramos pela primeira vez no sonho da estátua de Nabucodonosor, apresentado no capítulo 2: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, seguidos na seqüência de eventos pelo reino de Deus.
Babilônia, representada na grande estátua pela cabeça de ouro, é apropriadamente representada por um leão, o rei dos animais. As pessoas que visitam Babilônia podem ainda hoje ver as figuras de leões em baixo-relevo nos muros e paredes construídos com tijolos queimados; podem ver também o enorme leão de pedra que, depois de 2400 anos, ainda está agachado sobre uma mulher de pedra, caída.
O Império Medo-Persa, simbolizado na grande estátua pelo peito e braços de prata, é facilmente distinguível como o urso com um dos seus lados mais alto, em Daniel 7. Nossa identificação será plenamente confirmada mais tarde, quando chegarmos em Daniel 8, onde os dois chifres desiguais de um carneiro são explicitamente identificados como os reis da Média e da Persa.
O ventre e coxas da estátua representam a Grécia. O mesmo ocorre com o leopardo do presente capítulo. Em Daniel 8, o bode que ataca o carneiro medo-persa será interpretado como o "rei da Grécia".
Por fim, as pernas de ferro que representavam Roma em Daniel 2, são aqui substituídas pelo animal terrível e espantoso, para o qual não parece haver classificação zoológica.
Assim, não pode haver dúvida quanto a identificação das quatro bestas; quanto às águas, também é fácil identificá-las segundo a Bíblia. Apocalipse 17 :15 afirma que águas simbólicas são: "povos, multidões, nações e línguas". Talvez você queira verificar os textos de Isaías 17:12 e 13, e Jeremias 46:8; 47:1 e 2.
A mente de homem significa a mudança do caráter de Babilônia após a morte de Nabucodonosor. As três costelas na boca do urso podem ser identificadas como Babilônia, Lídia e Egito, as três principais entidades conquistadas pelo Império Medo-Persa. Asas denotam facilmente a presença de velocidade. Habacuque 1:8 descreve a cavalaria babilônica como lançando os seus ataques com a velocidade de águias, e a rapidez demonstrada por Alexandre à frente dos exércitos gregos obteve admiração do mundo. Partindo praticamente do nada, Alexandre uniu entre si os contenciosos gregos e conquistou o poderoso império persa em doze curtos anos. Ele conquistou os persas e morreu quando estava com apenas 32 anos de idade!
As quatro cabeças do leopardo estão identificadas em Daniel 8:22 como os quatro reinos em que seria dividido o império helenístico de Alexandre após a sua morte.
-Cassandro ficou com a Macedônia e a Grécia;
-Lisímaco tomou a Trácia e grande parte da Ásia Menor;
-Ptolomeu reteve o Egito, a Cirenaica e a Palestina;
-Seleuco ficou com o restante da Ásia(isto é, a Síria e as terras que Alexandre conquistara no leste).

O Chifre Pequeno[Os Sinais identificadores]:
Daniel 7 provê oito marcas identificadoras, que nos ajudam no trabalho de identificação do chifre pequeno. Estas podem ser assim enunciadas:
1-Ele surgiu da Quarta besta. Versos 8 e 24.
2-Ele apareceu depois dos dez outros chifres.
3-Ele era pequeno quando foi contemplado pela primeira vez, mas com o passar do tempo veio a tornar-se "mais robusto do que os seus companheiros" Versos 8 e 20.
4-De diante desse chifre deveriam cair três outros, de modo que, diante de seu aparecimento, estes "foram arrancados". Versos 8 e 24.
5-Nesse chifre "havia olhos como os de homens, e uma boca que falava com insolência", dirigindo suas palavras "contra o Altíssimo". Versos 8 e 25.
6-Ele haveria de "magoar[ou destruir] os santos do Altíssimo". Verso 25.
7-Uma de suas pretensões seria "mudar os tempos e a lei" Verso 25.
8-Foi-lhe concedido poder especial durante "um tempo, dois tempos e metade de um tempo". Verso 25.

(Daniel 8)

De acordo com Anjo que interpretou a visão o carneiro com os dois chifres simbolizam a Média e a Pérsia[os Medo Persas]. Verso 4.
O bode com o chifre notável representa o reino da Grécia com Alexandre Magno[Verso 5].
O chifre se quebrou e em seu lugar sairam 4 chifres notáveis[Verso 8] que representam as quatro divisões do Império helenístico após a morte de Alexandre Magno. Sendo que de um dos seus chifres saiu um chifre pequeno [Roma].

DANIEL 8:9 A 12 - PREDIÇÕES SIMBÓLICAS
9 Ainda de um deles[os quatro ventos do céu, os quatro pontos cardeais] saiu um chifre pequeno[Roma], o qual cresceu muito para o sul[África], e para o oriente[Grécia, Ásia Menor e Síria], e para a terra formosa[Palestina];
10 e se engrandeceu até o exército do céu[o povo de Deus, judeus e cristãos]; e lançou por terra algumas das estrelas desse exército, e as pisou[perseguiu-os].
11 Sim, ele se engrandeceu até o príncipe do exército[Jesus Cristo, a quem Roma pagã crucificou e Roma cristã freqüentemente representou erroneamente]; e lhe tirou o holocausto contínuo[o tamid, ministério contínuo de Cristo no Céu e o símbolo do mesmo que fora estabelecido no ritual do Antigo Testamento] e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo[parcialmente através da destruição do templo de Herodes pelos exércitos de Roma pagã, e de modo muito pleno através da representação errônea de risto por intermédio de Roma cristã].
12 E o exército[o povo de Deus] lhe foi entregue[a Roma o chifre pequeno], juntamente com o holocausto contínuo[o tamid], por causa da transgressão[Deus permitiu que as forças do erro se revelassem a si mesmas, de modo que o erro pudesse ser visto em sua malignidade e o povo pudesse ser persuadido a abandoná-lo]; lançou a verdade por terra[acerca dos 10 mandamentos, do santuário celestial e da ministração de Cristo no mesmo, e da justificação pela fé]; e fez o que era do seu agrado[Roma, o chifre pequeno], e prosperou.

DANIEL 8:23 A 25: AS PREDIÇÕES INTERPRETATIVAS DE GABRIEL
23 Mas, no fim do reinado deles,[ao final dos reinos helenísticos simbolizados pelos 4 chifres, por volta de 65 A.c]. quando os transgressores tiverem chegado ao cúmulo[quando a maldade humana houver atingido o clímax], levantar-se-á um rei, feroz de semblante[Roma] e que entende enigmas.
24 Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e destruirá terrivelmente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos[inimigos políticos] e o povo santo[o perseguido povo de Deus].
25 Pela sua sutileza fará prosperar o engano na sua mão[persuadindo milhões a seguirem as tradições pagãs e medievais]; no seu coração se engrandecerá[o imperador como um ser divino, o papa medieval como "outro Deus na Terra"] , e destruirá a muitos que vivem em segurança[por exemplo, no massacre de São Bartolomeu]; e se levantará contra o príncipe dos príncipes[Jesus Cristo, tanto na cruz como em Sua qualidade de real sacerdote no Céu]; mas será quebrado sem intervir mão de homem[ou seja, pela providência de Deus nos afazeres humanos, por uma percepção mais clara da verdade, pelo Dia do julgamento no Céu, e finalmente pela Segunda vinda de Cristo].

Há ainda no capítulo 8 a menção da profecia das 2300 tardes e manhãs a qual estudaremos mais a frente.

4-A Profecia das Setentas Semanas
(Daniel 9)

S.Mateus 2:6 - “E tu Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia de Israel”.
Daniel 9:24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.(70 semanas ou 490 anos conforme Números 14:34 e Ezequiel 4:6)
Daniel 9:25 - Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Messias, o Princípe, sete semanas, e sessenta e duas semanas;(ponto de partida para as setenta semanas).
Esdras 6:14 - E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu, e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme ao mandado de Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro e de Dario, e de Artaxerxes rei da Persia.(Leia ainda Esdras 7:1 e 9)[A ordem para restaurar e edificar Jerusalém entrou em vigor no outono de 457 A.C.]
De acordo com a profecia este tempo deveria alcançar o Messias, o Ungido(7 semanas + 62 semanas). Em 27 A.D., Jesus recebeu em Seu batismo a unção do Espírito Santo, e pouco depois deu início ao Seu ministério.
S.Marcos 1:15 “O tempo está cumprido”
Daniel 9:27 - Ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares(...)[Durante 7 anos desde o início do ministério do Salvador, o evangelho deveria ser pregado especialmente aos judeus: três anos e meio pelo próprio Cristo e depois pelos apóstolos. Na primavera de 31 A.D., Cristo o verdadeiro sacrifício, foi oferecido no Calvário].
A semana de 7 anos findou-se em 34 A.D. Então pelo apedrejamento de Estevão os judeus selaram finalmente sua rejeição do evangelho; os discípulos que foram espalhados pela perseguição iam por toda a parte, anunciando a Palavra(Atos 8:4); e pouco depois, Saulo o perseguidor foi convertido, e tornou-se Paulo, o apóstolo dos gentios.
5-Daniel 11

É importante que leiamos os princípios gerais de interpretação de para Daniel 11. Pois assim poderemos entender melhor a estrutura deste capítulo.
Do capítulo 1 ao 4 vemos claramente um paralelismo com as profecias estudadas em capítulos anteriores. Neste caso o Império Medo-Persa, a ascensão da Grécia com Alexandre e sua divisão por seus quatro generais:
-Cassandro ficou com a Macedônia e a Grécia;
-Lisímaco tomou a Trácia e grande parte da Ásia Menor;
-Ptolomeu reteve o Egito, a Cirenaica e a Palestina;
-Seleuco ficou com o restante da Ásia(isto é, a Síria e as terras que Alexandre conquistara no leste).

Antes desta divisão ouve muitas lutas e após também como vemos em Daniel 11:5 a 15.
Depois disto nossa visão é levada a dois possíveis pontos de interpretação:
1-A continuação dos capítulos seria a continuação das guerras conduzidas principalmente a Antíoco.
2-A Segunda e mais adequada seria um paralelo com as outras profecias passando assim a partir do verso 16 a Romã pagã e posteriormente a Roma cristã. Tendo algumas características comuns entre Roma pagã e cristã, como veremos a seguir.

Importante

Destacamos Aqui além de assuntos importantes uma breve introdução do que veremos a seguir.

Observações especiais para melhor entendimento do Capítulo 11 de Daniel:

Antes que tentemos descobrir o que o anjo procurou ensinar a Daniel(e a nós) no capítulo 11, será útil que exponhamos uma série de observações que deveriam influenciar-nos enquanto prosseguimos na tarefa:
1-Materiais de Apoio. Deveríamos estar dispostos a estudar livros de História e a examinar mais de uma tradução bíblica.
2-Longos períodos de tempo. Daniel 11 começa com uma referência ao rei Ciro, que se achava no poder à época, e finaliza com o "tempo do fim", quando Miguel Se levantará para ressuscitar os mortos. Assim deveríamos esperar que a interpretação de Daniel nos conduzisse através de longos períodos de tempo.
3-Marcos históricos. Espalhados ao longo do período, acham-se alguns marcos históricos proeminentes, que devem nortear-nos no caminho correto, tal como as bóias conduzem os navios. Os mais importantes dentre estes marcos são: (a) o "príncipe da aliança" no verso 22 e (b) a "abominação desoladora" do verso 31. A palavra hebráica para "príncipe" não é a palavra comum 'sar', e sim 'nagid', bem mais rara e semelhante àquela usada para 'príncipe' que 'fará firme aliança com muitos', em Daniel 9:24 a 27. O 'príncipe do concerto' é Jesus Cristo; portanto, ao tempo em que chegamos no verso 22 em nossa interpretação de Daniel 11, devemos haver alcançado pelo menos o tempo de Cristo. No tocante à "abominação desoladora"(verso 31), Jesus indicou em S.Mateus 24:15 que, em Seus dias, representava ainda alguma coisa futura. No momento em que chegamos ao verso 31, torna-se claro que devemos estar em plena era cristã.
4-Paralelismos. Já aprendemos anteriormente que as grandes profecias panorâmicas dos capítulos 2, 7, 8, 9 não apenas servem de paralelo às anteriores, como também aumentam sucessivamente o escopo das mesmas. Assim temos o direito de esperar que o capítulo 11 também introduza algum material novo, ao mesmo tempo em que ocorre de modo paralelo às profecias anteriores.
5-História cristã. Vimos nos capítulos 7 e 9 de Daniel lidam amplamente com aspectos da igreja cristã. O chifre pequeno de Daniel 7 representa Roma cristã enquanto calca a pés a lei de Deus e persegue os Seus santos durante um período especialmente designado de 1260 anos, isto é, 538 a 1798 d.C. O chifre pequeno de Daniel 8 representa tanto Roma pagã quanto Roma cristã, ambas contribuindo para distorcer o ministério celestial de Cristo- e esta distorção é retratada como chegando ao fim em 1844, no encerramento do período de 2300 dias-anos. Antecipando-nos, podemos concluir, portanto, que o capítulo 11 provavelmente cuidará também de aspectos da igreja cristã.
6-Teu Povo. Somos apoiado no tocante a esta expectativa quando ouvimos o anjo dizer a Daniel que a mensagem por ele trazida é aplicável ao "teu povo". Em nosso estudo de Daniel 9:19 e 24, vemos que o termo "teu povo" significa o Israel étnico até o encerramento das 70 semanas(34 d.C.) e, depois disto, o Israel cristã - a igreja que forma o completo corpo de crentes em Jesus, tanto os de origem judaica quanto os de origem gentílica.


Daniel 11
1 Eu[Gabriel], pois, no primeiro ano de Dario, medo, levantei-me para o animar e fortalecer.
2 E agora te declararei a verdade: Eis que ainda se levantarão três reis na Pérsia, e o quarto será muito mais rico do que todos eles; e tendo-se tornado forte por meio das suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia.
[O quarto rei foi Xerxes(486 a 465 a.C.), conhecido na Bíblia como Assuero e marido da rainha Ester. Ele gastou 4 anos reunindo suprimentos e treinando homens. Ele empregou virtualmente tudo- tão -somente para experimentar a mais fragosa derrota].
3 Depois se levantará um rei poderoso[Alexandre], que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver.
4 Mas, estando ele em pé[Alexandre], o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu[o seu reino repartido entre seus 4 generais]; porém não para os seus descendentes, nem tampouco segundo o poder com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.
5 O rei do sul [Ptolomeu]será forte, como também um dos seus príncipes; e este será mais forte do que ele, e reinará, e grande será o seu domínio,
6 mas, ao cabo de anos, eles se aliarão[Antíoco II e Ptolomeu II]; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado. Ela, porém, não conservara a força de seu braço; nem subsistirá ele, nem o seu braço; mas será ela entregue, e bem assim os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos[Antíoco II, divorciou-se de sua esposa Laodice a fim de poder casar com Berenice, filha de Ptolomeu II. Quando Ptolomeu faleceu, Antíoco separou-se de Berenice e tornou a casar com Laodice, mas ela conseguiu eliminar Antíoco, Berenice, o filho de Berenice e todas as suas servas.
7 Mas dum renovo das raízes dela[Ptolomeu III] um se levantará em seu lugar, e virá ao exército, e entrará na fortaleza[Antíoco II] do rei do norte, e operará contra eles e prevalecerá.
8 Também[Ptolomeu III] os seus deuses, juntamente com as suas imagens de fundição, com os seus vasos preciosos de prata e ouro, ele os levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele deixará de atacar ao rei do norte.
9 E entrará no reino[o novo rei do norte, Seleuco II] do rei do sul, mas voltará para a sua terra.
10 Mas seus filhos[os dois filhos de Seleuco II, ou seja, Seleuco III- que foi assassinado após um curto reinado(225 a 223 a.C.) - e Antíoco III o Grande(223 a 187 a.C.)] intervirão, e reunirão uma multidão de grandes forças; a qual avançará, e inundará, e passará para adiante; e, voltando, levará a guerra até a sua fortaleza.
11 Então o rei do sul[Ptolomeu IV] se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este[Antíoco III] porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue na mão daquele.
12 E a multidão será levada[ou seja, o exército selêucida derrotado], e o coração dele[de Ptolomeu IV] se exaltará; mas, ainda que derrubará miríades, não prevalecerá.
13 Porque o rei do norte[Antíoco III] tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira; e ao cabo de tempos, isto é, de anos, avançará com grande exército e abundantes provisões.
14 E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas eles cairão.
15 Assim virá o rei do norte[Antióco III], e levantará baluartes, e tomará uma cidade bem fortificada; e as forças do sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.

Rei da Pérsia v.2
Um rei poderoso reina com grande domínio(Grécia) v.3
Seu reino é quebrado(Divisão da Grécia em 4 partes) v.4
Roma Pagã:
Roubadores do tempo v.14
Homem vil v.21
Pouca gente v.23
Na terra gloriosa v.16
Príncipe da aliança v.22

Roma Cristã
Retirada dos sacrifícios v.31
Santuário profanado v.31
Age pelo engano v23
Prospera v.36
Abominação desoladora v.31
Por quanto tempo? (12:7)
Tempo do fim vs. 35 e 40
Cumpre-se a indignação v.36
Ao tempo determinado vs. 27 e 35
Torna-se forte com povo reduzido v23
Grande fúria destruidora v.44
Entendidos cairão à espada v.33
Perverterá pela lisonja v.32
Exalta si própria e fala contra Deus vs. 36 e 37

6-Daniel 12

Daniel 12 pode ser dividido em 4 seções: eventos do tempo do fim, nos versos 1 a 4; perguntas e respostas nos verso 5 a 10; dias e bençãos, nos versos 11 e 12; e uma promessa particular no verso13.

Eventos do Tempo do Fim:
O "rei do Norte"dos últimos dias foi observado enquanto se volvia em fúria contra os santos, até que ocorreu sua própria ruína. Agora a câmera focaliza a Jesus Cristo. Disse Gabriel: "Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro". Danel 12:1

Perguntas e Respostas:
Vendo-o Daniel perguntou com muito sentimento: "Quando se cumprirão estas maravilhas?" "Meu Senhor, qual será o fim destas coisas?"
Respondeu apenas: "Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas até ao tempo do fim."
Daniel não estava vivendo no tempo do fim; portanto não necessitava compreender os detalhes daquilo que ocorreria apenas no tempo do fim. A resposta de Miguel nos ensina que a profecia é concedida para fins práticos. Ela não é provida para satisfazer a curiosidade desnecessária, não importa quão espiritual ou cristocêntrica possa ser esta curiosidade.
Embora Miguel não tenha respondido a segunda pergunta de Daniel, respondeu adequadamente a primeira, e fê-lo de modo impressionante: "E ouvi o homem vestido de linho, que estava por cima das águas do rio, quando levantou ao céu a mão direita e a mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, dois tempos, e metade de um tempo. E quando tiverem acabado de despedaçar o poder do povo santo, cumprir-se-ão todas estas coisas". Daniel 12:7
Miguel ergueu as mãos e pronunciou um juramento solene. Quando o Filho de Deus jura pelo Deus Vivo, a mensagem que segue é importante. Neste caso, a mensagem era que ao final dos 1260 anos de Daniel 7:25- anos caracterizados por uma grande perseguição do povo de Deus- maravilhosa luz iria brilhar sobre as profecias do tempo do fim, apresentadas no livro.

Dias e Bençãos:
Em Daniel 12:11 e 12, o Anjo fala a respeito de 1290 dias e das bençãos que aguardam a pessoa que consegue chegar a 1335 dias. Uma vez que o anjo não estabeleceu nenhum evento para o término de 1290 dias, e nenhum evento para assinalar o fim ou término dos 1335 dias, ainda não é possível estabelecer com certeza a maneira pela qual estas duas profecias temporais devem ser cumpridas.

Promessa particular:
Alegramo-nos ao perceber que o livro de Daniel se ecerra, com uma promessa pessoal ao idoso profeta: "Tu, porém,... descansarás, e ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança". Daniel 12:13.